Minha namorada foi para a faculdade.

Um conto erótico de Coisadinho
Categoria: Heterossexual
Contém 854 palavras
Data: 12/05/2025 20:44:45

Me chamo Miguel, tenho 23 anos, e se eu fosse me descrever de forma honesta, diria que sou um cara normal. Tenho 1,69m de altura, sou magro, com cara de nerd — óculos, cabelo meio balançado e um jeito meio introspectivo. Nunca fui do tipo que chamava atenção nas festas, mas sempre me considerei “gente boa”. Costumo conquistar as pessoas pelo papo, não pelo físico.

Conheci a Fernanda, quando ela chegou transferida para a minha escola. Desde o primeiro dia, parecia que todas as atenções estavam nela — loira, 1,72, olhos verdes como se alguém tivesse desenhado com capricho demais, sorriso de comercial de pasta de dente e um corpo que faria qualquer modelo repensar a própria autoestima.

Nós nos aproximamos por causa de um trabalho de física. Eu sempre fui bom com números e lógica, e parece que isso chamou a atenção dela. Em menos de três meses, a amizade virou namoro. Eu me sentia sortudo, quase vivendo uma fantasia adolescente.

Fernanda nunca fez o jeito extrovertido, era séria, focada nos estudos e muito responsável em todas as áreas. Mas na cama meus amigos, era um verdadeiro furacão, faziamos sexo quase todos os dias e rolava quase de tudo, ela só nunca quis fazer anal porque tinha medo de doer.

Tudo corria bem... até chegar o famigerado último ano do ensino médio.

— Miguel, já decidiu pra qual faculdade vai prestar? — ela perguntou certa noite, enquanto revisávamos uns exercícios de vestibular no meu quarto.

— Acho que vou ficar por aqui mesmo. Ciência da Computação na estadual da cidade. E você?

Ela sorriu, mas era um sorriso que escondia um nervosismo.

— Direito... na Federal do interior. Aquela, sabe? A mais renomada do estado. Fica... tipo, 600 km daqui.

Fiquei em silêncio. Sabia da ambição dela, do sonho antigo de ser advogada. Apoiei de início, claro. Mas conforme os dias passavam, o medo de perdê-la ia crescendo por dentro, como uma bola de neve silenciosa.

— Vai ser bom pra gente, Miguel — ela dizia sempre que eu trazia o assunto à tona. — A distância fortalece o amor. E, olha, você sabe que sou fiel. Nunca te dei motivo pra desconfiar.

Acreditei. Porque queria acreditar.

Ambos fomos aprovados nas universidades que queríamos. As aulas dela começariam uma semana antes das minhas, então resolvi acompanhá-la até a nova cidade, ajudar com a mudança, conhecer o novo mundo em que ela viveria.

A cidade era pequena, pouco mais de 60 mil habitantes. Pacata, quase parada no tempo. Tudo girava em torno da faculdade, o orgulho local. O apartamento que ela alugou era simples, mas confortável. Subimos com as malas, ajeitamos as coisas, e depois decidimos conhecer o campus.

Lá, fomos recepcionados por uma comitiva de veteranos. Todos vestidos com camisetas do curso, clima de festa no ar, mas com um respeito que me surpreendeu.

E foi ali que conheci Paulo.

Um veterano de Direito, claramente o líder da galera. Paulo era impossível de ignorar: negro, uns 2 metros de altura, ombros largos, músculos saltando pela camiseta justa. Ele parecia mais um atleta olímpico do que um futuro advogado. Não vou mentir — me senti pequeno. Muito pequeno.

— Fala, casal! Bem-vindos ao nosso humilde inferno universitário — ele disse com um sorriso amigável, estendendo a mão pra mim. Aperto firme. — Eu sou o Paulo, veterano do Direito. Qualquer coisa que precisarem, tô por aqui.

Surpreendentemente, ele foi extremamente respeitoso, até comigo. Me tratou como um igual, elogiou minha atitude de vir ajudar a Fernanda na mudança, e ainda soltou:

— Quando voltar pra visitar a patroa, já sabe: churrasco, cerveja e zoeira. Tá convidado.

De certa forma, a recepção calorosa me tranquilizou. Saí de lá achando que talvez... só talvez... tudo fosse dar certo.

Até que um dos veteranos comentou sobre a tradicional Festa dos Calouros.

Três dias. Música alta, bebida liberada, provas malucas e, claro, o famigerado concurso Miss Bixete, onde uma das calouras era escolhida como "a cara da universidade".

Pensei que Fernanda não daria a mínima. Ela nunca foi do tipo baladeira.

Mas eu estava errado.

— Ai, Miguel! Eu vou me inscrever! — disse, empolgada, com os olhos brilhando. — Imagina que incrível já começar conhecida, popular! Vai ser épico!

Fiquei em choque. Aquilo não parecia ela.

Mais tarde, de volta ao apartamento, tentei conversar.

— Nanda, olha... esse negócio de concurso, essas festas... você sabe como essas coisas são. Não acho uma boa ideia.

Ela se virou de costas, mexendo nas coisas dela, já impaciente.

— Ah, pronto. Já começou.

— Não é isso. É só que... esse tipo de ambiente é cheio de excessos, sabe? Bebida, gente que você nem conhece...

Ela me cortou com a voz dura:

— O que você quer, Miguel? Que eu me isole? Que volte pra cidade e fique do seu lado como uma sombra? Eu também tenho o direito de crescer, de aproveitar a faculdade!

— Eu só tô tentando proteger a gente...

— Não. Você tá tentando me prender.

O silêncio caiu entre nós. Eu podia ver nos olhos dela: mágoa e raiva misturadas.

— Tá bom — suspirei. — Se é isso que você quer... vai fundo. Eu apoio.

Mas por dentro, eu já sentia que alguma coisa tinha começado a mudar.

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Comentários

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Ótimo início de conto, já viciei, sugiro que escreva mais nos próximos e não demore muito de postar

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