Entregas nas palavras

Um conto erótico de Bella e Victor
Categoria: Heterossexual
Contém 1195 palavras
Data: 01/05/2025 20:41:14

Horas depois de ter organizado sua mala no quarto, Isabella voltou para a sala e permanecia de pé, as mãos no símbolo da relação que estava iniciando, enquanto ansiava pelo que viria a seguir.

Victor, sentado em uma poltrona próxima de onde estava, a observava atentamente, embora mantivesse a postura relaxada — mas seus olhos eram lâminas afiadas de atenção, percorrendo cada detalhe dela.

Ele não se moveu. Não ainda.

Com avoz baixa e firme, disse:

— Hoje... você vai se despir primeiro com a boca, Isabella. Antes de qualquer toque, quero que me entregue suas palavras. Seus desejos. Suas rendições mais íntimas.

Isabella mordeu o lábio inferior, o rubor subindo pela pele. Era como se ele já a tocasse só com a voz, moldando o ar em torno dela, enlaçando-a sem precisar de nenhum gesto.

— O que o senhor quer que eu diga?

Victor inclinou-se um pouco para frente, sem quebrar o ritmo calmo da sua presença:

— Quero que me diga o que você mais deseja. Sem máscaras. Sem vergonha. Cada palavra sua vai arrancar uma camada da sua armadura de inexperiência. E eu... vou estar aqui, ouvindo. Sentindo. Apreciando cada camada retirada.

Ela fechou os olhos por um instante, como se buscasse a coragem necessária nas próprias entranhas. Quando os abriu novamente, eles brilhavam — um misto de medo e entrega. Com avoz trêmula, mas firme:

— Eu... desejo ser tocada como se o tempo não existisse. Desejo ser olhada como se eu fosse arte viva nas suas mãos. Quero ser conduzida, guiada... até perder a noção e o controle de mim mesma.

Victor assentiu lentamente, como se estivesse saboreando cada palavra. Mas ele sabia que ela ainda não tinha dito tudo, então murmurou, a encorajando:

— Continue, sei que ainda não terminou de se despir.

O calor subiu pelo corpo de Isabella. As palavras agora fluíam como se fossem inevitáveis, como se já estivessem há muito esperando para serem ditas.

Isabella foi se tornando mais ousada, a respiração acelerando, enquanto dizia:

— Desejo sentir sua voz ordenando cada suspiro meu. Desejo suas mãos decidindo onde, quando e como... Quero me perder entre a dor que me desperta e o prazer que me consome. Quero não ter escolha... apenas confiar e obedecer.

Victor sorriu, um sorriso sombrio e satisfeito que a fez estremecer. Ele se levantou, a presença dele tomando todo o espaço como uma maré inevitável.

Victor foi caminhando até ela e disse com a voz ligeiramente rouca:

— Agora sim... você está despida, Isabella. Palavras, às vezes, são mais nuas que a pele.

Ele parou diante dela, tão perto que ela sentiu o calor do seu corpo, mas ainda sem tocá-la e sussurrou junto ao ouvido dela:

— Agora que se despiu para mim... vou tocar exatamente onde suas palavras me guiaram.

Isabella fechou os olhos, o corpo inteiro vibrando em expectativa.

E só então, com a ponta dos dedos, Victor roçou a pele dela — como se suas palavras ainda ecoassem ali, tatuadas invisivelmente em cada centímetro do seu ser.

Victor não apressou o toque.

Seu dedo traçou uma linha lenta desde a clavícula de Isabella até a base do pescoço, quase sem peso, como se estivesse escrevendo algo invisível sobre a pele dela — talvez cada confissão que ela ousara dizer.

Cada toque suave fazia sua pele queimar, arder, quase como se fosse entrar em autocombustão.

Victor, com a voz rouca e baixa, tão próxima que parecia se infiltrar sob a pele dela:

— Cada palavra sua... é uma estrada aberta. Cada desejo, uma bússola para os meus dedos, minha boca e o meu corpo. E eu vou seguir em detalhes o mapa que você me deu.

Isabella estava imóvel, exceto pela respiração rápida, o peito subindo e descendo num ritmo desigual. Era como se estivesse presa entre o querer e o temer.

Victor, acariciando a lateral do pescoço dela, apenas com os nós dos dedos, disse:

— Você queria ser olhada como arte viva... Então fique assim, bem quietinha, para eu poder admirar cada centímetro.

Ele a rodeou lentamente, como um predador que saboreia o suspense da caça. O perfume dela, misturado com o calor da pele, subia no ar como uma oferenda involuntária.

Victor sabia que não precisava de pressa — o jogo estava apenas começando.

Ao chegar atrás dela, seus dedos deslizaram pelos ombros, descendo pelos braços até alcançar as mãos, agora entrelaçadas à frente do corpo.

Victor sussurrou contra a nuca dela:

— Solte as mãos, Isabella. Quero você completamente solta e disponível... como me prometeu ao assinar aquele contrato.

Com um leve estremecer, Isabella obedeceu. Os braços caíram ao lado do corpo, vulneráveis. Era um gesto simples — mas carregado de um poder devastador. Ela estava ali, entregue.

Victor passou uma das mãos pelos cabelos dela, afastando-os do pescoço, expondo ainda mais a pele sensível da nuca. E então, pela primeira vez naquela noite, seus lábios roçaram nela: um beijo seco, demorado, que parecia gravar a posse no corpo dela.

Victor murmurou uma ordem:

— Diga-me mais. Quero ouvir novos desejos, Isabella. Quero que cada palavra sua me peça mais... até você não conseguir mais segurar.

Isabella mal conseguia raciocinar, mas o pedido — não, a ordem — era clara. Ela precisava se abrir ainda mais, cavar ainda mais fundo no próprio desejo.

Isabella, com a voz entrecortada, tomada de emoção, disse:

— Eu... quero ser levada além dos limites que eu conheço. Quero... confiar a você o meu medo e a minha coragem. Quero não saber o que vem depois... apenas confiar, obedecer e sentir.

Victor sorriu contra a pele dela, um sorriso que ela não via, mas sentia como um arrepio que a atravessava.

— Muito bem... Está se despindo tão lindamente para mim...Muito mais do que fisicamente, está se entregando emocionalmente e, com o tempo e o treinamento, vai entender a profundidade e a importância disso...

Suas mãos começaram a explorar com mais firmeza agora: subindo pelas costelas dela, traçando caminhos que obrigavam Isabella a se contorcer levemente, mas sem nunca escapar. Cada toque era uma resposta silenciosa às palavras com as quais ela o tinha presenteado.

E quando, finalmente, suas mãos desceram para a curva dos quadris, Victor apertou com mais força, trazendo-a para trás, colando-a ao próprio corpo, deixando que ela sentisse — sem dúvida alguma — o quanto ele também ardia diante de toda a entrega que ela demonstrava.

Ele disse numa voz baixa e grave:

— Cada desejo seu agora... é meu comando.E você... é minha criação viva. Moldada pelas palavras. Consumida pelo toque.

Isabella gemeu baixinho, a cabeça tombando para trás, apoiando-se nele, sem força. Era realmente como se as palavras a tivessem o poder de despi-la mais do que qualquer mão poderia ter feito. Era como se dizer tivesse sido mais íntimo, mais irreversível, do que qualquer gesto físico.

E Victor sabia disso. Saboreava isso.

Com a mesma calma implacável, ele manteve as mãos firmes em sua cintura e começou a guiá-la até o andar de cima, onde ficavam as suítes, sem pressa, como se ainda estivessem dançando em torno do verdadeiro momento — porque, para Victor, cada segundo de rendição valia tanto quanto o clímax que viria.

E, naquele instante, Isabella compreendeu: já era completamente dele. Antes mesmo de ser tocada de verdade pela primeira vez.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Victor e Isabella a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários