O CÓDIGO DO PRAZER VIII

Um conto erótico de Ryu
Categoria: Heterossexual
Contém 3697 palavras
Data: 27/06/2025 11:20:01

PARTE 8 – Reiniciando Anderson

A porta se abriu no exato momento em que eu a alcançava.

Simone.

Por um instante, o tempo parou.

Ela surgiu no batente da porta como quem não apenas entra em um ambiente, mas muda o ar ao redor. Usava um vestido claro, de tecido leve, os cabelos estavam soltos, caindo sobre os ombros com aquela naturalidade que sempre me encantou. O rosto... sereno, iluminado, com um brilho suave que não vinha de maquiagem ou luz artificial. Era algo dela. Inato.

Parecia uma princesa.. Sempre existiu algo de majestoso na Simone. Não era arrogância, nem pose. Era aquela elegância silenciosa, aquele jeito de existir com graça sem sequer tentar. Um porte nobre, mas acolhedor.

Eu fiquei parado, com a mão ainda no trinco, como se tivesse esquecido como se abre uma porta.

Ela me viu. E sorriu.

Aquele sorriso.

Tão conhecido e ao mesmo tempo tão distante. Um sorriso que não exigia nada, apenas se oferecia, como uma lembrança viva de algo bom que ficou guardado num canto bonito da memória.

- Oi, Anderson — ela disse, a voz suave, quase melódica.

- Oi.

Foi tudo que consegui responder. Minha garganta secou.

Ela não disse mais nada. Apenas passou por mim devagar, deixando um rastro de perfume leve — aquele que eu sempre associei a ela, mesmo depois de tanto tempo. Ao entrar, olhou por cima do ombro e lançou um último olhar, acompanhado de um sorriso ainda mais discreto.

— Foi bom te ver.

Ainda estava meio zonzo com a aparição de Simone quando, já fora do quarto, ouvi a voz de Wilfredo atrás de mim:

- Ei! — chamou ele, num tom tranquilo, mas firme. Me virei. — Você não tá indo embora agora, não. Pede pra enfermeira vir aqui um segundo? Preciso falar com ela rapidinho.

Ele me olhou com aquele brilho travesso nos olhos. E antes que eu respondesse qualquer coisa, deu uma piscada. Daquelas que dizem mais do que qualquer frase.

Entendi na hora o que ele estava fazendo. E, num reflexo quase automático, assenti, jogando um leve sorriso de volta, como quem topa a brincadeira.

- Claro. Volto já.

Me afastei no corredor e chamei uma das enfermeiras que passava. Pedi algo genérico — nem lembro bem o que era. Apenas que justificasse meu retorno. E então voltei ao quarto ao lado dela, sentindo o coração disparar novamente.

Quando entrei, Simone já estava ao lado do berço, olhando Matheus dormir, com uma ternura tão real que me tocou de longe. Ela era feita de uma calma que sempre me desconcertou. Não parecia haver pressa no jeito como se movia, como se cada gesto tivesse sido desenhado com paciência e delicadeza.

A enfermeira fez o que precisava fazer e saiu rapidamente.

Sonia me olhou e sorriu com cumplicidade:

- Anderson... será que você pode nos dar uns minutinhos? — disse, com a voz doce, quase cantada. — Acho que precisamos de um momento só nosso com os meninos.

Não havia dureza nem malícia. Só gentileza. Mas a intenção era clara. Ela queria me tirar dali. E não era porque queria ficar a sós com Wilfredo.

Na verdade, os dois estavam armando tudo isso.

Wilfredo pegou a deixa com naturalidade.

- A cafeteria aqui do hospital é ótima. De verdade — disse, se levantando com aquela mesma expressão de antes. — Vocês deviam ir lá tomar um café. Bater um papo. Se distrair.

Fiquei por um segundo em silêncio. Olhei pra Simone, que agora me observava também, com uma leve curiosidade nos olhos, e talvez — só talvez — um início de sorriso nos lábios.

Ela sabia. Sonia sabia. Wilfredo, então, nem se fala.

E eu… eu estava começando a aceitar que talvez fosse a hora de deixar acontecer.

- O café é por minha conta. — falei, olhando pra ela.

- Aceito — respondeu Simone, com uma leveza que desarmava qualquer dúvida.

Ao passar pela porta, Simone olhou por sobre o ombro, em direção ao quarto, e comentou com um sorriso suave:

- Eles são lindos. De verdade. Tão pequenos e já tão… fofos.

Wilfredo, que ainda nos observava, aproveitou a deixa com a pontaria precisa de quem conhece o alvo.

- Você devia pensar em ter um filho também, Simone — disse, com aquele tom brincalhão típico dele. — Aliás, se tivesse um filho com o Anderson, ia ser bonito com certeza.

A fala pegou de surpresa, como um tropeço no tapete da conversa. Olhei pra ele, fingindo repreensão, mas antes que eu pudesse cortar a brincadeira, escorreguei sem querer.

- Será bonito se puxar somente você — falei, olhando pra Simone.

Assim que terminei a frase, percebi o que tinha dito.

Foi automático. Um ato falho. Um elogio sincero, sim, mas também algo que saía com uma intimidade que eu não estava mais acostumado a expor. A vergonha me pegou no mesmo instante, e desviei o olhar, passando a mão pela nuca.

— Digo… você entendeu — tentei emendar, um pouco sem jeito.

Simone riu.

Não uma risada escandalosa, mas uma daquelas risadinhas leves, curtas, quase tímidas, que só fazem tudo ficar pior — ou melhor, dependendo do ponto de vista. Ela não parecia ofendida. Nem surpresa. Parecia apenas... tocada pela espontaneidade da coisa.

— Entendi, Anderson — respondeu, ainda sorrindo. E pela primeira vez desde que a vi ali, senti que aquele sorriso era só pra mim.

Atrás de nós, Wilfredo soltou uma risada contida e voltou para o quarto, fechando a porta com um "boa sorte" silencioso que eu quase podia ouvir.

E então seguimos juntos, lado a lado, rumo à cafeteria, com um café pela frente e — talvez — muito mais do que isso por vir.

A cafeteria do hospital ficava no térreo, ao lado de um jardim interno com grandes janelas que deixavam a luz da tarde entrar em feixes suaves. O lugar estava quase vazio, o que era perfeito. Nada de distrações, nenhuma mesa ocupada ao lado. Só nós dois, duas xícaras e aquele silêncio confortável que existe entre pessoas que já se conheceram de verdade.

Nos sentamos perto da janela e pedimos 2 cafés que vieram logo:

— Então... como você está de verdade? — ela perguntou, depois de um gole.

Sorri, mexendo a colher dentro da xícara, mais pra me dar tempo de pensar do que por necessidade.

— Bem. Cansado, às vezes. A vida tem sido... intensa. E você?

- Muito bem , meus pais estão abrindo uma nova unidade do Hospital!

Os pais de Simone são proprietários do hospital São Francisco. Estava acompanhando na mídia que eles estão indo muito bem.

- Parabéns para vocês! Eu já tenho acompanhado as notícias. Já tinha ouvido falar da nova unidade que irão inaugurar!

- A vida muda muito rápido, né? — ela disse, olhando pela janela. — Às vezes parece que a gente só pisca e os caminhos já mudaram todos.

Assenti, sentindo um nó leve no peito.

- E ainda assim — continuei — tem coisas que não mudam. Ou que a gente tenta fingir que mudou, mas não mudou.

Ela virou o rosto devagar e me olhou. Não havia cobrança, nem expectativa. Só aquele olhar limpo dela, que sempre parece enxergar mais do que eu digo.

— Você ficou surpreso em me ver?

— Muito — confessei, sem hesitar. — Mas... também foi estranho como tudo pareceu natural. Como se fosse normal você aparecer ali. Como se... fosse só uma continuação de algo que nunca acabou direito.

Ela ficou em silêncio por um tempo. Mexeu distraidamente no açúcar do cappuccino. Depois falou, baixinho:

— Eu pensei muito em te mandar mensagem. Várias vezes. Mas sempre acabava achando que era tarde demais, ou que talvez você já estivesse feliz demais pra olhar pra trás.

— Eu tô com a Suzy agora — falei, devagar. — Mas hoje, vendo você... eu percebi que tem sentimentos que não foram embora. Só ficaram quietos, esperando. E confesso que isso me deixou meio perdido.

Simone respirou fundo. Depois sorriu — aquele sorriso pequeno, cheio de saudade e entendimento.

— Eu não vim aqui pra bagunçar sua vida, Anderson.

— Eu sei. Mas talvez ela já estivesse bagunçada e eu só não quisesse admitir.

Ela riu, baixinho.

— Continua dramático.

— E você continua encantadora — respondi, sem pensar. Mas dessa vez, não desviei os olhos.

Ela me olhou por alguns segundos. E nesse olhar havia tudo. Memória, ternura, e um desejo quieto, mas muito presente, de que aquilo não fosse só uma lembrança boa.

— Tem muita coisa que a gente nunca conversou direito, né? — ela disse.

— Tem.

— Talvez a gente devesse começar agora.

Concordei com um leve aceno. O café já tinha esfriado, mas o calor no ar entre nós parecia aumentar.

Ali, na cafeteria de um hospital, entre o aroma de café morno algo antigo se reerguia devagar. Não era pressa, nem promessa. Era só um reencontro. Mas para mim, já era muito mais do que eu esperava.

Ficamos alguns segundos em silêncio. Mas por dentro, eu estava longe dali. Minha mente voltava aos dias em que eu e Simone éramos nós. A correria do trabalho, as reuniões intermináveis, os finais de semana que eu prometia compensar “depois” — e o depois que nunca chegava. Tudo isso voltava agora, como um filme silencioso que rodava só pra mim.

Ela ainda estava ali. Linda, generosa, madura… e ainda com aquele brilho discreto que sempre me fez sentir em casa. E eu? Eu tinha deixado aquilo escapar por entre os dedos.

Virei o rosto pra ela e, sem mais conseguir segurar, falei:

— Simone… eu errei com você.

Ela me olhou, com um leve franzir de sobrancelhas. Não respondeu, mas esperou, aberta.

— Eu fui egoísta. Eu me escondi atrás do trabalho, como se amar você fosse uma coisa que podia esperar. Como se você estivesse sempre ali, à disposição. Eu achava que dar certo no trabalho justificava tudo. Que depois eu compensava. Só que não é assim que se vive a dois, né?

Ela suspirou, suave. Mas não disse nada. Me deixou continuar.

— Eu devia ter te escutado mais. Te visto mais. Estar mais presente. E hoje, vendo você de novo, eu entendi uma coisa: eu troquei tempo contigo por prazos e metas. E isso foi a pior decisão que já tomei.

Era visível que minhas palavras a tocavam, mas Simone sempre teve aquele autocontrole elegante que me deixava sem chão.

— Eu aprendi a lição, Simone. De verdade. E se a vida der uma segunda chance pra nós... eu juro que não coloco mais nada na frente. Nem trabalho, nem rotina, nem medo. Você viria primeiro.

Ela abriu um sorriso triste. Aquele tipo de sorriso que carrega esperança, mas também cicatrizes.

— Eu sempre quis ouvir isso de você — disse ela, com a voz baixa, sincera.

O ar entre nós ficou mais íntimo. Como se, de repente, estivéssemos em outro lugar — só nós dois, longe do hospital, do passado, do presente. Apenas com tudo o que ainda poderia ser.

Eu me inclinei, devagar. Meu coração batia como há muito tempo não batia. Eu não estava agindo por impulso — era clareza. Eu a queria de volta. E pela primeira vez, estava disposto a fazer tudo diferente.

Cheguei perto o suficiente para sentir sua respiração.

Mas antes que nossos lábios se tocassem, ela afastou o rosto delicadamente, com a mão leve sobre meu peito.

— Não, Anderson.

Fiquei imóvel, surpreso, quase sem ar.

— Eu quero — ela disse. — Muito. Mas... não assim. Você ainda está com a Suzy. E por mais que o que a gente tem seja real, eu não quero começar algo com mentira ou dúvida. Eu não sou mais a mulher que espera você escolher. E você também não é mais o homem que pode se esconder atrás do "depois".

Ela se levantou, sem pressa. Pegou a bolsa com calma, e antes de se virar, olhou pra mim com ternura.

— Quando você tiver certeza do que quer… me procura.

Fez menção de sair, mas hesitou por um segundo.

— Foi bom te ver, Anderson. De verdade.

E então foi. Suave, serena, como tudo que ela sempre foi.

Fiquei ali, com a mão ainda sobre a mesa, o gosto do quase beijo nos lábios, e o coração cheio de algo que era metade dor, metade esperança.

Ela tinha ido embora.

Mas não tinha fechado a porta.

E agora, a escolha era minha.

Fiquei um tempo no café perdido em pensamentos, paguei a conta e fui embora. Quando cheguei na NeoThread peguei o telefone e enviei uma mensagem para Mada.

"Bom dia, Madalena. Preciso conversar com você e com a Suzy com certa urgência. Algo pessoal, mas que também afeta nosso ambiente de trabalho. Podemos nos reunir hoje, no fim do expediente, na minha sala? Preciso ser direto e honesto com vocês duas."

Logo depois, mandei algo parecido para Suzy.

"Oi, Suzy. Preciso que esteja na minha sala hoje, às 18h. Eu, você e a Madalena. É uma conversa importante, e quero tratar isso com respeito e clareza."

Fechei o celular com um suspiro. Eu sabia que, ao convocar essa reunião, estava encerrando um capítulo e reabrindo outro que eu mesmo havia deixado para trás. Suzy era jovem, cheia de sonhos, e mesmo que nosso acordo tivesse um prazo, ela merecia consideração. E Madalena… bem, ela sempre soube que a vida às vezes nos cobra decisões desconfortáveis.

Eu só esperava ter as palavras certas quando chegasse a hora.

Pontualmente às 18h, Suzy chegou com o olhar curioso, talvez desconfiado. Madalena chegou logo depois, e percebi, pelo seu semblante, que já intuía do que se tratava.

Eu respirei fundo, sentei-me à cabeceira da mesa e fui direto ao ponto.

— Obrigado por estarem aqui. Eu pedi essa reunião porque há algo importante que preciso dizer, com transparência e respeito. Suzy… você sabe que o nosso acordo foi sempre baseado na clareza: eu te ofereci suporte até você se formar, e você aceitou isso de forma madura. Mas as coisas mudaram — fiz uma pausa breve, procurando as palavras — Simone terminou o relacionamento que tinha com Alex. Nós voltamos a conversar, e percebi que ainda existe algo forte entre nós. Decidimos tentar de novo.

Vi o rosto de Suzy endurecer levemente. Ela não disse nada. Madalena me observava com atenção, braços cruzados.

— Por isso, Suzy, preciso encerrar o nosso relacionamento pessoal. Mas não vou deixar de cumprir o que prometi. Você confiou em mim, e esse compromisso permanece. Só que eu quero propor uma nova forma de seguirmos com isso… de forma mais profissional.

Peguei a pasta com os documentos que tinha preparado.

— A partir do próximo mês, você será promovida de estagiária para funcionária plena na empresa. Seu novo salário será R$ 3.000,00 a mais do que o valor que você recebe hoje como estagiária. Isso vai te dar mais autonomia, mais estabilidade, e é algo que você merece — não só pelo acordo, mas pelo seu desempenho também.

Ela franziu a testa, ainda em silêncio, mas agora me ouvia com mais atenção.

— Em relação à mesada mensal, que faz parte do compromisso original… eu continuarei pagando. A única diferença é que esse valor será ajustado: os R$ 3.000,00 a mais que você vai passar a receber como salário serão descontados do total da mesada, mantendo assim o equilíbrio do que foi combinado. Você sai ganhando, porque terá renda própria, carteira assinada, e a continuidade do suporte até o fim da sua faculdade — como prometido.

Olhei diretamente para ela.

— Sei que isso talvez não seja fácil de ouvir agora, e não quero que pareça que estou “te trocando”. Mas seria desonesto da minha parte continuar algo por conveniência ou aparência. Prefiro ser transparente. E quero que você tenha sucesso — aqui, ou onde quiser seguir depois.

Madalena, que até então estava em silêncio, soltou um suspiro leve e acenou com a cabeça, como quem concorda com a forma como tudo foi conduzido.

— A decisão é sua, Suzy. Mas a proposta está feita. E quero que saiba que, acima de tudo, te respeito. Como pessoa, e agora também como profissional.

O silêncio após minha fala me deixou ansioso.

Suzy me encarava, surpresa. Seus olhos estavam ligeiramente arregalados, como se tentasse absorver tudo ao mesmo tempo. Ela cruzou os braços, descruzou, e finalmente falou, ainda com a voz hesitante.

— Então… você vai voltar com a Simone. E… ainda assim, quer continuar me ajudando?

Assenti com firmeza.

— Sim. O compromisso que assumi com você vai até o fim da faculdade, e eu vou honrá-lo. Só estou propondo um novo formato, mais justo e que te dá mais autonomia. Mas se você quiser interromper tudo, inclusive a mesada, também é seu direito. Eu quero o melhor pra você, com ou sem mim.

Ela baixou os olhos por um instante, pensativa, depois olhou para Madalena, como quem procura um ponto de equilíbrio.

— O que você acha, Mada?

Madalena descruzou os braços, sorriu de leve e respondeu com aquela franqueza que sempre admirei nela.

— Acho que, em primeiro lugar, você tem o direito de se sentir surpresa. Ninguém entra num acordo desses esperando esse tipo de virada. Mas também acho que o que o Anderson está propondo é honesto. E mais: essa promoção que ele está te oferecendo… não é só por causa do acordo de vocês. Você está indo muito bem aqui. De verdade. Eu mesma já ia conversar com ele sobre isso, pois este ano já contratamos mais 2 funcionários e é mais que justo que você seja contratada como funcionária também. Então, independente do que vocês tinham fora daqui, profissionalmente você merece essa oportunidade.

Suzy respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e voltou a me olhar, agora com mais firmeza no rosto.

— Eu não vou mentir: dói um pouco. Não porque eu achasse que você era o amor da minha vida ou algo assim, mas… eu me acostumei com a ideia de ter você ali. Mesmo que em um acordo. Mas… pensando bem, talvez isso aqui seja melhor pra mim a longo prazo.

Ela fez uma pausa e me olhou nos olhos.

— Eu aceito. A promoção. A nova forma do acordo. E a condição de que não somos mais um casal. Mas quero que fique claro: daqui pra frente, eu estou construindo meu próprio caminho. A ajuda é bem-vinda, mas eu vou trabalhar pra não precisar mais dela.

Sorri, aliviado e, de certa forma, orgulhoso.

— É exatamente o que eu esperava ouvir de você.

Madalena assentiu, olhando para Suzy com admiração.

— Bem-vinda oficialmente à equipe, Suzy. Eu preciso ir agora, mas amanhã eu vou mandar o pessoal do RH cuidar da sua promoção.

Madalena falou isso e saiu da minha sala, deixando-me a sós com Suzy.

Suzy também se levantou, mas ao invés de ir embora, ela fechou a porta e veio caminhando sensualmente em minha direção.

Veio se aproximando, andando sensualmente, quando chegou bem próximo de mim perguntou:

- Neste momento, você e a Simone ainda não voltaram a namorar ainda, não é mesmo?

- Ainda não Suzy, eu tinha que terminar com você primeiro. Mas amanhã mesmo eu vou conversar com a Simone ...

Suzy então se sentou no meu colo, mas de frente para mim. De modo que sua pelve ficou encostada perto do meu pau. O peito dela ficou encostado no meu. Nossos rostos ficaram muito próximos e nossas bocas quase se encontraram.

Ainda que nós estivéssemos vestidos, fiquei de pau duro. Fiz força para não ficar excitado, mas não consegui.

- Olha Suzy, é melhor a gente ...

Antes de eu conseguir terminar a frase ela me deu um beijo de língua, intenso e prolongado.

O beijo foi se prolongando e eu não conseguia parar. Como se minha boca estivesse colada à dela.

Quase que involuntariamente, durante o beijo, minha mão se dirigiu aos seios de Suzy. Massageando-os com muito tesão.

- Você quer Anderson? Uma última vez?

Eu não respondi nada, tecnicamente eu não tinha voltado ainda com Simone, não seria uma traição.

Ela tirou a blusa e o sutiã, deixando os seios à mostra.

Eu não cansava de admirar a perfeição do corpo de Suzy!

Comecei a sugar um mamilo, ao mesmo tempo que massageava o outro seio.

- Aí Anderson, eu vou sentir sua falta! – disse em meio a gemidos de prazer!

Enquanto isso, ela levantou suavemente o corpo, o suficiente para tirar rapidamente a calça e abaixar a calcinha

Ela rapidamente abriu o zíper da minha calça, fazendo com que meu pau saltasse para fora.

Ainda de frente para mim, ela se sentou novamente, mas desta vez encaixando meu pênis na sua xoxota.

Suzy começou um movimento lento e intenso com seu corpo: para baixa, para cima, para baixo, para cima

Além dos nossos gemidos de prazer, podia ouvir o rangido da cadeira, que aguentou os corpos de dois amantes fodendo intensamente.

- Vou gozar! Vou gozar! – Avisei.

Ela saiu de cima de mim, se pôs de joelhos e engoliu meu pau.

Jorrei dentro de sua boca.

Ela olhou para cima, diretamente nos meus olhos, com a expressão mais safada que já vi em seu rosto. Colocou a língua para fora, mostrando todo o meu leitinho que estava em sua boca.

Em seguida ela colocou a língua de novo para dentro da boca, engolindo tudo!

- Vou guardar o seu gostinho comigo Anderson, na minha memória.

Depois que ela saiu, fiquei pensando comigo mesmo: Talvez Suzy tenha se sentido trocada. E, de certo modo, foi isso mesmo. Mas não por alguém ‘melhor’. Por algo mais verdadeiro.

Ela é incrível, não tenho o que negar. Inteligente, doce, divertida. Deve ter um milhão de caras atrás dela — mais jovens, mais livres, com tempo pra ela, com energia pra viver esse mundo de leveza que ela tanto gosta.

Mas eu nunca fui o futuro dela — e, no fundo, ela sabe disso.

E eu também sabia que ela não era o meu. Por mais que eu tentasse fingir. Era bom, era fácil. Não exigia nada de mim. Mas também não me preenchia.

Simone é outra história. Com ela vem a profundidade. A demanda. O compromisso.

Wilfredo fez isso. Casou, construiu, se jogou na vida de verdade. E eu fiquei aqui, fingindo que ser homem é acumular poder, não construir laços. Eu… eu preciso parar de fugir. A vida não espera.

Eu estava me reiniciando, mas os vírus ainda estavam ali.

Naquele momento, achei que tinha mudado, que aquele boquete seria nosso adeus definitivo. Mas eu estava errado. Precisava de algo ainda mais forte.

Não foi a última vez que ela me chupou e “sentiu o meu gosto”. Mas isso... bem, isso fica para um capítulo futuro.

Continua ...

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Foto de perfil de RYURYUContos: 38Seguidores: 20Seguindo: 13Mensagem Ryu é um nome masculino, e eu sou um homem heterossexual. Fui um membro fiel da Igreja Mórmon durante a juventude — inclusive servi como missionário por dois anos, dos 19 aos 21. Aos 22 anos, deixei a igreja. Hoje escrevo contos de ficção, e alguns deles têm como protagonistas mulheres lésbicas. Não sei exatamente por que esse tema me atrai como ponto de partida para histórias, mas acredito que algumas experiências pessoais tenham influência nisso. Tenho uma sobrinha que é lésbica e, embora hoje esteja bem, enfrentou momentos difíceis para compartilhar sua verdade com a família. Também tenho uma amiga dos tempos de igreja que hoje vive um casamento feliz com outra mulher. Acredito que escrever sobre diversidade é, de certa forma, uma maneira de refletir sobre o amor, o respeito e as escolhas individuais — temas universais que sempre me interessaram.

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Tava tudo indo bem demais quando a Suzy pediu uma última vez. Quando uma mulher dissimulada o bastante para viver esse tipo de relacionamento pede uma “última vez” como se fosse algo emotivo, eu me preocuparia. Era um capítulo para ter esperança pelo protagonista (com uma excelente cena dele com Simone, aliás) e termino temendo por ele.

Boas histórias nos fazem nos preocupar com os personagens e você está fazendo muito bem, RYU. Conseguiu construir isso, não só pelo background do personagem como pelas relações dele. Wilfredo é irritante de tão intrometido, mas, no fundo, é eficiente em ajudar o amigo.

Olhando os títulos com suas analogias entre programação e relacionamentos (aliás, faltou o título no capítulo V), me faz pensar em como relações humanas (de qualquer espécie) não podem ser tratadas como um software e Suzy, por mais que fosse “contratada” para ser uma namorada, não pode ser desligada. Anderson talvez ainda não tenha compreendido seus erros.

A história tem personagens bem interessantes, bons ganchos que levam a gente a querer continuar acompanhando e ainda reflexões profundas.

Está excelente!

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Turin,

Agradeço muito pelos elogios!

Fico feliz em saber que você está gostando da história.

A escrita tem me proporcionado muitas reflexões — às vezes, chega a ser quase terapêutica.

Tenho um amigo de infância que, embora não seja exatamente como a de Anderson e Wilfredo, certamente inspirou vários elementos da narrativa.

Esse meu amigo sempre foi muito sem filtro, ousado, do tipo que não dá a mínima para o que os outros vão pensar. Já eu, sempre fui o oposto: mais tímido, contido, medindo as palavras. Ele frequentemente passava do ponto e podia ser um tanto intrometido — assim como o Wilfredo da história. Quando comecei a escrever essa série, essa inspiração estava bastante consciente para mim.

Na época em que eu estava começando a desenvolver essa trama, eu também estava lendo sua série Tentações Cruzadas. Pelos comentários que deixei, acho que deu pra perceber que a amizade entre Caio e Renan me chamou bastante atenção. Além de eu ter gostado da historia, acredito que ela acabou ressoando comigo justamente por refletir, de certa forma, a minha própria vivência: um mais descolado, o outro mais reservado.

Um detalhe curioso é que, quando escrevi minha primeira série, Aquele Beijo, as protagonistas também são amigas, com personalidades contrastantes: uma mais sociável e carismática, a outra mais fechada, com gosto por números. Não havia nenhuma razão específica para eu ter construído as personagens dessa forma — podiam muito bem ser as duas comunicativas ou as duas tímidas. Só depois, relendo, percebi que talvez fosse um reflexo inconsciente da minha antiga amizade: eu, mais introspectivo e focado; meu amigo mais extrovertido e espontâneo.

Tenho encontrado nas histórias alguns "pedaços" de mim que estavam perdidos — fragmentos que, por vezes, nem eu mesmo havia reconhecido.

Outro ponto importante: desde que comecei a acessar a CDC, as histórias com personagens lésbicas sempre me chamaram atenção. Minha primeira narrativa, inclusive, foi sobre duas mulheres. Como mencionei no meu perfil, tenho uma sobrinha lésbica e uma amiga de infância (da mesma igreja que frequentei) que hoje é casada com uma mulher. Tenho refletido muito sobre o que me atrai em determinadas histórias e por que acabo escrevendo mais sobre certos temas.

Depois que saí da igreja, fiz anos de terapia. E, de fato, olhar para esses “pedaços” — seja por meio das histórias ou de outras formas — pode ser algo interessante, revelador, divertido e, às vezes, até assustador.

Fico contente por saber que você está criando vínculos com os personagens — seja torcendo pelo Anderson ou se irritando com o Wilfredo.

Ah! E muito obrigado por avisar sobre o subtítulo. Já vou incluir no capítulo.

Abraços!

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