A fazenda estava viva, com o barulho das máquinas, e o cheiro seco do milho recém-colhido. Era tempo de colheita, e o calor do final da tarde fazia tudo parecer mais lento, mais pegajoso, mais carregado.
Júlia observava da varanda, abanando o rosto com um chapéu de palha. Seu marido, Ernesto, estava na cidade resolvendo negócios com a cooperativa. Ele a deixara ali com os peões, confiando na fidelidade da terra — e dela, naturalmente.
Mas a terra tem vontades próprias. E Júlia, ultimamente também.
Foi então que ela o viu: Miguel, o novo contratado. Moreno, braços fortes queimados de sol, a camiseta colada de suor, calça jeans suja e justa, o olhar sempre direto, perigoso, invasor...
— Dona Júlia — ele disse, tirando o chapéu ao se aproximar com um sorriso lento —, a senhora precisa de alguma coisa?
Ela ia dizer “não”. Ia sorrir e agradecer, como sempre. Só que algo nela latejou.
Talvez fosse o calor. Talvez fosse a solidão. Qual nada! É tesão pelo Miguel, mesmo.
— Água... — disse, mas a voz saiu fraca. — Vem buscar comigo na cozinha?
Miguel a seguiu. A casa era fresca por dentro, mas o ar estava carregado. Quando ela se abaixou para pegar um copo no armário, ele não desviou os olhos. Ela sentiu. Sabi, sabia e gostou.
Ao se levantar, encarou-o de perto. Perto o bastante para ver as gotas de suor no pescoço dele.
— Quer também? — ela perguntou, estendendo o copo.
Ele pegou — mas não foi só o copo que ele pegou. A mão grande dele roçou na dela, subiu pelo pulso, e num segundo estavam um diante do outro, a respiração pesada.
— Se a senhora disser que não... eu paro — disse ele, voz baixa, rouca.
Ela não disse nada. Só tirou o chapéu da cabeça e o jogou no chão da cozinha. Miguel a agarrou pela cintura, puxando com força contra o corpo dele. Os lábios se encontraram com fome, dentes, língua, desejo acumulado. Júlia gemeu contra a boca dele enquanto ele a empurrava até o balcão, mãos ágeis subindo pela saia, puxando a calcinha de lado.
— Aqui mesmo? — ele perguntou, arfando.
— Aqui — ela respondeu, já abrindo as pernas.
Ele a penetrou com força, sem cerimônia, e ela jogou a cabeça para trás, soltando um gemido abafado. A sensação da madeira fria nas costas e do calor dele na frente era intensa, contrastante. Ele a segurava firme pelas coxas, entrando fundo, ritmado como o vai e vem das colheitadeiras lá fora. O cheiro de milho, suor e desejo misturava-se ao barulho abafado da casa.
Júlia gozou primeiro — tremendo, agarrada aos ombros dele como se o mundo fosse desabar. Ele veio logo depois, grunhindo no pescoço dela, como um animal finalmente solto.
Depois, ainda ofegante, ela se ajeitou, pegou o chapéu do chão, colocou de volta na cabeça e sorriu.
— Pode voltar pro campo, Miguel. A colheita só tá começando.
Nos dias seguintes, Júlia não dormia direito. Era como se o corpo dela tivesse acordado de um sono longo. E o responsável por isso andava de botas sujas e costas largas pelos campos de milho.
Durante o dia, fingia normalidade. Fazia o café dos peões, sorria com moderação, evitava contato visual. Mas à noite…Ah, à noite, o corpo dela ardia, exigia.
Foi na terceira tarde, logo após o almoço, que ela viu Miguel indo sozinho para o celeiro. Esperou alguns minutos, olhou ao redor, e seguiu atrás. O sol entrava pelas frestas do telhado, desenhando riscos dourados no chão de terra. Miguel estava mexendo num saco de ração quando a viu.
— Dona Júlia… — começou.
— Cale a boca. — disse ela, trancando a porta atrás de si.
Ela o empurrou contra o feno e o beijou com violência. O gosto de suor e desejo já era familiar. Dessa vez, quem comandava era ela. Abaixou a calça do peão, liberou a benga e começou a chupar. Chupar sem se incomodar com o cheiro e sabor da rola — aliás, tudo dava tesão.
Era pra gozar na boca mesmo, com o desdém de que toda mulher adúltera merece ter. Mas Miguel não gozou, e era porque queria comer o rabo da patroa antes que o patrão voltasse — Júlia soube depois.
O corpo dele era firme, marcado de trabalho, com aquela brutalidade masculina que a excitava profundamente. Ela se despiu devagar, deixando a saia escorregar até o chão, revelando que não usava nada por baixo.
— Você anda me tirando o sono, seu desgraçado — ela disse, sentando-se sobre ele, encaixando-se com precisão e gemendo fundo.
Montou nele com fome. O barulho do feno sob os corpos, os gemidos abafados, o rangido da madeira velha. O risco de alguém ouvir só tornava tudo mais intenso. Miguel segurava suas coxas, mas era Júlia quem ditava o ritmo. Cavalgava com intensidade, os seios balançando livres, os olhos fechados em êxtase.
— Você gosta assim? — ela sussurrava, entre gemidos. — Gosta de comer a mulher do patrão como se ela fosse tua?
Miguel não respondeu. Virou a dona nos 180 graus, e suspendendo-a procurava encaixar no orifício de trás. Júlia obedeceu, e recebeu o majestoso no reto. Ele grunhia em resposta, arfando, prestes a perder o controle.
Quando ambos gozam, foi alto — tão alto que um corvo que dormia no alto da viga bateu asas e voou.
Chutaram a porta do celeiro, e mais 4 peões se apresentaram, oficializando o flagrante. Júlia, ainda arfante com o que acabara de acontecer, olhou para os volumes das calças apertadas, e julgou ser tesão sobre ela.
A maior colheita do produto dos “milhos” ainda estava por vir.