Preciso dar um tempo na birita.
Mas o que posso fazer, se o bar fica ali na esquina? Basta sair, estou na porta do boteco. Sinto-me mais à vontade lá do que em casa, o dono não me enche desde que eu pague a conta e o uísque que me servem não é do falsificado.
Por isso é tão difícil parar de beber, a culpa não é minha: é do boteco!
Mas tenho tido uns episódios estranhos quando bebo. Outro dia, quando a noite se aproximava e eu tinha tomado umas e outras, uma loira bonitona chegou por ali e sentou-se na mesa em frente.
Não sou de encarar as mulheres, mas seu cabelo liso e a perfeição de sua pele chamaram minha atenção. Ela não se deu conta pois estava imersa no seu telefone, com os dedos finos de unhas compridas correndo pela telinha.
Fiquei olhando seu jeito, a loira tinha uns peitos medianos, um corpo esguio e, abaixo da mini-saia, um belo par de coxas musculosas. Tudo proporcional. Fui ao banheiro infecto tirar água do joelho e, quando voltei, olhei para adiante e pasmem: eu agora via duas loiras idênticas!
De início achei que eram duas, elas vestiam roupas parecidas e repetiam praticamente os mesmos gestos, ambas imersas em seus telefones. Mas daí pensei que era coisa da minha cabeça, o álcool pregando peças e tal.
Contudo, apesar de eu ver duplicado por conta da bebedeira, havia pequenos detalhes que incomodavam. Juro, houve momentos quando parecia que elas conversavam entre si, ou que uma olhava para um lugar diferente da outra, ou mesmo que uma tomava do copo e a outra repetia o gesto com alguns segundos de atraso.
Revisei minha teoria sobre o uísque na cachola e concluí que eram duas mulheres de fato, talvez gêmeas idênticas. É um tanto improvável que as mulheres saiam de casa para se encontrar usando a mesma roupa intencionalmente, mas quem sou eu para ficar criticando os demais?
Fiquei absorto nesses pensamentos, quando dei conta, as duas haviam deixado o telefone e olhavam diretamente para mim. Caramba, elas pareciam iguaizinhas, as duas com a sobrancelha da direita arqueada em sinal de dúvida e com um sorrisinho no canto esquerdo da boca!
Revi minha teoria de novo e pensei que devia ser uma mulher apenas - e nesse caso eu precisava parar de beber naquele momento porque já passara dos limites e via tudo em dobro.
Para quem não sabe, eu tenho mestrado em arrumar confusão em boteco. Fiquei tão intrigado em descobrir se eram duas loiras idênticas ou se eu é que estava alucinando, que encarei a mulher um tempão. Agora, ela havia se dado conta e provavelmente viria tirar satisfações - ou seja, lá vinha encrenca.
Daí elas se levantaram, pegaram seus drinks e vieram em minha direção. Eu quase pirei, além de serem muito gostosas com suas roupas justinhas, de cadeiras largas e cintura fininha, elas agora pareciam ser quatro!
Contudo, ao se aproximarem, elas puxaram as cadeiras e sentaram-se comigo - e agora eram somente duas, que me lembre. Uma delas apresentou-se e falou que notara como eu a olhava desde que chegara ao bar e que gostava de homem assim, objetivo, decidido e sem medinho de encarar uma mulher bonita demais para ele.
Sinceramente, eu já estava tão alterado pelo uísque e confuso por não saber quantas elas eram que, a essa altura, tudo o que consegui articular foi: ”Legal, também gosto de garotas diretas. Bora lá em casa para a gente ficar pelado e se conhecer melhor.”
Mas onde é que eu estava com a cabeça? Fiquei encarando a loira no bar e ainda a chamei lá pra casa, quando ela mal tinha se apresentado? Daí, para minha surpresa, as duas se levantaram e me deram as costas, parecendo que iam embora. Mas então pararam, viraram e perguntaram se eu ia ficar enrolando ou se a gente ia sair de uma vez.
Chegando lá em casa, as coisas pioraram. Juro que entrei somente com uma delas e, sabendo que a loira gostava de homens objetivos, já fui beijando e abraçando. Ela abriu minha camisa de um puxão, arrancando todos os botões - o que eu achei bem tesudo.
Fomos nos agarrando e tropeçando até a cama, onde fizemos um sexo afoito e tórrido, tendo-a ajoelhada na cama e eu por trás, colado em seu corpo, apertando seus seios de auréolas rosadas e fustigando suas intimidades com vigor ao escutar seus gemidos e estímulos, dizendo: “Assim, mais forte, vem inteiro para dentro de mim!”
Gozei rápido - você também gozaria, tendo uma loira daquelas depois de tanta birita. Fui à cozinha e tomei uísque direto da garrafa para me recompor. Acho que ouvi a campainha, mas nem dei bola. Quando voltei, nem soube como reagir ao encontrar quatro delas, nuazinhas sobre a cama, rindo e me chamando para continuarmos a diversão.
Foi extenuante, eu comi uma de quatro segurando a cinturinha, comi a outra de ladinho por trás até ela gozar gritando, coloquei uma loira para cavalgar de costas, vendo sua bundinha subir e descer, e depois fiz outra cavalgar de frente, para olhar seus peitos balançando - minha posição preferida.
Naquela entrega de corpos se envolvendo, às vezes eu achava que era verdade, que elas eram muitas e que eu estava no paraíso dos bêbados, mas outras tantas achava que era só uma mesmo, muito disposta, que estava me dando o maior trato da minha vida - e, nesse caso, tinha até pena da bichinha do tanto que a usei naquela noite.
Acordei na manhã seguinte ainda sem saber quantas loiras eram, mas não pude resolver o dilema porque já estava sozinho lá em casa - que mania das mulheres de me abandonarem enquanto durmo!
Ao final da tarde, voltei ao bar da esquina. Minha última esperança era que o dono me dissesse com quantas loiras eu havia saído no dia anterior. Mas daí o cara me olhou rindo e disse: “Loiras? Tá doido? Ontem você saiu sozinho, já tropeçando de tão bêbado!”