No dia seguinte, chegaram flores.
Um buquê grande, lindo, escolhido com um cuidado que me desconcertou.
Veio com um cartão delicado, cheio de palavras que me davam mais vertigem do que prazer:
“Você é maravilhosa.” Fechei o cartão com raiva. Raiva de quê? Nem eu sabia. Talvez por ele ter sido gentil. Talvez por eu não querer lidar com o fato de que, pra ele, não tinha sido só sexo. Talvez por eu estar dolorida — no corpo e no orgulho — e não querer flores, nem ternura, nem nada que cheirasse a afeto.
Respondi a mensagem com frieza. Agradeci, mas cortei qualquer tentativa de papo mais doce. Não queria conversa. Não queria vínculo. Queria guardar o prazer e esquecer o resto.
Nos encontramos novamente em uns 10 dias. Aceitei com a mesma lógica: “É só tesão. Só corpo. Nada mais.”
Nos encontramos no mesmo lugar. Dessa vez, entrei no quarto antes dele e tirei a roupa com calma. Mas não me deitei. Quando ele entrou, estava sentado na beirada da cama.
Me olhou com aquele sorriso que ele tinha — meio homem, meio bicho.
Fui até ele, montei no colo devagar. De frente. A calcinha ainda no lugar. Friccionei meu quadril contra o volume já evidente dentro da calça dele. Ele fechou os olhos e gemeu baixo.
— Tava com saudade disso? — sussurrei no ouvido dele.
Não esperou resposta. Segurei o rosto dele com as duas mãos e o beijei com força.
Enquanto ele ainda me beijava de volta, comecei a mover o quadril — lenta, ritmadamente, deixando ele sentir a pressão da minha menina contra o pau dele, ainda coberto. Ele me agarrava forte pela cintura, mas deixava que eu conduzisse.
Depois levantei, virei de costas e tirei a calcinha. Ele ajoelhou atrás de mim, passou a língua devagar entre as minhas pernas, e já veio com os dedos em seguida. Me chupou com entrega. Me fez gozar ali mesmo, de pé e com a respiração descompassada. Molhei o chão
Me carregou até a cama, me deitou, me penetrou com firmeza. Cada estocada vinha com intenção. Ele me fodia com prazer, mas também com reverência. Como quem queria marcar território sem roubar espaço.
Quando terminamos, ele se deitou ao meu lado. Ofereceu água. Alisou meu cabelo.
— Você relaxa de um jeito lindo depois que goza — ele disse.
Eu fingi que não ouvi. Levantei, fui pro banho. Me vesti sem pressa, mas com pouca conversa.
Na saída, ele me olhou como quem esperava algo. Talvez um beijo. Talvez só um gesto. Mas eu disse apenas:
— Até a próxima.
E fui embora com a certeza de que estava no controle.
Ironia, né?
Ele dentro de mim,
e eu ainda me achando inatingível.
Continua...