Onde o sol se esconde - Capírulo 6

Um conto erótico de Teo e samuel
Categoria: Gay
Contém 553 palavras
Data: 01/05/2025 18:33:10

Onde o Sol se Esconde (Caoítulo 6)

A tempestade rugia sobre o céu do sul como uma fera em fúria.

Relâmpagos riscavam o horizonte e trovões estremeciam as janelas quebradas do velho orfanato São Jerônimo.

Era a noite que antecedia a nova inspeção.

Samuel e Teo estavam deitados em suas camas — dois colchões finos separados apenas por um braço de distância — tentando dormir, mas o nervosismo era maior que o cansaço.

Foi então que a maçaneta da porta girou com um estalo seco.

Teo se ergueu na cama.

Samuel também.

A porta se abriu lentamente, revelando a figura larga e disforme de Padre Buzzi, iluminado por um lampejo de relâmpago.

— Venha, Teófilo — disse o padre, sua voz doce como veneno. — Preciso da sua ajuda no depósito.

Teo congelou.

Samuel levantou-se de um salto.

— Não! — gritou.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Padre Maurício surgiu atrás de Buzzi, agarrando Samuel pelos ombros e o imobilizando com uma força brutal.

— Fique quieto, moleque insolente — rosnou Maurício.

Teo tentou resistir, mas Buzzi agarrou seu braço com força e o puxou para fora do quarto.

O corredor estava escuro e frio.

O cheiro de mofo e medo impregnava o ar.

Buzzi arrastou Teo até um dos cômodos antigos, a antiga sala de música, agora trancada e usada para "castigos".

Quando abriu a porta, um relâmpago iluminou a cena macabra:

Guto, o pequeno Guto, estava amarrado à cama, desacordado, seu rosto sujo de lágrimas secas.

O horror paralisou Teo por um instante.

E então, o milagre.

De repente, todas as luzes do orfanato se apagaram.

O gerador gemeu antes de morrer.

A tempestade rugia mais forte.

No escuro, o aperto de Buzzi afrouxou — um momento, apenas — mas foi o suficiente.

Teo mordeu o braço do padre com força, soltando-se, e correu até a cama onde Guto estava.

Com dedos trêmulos, desfez os nós, libertando o menino.

Guto era leve como um saco de penas.

Teo o colocou sobre os ombros e correu, guiado apenas pelos clarões dos relâmpagos.

**

No quarto, Samuel lutava contra Maurício.

A escuridão nivelava a luta.

Samuel, pequeno mas desesperado, conseguiu se soltar e correu pelo corredor, encontrando Teo que vinha na direção contrária, carregando Guto.

Sem dizer palavra, Samuel abriu caminho.

De volta ao seu quarto, trancaram a porta como puderam — empilhando móveis velhos — e deitaram Guto na cama de Samuel.

O menino abriu os olhos lentamente, confuso e assustado.

Teo acariciou seus cabelos suados.

— Tá tudo bem agora... a gente tá com você... — sussurrou.

**

Só mais tarde eles souberam:

Dona Clarice tinha desligado o gerador no porão.

Sabendo o que estava prestes a acontecer, ela arriscou tudo para ajudar.

Mas não era o fim.

Padre Buzzi e Padre Maurício estavam enfurecidos.

E agora sabiam que Samuel e Teo eram mais perigosos vivos do que mortos.

O silêncio da noite foi quebrado por um grito abafado em algum lugar do prédio.

Mais uma alma perdida na escuridão.

**

Teo e Samuel se olharam, as mãos entrelaçadas, Guto respirando devagar entre eles.

Sabiam que precisavam agir rápido.

Precisavam confiar em Irmã Helena.

Precisavam contar a verdade — antes que Buzzi e Maurício dessem um fim a eles também.

No fundo, sabiam que a tempestade lá fora era apenas um eco da tempestade que rugia dentro do orfanato.

Onde o sol parecia ter se escondido para sempre.

Continua...

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