O SABOR DE UMA DOCE VINGANÇA! PRÓLOGO - SEGUNDA TEMPORADA

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1419 palavras
Data: 02/05/2025 20:57:48
Última revisão: 02/05/2025 21:05:38
Assuntos: Gay

Sem dizer nada, Thales atravessou o cômodo, e antes que eu pudesse abrir a boca a mão dele estalou na minha cara, virando meu rosto com a força do tapa. Ardeu. Doeu. Mas mais do que a dor física, foi o choque. O ódio nos olhos dele me encarando como se eu fosse um monstro.

— Acha que eu sou idiota, Pedro? — ele rosnou. — Acha que ninguém ia perceber?

Cuspi no chão, sangue escorrendo no canto da boca. Meu coração disparava, mas eu tentei manter a calma. Ele não podia saber. Não tudo.

— Eu não fiz nada, murmurei. Não matei ninguém.

Thales riu. Um riso frio, vazio.

— Ah, claro que fez. Talvez não com as próprias mãos... mas você tá por trás disso sim. Voltou pra cá só por um motivo: vingança.— Ele me deu outro tapa, ainda mais forte. — E Gabriel pagou o preço, não foi?

A raiva subiu no meu peito, mas segurei. Não era hora de perder o controle.

— Você tá louco...

— Louco?— ele se abaixou, os olhos quase colados nos meus. — Você sumiu por anos. Aparece agora, com grana, com essa sorveteria ridícula, e começa a se aproximar de todo mundo? Achou mesmo que eu não ia ligar os pontos?

Fiquei quieto. Parte de mim queria gritar, outra queria chorar. Mas o que restava era o silêncio. Um silêncio que sabia demais.

— Você nunca esqueceu o que a gente fez com você na escola, ele sussurrou. — E agora tá voltando, um por um. O próximo sou eu, não é? Ou é o Mateus?

O nome dele me acertou como um soco no estômago. Mateus.

Thales percebeu.

— Ele não sabe quem você é de verdade. Ainda não. Mas quando souber... vamos ver se ele ainda vai ficar do seu lado. - O barulho de um celular tocando o interrompeu!

Ele me lançou um último olhar e saiu, batendo a porta. Fiquei ali, respirando com dificuldade, preso na cadeira, com o rosto ardendo e o passado me esmagando como uma avalanche.

Eu não tinha matado Gabriel.

Meu rosto ainda ardia. Cada batida do meu coração parecia ecoar dentro do crânio, misturada com a dor dos tapas e o gosto seco de sangue na boca. Mas havia algo pior do que tudo isso: a sensação de estar acuado, de novo, como um garoto indefeso diante dos monstros do passado.

Thales voltou.

Dessa vez, mais calmo — o que era ainda mais assustador.

Ele encostou na parede, cruzou os braços e me olhou como se estivesse analisando uma peça que ele próprio esculpiu.

— Eu sabia que você tava afim de vingança desde o primeiro dia em que entrou naquela academia.— Ele sorriu, debochado. — Por isso aceitei ser seu personal trainer. Quis ficar de olho. Meus informantes já tinham me alertado sobre você, Pedro. Sobre sua volta. Sobre o que andava pesquisando antes de abrir a sorveteria.

Informantes.

Então era isso. Desde o começo, ele já estava me vigiando.

— Você se escondeu bem, vou admitir. Até ficou bonito com esse maxilar novo, essa barba, esse corpo… Mas por dentro, ainda é o mesmo moleque magrelo e chorão de antes, né?

Eu sorri. Pela primeira vez desde que ele começou a falar, eu sorri.

Enquanto ele falava, enquanto se exibia como o predador que achava que era, eu vinha trabalhando discretamente nas cordas. E agora, finalmente, senti o último nó ceder. Meus pulsos estavam livres.

E ele nem percebeu.

— Tem razão, murmurei, cabeça baixa. — Eu era só um moleque. Mas eu mudei.

Levantei num pulo, tão rápido que vi o susto nos olhos dele antes do primeiro golpe acertar sua garganta. Ele cambaleou. Aproveitei a brecha e acertei um direto no estômago, seguido de um giro rápido com o cotovelo no queixo. Treinamento. Anos de krav maga, jiu-jitsu, muay thai. Eu me preparei pra isso. Pra me defender. Pra não ser mais a vítima.

Thales caiu no chão, desacordado.

Ofegante, me ajoelhei ao lado dele, verifiquei sua respiração. Ainda vivo. Que bom. Eu tinha planos pra ele.

Peguei meu celular escondido na sola do tênis — colado com fita. Liguei para o único número que eu sabia que atenderia sem perguntas.

— É o Pedro. Preciso de um carro agora. E um esconderijo. Um lugar seguro. Tranquei um problema — e vou levá-lo até aí.

A voz do meu advogado do outro lado foi curta, eficiente:

— Te encontro em vinte minutos atrás da antiga fábrica de cerâmica. Carro preto, vidro fumê. Só venha com cuidado.

Desliguei, olhei para o corpo desacordado no chão e respirei fundo.

Agora o jogo tinha virado. E Thales, o valentão da escola, ia aprender do pior jeito que quem brinca com fogo... às vezes acaba queimadoO chão de concreto frio fazia minhas costas reclamarem, mas eu não ligava. Estava escuro, abafado, e o único som além da minha respiração era o do ventilador velho rodando em algum canto do galpão. A sala era minúscula, sem janelas, com paredes brutas de concreto e apenas uma única porta de metal fechada atrás de mim. A única coisa que importava agora era o que estava à minha frente.

Thales.

Acordado. Amarrado. Com os braços presos acima da cabeça e os tornozelos firmemente atados às pernas da cadeira. Ainda grogue, mas já começando a entender que a situação havia mudado completamente.

E foi aí que eu comecei a rir.

Primeiro baixo, contido. Mas conforme os olhos dele me encontraram e a expressão de confusão se misturou com medo, a risada cresceu. Virou uma gargalhada. Histérica. Ecoando naquele espaço sufocante. Uma catarse que queimava minha garganta e minha mente.

— Olha só quem é o ratinho agora... — sussurrei, me aproximando devagar.

Ele tentou se mover, mas a corda nem cedeu. E foi então que, sem aviso, estapeei seu rosto com força, o som estalando no ar abafado. O pescoço dele virou pro lado, e ele ficou paralisado por um segundo, atordoado.

— Você não entendeu ainda? Você está nas minhas mãos Thales.— sorri, os olhos ardendo. — Sabe quantas vezes eu sonhei com isso? Com você preso. Com você indefeso. Igualzinho a mim, anos atrás. Quando você puxava meu cabelo no corredor da escola. Quando me trancava no banheiro e ria com o Gabriel e o resto dos seus amiguinhos de merda.

Ele tentou grunhir alguma coisa, mas a mordaça abafava tudo.

— Shhh... agora você vai ouvir.— Dei outro tapa, mais seco, na bochecha do outro lado. — Isso é só o começo.

Eu andava em círculos, rindo. Uma risada seca, cortante, que saía da minha garganta como se eu estivesse cuspindo anos de dor. Me aproximei de Thales, com os olhos ardendo, e me agachei bem na frente dele.

— Você tá achando que isso aqui é o quê? Um joguinho? Uma brincadeira?— cuspi as palavras, com a saliva quase espirrando no rosto dele. — Eu vou deixar você apodrecer aqui dentro. Vai passar fome, sede… vai implorar por migalhas! E eu? Eu vou estar aqui, assistindo cada segundo, rindo igual agora.

Dei um tapa forte na bochecha dele, só pra ver o pescoço girar com o impacto. A pele já começava a avermelhar. Eu sorri.

— E não vai parar por aí não, meu ratinho. — comecei a rir alto, descompassado, histérico. — Eu vou bater em você. Vou te deixar roxo, quebrado, implorando pra que eu pare. Mas eu não vou parar. Eu vou mijar em você, Thales. Isso mesmo. Mijar em você como se você fosse um canto sujo de rua, um bicho no esgoto!

Me levantei de repente, chutando a cadeira. Ele grunhiu. Eu gargalhei ainda mais alto, sem conseguir conter.

— Você destruiu minha vida, lembra? Na escola, nas piadas, nas porradas. Agora é minha vez. Eu vou fazer da sua vida um caos. Ninguém vai te achar. Ninguém vai te salvar. Vai sumir no mundo como o lixo que sempre foi!

Meus olhos tremiam, meu peito subia e descia como se eu estivesse num transe. E talvez estivesse mesmo.

Então virei as costas, caminhando lentamente pelo cômodo. O silêncio dele era música. A tensão, alimento.

A caçada tinha acabado.

Agora era a vez do caçador.

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**AVISO IMPORTANTE AOS LEITORES**

Amor Sob Regime Fechado e "O Sabor de uma Doce Vingança" são histórias diferentes, com tramas, personagens e focos distintos.

Apesar de se passarem no mesmo universo e haver momentos em que os caminhos se cruzam, cada obra pode ser lida de forma independente, sem a necessidade de acompanhar a outra para compreender a história.

Sinta-se à vontade para mergulhar nas duas narrativas, ou escolher a que mais combina com você. O importante é aproveitar a jornada!

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Comentários

Foto de perfil de Xandão Sá

sensacional a virada na história!!!!!!!!!!!! ansiando pelos próximos capítulos

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