Após o almoço, enquanto o sol continuava a queimar o deque, Júlia e Safira se levantaram da mesa, ainda de mãos dadas, os biquínis minúsculos brilhando sob a luz. Safira, com o rosto marcado pela confissão de Júlia, parecia mais leve, mas seus olhos carregavam uma vulnerabilidade que não escondia. Júlia, por sua vez, mantinha um ar de desafio, mas a energia provocadora havia diminuído após minha decisão firme. “Vamos pro quarto descansar um pouco,” disse Júlia, puxando Safira suavemente. Elas saíram, os passos ecoando na casa, deixando-me sozinho com Helena.
Helena começou a recolher os pratos, o biquíni fio-dental vermelho destacando cada curva do seu corpo enquanto se movia, mas seus movimentos eram mecânicos, como se tentasse evitar o inevitável. Decidi cortar o silêncio, sentindo que era agora ou nunca. “Mãe,” comecei, a voz rouca, mas firme, levantando-me para encará-la. “Eu estava perdido. Esses dias, com Júlia, com Safira… eu não sabia o que queria, mas agora sei. Não quero ninguém além de você. Você é tudo pra mim, não só como mãe, mas como a mulher que eu amo. Quero você, quero viver com você, como disse antes, mudar pra um lugar onde possamos ser livres. Eu escolhi, mãe. É você.”
Helena parou, o prato que segurava tremendo levemente em suas mãos. Ela colocou-o na mesa com cuidado, respirando fundo, os olhos encontrando os meus com uma intensidade que fez meu coração disparar. Quando falou, sua voz era suave, mas carregada de uma paixão contida e uma vulnerabilidade que raramente mostrava. “Filho… desde o dia em que você fez aquela primeira massagem em mim, lá em casa, eu te queria. Não apenas como meu filho, mas como homem, como amante. Cada toque seu acendia algo em mim que eu não podia ignorar. Mas quando vi o que você e a Júlia estavam fazendo aqui, no deque, meu mundo desmoronou. Senti que estava te perdendo, que tudo o que tínhamos era uma ilusão.”
Ela fez uma pausa, os olhos brilhando com lágrimas que se recusavam a cair, e continuou, a voz agora mais firme. “Vou ser sincera, Cauã. Se fosse qualquer outro homem, hoje nós não estaríamos tendo essa conversa. Não haveria mais relação, nem amor, nem nada. Mas você é meu filho, e o amor de mãe falou mais alto. Pensei que não seria justo te prender, te impedir de viver sua vida antes de fazer sua escolha. Eu vivi a minha, fiz minhas escolhas, mesmo que não tenham sido boas, como com Ricardo. Então, achei que precisava te deixar viver, experimentar, decidir por você mesmo. Por isso deixei as coisas como estão, mesmo que doesse, mesmo que a ideia de te dividir com Safira, com Júlia, nunca me confortasse. Não me conforta.”
Helena deu um passo à frente, os olhos fixos nos meus, a voz baixando para um tom quase sussurrado, cheio de emoção. “Mas, Cauã, ainda não tenho certeza se é isso que você realmente quer. Você diz que me escolheu, mas palavras não bastam. Preciso ver, sentir que é verdade, que você está decidido por mim e por ninguém mais. Se eu perceber isso, se eu tiver certeza, eu aceito sua proposta. Podemos mudar, viver como casal, longe de tudo, livres. Mas isso depende de você, só de você. Suas ações vão me mostrar.”
Ela suspirou, um misto de alívio e peso, e virou-se para continuar recolhendo os pratos. “Agora deixa eu acabar de limpar aqui,” disse, a voz mais leve, mas com uma barreira sutil que indicava que a conversa, por ora, estava encerrada.
Eu fiquei parado, o coração disparado, as palavras dela ecoando na minha mente. A possibilidade de tê-la, de viver com ela como casal, estava ali, ao meu alcance, mas dependia de mim provar minha escolha. O desejo de correr até ela, de beijá-la, de mostrar com meu corpo o que sentia, era quase insuportável, mas sabia que precisava respeitar o espaço que ela pedia. Voltei ao deque, olhando para a piscina reluzente, sentindo pela primeira vez em muito tempo uma clareza — e a presença de Helena na minha vida, não apenas como mãe, mas como a mulher que eu queria conquistar de verdade.
Após a conversa com Helena, o peso de suas palavras ecoava em minha mente, cada sílaba um desafio que eu sabia que precisava enfrentar. Ela me deu uma chance, mas não era um presente — era uma prova. Eu precisava mostrar, com ações, que minha escolha por ela era absoluta, que o desejo e o amor que sentia não eram apenas impulsos momentâneos, mas uma decisão firme. O sol da tarde continuava a queimar o deque, e enquanto Helena terminava de limpar a cozinha, decidi que começaria agora, naquele exato momento, a provar que ela era minha prioridade.
Voltei para a casa, o coração disparado, mas com uma clareza que não sentia há semanas. Evitei o quarto onde Safira e Júlia estavam, sabendo que qualquer interação com elas poderia ser interpretada como hesitação. Em vez disso, foquei em gestos que mostrassem a Helena o quanto eu a valorizava, não apenas como amante, mas como a mulher que queria ao meu lado. Peguei uma garrafa de vinho branco da geladeira, duas taças, e preparei uma pequena bandeja com queijos e uvas, algo simples, mas que sabia que ela apreciava. Quando ela terminou na cozinha e voltou ao deque, encontrei-a sentada na espreguiçadeira, o biquíni fio-dental vermelho ainda destacando suas curvas sob a luz dourada do fim de tarde.
“Mãe,” chamei, a voz suave, mas firme, aproximando-me com a bandeja. “Quero passar um tempo com você. Só nós dois.” Coloquei a bandeja na mesa ao lado, servindo o vinho e oferecendo uma taça a ela. Helena ergueu uma sobrancelha, os óculos escuros deslizando para a ponta do nariz, mas aceitou a taça, um leve sorriso curvando os lábios. “O que é isso, Cauã?” perguntou, o tom misturando curiosidade e cautela.
“É o começo,” respondi, sentando-me ao lado dela, os olhos fixos nos dela. “Quero te mostrar que escolhi você. Não é só sobre desejo, é sobre cuidar, estar aqui, fazer você se sentir especial. Como você merece.” Toquei sua mão suavemente, um gesto delicado, mas carregado de intenção, e vi os olhos dela suavizarem, embora a guarda ainda estivesse lá.
Ela tomou um gole do vinho, o olhar vagando para o horizonte antes de voltar para mim. “Você sabe que não vai ser fácil, né?” disse ela, a voz baixa. “Júlia não vai desistir tão fácil, e Safira… ela tá confusa, mas te quer também. Você tá pronto pra dizer não a elas, mesmo que tentem te puxar?”
Antes que eu pudesse responder, ouvi passos leves e risadas vindo da casa. Júlia e Safira surgiram no deque, ainda nos biquínis minúsculos, os corpos brilhando de suor após o tempo no quarto. Júlia, com o biquíni azul que mal cobria os seios fartos, caminhou diretamente para mim, o quadril balançando com uma ousadia descarada. “Cauã, que romântico,” provocou, olhando a bandeja de vinho e queijos, o tom carregado de sarcasmo. “Mas sabe, a piscina tá chamando. Por que não vem com a gente? A gente pode… se divertir.” Ela se inclinou, os seios quase roçando meu braço, o sorriso predador nos lábios, claramente testando minha resolução.
Safira, ao lado, parecia menos confiante, mas seus olhos brilhavam com um desejo que não escondia. “É, Cauã, vem com a gente,” disse ela, a voz suave, quase suplicante, ajustando o biquíni rosa que realçava suas curvas suaves.
Senti o olhar de Helena sobre mim, pesado, avaliando cada movimento meu. Era o momento que ela havia previsto, o teste que decidiria se minhas palavras tinham peso. Respirei fundo, endireitando os ombros, e encarei Júlia com firmeza. “Não, Júlia,” disse, a voz calma, mas inabalável. “Eu tô aqui com a minha mãe. Vocês podem ir pra piscina, mas eu fico. Não vou jogar esse jogo mais.”
Júlia piscou, surpresa, o sorriso vacilando por um instante, enquanto Safira baixou o olhar, mordendo o lábio, a decepção evidente. “Sério, Cauã?” perguntou Júlia, tentando manter o tom leve, mas com uma ponta de irritação. “Você vai mesmo escolher ficar aí, todo certinho, em vez de vir com a gente?”
“Eu escolhi,” respondi, olhando diretamente para Helena, que agora me observava com uma intensidade que fazia meu coração acelerar. “E minha escolha é ela. Sempre vai ser.” Virei-me para Helena, pegando sua mão novamente, e continuei, ignorando as duas. “Mãe, quero passar a tarde com você. Talvez um passeio na praia, só nós dois, pra conversar, para estar juntos. O que acha?”
Helena tirou os óculos escuros, os olhos brilhando com uma mistura de surpresa e algo mais profundo — talvez orgulho, talvez desejo. “Um passeio parece bom,” disse ela, a voz suave, um sorriso tímido curvando os lábios. “Mas nada de promessas vazias, Cauã. Mostre com o tempo, não só com palavras.”
Júlia bufou, cruzando os braços, e puxou Safira pelo braço. “Tá bom, então. Vamos, Safi, deixa o ‘casalzinho’ aí.” A provocação era clara, mas a voz dela carregava uma frustração que não escondia. Safira hesitou, olhando para mim por um instante, mas acabou seguindo Júlia até a piscina, os biquínis reluzindo enquanto mergulhavam na água, as risadas agora mais forçadas.
Eu e Helena ficamos sozinhos novamente, o silêncio agora mais leve, como se minha escolha tivesse aliviado um pouco do peso entre nós. Servi mais vinho, sentindo a presença dela como uma âncora, e começamos a conversar sobre coisas simples — o mar, o pôr do sol, memórias. Cada palavra, cada risada, era um passo para reconstruir algo, não apenas como amantes, mas como uma conexão mais profunda. Quando sugeri o passeio na praia, ela aceitou, levantando-se com uma graça que me fez querer tocá-la, mas me contive, sabendo que cada gesto agora precisava ser calculado, uma prova do meu compromisso.
Enquanto caminhávamos para a praia, senti que estava no caminho certo, mas também sabia que Júlia e Safira não desistiriam facilmente. A prova que Helena me deu era apenas o começo, e cada dia seria uma batalha para mostrar que minha escolha era real — e que ela, acima de tudo, era minha.
Paramos perto da água, onde as ondas lambiam a areia, e sentamos lado a lado, nossas mãos tão próximas que os dedos quase se tocavam. O silêncio era confortável, mas carregado de uma eletricidade sutil. “Mãe,” comecei, a voz baixa, virando-me para encará-la. “Quero que você saiba que tô falando sério. Tudo que fiz hoje, evitar a Júlia, escolher ficar com você… é porque te amo. Não quero mais ninguém.”
Helena tirou os óculos, os olhos brilhando com uma mistura de emoção e cautela. “Cauã, você diz isso agora, mas amor é mais que palavras,” respondeu, a voz suave, mas firme. “É consistência, é escolher todo dia, mesmo quando é difícil.” Ela fez uma pausa, o olhar intenso prendendo o meu, e então, quase sem perceber, sua mão roçou a minha, os dedos entrelaçando-se por um instante, um gesto sutil que fez meu coração disparar.
Inclinei-me mais perto, o calor do corpo dela me envolvendo, e nossos olhares se encontraram, profundos, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. “Eu vou escolher você todo dia,” sussurrei, a voz rouca, meu polegar acariciando o dorso da mão dela. Por um momento, pensei que ela se afastaria, mas em vez disso, ela se aproximou, os lábios entreabertos, o rosto tão perto que senti sua respiração. Nossas mãos se apertaram, o toque enviando faíscas, e inclinei-me para beijá-la, mas ela hesitou, puxando-se para trás no último segundo, o olhar dividido entre desejo e medo.
“Cauã, não… ainda não,” murmurou, a voz trêmula, mas os olhos traíam o quanto ela queria ceder. “Continue mostrando. Me prove que é real.” Ela sorriu, um sorriso que misturava ternura e promessa, e voltou a olhar para o mar, a mão ainda roçando a minha, mantendo a conexão.
Ficamos ali, sentados na areia, o pôr do sol pintando o céu, gestos sutis — um toque na mão, um olhar intenso — construindo algo novo entre nós. Cada instante era uma prova, e eu sabia que, com paciência, poderia conquistar a confiança dela, não apenas como filho, mas como o homem que queria amá-la para sempre.
Enquanto as ondas lambiam a areia e o céu se tornava um espetáculo de cores, decidi dar mais um passo para mostrar meu compromisso. Virei-me para ela, o coração acelerado, e disse, a voz firme, mas carregada de emoção: “Mãe, que tal a gente sair hoje à noite? Só nós dois, um jantar em um restaurante aqui perto. Quero passar mais tempo com você, te mostrar o quanto você é importante.”
Helena ergueu os olhos, surpresa, os cabelos castanhos dançando com a brisa. Por um instante, vi a cautela habitual, mas então um sorriso suave curvou seus lábios, e ela assentiu. “Tudo bem, Cauã,” respondeu, a voz suave, mas com um brilho de curiosidade. “Um jantar parece… bom. Só nós dois.” O jeito como ela disse “só nós dois” fez meu peito aquecer, uma promessa implícita de que ela estava disposta a me dar uma chance de provar minhas intenções.
Levantamo-nos, a areia grudando em nossas pernas, e caminhamos de volta para a casa de praia, as mãos roçando ocasionalmente, cada toque reacendendo a eletricidade entre nós. Ao entrarmos, o clima leve que compartilhávamos foi interrompido pelo som de risadas vindo do deque. Júlia e Safira ainda estavam na piscina, os biquínis minúsculos reluzindo enquanto brincavam na água. Helena foi direto para o quarto principal, me lançando um olhar rápido que misturava cumplicidade e cautela, enquanto eu subi para o quarto de hóspedes para me arrumar.
Enquanto tomava banho, escolhendo uma camisa de linho branca e uma calça jeans que sabia que Helena gostava, ouvi vozes exaltadas vindo do andar de baixo. Desci as escadas, curioso, e encontrei Júlia no corredor, os cabelos molhados pingando no chão, o biquíni azul colado ao corpo, os olhos faiscando de raiva. Safira estava ao lado, visivelmente desconfortável, tentando acalmá-la. “Júlia, para, não é assim,” dizia Safira, a voz suave, mas Júlia a ignorou, virando-se para mim com uma fúria que não escondia.
“Então quer dizer que você e a Helena vão sair sozinhos pra um restaurante, é isso?” cuspiu Júlia, os braços cruzados, os seios quase saltando do biquíni. “Você acha que pode simplesmente me ignorar, Cauã? Depois de tudo? Eu te dei tudo, e agora você tá brincando de namoradinho com ela?” O ciúme em sua voz era cru, cada palavra carregada de possessividade, e seus olhos brilhavam com uma mistura de raiva e desejo frustrado.
Safira, com o biquíni rosa ainda úmido, tentou intervir, tocando o braço de Júlia. “Ju, ele tá tentando fazer as coisas certas, deixa ele…” Mas Júlia se soltou, dando um passo em minha direção, o corpo tão perto que senti o calor dela. “Você sabe que não vai resistir a mim pra sempre, Cauã,” disse ela, a voz baixando para um tom provocador, os lábios a centímetros dos meus. “Pode brincar de certinho com ela, mas eu sei o que você quer.”
Respirei fundo, sentindo o peso do olhar de Safira e a responsabilidade da promessa que fiz a Helena. “Júlia, acabou,” respondi, a voz firme, recuando um passo para manter a distância. “Eu escolhi a minha mãe. Não é brincadeira, não é jogo. É o que eu quero. Respeite isso.” Minha voz era calma, mas inabalável, e vi o choque atravessar o rosto dela, o ciúme dando lugar a uma frustração que ela não conseguia esconder.
Antes que Júlia pudesse retrucar, Helena desceu as escadas, deslumbrante em um vestido leve de linho branco que abraçava suas curvas, o decote sutil revelando a pele bronzeada, os cabelos soltos em ondas perfeitas. Seus olhos encontraram os meus, e um sorriso pequeno, quase secreto, curvou seus lábios. “Pronto, Cauã?” perguntou, ignorando a tensão no corredor, a voz carregada de uma confiança que me fez querer provar ainda mais meu amor por ela.
“Pronto,” respondi, oferecendo meu braço, que ela aceitou com uma graça que fez meu coração disparar. Passamos por Júlia e Safira, o olhar furioso de Júlia queimando em mim, enquanto Safira apenas baixava os olhos, a expressão dividida entre aceitação e tristeza. Saímos da casa, o som dos nossos passos abafando os murmúrios de Júlia, e seguimos para o restaurante, a promessa de uma noite só nossa acendendo uma esperança que eu não sentia há muito tempo.
O restaurante à beira-mar era um oásis de luzes suaves e aromas irresistíveis, com velas tremulando nas mesas e o som das ondas ao fundo criando uma atmosfera íntima. Helena e eu nos sentamos em uma mesa de canto, a vista do oceano refletindo o brilho da lua. Ela estava deslumbrante no vestido de linho branco, o tecido abraçando suas curvas, o decote sutil revelando a pele bronzeada que reluzia sob a luz. Seus olhos, livres dos óculos escuros, encontraram os meus com uma mistura de curiosidade e cautela, mas havia um calor ali, uma abertura que me dava esperança.
Pedi um vinho branco, e enquanto o garçom servia, segurei a mão dela sobre a mesa, os dedos entrelaçando-se com uma delicadeza que contrastava com o desejo ardente que sentia. “Você tá linda, mãe,” disse, a voz baixa, os olhos fixos nos dela. “Não é só o vestido, é você. Sempre foi você.” Ela corou, um sorriso tímido curvando os lábios, e apertou minha mão, o toque enviando faíscas pelo meu corpo.
“Cauã, você sabe como me deixar sem graça,” respondeu, a voz suave, mas com um tom que sugeria que ela estava gostando. “Mas continue assim… suas ações tão falando mais alto que suas palavras.” O elogio, embora cauteloso, era um sinal de que minha firmeza com Júlia a havia impressionado, e eu sabia que cada gesto naquela noite precisava reforçar minha escolha.
A conversa fluiu com uma facilidade que não sentíamos há semanas. Falamos sobre o futuro — onde poderíamos ir se mudássemos, como seria uma vida só nossa, longe dos julgamentos. “Talvez uma cidade pequena, com praia, onde ninguém nos conhece,” sugeri, imaginando-a ao meu lado, livre para sermos mais do que mãe e filho. Ela riu, os olhos brilhando, e por um momento, vi a mulher apaixonada que ela tentava esconder.
Entre risadas e goles de vinho, inclinei-me sobre a mesa, meu rosto a centímetros do dela. “Você já pensou como seria, mãe? Só nós dois, sem segredos, sem medo?” perguntei, a voz rouca, o desejo evidente. Ela hesitou, os lábios entreabertos, e por um instante, achei que cederíamos ao impulso. Meus dedos acariciaram os dela, e inclinei-me para beijá-la, o calor da respiração dela misturando-se à minha. Mas, no último segundo, ela recuou, um sorriso triste nos lábios. “Cauã, ainda não,” sussurrou, a voz trêmula. “Você tá no caminho, mas preciso de mais tempo. Continue provando.”
O jantar terminou com gestos sutis — minha mão roçando a dela ao passar o prato, olhares intensos que diziam mais do que palavras. Quando voltamos para a casa de praia, a conexão entre nós era palpável, uma promessa de algo maior se eu continuasse firme. Mas ao entrar, a atmosfera mudou. Júlia estava no deque, o biquíni azul trocado por um vestido curto que mal cobria as coxas, os olhos faiscando de ciúmes. Safira, ao lado, parecia inquieta, o biquíni rosa ainda úmido da piscina.
“Então, como foi o jantar romântico?” perguntou Júlia, a voz carregada de sarcasmo, cruzando os braços para destacar os seios. “Vocês dois pareciam bem aconchegados saindo daqui.” Helena ergueu uma sobrancelha, mas permaneceu calma, enquanto eu senti a raiva de Júlia como uma onda. Safira tentou intervir, a voz suave. “Ju, deixa eles, por favor…”
Mas Júlia deu um passo à frente, ignorando Safira, e se aproximou de mim, o corpo tão perto que o perfume dela invadiu meus sentidos. “Você acha que pode me deixar de lado assim, Cauã?” sussurrou, a mão roçando meu peito, os dedos descendo perigosamente. “Eu sei o que você quer, e não é só brincar de filho bonzinho.” O tom era provocador, os olhos desafiando-me a ceder, testando minha lealdade na frente de Helena.
Respirei fundo, sentindo o olhar de Helena queimando em mim, avaliando cada movimento. “Júlia, já disse que acabou,” respondi, a voz firme, afastando a mão dela com cuidado, mas com determinação. “Eu escolhi a Helena. Não vou mudar de ideia, não importa o que você faça.” Recuei, posicionando-me ao lado de Helena, cuja expressão suavizou, um brilho de aprovação nos olhos. “Você viu o que precisava ver, Júlia. Respeite isso.”
Júlia ficou paralisada, a raiva dando lugar a uma frustração visível, enquanto Safira baixava o olhar, mordendo o lábio, dividida entre apoiar a namorada e aceitar minha escolha. Helena, agora mais próxima, tocou meu braço suavemente, um gesto que parecia dizer que eu estava no caminho certo. “Vamos descansar, Cauã,” disse ela, a voz calma, mas com uma promessa implícita. “Hoje foi um bom dia.”
Enquanto subíamos as escadas, o olhar furioso de Júlia seguia-nos, mas pela primeira vez, senti que Helena estava começando a acreditar em mim. A prova que ela exigia estava ganhando forma, e cada rejeição a Júlia, cada momento com ela, me aproximava do futuro que sonhávamos — uma vida onde poderíamos ser apenas nós dois.
A noite caiu sobre a casa de praia, o som das ondas misturando-se ao silêncio que preenchia o quarto de hóspedes. Deitado na cama, a mente ainda girava com os momentos compartilhados com Helena — os olhares intensos, o toque de suas mãos, a promessa implícita de que minha escolha por ela estava começando a ganhar sua confiança. Mas o peso do ciúme de Júlia, exibido tão abertamente no deque, não saía da minha cabeça. Fechei os olhos, tentando dormir, quando ouvi a porta ranger suavemente.
Abri os olhos e vi Júlia entrando, a silhueta delineada pela luz fraca do corredor. Ela usava uma camisola preta quase transparente, o tecido colando-se às curvas dos seios fartos e dos quadris, revelando que não havia nada por baixo. Seus cabelos soltos caíam sobre os ombros, e os olhos brilhavam com uma mistura de sensualidade e determinação. Fechou a porta com cuidado e caminhou até a cama, o andar lento e provocador, como se soubesse exatamente o impacto que causava.
“Cauã,” sussurrou, a voz rouca, sentando-se na beira da cama, tão perto que o calor do corpo dela era palpável. “A gente precisa conversar. Você não pode simplesmente me jogar fora assim, depois de tudo o que tivemos.” Sua mão repousou no meu peito, os dedos traçando linhas lentas sobre a camiseta, descendo perigosamente.
Sentei-me, afastando a mão dela com firmeza, o coração acelerado, mas a mente clara. “Júlia, não tem mais nada pra conversar,” respondi, a voz baixa, mas resoluta. “Eu fiz minha escolha. É a Helena. Você precisa respeitar isso.” Minha rejeição era direta, mas o olhar dela não vacilou, apenas se intensificou, como se eu tivesse acendido um desafio.
Ela se inclinou mais perto, os lábios a centímetros dos meus, o perfume doce invadindo meus sentidos. “Você acha que ela te satisfaz como eu?” sussurrou, a mão voltando a tocar meu peito, agora com mais ousadia, deslizando para baixo. “Eu sei o que você quer, Cauã. Eu vi como você me olhou no deque, na piscina. Não minta pra si mesmo.”
A tentação era real, o corpo dela uma promessa de prazer que eu conhecia bem, mas o rosto de Helena — seus olhos confiantes, sua voz exigindo minha lealdade — me ancorou. Peguei o pulso dela, afastando-a com decisão. “Para, Júlia,” disse, a voz subindo, agora com um tom de irritação. “Eu não quero você. Não é mentira, é a verdade. Acabou.”
Ela recuou, o rosto contorcendo-se em raiva, e levantou-se, a voz escalando para um grito que ecoou pelo quarto. “Você tá jogando tudo fora por ela? Por sua mãe? Você é patético, Cauã! Acha que ela vai te dar o que eu dou? Eu te fiz sentir vivo, e agora você me descarta como se eu fosse nada?” Seus gritos eram histéricos, as palavras cortando o silêncio da casa, e eu me levantei, tentando acalmá-la, mas ela continuou, apontando o dedo. “Você vai se arrepender, seu idiota!”
O barulho atraiu atenção. A porta se abriu abruptamente, e Helena e Safira apareceram, ambas em camisolas leves, os rostos marcados por surpresa e preocupação. Helena, com os cabelos castanhos soltos e os olhos faiscando, entrou primeiro, o olhar alternando entre mim e Júlia. “O que tá acontecendo aqui?” perguntou, a voz firme, mas com uma ponta de ciúme que não escondia. Safira, ao lado, parecia nervosa, os olhos fixos em Júlia, a vulnerabilidade evidente.
Júlia, agora com lágrimas de raiva nos olhos, virou-se para elas, o corpo tremendo. “Não tá acontecendo nada!” gritou, a voz quebrando. “Porque ele não me quer mais! E sabe de uma coisa, Cauã? Agora sou eu quem não te quer mais! Pode ficar com sua mãe, com sua vida patética! Eu mereço mais que isso!” Ela passou por Helena e Safira, empurrando-as levemente, e saiu do quarto, a porta batendo com força atrás dela.
Safira hesitou, os olhos marejados, e correu atrás de Júlia, chamando seu nome em um tom suplicante. Helena ficou, os olhos fixos em mim, avaliando cada detalhe da cena. “Cauã, o que foi isso?” perguntou, a voz mais suave agora, mas ainda carregada de emoção.
Respirei fundo, aproximando-me dela, a honestidade guiando minhas palavras. “Ela tentou, mãe. Veio aqui, quis me seduzir, mas eu disse não. Disse que escolhi você, que é com você que quero estar. E vou continuar dizendo não, quantas vezes for preciso, até você acreditar.” Minha voz era firme, os olhos buscando os dela, e vi um brilho de aprovação, talvez até de alívio, atravessar seu rosto.
Helena deu um passo à frente, a mão tocando meu braço suavemente, o calor do toque reacendendo a conexão entre nós. “Você tá fazendo o que eu pedi, Cauã,” disse ela, a voz baixa, quase um sussurro. “Continue assim. Cada passo conta.” Ela hesitou, como se quisesse dizer mais, mas apenas sorriu, um sorriso que misturava orgulho e desejo, antes de se virar e voltar para seu quarto, deixando-me com a certeza de que estava no caminho certo.