O ar frio da noite e incitante, incomum para a cidade, parecia intensificar o calor que emanava dos corpos de Hana e Rosé. O vinho tinha cumprido seu papel, dissolvendo as últimas barreiras da hesitação, deixando apenas a urgência crua do desejo que pulsava entre elas. As velas tremeluziam, testemunhas silenciosas da tensão que chegava ao seu ápice.
O beijo delas, antes uma explosão de anseio, agora se aprofundava em algo mais íntimo, uma exploração lenta e possessiva. As mãos, antes tímidas, agora mapeavam contornos com uma confiança febril. Rosé afastou-se minimamente, apenas o suficiente para que seus olhos encontrassem os de Hana na penumbra. Havia uma pergunta silenciosa ali, um convite para ir além, para se entregarem completamente àquele momento visceral.
Hana respondeu sem palavras. Seus dedos trêmulos, guiados por uma necessidade avassaladora, encontraram a alça fina do vestido de Rosé. O tecido deslizou pelo ombro com uma facilidade quase reverente, revelando a pele macia e quente por baixo. Rosé prendeu a respiração, um arrepio percorrendo seu corpo, não de frio, mas da pura eletricidade do toque de Hana.
Encorajada, Rosé levou as mãos ao vestido de Hana. O zíper desceu lentamente, o som quase imperceptível amplificado no silêncio carregado. Cada centímetro de pele exposta era uma nova descoberta, um novo território nesse pecado compartilhado. O frio da noite encontrou a pele nua delas, mas era rapidamente esquecido, substituído pelo calor que irradiava de dentro, do centro do desejo que as consumia. Dedos desbravando intimidades úmidas, vertendo o puro néctar, em brilhos de diamante.
Num acordo tácito, os tecidos restantes foram abandonados. Roupas caíram ao chão como folhas secas, símbolos das inibições descartadas, deixando-as expostas, vulneráveis e incrivelmente presentes uma para a outra. A luz das velas dançava sobre suas formas, sombreando curvas, acentuando a beleza crua da entrega.
Não havia vergonha, apenas a intensidade do momento. Olharam-se, não apenas os corpos nus, mas as almas despidas naquele instante. Era um encontro que transcendia o físico, tornando-se algo quase sagrado em sua profanidade. O ar estava pesado com o cheiro do vinho, do perfume delas e da excitação palpável. A noite fria lá fora era um mero detalhe distante; ali, naquele espaço confinado pela paixão, apenas o fogo importava. A pele encontrou pele, um contato que prometia explorar as profundezas daquele desejo intenso e visceral.