A nova pescaria com o Ademar e o doutor Ernesto nunca aconteceu, agradeci e disse que gostei muito mas não era o momento. O Quinzão, o seu Ramón e o delegado ficaram na lembrança. O monsenhor Hamilton e o Mani passaram a ser meus parceiros mais constantes, eu os visitava uma vez a cada 2 semanas, revezando entre um e o outro. Reduzi essas brincadeiras para manter o foco nos estudos. Eu somente os procurava alguém quando o tesão aumentava muito.
Mas havia um outro motivo: apesar desses homens me agradarem, eu queria algo que eles não podiam me dar: eu começava a sentir falta do amor e somente um homem me dava esta sensação, o professor Ryan, que sofria a dor da separação que diminuíra muito sua libido. O que eu podia dar à ele era meu apoio, meu carinho e meu ombro amigo.
Ele evitou, ao máximo, deixar a notícia da separação se espalhar mas naquela cidade pequena era impossível. Em menos de um mês Lúcia havia partido e ele ficara só. Minha mãe, como boa italiana, fez com que ele se aproximasse mais da nossa família e, sem se dar conta do que sentíamos um pelo outro, pedia para eu fazer-lhe companhia, para evitar a solidão. Ele ia à missa e se sentava junto à nós e minha mãe fazia com que ele almoçasse conosco todos os Domingos e, ainda, levasse o jantar para sua casa. Ele passava a tarde toda de Domingo conversando comigo na varanda, muitas vezes, na companhia do meu pai e/ou da minha mãe.
O que ajudou em sua recuperação foi seu livro, o lançamento na feira foi um sucesso, a editora fez uma grande campanha em nível nacional e convenceu uma quantidade surpreendente de colégios a adotarem o livro que já estava na segunda edição, 30 dias depois de lançado. Então, no final do último trimestre ele passou em minha casa em uma sexta-feira para jantar e pediu que eu fosse no sábado de manhã ajudá-lo a limpar e organizar seu quarto das miniaturas, literalmente abandonado desde a separação. Minha mãe fez questão que eu fosse e disse para não se preocupar com o almoço pois eu levaria um lanche que ela prepararia. Minha mãe estava muito feliz por ver seu “filho adotado” saindo da depressão.
A euforia foi tanta que ela me acordou no Sábado para que eu não me atrasasse, entregou uma cesta com muita comida e bebida e falou para eu chegar cedo pois o café da manhã estava na cesta, junto com o almoço e o lanche da tarde. Fiquei impressionado e parti para a casa dele rapidamente.
Ele me aguardava de banho tomado, barba feita e bem vestido, notei que algo mudou. Entrei e ele fechou a porta, dizendo de maneira formal:
— Obrigado por ter vindo, obrigado pelo apoio que me deu, enfim, obrigado por tudo! — Não sei bem o que ele queria, não sei se estava envergonhado pela situação mas eu não esperei nem mais um segundo e, abraçando-o com força, comecei a beijá-lo.
— Ah, Pedrinho, meu Pedrinho! Achei que não me quisesse mais pois nunca mais me procurou…
— Não te procurei como amante pois sabia que não tinha cabeça para o sexo, mas fiquei ao teu lado dando todo o apoio que podia dar. — Disse e continuei: — Da forma que deve ser, na alegria ou na tristeza! — Ele me olhou fundo nos olhos e suas lágrima começaram a cair, não falamos mais nada e nos demos o prazer que nossos corpos há muito não experimentavam juntos.
Ele começou beijando minha boca enquanto me abraçava e acariciava minhas costas, eu o abracei também e lhe acariciei a nuca enquanto recebia sua língua. Depois ele começou a beijar meu pescoço e minha orelha, carícias que me enchiam de tesão. Ele começou a tirar a minha camisa e, assim que terminou, começou a beijar e lamber meus mamilos, demonstrando quanto tempo ele esperava por isso. Ele me virou de costas e começou a beijar meus ombros enquanto se esfregava em mim. Eu comecei a rebolar de forma a sentir seu mastro que já estava totalmente ereto. Então eu o virei de frente e tirei sua camisa, peguei em sua mão e o levei até o quarto de hóspedes, mas ele parou no meio do corretor e mudou o caminha em direção ao seu quarto, que ele havia redecorado e tirado todas as lembranças do casamento. Então ele me sentou em sua cama e eu abri a sua calça para apreciar aquele membro saudoso que coloquei em minha boca e suguei com força.
Depois de algum tempo recebendo essa carícia, ele terminou de tirar minhas roupas e, assim, ficamos nos acariciando por algum tempo até que ele me deitou e se posicionou ao meu lado. Ele me olhou nos olhos, deu um sorriso e voltou a me beijar, descendo a sua boca até meu peito, onde investiu algum tempo lambendo meus mamilos novamente e, então, continuou o caminho parando em minha barriga para mais algumas carícias orais e, então, colocou meu instrumento em sua boca e mamou com prazer, foi uma sensação incrível e fizemos um “69“ onde dedicamos nosso tempo em dar prazer ao outro até que ele abriu minhas pernas e suas línguas procurar o meu orifício, que passou a lamber e acariciar com a ponta de sua língua.
Eu estava totalmente possuído pelo tesão e me posicionei na cama de forma recebê-lo dentro de mim, ficando de quatro com a barriga apoiado na minhas coxas e meu traseiro apontando para o teto. Ele fez mais alguns carinhos com sua língua e dedos e, buscando matar a vontade, se ajoelhou atrás de mim e me penetrou lentamente, aguardando meus movimentos que ajudavam a encaixa-lo dentro de mim.
Que saudade eu tinha daquele mastro! Começamos, então, a nossa dança, eu mexendo o traseiro de forma a sentir todo o seu membro dentro de mim, enquanto ele fazia movimentos lentos para frente para trás, até que foram acelerando e ele começou a gemer forte, acompanhando os meus gemidos de prazer. Então ele explodiu em êxtase e me encheu com seu leite que há tempos eu aguardava. Então ele se deitou sobre mim e ficamos assim, em silêncio aproveitando as últimas gotas de adrenalina que ainda se espalhava por nossos corpos. A paz nos invadiu de tal forma que cochilamos por uns 20 minutos. Ele foi o primeiro a acordar e sair de cima de mim, deitando ao meu lado e observando o meu sono até que eu acordei e ele me deu um beijo suave nos lábios, dizendo:
— Há muito ansiava por isso! Eu achava que ia ser bom mas foi muito melhor do que eu imaginava... — Eu sorri e respondi:
— Eu também esperava por isso ansiosamente e, também acho que foi melhor do que eu imaginava. — Ficamos mais um tempo assim na cama, um admirando o outro e trocando pequenas carícias nos cabelos intercaladas com leve beijos nos lábios. Somente então nos duchamos e fomos tomar o café da manhã.
Durante o café, ele começou a contar seus planos:
— Pedrinho, não conte para ninguém ainda mas fui convidado a lecionar em uma universidade na capital. Na verdade, eu serei o dono da cadeira e líder das pesquisas em física. Este é meu último ano na cidade. Na verdade, espero que você aceite meu convite e, desta maneira, este será o nosso último ano na cidade... — Ele me pegou de surpresa e me deixou um pouco assustado:
— Mas você vai embora? Depois do que acabou de acontecer? Eu não quero mais ficar longe de você! — Ele sorriu e insistiu:
— Acho que você não me ouviu corretamente, meu querido Pedrinho. Eu disse que nós vamos embora juntos. Isso é, se você concordar!
— Mas o que diremos para minha família e para as pessoas da cidade? — Perguntei preocupado e ele, me acalmou dizendo:
— Diremos a verdade. Fui contratado pela Universidade e consegui uma vaga para você estudar lá e trabalhar no laboratório de pesquisa. Esta será a resposta que daremos a todos. — E completou o plano:
— você irá morar na universidade assim como eu! Durante os estudos você trabalhará no laboratório e ganhará uma verba pelos trabalhos desenvolvidos. Ao final do ensino superior, você estará aptos para fazer seu doutorado e, com isso, continuará tendo uma vaga no laboratório de pesquisas da universidade, além de lecionar. Com isso, ficaremos juntos sem chamar a atenção de ninguém, nem na universidade e nem aqui nesta cidade pequena. — A ideia parece boa mas pensei que meus pais:
— Será que meus pais vão acreditar?
— Creio que sim, somos praticamente irmãos e seus pais confiam em mim.— Eu sorri, fiz a maior cara de pau e perguntei:
— isto seria um pedido de casamento? — Ele se levantou e veio até mim isso e se ajoelhou, dizendo:
— Pedrinho, quer passar o resto dos seus dias ao meu lado? prometo te amar e te proteger de tudo de todos. — Eu dei um sorriso e respondi com uma pergunta:
— meu carro Ryan, quer se casar comigo? Prometo te amar e te proteger de tudo e de todos também! — Ele me abraçou e me beijou e voltamos para cama onde eu recebi um gostoso “boquete” do meu noivo antes de penetra-lo com muito carinho.
Por volta do meio-dia, ele se levantou, dizendo:
— Vamos! Temos que começar a encaixotar as coisas pois nós nos mudaremos depois do natal! — tomamos uma nova ducha e fomos trabalhar, adiantamos o máximo possível o encaixotamento de suas coisas durante à tarde e namoramos mais um pouco antes do voltar para minha casa.
No Domingo, ele chegou muito contente na igreja e se sentou conosco, cumprimentando a todos que via pela frente, demonstrando estar muito feliz. Como já era tradição, ele foi almoçar conosco e durante a tarde aproveitou o bate-papo da varanda para contar a novidade aos nossos pais. Minha mãe ficou contente e triste ao mesmo tempo e traduziu com as seguintes palavras:
— Vou ficar triste por ficar longe de vocês mas eu sabia que isso iria acontecer um dia, mas me prometam uma coisa: quero que vocês dois me visitem sempre, e que passem as férias aqui conosco. O professor tomou a palavra e respondeu por nós dois:
— Isto com certeza acontecerá! Sempre que houver um feriado estaremos aqui! Eu pretendo manter a casa mas vou pedir para vocês cuidarem dela por mim, vou contratar uma faxineira e um jardineiro para mante-la sempre pronta. — Meu pai, que ouvia tudo com uma expressão diferente no rosto, finalmente falou:
— Fico feliz pela decisão tomada pois, acreditem, foi a melhor possível! — E falou uma frase que não cabia muito no momento mas que saiu involuntariamente do seu subconsciente:
— Não estou perdendo um filho, estou ganhando um! — E se levantou e, indo em direção ao Ryan que também se levantou e o recebeu com um forte abraço. Minha mãe achou um tanto estranho mas não falou nada, com certeza deixou para especular no quarto, a sós com meu pai.
O tempo passou muito rápido. Em pouco tempo me vi morando junto com o Ryan em um apartamento muito próximo da Universidade que, providencialmente, foi uma opção melhor. Quando me formei passamos para um maior e quando o Ryan assumiu a Reitoria, um maior ainda. Hoje sou um doutor e minhas pesquisas são financiadas pela universidade e pela iniciativa privada. Construímos um belo ciclo de amizade e continuamos a visitar aquela cidade que já nem é tão pequena, mas que guarda as recordações de como tudo começou.
Fim