Amor de Mãe 11

Um conto erótico de Anderline
Categoria: Heterossexual
Contém 1435 palavras
Data: 08/05/2025 16:02:59

Nós nos arrumamos e ficamos por lá bebendo, conversando até anoitecer. Júlia e Safira que já estavam bêbadas despediram-se de nós e foram dormir.

Eu fiquei ali com minha mãe, mas quando me aproximei, ela se antecipou, colocou a mão pra frente, como se estivesse se defendendo e disse:

Cauã Precisamos conversar. Sobre tudo isso. Sobre o que aconteceu hoje… e sobre nós.” Ela fez uma pausa, os dedos entrelaçando-se no colo, os nós brancos de tanto apertar. Quando ergueu o olhar para mim, havia uma tristeza profunda, mas também uma resolução que me fez gelar. “Acabou, Cauã. Nosso relacionamento… acabou. Hoje foi a última vez que fizemos amor.”

As palavras me atingiram como um soco, roubando o ar dos meus pulmões. Fiquei paralisado, os olhos fixos nela, tentando encontrar algum sinal de que era um erro, uma brincadeira cruel. Mas o rosto dela, marcado pela marca suave do tapa de Ricardo e agora pela decisão que tomara, não deixava margem para dúvidas. “Mãe…” comecei, a voz falhando, o peito apertado. “Por que? O que mudou?”

Ela respirou fundo, os olhos brilhando com lágrimas que se recusavam a cair. “Tudo mudou, meu amor,” disse ela, a voz tremendo ligeiramente, mas mantendo a firmeza. “O que aconteceu hoje… ver você com Júlia, com Safira, me abriu os olhos. Eu me perdi em você, Cauã, em algo que nunca deveria ter começado. Foi errado desde o início, e eu deixei isso acontecer porque estava quebrada, porque Ricardo me destruiu por anos, e você… você me fez sentir viva de novo. Mas isso não justifica. Não pode justificar.”

Ela desviou o olhar por um instante, como se o peso da confissão a estivesse sufocando, antes de voltar a me encarar. “Eu te amo, Cauã. Sempre vou te amar. Como filho. Meu filho. Mas nada mais que isso. O que tínhamos… era uma ilusão, um escape. E eu não posso mais viver assim. Não depois de hoje, não depois de ver o quanto isso nos machucou, a todos nós.”

Senti um nó se formar na garganta, as emoções girando dentro de mim — raiva, tristeza, confusão. Levantei-me abruptamente, passando as mãos pelo cabelo, tentando processar. “Mãe, não foi uma ilusão pra mim,” retruquei, a voz rouca, quase suplicante. “Eu te amo. Não como filho, não só como isso. Eu te quero, te preciso. O que aconteceu com Júlia e Safira… foi um momento, um erro, mas isso não apaga o que sinto por você.”

Helena balançou a cabeça lentamente, os olhos agora marejados, mas ela se manteve firme. “Não, Cauã,” disse ela, a voz mais baixa, quase um sussurro. “Você acha que me ama, mas é confusão. É o que você viu, o que vivemos nesses meses. Eu fui fraca, deixei isso acontecer, e agora preciso ser forte. Por mim, por você, por Safira. Não podemos continuar assim. Não é saudável, não é certo.”

Fiquei em silêncio, o peito doendo como se algo tivesse sido arrancado de mim. Olhei para ela, tentando encontrar uma brecha, uma chance de mudar sua mente, mas vi apenas a determinação em seus olhos. “E o que eu faço agora?” perguntei, a voz quase quebrando. “Como eu sigo depois disso?”

Ela se levantou, aproximando-se de mim com passos hesitantes, e colocou a mão suavemente no meu rosto, um toque maternal que contrastava com tudo o que havíamos compartilhado. “Você segue sendo meu filho,” disse ela, os olhos fixos nos meus. “Vai viver sua vida, encontrar seu caminho. Com Safira, com Júlia, com quem você quiser. Mas não comigo. Não assim. Prometa que vai me respeitar nisso.”

As lágrimas finalmente escaparam dos meus olhos, e eu assenti lentamente, sentindo o peso da promessa que fazia. “Eu prometo,” murmurei, a voz embargada, enquanto ela me puxava para um abraço apertado, um abraço de mãe, não de amante. O calor do seu corpo contra o meu era familiar, mas agora carregado de uma dor que eu não sabia como suportar.

Nos afastamos, e ela deu um passo para trás, enxugando as próprias lágrimas. “Vou dormir no quarto de hóspedes hoje,” disse ela, a voz mais firme agora. “Amanhã, vamos conversar com Safira e Júlia. Precisamos resolver isso como família, sem esses… desvios. Boa noite, Cauã.”

Ela virou-se e saiu, deixando-me sozinho com o eco das suas palavras e o vazio que se instalava no meu peito. Fiquei ali, olhando para o espaço onde ela estivera, sentindo o mundo desmoronar ao meu redor. O som das ondas parecia zombar da minha confusão, e por um momento, considerei correr atrás dela, implorar por outra chance. Mas a promessa que fiz ecoava na minha mente, e eu sabia que, por mais que doesse, precisava respeitá-la.

Fui para o quarto, o corpo pesado, e deitei-me na cama que ainda carregava o cheiro dela. As imagens do deque — Júlia no meu colo, Safira me tocando, Helena assistindo — giravam na minha cabeça, mas agora pareciam distantes, irreais. O futuro era um borrão, e eu não sabia como enfrentá-lo sem ela da forma que eu a queria. Mas uma coisa era certa: a decisão dela marcava o fim de algo que, por mais errado que fosse, havia sido meu mundo por meses. E agora, eu precisava encontrar um novo caminho, sozinho.

Cauã “Acabou.” Aquela palavra ecoava, cortante, e só agora, com a distância imposta por sua decisão, eu começava a entender o que tínhamos — e que eu havia jogado fora.

Fiquei sem rumo, perdido em um turbilhão de sentimentos que se chocavam dentro de mim. O desejo que sentia por ela, tão visceral e intenso, agora se misturava a uma culpa sufocante. Revivi cada momento: os toques furtivos na cozinha, as noites em que nossos corpos se encontravam com uma paixão que parecia invencível, os olhares cúmplices que nos uniam além de qualquer limite. Tudo isso, que eu havia tomado como garantido, agora me escapava pelas mãos, e a dor da perda me atingia com uma clareza cruel. Só depois de perdê-la é que eu dava valor ao que tínhamos construído — um vínculo que, por mais torto que fosse, era o meu refúgio, minha âncora em meio ao caos que Ricardo deixara para trás.

Passei a mão pela barba, os dedos tremendo, enquanto tentava organizar o caos na minha mente. O que eu havia jogado fora? Não era só o amor físico, a luxúria que nos consumia; era a confiança, a intimidade que ela me entregara depois de anos de humilhação. Eu a vi renascer comigo, vi o brilho voltar aos seus olhos, e em vez de protegê-la, deixei-me levar por impulsos que a feriram. Júlia e Safira, o deque, o momento de descontrole — tudo parecia agora um erro estúpido, uma traição que eu nem percebera estar cometendo até ela me confrontar.

Levantei-me, caminhando até a janela, o reflexo do meu rosto na vidraça me encarando como um estranho. Meu porte atlético, meu olhar endurecido pela raiva contra Ricardo, tudo isso parecia inútil agora. Eu havia lutado por ela, enfrentado meu pai, assumido o papel de protetor, mas falhara em protegê-la de mim mesmo. As lágrimas queimavam nos meus olhos, e eu as deixei cair, sentindo o sal na pele enquanto olhava para o mar escuro lá fora. Cada onda que quebrava parecia carregar um pedaço da minha antiga vida, da ilusão que eu construíra.

Revivi cada detalhe: o jeito como ela gemia meu nome, a forma como seus olhos se fechavam de prazer, a vulnerabilidade que ela me entregava. E agora, nada disso era meu. Ela me amava como filho, e eu teria que aprender a viver com isso, a respeitar a barreira que ela erguera. Mas como? Como apagar o fogo que ainda ardia em mim, o desejo que me consumia só de pensar nela?

Fiquei acordado por horas, o teto girando acima de mim enquanto tentava entender meus sentimentos. Havia amor, sim, mas também egoísmo. Eu a queria para mim, mas não havia pensado no que ela precisava — segurança, paz, um recomeço sem as sombras do passado. Meu erro com Júlia e Safira fora o estopim, mas a raiz estava em mim, na minha incapacidade de enxergar além do meu próprio desejo. E agora, perdido naquele vazio, eu percebia que o que jogara fora não era só um relacionamento proibido, mas a chance de ser o homem que ela merecia — não como amante, mas como filho que a protegesse de verdade.

O som da porta do quarto de hóspedes se fechando me arrancou dos pensamentos. Ela estava ali, tão perto, mas tão distante. Apertei o travesseiro contra o peito, como se pudesse segurar algo dela, e deixei as lágrimas caírem em silêncio.

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Comentários

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Espero que realmente Cauã se toque que Helena precisa de um homem que a proteja,e essa safira depois de todo o apoio que Helena deu a traicao dele foi pior.

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