Entre silêncios e notas (real)

Um conto erótico de MarcoPR
Categoria: Heterossexual
Contém 1703 palavras
Data: 27/06/2025 12:55:08

Tudo começou com uma notificação despretensiosa.

Era um grupo sobre Música Popular Brasileira dos anos 2000. Nando Reis, Los Hermanos, Vanessa da Mata, Ana Carolina. Camila entrou por nostalgia, talvez por saudade de si mesma. Entre um post e outro, ela viu o comentário dele sobre a faixa "Por Onde Andei", e resolveu responder.

— “Essa música tem cheiro de saudade e gosto de café amargo.”

Ele curtiu. E respondeu.

— “E uma solidão bonita, que quase dói.”

Assim começou. Uma troca simples, mas que, por algum motivo, deixou o coração dela acelerado.

Camila, 25 anos, 1m58, fisioterapeuta, mãe, casada. Por fora, tudo certo. Por dentro, o silêncio. O marido, sempre presente fisicamente, parecia ausente em tudo o mais. O toque se tornara automático, as palavras rareavam. Ela se acostumara a ser invisível, quem via nas redes sociais achava que era o casal perfeito, sem defeitos, mas o sexo era coisa rara, a provocação já não existia, uma roupa especial, um perfume diferente, um tesao, uma masturbacao do nada? Já era

Marcelo, 40 anos, 1m80, 88kg, olhos verdes e uma voz grave que ela só conhecia por áudio. Professor de literatura na universidade. Solteiro. Tinha uma calma que beirava o charme e uma inteligência que, em vez de afastar, aproximava. Ele gostava de dizer pouco e ouvir muito — um homem raro.

As conversas que começaram com músicas evoluíram para filmes, livros, hábitos, manias, medos. Camila passou a esperar suas mensagens como se fossem pequenas âncoras num mar que há tempos a deixava à deriva.

— “Você também dorme com a janela entreaberta pra sentir o vento, mesmo no frio?”

— “Sim. Como se precisasse lembrar que existe algo lá fora, mesmo quando tudo pesa aqui dentro.”

Era sempre assim. Cada pergunta revelava afinidade, e cada resposta parecia costurar dois mundos separados pela tela. O tempo entre as mensagens se tornava uma eternidade carregada de expectativa. Quando ele mandava um áudio, ela colocava o fone devagar, como quem prepara o corpo para um arrepio.

Havia um carinho sutil no modo como ele a tratava. Sem promessas, mas com presença. Camila se via rindo sozinha, pensando nele no meio do trânsito ou quando o filho dormia. Ela se sentia... vista. E desejada. Não pelo corpo, mas pelo que carregava na alma.

Um dia, a coragem atravessou o medo.

Ela escreveu:

— “Marcelo, eu sei que isso não tem nome, que eu sou casada e que tudo parece errado... Mas eu tô sentindo algo por você. E não é pouco.”

Ele demorou a responder. Ela ficou imóvel, o celular na mão, ouvindo o coração ecoar no peito. Quando finalmente chegou a resposta, foi curta. Mas definitiva:

— “Eu sinto o mesmo. E se você quiser, eu fico. Mesmo que seja na sombra.”

Não era sobre moral. Era sobre presença. Era sobre finalmente sentir algo pulsar.

Depois disso, os diálogos se intensificaram. Não no teor, mas na vibração. A respiração nas pausas dos áudios, o modo como ela dizia “Marcelo” como se dissesse “fica”. As conversas agora tinham camadas, silêncios cheios, espaços entre palavras que falavam mais do que a própria fala.

O primeiro encontro foi marcado com cautela. Um café discreto numa rua de árvores baixas. Ela chegou antes. Usava uma blusa simples e o cabelo preso num coque bagunçado. Quando o viu entrar, o tempo desacelerou.

Ele a reconheceu de imediato. Sorriu com os olhos. Aproximou-se devagar.

— “Camila?”

Ela apenas assentiu.

O abraço foi natural. Durou mais do que um cumprimento, mas menos que um adeus. O toque dele era firme, quente. O perfume dele era discreto, mas ficou na pele dela como memória.

Conversaram ali mesmo, como se fossem velhos amigos. Mas havia tensão nos gestos, nos olhares. Quando ele tocou de leve a mão dela sobre a mesa, o corpo de Camila estremeceu. Não era só desejo. Era urgência contida, era tudo o que ela não sabia que precisava até sentir.

Na hora de ir embora, ele a acompanhou até o carro. A chuva começava a cair em gotas finas.

Ela o olhou. Ele a olhou de volta.

Não disseram nada.

Apenas se beijaram.

Um beijo demorado, carregado de tudo o que veio antes — os áudios, as mensagens, os silêncios. Não foi um beijo faminto. Foi um beijo de entrega. De quem sabia que algo havia mudado para sempre.

Nos dias seguintes, ela voltou para casa, para a rotina, para o silêncio do marido. Mas dentro dela agora havia outra música. Outra nota sustentada.

Marcelo, em seu apartamento, colocava as playlists que criaram juntos para tocar no escuro. Às vezes fechava os olhos e conseguia sentir o gosto do beijo dela ainda nos lábios.

O que tinham era proibido aos olhos do mundo, mas era limpo por dentro. Era amor, desejo, química. Era tudo o que vive entre silêncios e notas — e que, por isso mesmo, não se apaga fácil.

Ocorre que ele fez ao longo da semana o convite derradeiro, jantar feito por Marcelo em seu apartamento, de início ela negou, medo de ser pega, acabar com seu casamento, foi racional, demorou a responder e correndo todos os riscos, o coração falou mais alto e topou, três dias depois a vida dela mudaria novamente.

Camila parou diante do espelho do banheiro do prédio dele. As mãos levemente trêmulas, o batom retoque sutil. Vestia um vestido vinho que não era ousado, mas sabia realçar sua cintura e o pescoço que ela deixava à mostra. O perfume — âmbar com notas florais — era o mesmo que usara no dia do seu casamento. Mas, naquela noite, era como se o significado dele tivesse sido reinventado.

Marcelo abriu a porta com um sorriso tranquilo, como se ela estivesse chegando em casa. Camisa preta dobrada até os antebraços, cabelo levemente desalinhado, olhos verdes que cintilavam à luz suave do abajur. O ambiente do apartamento era discreto e acolhedor: livros empilhados com naturalidade, um toca-discos ao fundo com Chico Buarque rodando baixo, e uma mesa posta com dois pratos simples, mas arrumados com cuidado.

— “Você está linda,” ele disse, segurando a porta e a respiração ao mesmo tempo.

— “Você também. E esse cheiro…” — ela inspirou, se aproximando — “…é perigoso.”

Ele riu. Um riso contido, masculino, com a medida exata entre charme e nervosismo.

O jantar foi leve — massa fresca com molho de limão e ervas — e o vinho tinto parecia aquecer os espaços entre as frases. Conversaram sobre os caminhos até ali, sobre como tudo parecia ao mesmo tempo certo e improvável. Ela falou de como se sentia menos sozinha quando ouvia os áudios dele no fim da noite. Ele contou que decorara a cadência da voz dela, como quem aprende uma canção secreta.

A química entre os dois era um campo magnético: delicado, mas inevitável. Havia algo nos olhares, nos sorrisos roubados, no modo como os dedos se tocavam de leve quando ela pegava a taça ou quando ele afastava um fio de cabelo do rosto dela.

— “Você não precisa se justificar pra mim,” ele disse, olhando nos olhos dela.

— “Mas eu sinto que preciso,” ela respondeu, firme e vulnerável ao mesmo tempo. “É como se eu estivesse escolhendo por mim pela primeira vez.”

Houve um silêncio. Não desconfortável, mas cheio. Como uma pausa antes de uma nota importante.

Depois da sobremesa — chocolate amargo com morangos frescos — ele a convidou para ouvir música na sala. Sentaram-se lado a lado no sofá. A música preenchia o fundo com um toque de Marisa Monte. Os joelhos se encostaram. Os olhos encontraram-se.

Foi ela quem se inclinou primeiro.

O beijo veio como se já tivesse sido ensaiado por meses. Era terno, profundo, cheio de intenção e lentidão. A mão dele percorreu as costas dela com respeito e fome ao mesmo tempo. O vestido deslizou até a curva do ombro. Ela sentiu o calor da pele dele através da camisa. As respirações se tornaram mais curtas. Os toques mais longos. Ainda não havia urgência. Havia descoberta.

Ele a deitou com calma sobre o sofá. A luz do abajur recortava seus rostos como numa cena de cinema. As mãos se encaixavam com naturalidade. A pele arrepiava com a sutileza de cada toque. Ele beijou sua clavícula como quem lê um segredo escrito em braile. Ela deslizou os dedos pela nuca dele como quem confirma que é real.

O mundo lá fora seguiu girando. Mas ali, naquele apartamento, só existiam os dois. O tempo parou no meio de um gesto. Nada era vulgar. Nada era rápido. Tudo era presença.

Camila não se sentia traindo. Sentia-se viva.

Marcelo não se sentia invadindo. Sentia-se escolhido.

Naquela noite, não fizeram amor como em romances dramáticos. Se entregaram como dois adultos que, mesmo sabendo dos riscos, decidiram mergulhar no que era verdadeiro. Marcelo beijou lentamente sua boca, descendo até seus pés, subindo beijando e passou a lamber sem pressa sua buceta melada, a casa lambida no clitoris ela sentia o tesao misturado com amor e segurava seu cabelo com força alternando gemidos com frases de amor e paixão e logo dizendo “me fode, por favor, fode”Marcelo a colou dê quatro com autoridade ao mesmo tempo carinho socando seu pau branco, de cabeça bem rosada e grande arregalando àquela

Mulher que não fazia sexo serragem e ao mesmo tempo há muitos anos, Marcelo socava tampando sua boca, puxando seu cabelo enquanto ela rebolava e gemia rápido tendo múltiplos orgasmos, gozava rápido e Marcelo se segurava alternando posições e a pegando forte, ao final, gozou na entrada de sua buceta misturando com seu melzinho escorrendo enquanto novamente a beijava olhando nos olhos e mamava seus seios, ficou apreciando aqueles olhos e a sua beleza .

E ao adormecer, aninhada no peito dele, com a respiração desacelerada e o cheiro do vinho ainda na boca, Camila pensou: É assim que deveria ser. Amar sem pedir licença. Sentir sem se esconder de si mesma.

Marcelo, com os dedos entrelaçados aos dela, apenas fechou os olhos e escutou o som da música que ainda tocava no fundo — e do coração dela batendo como uma batida de samba antigo. Aquele som que só se ouve quando se ama com todo o corpo, mesmo em silêncio.

Continua

(Não sei de alguém leu todo o conto, mas se você gostou e quer se corresponder, escreva em meu e mail)

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Comentários

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DonMarco - Você escreve muito bem, tem um texto fluido e com bom rebuscamento poético, buscando comparações e sentidos figurados. Narrando na terceiro pessoa, fica mais texto literário do que relato pessoal, mais comum por aqui. Encontrei erros de digitação, o que pede uma revisão, para ficar perfeito. É o primeiro conto seu que eu leio, vou ler os outros dois anteriores. Mas gostei desse início. A falta de algo mais profundo para ocupar o vazio da obviedade na vida da personagem, criou o elo para a conexão entre os dois.E o jogo da sedução bem elaborado. Vamos ver. 3 estrelas por este começo.

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