Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 27.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 8736 palavras
Data: 05/05/2025 14:34:52
Última revisão: 05/05/2025 14:38:00

Parte 27: “Amanhã, Mesmo Que Uns Não Queiram, Será De Outros que Esperam”*

O celular vibrou sobre a mesinha de centro, arrancando Mari de um pensamento que ela já nem se lembrava como havia começado. Era Luciana, como sempre, ligando sem aviso.

— Bom dia, Lu. — Atendeu Mari, sorrindo.

— Mari, faz as malas. Duas trocas de roupa leves, chinelo, uma saída de banho decente … nada de camiseta rasgada, hein? E uma mente aberta. — Luciana estava agitada.

Mari mal entendeu o que ela falou.

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu. Tô passando aí em duas horas. Se vira. — Luciana insistiu.

Mari riu, achando que era brincadeira.

— Luciana, você tá maluca? Que papo é esse?

— Um aviso do universo, minha querida! Ou melhor, do marido de uma paciente minha. — Luciana começou a explicar. — O cara ficou tão feliz com os resultados das sessões, que me deu de presente duas diárias num SPA terapêutico. Um hotel daqueles lindos, no meio do mato, cheio de frescura boa: acupuntura, Tai Chi, massagem com pedras quentes ... Cura para a alma, amiga.

— Lu ...

— Não tem “Lu”, nem meia “Lu”. — A amiga interrompeu. — Eu poderia levar qualquer pessoa, mas pensei em você, na hora. Se alguém merece um mimo, é você. Você anda precisando parar, respirar, olhar para dentro.

Mari suspirou, vencida pela firmeza carinhosa da amiga.

— Dois dias, né?

— Dois dias. Sem filhos, sem marido, sem drama. Só natureza, erva-doce e, quem sabe, uns colchonetes flutuando na piscina.

— Você é impossível. — Mari já se dava por vencida.

— E você vai comigo. Arruma a mala e depois me agradece. Ah, e leva um livro que não seja de psicanálise, pelo amor de Deus.

— Tá bom, tá bom ... — Disse Mari, rindo. — Mas se eu sair de lá com vontade de abraçar uma árvore, a culpa é sua.

— Já vai ser um avanço, amiga. Te pego em duas horas. Beijo! — Luciana se despediu.

Mari desligou com um sorriso no rosto. Pela primeira vez em semanas, sentiu um fiozinho de leveza na alma.

Duas horas depois, como prometido, Luciana encostou o carro em frente à casa de Mari, buzinando duas vezes como uma adolescente animada para uma viagem de férias.

— Tá pronta? — Gritou pela janela do carro, quando viu a amiga se aproximando com uma mala média e um olhar desconfiado.

— Não faço ideia do que você tá aprontando, mas cá estou. — Respondeu Mari, abrindo a porta do carro.

— Confia em mim. Você vai voltar outra mulher.

— Tomara … — Disse Mari, mais para si mesma do que para Luciana.

A estrada era tranquila, cercada de árvores e montanhas ao fundo, rumo ao interior do estado. Luciana foi contando histórias dos pacientes, claro, sem nomes nem detalhes comprometedores, mas com aquele jeito irreverente que fazia Mari rir mesmo sem vontade.

— Te juro, Mari, teve uma cliente que largou o marido, virou instrutora de yoga e agora vive dando workshops sobre “reconexão com o ventre ancestral”. E olha que ela era auditora fiscal.

— Isso me dá esperança e medo ao mesmo tempo. — Respondeu Mari, rindo.

Chegaram no fim da tarde. O lugar era mesmo um achado: um hotel cercado de mata nativa, com arquitetura rústica, jardins com bancos de pedra, espelhos d’água e uma trilha sonora suave que parecia sair das folhas das árvores.

Foram recepcionadas com suco de hibisco gelado e toalhinhas perfumadas. Um funcionário simpático e, um colírio para os olhos, explicou o cronograma: sessões matinais de meditação, aulas de Tai Chi, massagens terapêuticas, banho de argila, acupuntura, refeições orgânicas com opções vegetarianas e veganas — além de tempo livre para descansar ou simplesmente se perder entre os jardins e as redes espalhadas por todo o local.

— Isso é sério, mesmo? — Perguntou Mari, lendo a programação.

— Sim. E sabe o que é mais sério? Nós vamos fazer tudo. — Respondeu Luciana, puxando a amiga pela mão até o chalé que dividiriam.

O quarto era acolhedor, com luz natural, aromas suaves e uma varanda com vista para as montanhas. À noite, após uma massagem regeneradora, jantaram salmão ao molho de maracujá com arroz de coco e legumes salteados. Na sobremesa, mousse de cacau com castanhas do Pará.

— Melhor do que muito restaurante metido a besta por aí. — Comentou Mari.

— E sem celular tocando, sem gente pedindo relatório, sem buzinas ou gritarias … — Emendou Luciana, brindando com uma taça de vinho branco.

Mais tarde, deitadas nas espreguiçadeiras da varanda, aquecidas por mantas leves e com o som de grilos ao fundo, Mari soltou um suspiro longo. Estava exausta, mas, curiosamente, em paz.

— Eu precisava disso, Lu. E eu nem sabia o quanto.

— Mas eu sabia. — Respondeu a amiga. — E é por isso que amanhã, depois da massagem com pedras, a gente vai conversar. Não sou mais a sua terapeuta, mas como você furou o nosso combinado, sempre adiando a procura de um novo profissional para te amparar, acho que estou no direito de exigir saber como você tem passado.

Mari revirou os olhos, mas Luciana não deixou passar.

— Precisamos falar sobre você. De verdade. Sem filtro de terapeuta, sem “mas eu ajudo tanta gente” ... Quero saber da mulher e, principalmente da amiga, por trás da profissional. Coisas que você não se permitiu dizer na presença do Celo.

Luciana deixou Mari assimilar a exigência, e depois concluiu.

— E porque, mesmo sabendo tanto sobre o inconsciente alheio, você se permite carregar tantos segredos. Chegou a hora de você ser completamente honesta comigo.

Mari ficou em silêncio. Luciana, com aquele jeitão direto e amoroso, havia acertado o ponto.

— É ... talvez esteja na hora. — Respondeu Mari, olhando para o céu escuro, salpicado de estrelas. — Talvez seja mesmo.

No dia seguinte, animadas, fizeram toda a programação combinada. Uma terapia alternativa de cada vez e, no final da tarde, relaxadas, Mari não tinha mais para onde fugir. Nem sabia, se queria fugir.

As duas estavam sentadas em espreguiçadeiras acolchoadas, enroladas em roupões brancos. Uma infusão quente de hibisco com hortelã fumegava nas canecas e, ao fundo, o som era de flautas suaves e o vento entre as árvores. Mari parecia mais leve depois da acupuntura, mas os olhos ainda carregavam sombras.

Luciana, recostada, foi direto ao ponto como sempre fazia.

— Mari ... posso te fazer uma pergunta sem rodeios?

— Pode. Desde que eu possa responder com a mesma liberdade.

— Como é que uma psicanalista respeitada como você ... ficou vinte anos casada com um homem que nunca conheceu sua dor mais profunda?

Mari suspirou. Não fugiu. Tomou um gole da infusão e pousou a caneca no apoio de braço.

— Porque eu mesma, nunca desvendei totalmente essa dor. Só a contornei. Fiz dela uma mobília antiga no fundo da alma ... sabe? Uma que a gente cobre com lençol pra não ver.

— E ninguém nunca “puxou o lençol”? — Luciana perguntou, quase sussurrando.

— Alguns tentaram. Mas eu sempre tive uma resposta pronta. Uma teoria. Um diagnóstico.

— Psicanálise como defesa?

Mari assentiu com um meio sorriso.

— Muita gente acha que eu escolhi essa profissão porque entendo a mente humana. A verdade é que, escolhi porque a minha sempre foi um labirinto. Eu queria entender por que certas coisas me doíam tanto ... porque eu congelava, fugia ou não reagia, me calava.

Luciana se ajeitou na cadeira, interessada.

— Autoterapia disfarçada de carreira?

— Exatamente. Só que eu me tornei uma boa profissional, reconhecida. Sabia tanto sobre os mecanismos de defesa ... que criei os meus próprios, sofisticados. Racionalizava tudo. Inclusive meu silêncio com o Celo.

— Mas e o amor? Você o amava?

— Amava, não. Ainda amo. Acho que nunca vou deixar de amar. Mas ... existia uma parte de mim que não conseguia se entregar inteira. Eu era presente, carinhosa, boa mãe, companheira. Mas a minha história ... aquela que veio antes de tudo isso ... nunca foi contada.

Luciana completou, quase como um diagnóstico:

— Então você projetava segurança, mas carregava vergonha. E quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava admitir que tinha sido verdadeira pela metade.

Mari olhou para o céu em tons de rosa pela janela.

— Sim. Porque não era só medo de ser julgada por ele. Era medo de me ver como uma fraude. Eu ajudava tanta gente a se encontrar ... e eu mesma vivia me evitando, me perdendo.

— Mas isso não te torna uma fraude, Mari. Te torna humana. E, se quer saber, agora você pode ser uma terapeuta ainda melhor. Porque quem atravessa a própria dor ... passa a escutar diferente.

Mari sorriu, emocionada, mas contida. Como quem está sendo vista pela primeira vez.

— Engraçado ... você está me dizendo o que eu diria para uma paciente.

Luciana sorriu também.

— Então deixa de ser teimosa e aceita. Você merece se curar. Não por ele, nem pelos seus filhos. Mas por você. Pra poder viver com leveza, inteira, plena. E se quiser ... até amar de novo.

Mari não respondeu de imediato. Apenas fechou os olhos por um momento. Depois, abriu com uma serenidade nova.

— Eu tô pronta pra “puxar o lençol”, Lu. E talvez, finalmente, arrumar aquela “mobília”.

As duas brindaram com suas xícaras fumegantes. E, ali, entre as árvores e os silêncios bem cuidados, Mari começou a cuidar da mulher por trás da terapeuta. Aquela noite, após a tensa conversa onde Mari revisitou os esqueletos no armário, passou leve, entre conversas e risadas.

O sol começava a aquecer a manhã quando Mari e Luciana participaram da prática de Tai Chi. Movimentos lentos, fluidos, coordenados com a respiração. Mari não era fã de atividades “místicas”, mas se permitiu experimentar sem julgamento. Sentiu os pés tocarem o chão com consciência. Percebeu o ar entrando e saindo dos pulmões. Notou, sem pressa, o silêncio dentro dela, menos denso, mais receptivo.

Mais tarde, fizeram um banho de argila. Riram como adolescentes ao verem seus rostos cobertos de lama e as expressões relaxadas no espelho. Comeram em silêncio no refeitório arejado: saladas frescas, grãos, frutas com mel. Mari, que vivia com dor de estômago nos últimos meses, estranhou o bem-estar que sentia.

Antes de irem embora, passaram por uma sala de aromaterapia. Cada uma escolheu um óleo essencial. Mari escolheu lavanda. Disse que era só pelo cheiro, mas Luciana percebeu: era por paz.

A viagem de volta foi tranquila, com a janela do carro entreaberta, o vento bagunçando os cabelos, Mari olhando a paisagem passar sem pressa. Luciana dirigia tranquila, música suave tocando ao fundo …

— Tá quieta … — Comentou Luciana, olhando de relance.

— Tô pensando. Essa viagem foi mesmo um presente. Obrigada, amiga.

— Isso é bom. — Luciana soltou.

Mari virou o rosto, encarando a amiga.

— Sabe, Lu ... eu sei que tem muito o que consertar. Com Celo, com os meninos, comigo mesma. Mas pela primeira vez, não sinto que estou presa. Sinto que estou em movimento. É pequeno, é interno, mas é real.

Luciana sorriu, satisfeita.

— Um passo de cada vez. E você não precisa dar todos os passos sozinha.

Mari esticou a mão, descansando sobre a da amiga no câmbio do carro.

— Obrigada por esse presente. De verdade.

— Você merece. E olha, quando quiser sumir de novo, já sabemos o caminho.

As duas riram. O carro seguiu pela estrada entre árvores. E Mari, embora soubesse que os desafios ainda a esperavam, sentia dentro de si coisas que há muito tempo não se permitia sentir: clareza e leveza

Luciana deixou Mari em casa no final da tarde.

Mari entrou devagar, carregando a mala pequena. A luz suave do entardecer entrava pelas janelas, dando um tom acolhedor à casa. Daniela estava sentada no sofá com fones de ouvido, vendo algo no tablet. Diego apareceu na porta da cozinha com um copo d’água.

— E aí, sumida. — Brincou ele. — Foi sequestrada por aquela sua amiga?

Mari sorriu.

— Mais ou menos. Mas confesso que o cativeiro era ótimo. Comida boa, massagem, silêncio … sumida? Eu avisei sua irmã que passaria um tempo fora.

Daniela tirou os fones.

— SPA?

Mari assentiu.

— Dois dias sem celular, sem barulho, sem correria. Foi um presente da Luciana.

— Você tá com uma cara boa, mãe. — Comentou Daniela. — Mais leve.

— Me sentindo viva, filha. Pode parecer pouco, mas foi muito reconfortante.

Diego se aproximou e abraçou a mãe, com uma ternura tímida.

— Bom ter a senhora de volta. Mesmo que só por dois dias, é bom saber que cê parou pra respirar.

— Tô tentando fazer disso um hábito, filho. — Respondeu Mari, emocionada.

Jantaram juntos, assistiram um filme com direito a pipoca e refrigerante e terminaram aquela noite em família, conversando e brincando uns com os outros.

Na manhã seguinte, Mari acordou com a mente mais leve. Dormira profundamente depois dos dias intensos no retiro e da noite anterior, passada de forma divertida, com os filhos. A rotina da casa voltava aos poucos ao seu lugar e, naquele dia ensolarado, ela tentava aproveitar o silêncio raro da manhã. Diego saiu para o trabalho e nunca voltava para almoçar. Daniela sairia com uma amiga e passaria todo o dia fora. Mari não tinha o que fazer, a não ser cuidar do seu tão querido jardim para passar o tempo. Pediria um delivery quando a fome chegasse.

No meio da manhã, o celular tocou. Ela viu o nome no visor e atendeu.

— Anna … — murmurou Mari, sorrindo ao ver o nome na tela.

— Bom dia, Mari. — Disse Anna, do outro lado. — Tá ocupada? Tem planos para o almoço?

— Nem um pouco. Só aproveitando a casa vazia … o que é um milagre por aqui.

— Perfeito, então. Quer almoçar comigo? Que tal aquele restaurante novo no shopping? Ambiente calmo, comida leve, e minha adorável companhia.

Mari riu.

— Você não aceita um “não”, né?

— Claro que não. Mas falando sério, está um dia lindo para almoçar sozinha em casa.

Mari olhou para si mesma, ainda de pijama, cabelo bagunçado e um leve sorriso no rosto.

— Ao meio-dia? Pode ser? Me dá só tempo de fingir que sou uma mulher civilizada.

— Ótimo. Te vejo já, já. Beijo! — Anna se despediu com um sorriso sincero no rosto.

Mari desligou e ficou por um instante olhando para suas plantas, sentindo a serenidade daquele convite. Já não sentia que sair de casa, parecia um esforço. Parecia o certo a ser feito. E, com esse pensamento, voltou para dentro da casa para se preparar. Chegou ao restaurante no horário combinado.

O lugar era elegante, mas discreto. Mesas bem espaçadas, música ambiente suave. Mari encontrou Anna já sentada, mexendo no celular. Assim que a viu, Anna se levantou com um sorriso aberto.

— Você tá diferente, Mari. Parece menos cansada, mais feliz.

— Quase isso. — Respondeu Mari, sorrindo e abraçando a amiga. — Mas posso dizer que, sim. Estou mesmo menos ... para baixo.

Sentaram-se e pediram pratos leves. Enquanto esperavam, Anna foi direto ao ponto:

— E aí? Pensou no jantar de sábado? Vai?

Mari hesitou, pegando o copo d’água.

— Ainda não sei. Quem sabe …

— Vai ser calmo, prometo. — Anna insistiu. — A ideia é comemorar. Você não vai se arrepender.

Antes que Mari respondesse, uma voz masculina, gentil, interrompeu:

— Anna?

Elas se viraram e viram um homem alto, cabelo começando a ficar grisalho, bem cuidado, barba rala, terno casual. Anna sorriu ao vê-lo.

— André! Que surpresa boa!

Ele se inclinou e beijou o rosto de Anna com gentileza.

— Vim almoçar com alguns clientes e acabei vendo você. Tive que vir cumprimentá-la. — Explicou André.

— Já eu, vim almoçar com uma amiga muito especial. — Anna voltou-se para Mari. — Mari, esse é o André. Ele é sócio do Paul na nova empresa. Um dos responsáveis pela virada profissional que ele teve.

Mari olhou para ele com curiosidade e, imediatamente, uma fagulha de reconhecimento brilhou no olhar de André.

— Espera ... Mari? Marilena?

Mari franziu levemente a testa, surpresa.

— Sim... você me conhece?

Ele riu, surpreso também.

— Sou eu, o André! André Lemos! Faculdade de Psicologia. Fomos colegas … pelo menos, até eu mudar para administração. A gente tinha o mesmo grupo de amigos! Lembra da Camila? Do Fabinho? Daquele grupo que tomava cerveja de garrafa no boteco da esquina da Reitoria?

Mari levou a mão à boca, surpresa.

— Meu Deus ... André! Claro! Como eu pude não te reconhecer?

— Também custei a acreditar. Mas a sua voz ... esse jeito de falar … essa famosa mecha de cabelo branco, te entregaram. E o Celo? Vocês ainda estão juntos? Soube que se casaram ...

Mari engoliu seco, tentando manter a expressão firme. Anna o olhou, como que tentando dizer a ele para não tocar naquele assunto, mas André já tinha falado o que queria.

— ... Caramba. A essa altura eu imaginava vocês rodando o mundo — você psicanalista renomada, ele cantando em festivais.

Mari sentiu o coração apertar, mas não quis falar dos próprios problemas.

— O Celo está bem. — E logo mudou de assunto. — Mas e você? Soube que foi morar fora, se especializar, e acabou ficando por lá.

— Pois é. Voltei ao Brasil há alguns meses para tocar essa parceria com o Paul. Estamos trazendo uma marca Europeia para o Brasil. — André, após o gesto de Anna, resolveu se sentar com as duas.

Animado, ele se virou para Anna.

— Se vocês são amigas, então Mari estará na festa sábado?

Anna confirmou e André voltou a se virar para Mari.

— Nossa! Que bom. Eu estava me sentindo um peixe fora d'água, mas sabendo que você estará lá, Mari, que tem alguém que eu conheço, fico menos receoso.

Mari, percebendo que Anna acabou a colocando numa saia justa, respondendo por ela, inicialmente, se zangou. Mas André falava com entusiasmo, parecendo feliz pelo reencontro, que ela não teve forças para recusar.

— Imagino as boas histórias que você não viveu durante esse tempo lá fora … — Mari disse para André.

Sorrindo, ele voltou a insistir no assunto que Mari queria evitar.

— Mas me diz, Mari, Como está o Celo? Sinto falta daquela época. Até hoje lembro das nossas festas, da galera junta, Celo e seu violão, você do lado … Celo nunca deu chances para ninguém se aproximar de você. Os bons sempre ficam juntos, não é?

Mari entendeu a indireta de André. Lembrava que, no passado, ele tinha se colocado como rival de Celo pelo coração dela. Sem opções, pois não sabia mais como mudar o assunto, resolveu ser honesta.

— Celo e eu não estamos em um bom momento. Não sei se é definitivo ou apenas uma fase … a verdade é que, no momento, estamos separados.

André estranhou ouvir aquele comentário, quis prolongar o assunto, mas conteve o impulso. Não era o momento de ser leviano. Ele inclinou ligeiramente a cabeça, com um olhar mais brando, empático.

— Sinto muito, Mari. Sei que não sou ninguém pra dizer isso, mas … vocês dois sempre pareceram feitos um para o outro. Mas também sei, como todos nós que já vivemos um pouco, que a vida nem sempre segue o roteiro que a gente escreveu lá atrás, com vinte e poucos anos.

Mari assentiu, tocada pela sinceridade dele. Anna apenas observava, com um discreto sorriso enigmático de canto de boca, percebendo o cuidado com que André falava.

— Obrigada, André — disse Mari, com um tom mais calmo. — Eu não esperava que a conversa tomasse esse rumo, mas foi bom encontrar alguém daquele tempo. Me traz lembranças boas. Talvez eu estivesse precisando disso.

André se ajeitou na cadeira, mais animado com a abertura sutil que ela oferecia.

— Então agora você não tem mais desculpa pra faltar no jantar — disse ele, olhando para Anna com cumplicidade. — A gente precisa colocar a conversa em dia, Mari. Tem tanto que eu queria saber … e tenho certeza de que você também tem boas histórias pra contar.

Anna aproveitou o gancho.

— Eu te disse que ia ser uma noite especial. Agora está mais do que confirmado.

Mari suspirou, sem saber se ria ou protestava. Sentia-se levemente pressionada, mas não de forma desagradável. A energia de André era diferente. Havia ali uma mistura de nostalgia e respeito que a tocava, de um jeito que ela não esperava.

— Está bem — disse, por fim, com um sorriso discreto. — Eu vou. Mas só se não me fizerem falar em um microfone nem dançar com ninguém.

André levantou as mãos como quem jura inocência.

— Prometo me comportar. Mas não prometo não puxar assunto sobre aquele dia que o Celo caiu do palco tentando cantar Legião Urbana pra você.

Mari riu, a risada escapando mais espontânea do que ela gostaria.

André se levantou, já se despedindo.

— Foi muito bom te reencontrar, Mari. Você continua … bem, continua exatamente como eu lembrava. E isso … isso é raro.

Ela baixou os olhos, tocada. Quando ergueu o rosto de novo, ele já se despedia com um leve toque na mão dela, rápido, gentil. Depois se virou para Anna.

— Nos vemos no sábado.

— Nos vemos — disse Anna, e ele seguiu seu caminho.

Mari ficou em silêncio por alguns segundos, observando André se afastar. Só quando ele sumiu entre as mesas que ela comentou, quase em tom de confissão:

— Eu devia ter recusado esse convite, né?

— Devia — Anna respondeu, divertida. — Mas ainda bem que não recusou.

Mari sorriu de lado, meio rendida, meio apreensiva. Ainda não sabia o que aquele reencontro significava, mas, pela primeira vez em muito tempo, sentiu algo novo: curiosidade.

{…}

A semana começou cedo para Celo e Diego.

Desde que Celo decidiu comprar a sala comercial para ampliar suas atividades e, principalmente, criar um espaço digno para que o filho pudesse desenvolver todo seu potencial, os dias passaram a ter outro ritmo. A sala, localizada em um prédio moderno, misturava funcionalidade e acolhimento.

O ambiente refletia a personalidade dos dois. Minimalista, tecnológico e com uma pitada de criatividade nos detalhes: quadros com códigos em linguagem binária, posters discretos de filmes cult e frases de pensadores da tecnologia nas paredes.

A divisão de segurança digital era o coração do escritório. Equipada com estações de trabalho robustas, painéis de monitoramento e servidores dedicados. Era onde Celo passava a maior parte do tempo, desenvolvendo soluções de segurança para clientes de alto perfil e coordenando auditorias de rede.

Diego, por sua vez, tinha seu próprio canto: três monitores ligados a uma CPU personalizada que ele mesmo montou, teclado mecânico silencioso, cadeira ergonômica e um quadro de vidro na parede repleto de postites coloridos com ideias e etapas de desenvolvimento.

Pai e filho trocavam poucas palavras durante o expediente, não por falta de proximidade, mas por sincronia. Cada um sabia o que tinha que fazer e respeitava o tempo do outro. No entanto, durante o café da tarde, que os dois faziam questão de manter sagrado, surgiam as conversas mais importantes.

Na quarta-feira daquela semana, Diego quebrou o protocolo. Em vez de comentar sobre alguma linguagem nova, um bug curioso ou o algoritmo que estava otimizando, ele puxou uma pasta preta da mochila.

— Pai, posso te mostrar uma coisa?

Celo ergueu os olhos do notebook, curioso.

— Claro.

Diego abriu a pasta e começou a apresentar seu projeto. Era um plano detalhado para lançar uma nova frente de atuação da empresa: uma plataforma digital que uniria inteligência de análise de dados, segurança e automação de processos para pequenas e médias empresas. A proposta era clara, escalável, e o diferencial estava na personalização de soluções a partir de perfis comportamentais e necessidades específicas de cada cliente.

— Já testei um MVP com duas startups que conheci na faculdade — disse Diego, mostrando gráficos, resultados e feedbacks positivos. — Quero lançar esse produto em paralelo ao nosso trabalho principal. Não vai atrapalhar sua operação, mas eu gostaria de usar a estrutura como base. E claro, queria te convidar pra ser meu sócio nessa expansão.

Celo folheou cada página em silêncio, atento aos detalhes. O projeto era coeso, maduro, com métricas bem definidas e uma identidade visual limpa e profissional. Ele estava, sinceramente, impressionado. Quando terminou a leitura, encostou-se na cadeira e olhou para o filho com um orgulho discreto.

— Você não tem ideia do quanto me deixa feliz ver isso, Diego.

Diego sorriu, mas esperava a resposta definitiva.

— Mas ... — continuou Celo, com a voz firme — ... não vou ser seu sócio.

O sorriso do filho vacilou.

— Você vai tocar isso sozinho. Essa ideia é sua, nasceu de você, foi pensada por você. Eu vou entrar como investidor, sim, vou colocar dinheiro, recursos e até ajudar na montagem da equipe, se quiser. Mas a liderança é sua. Essa empresa vai carregar o seu nome, não o meu.

Diego pareceu não saber o que dizer por alguns segundos. Quando finalmente falou, sua voz tinha um tom mais emocionado do que ele gostaria de deixar transparecer.

— Valeu, pai.

Na quinta-feira, os dois passaram o dia selecionando currículos, entrevistando candidatos e testando desenvolvedores e designers para a nova equipe. Diego demonstrava segurança ao fazer perguntas técnicas, ao conversar com cada candidato e ao visualizar a cultura que queria construir. Celo apenas observava, vez ou outra sugerindo, uma ou outra abordagem, mas sem interferir. Ele sabia que seu papel agora era dar suporte, não conduzir.

Na sexta, assinaram o contrato de aluguel de uma segunda sala no mesmo andar, dedicada à nova startup. Diego já começava a pensar em nomes, identidade visual, domínio de site, e montava fluxogramas e cronogramas com uma naturalidade que fazia Celo sorrir em silêncio.

Com isso, a semana passou num piscar de olhos.

Para Celo, aquele período marcou mais do que o crescimento da empresa. Foi a primeira vez, desde muito tempo, que ele se sentiu realmente em paz. Estar ao lado do filho, vê-lo florescer profissionalmente e confiar nele como homem, como colega e como futuro líder, era uma recompensa que nenhuma conquista anterior havia trazido.

{…}

O sábado enfim chegou e, com ele, a festa na casa de Anna. Mari, um pouco receosa, estava aflita em entrar sozinha naquele território, que apesar de conhecido, trazia algumas lembranças ruins. Com o intuito de se proteger, mandou uma mensagem para Anna logo no começo do dia:

“Bom dia, Anna. Desculpe a ousadia, sei que convidado não convida, mas você me autoriza a levar uma amiga comigo? Entendo, se não for possível”.

Anna respondeu minutos depois:

“Bom dia, Mari. É claro que eu autorizo, amiga. Pode trazer quem você quiser. Me deixa correr, ainda tenho muitos preparativos a fazer. Nos vemos à noite”.

Aliviada, Mari sorriu sozinha e, sem perder tempo, ligou para Luciana.

— Lu, quero te pedir um favor. Pode ser meu escudo hoje?

— Já estava esperando esse convite, confesso. Claro que vou com você, amiga. Só me diz a hora.

— Passo aí às duas. Vamos ao salão, fazer tudo com calma. Não quero dar brecha pro nervosismo.

Luciana riu do outro lado da linha e aceitou de imediato. Já conhecia os fantasmas que assombravam Mari e, como boa amiga, vestiria a armadura sem pestanejar.

Pouco depois das duas da tarde, as duas já estavam acomodadas nas poltronas confortáveis do salão de beleza que Mari frequentava há anos. Entre taças de espumante, cremes, escovas e maquiagens, os risos começaram a soltar o nervosismo que insistia em se acumular nos ombros de Mari.

A tarde no salão foi calma e produtiva. A noite chegou rápido.

Luciana optou por um vestido midi em tom marsala, de tecido fluido, com leve fenda lateral e mangas soltas. O cabelo foi preso num coque moderno, com algumas mechas soltas emoldurando o rosto. A maquiagem era sofisticada, com olhos levemente esfumados e batom nude rosado.

Mari, por sua vez, escolheu um vestido verde escuro, de alças finas e corte elegante, que destacava sua silhueta com sobriedade e classe. O tecido acetinado refletia a luz com suavidade e um colar delicado com uma pedra âmbar completava o visual. Os cabelos, soltos em ondas bem definidas, e a maquiagem marcada nos olhos realçavam o tom claro da pele. O batom vinho, ousado, parecia uma afirmação silenciosa: ela estava ali, por inteiro. Ainda ferida, mas de pé.

Pouco antes das sete da noite, as duas desceram do carro de aplicativo na frente da casa de Anna e Paul. A fachada era imponente, mas acolhedora, com o gramado impecavelmente aparado e iluminado por discretos refletores enterrados no solo. Por trás da ampla vidraça frontal, era possível ver a movimentação animada de convidados circulando com taças nas mãos, risos altos e música ambiente preenchendo o ar com sofisticação.

Mari respirou fundo. Luciana segurou seu braço.

— Não estamos indo pra batalha, amiga. Mas se for, estamos lindas e armadas até os dentes.

Mari riu, mesmo nervosa.

— Você é a melhor escudeira que eu poderia ter.

Juntas, subiram os poucos degraus da entrada, sob a luz amarelada dos lampiões modernos que ladeavam a porta. E, por um momento, antes de baterem à porta, Mari se permitiu um pensamento: “Talvez a noite não seja tão difícil quanto imaginei”.

Anna e Paul abriram a porta antes mesmo de elas tocarem a campainha.

— Vocês estão lindas! — Disse Anna, abrindo os braços.

— Bem-vindas! — completou Paul, sorridente.

Após os cumprimentos calorosos, Mari apresentou Luciana.

— Essa aqui é minha amiga e colega de profissão, Luciana. A amiga que eu disse que traria.

— Muito prazer, Luciana. Sinta-se em casa. — Anna a recebeu com carinho, num abraço caloroso.

A sala estava cheia, mas fluída. Grupos espalhados em conversas animadas, garçons com bandejas oferecendo vinhos, espumantes e petiscos refinados. A playlist era impecável: jazz, um pouco de soul, uma pitada de MPB sofisticada.

Pouco depois, Cora e Giba vieram ao encontro delas.

— Olha só quem resolveu sair da caverna! — brincou Cora, abraçando Mari.

— E trouxe reforço! — disse Giba, sorrindo para Luciana. — Boa noite!

Em seguida, Chris e Fabi chegaram também. Abraços, sorrisos, e uma sensação de acolhimento que aliviava a tensão de Mari. Ainda assim, ela não conseguia evitar que, entre uma conversa e outra, seus olhos buscassem discretamente pela figura que não estava lá: Celo.

Mari não tinha a expectativa, mas tinha a esperança de encontrá-lo, apesar da garantia de Anna de que não o convidaria para que ela não o visse acompanhado de outra mulher. Entretanto, o vazio que isso provocava nela era estranho, confuso. E, justo naquele instante, começou a tocar “Pra Você Guardei o Amor”, de Nando Reis e Ana Cañas.

Como um reflexo emocional, os olhos de Mari brilharam por um instante. Aquela canção tinha sido a trilha sonora de um momento doce e inesquecível com Celo. Ela fechou os olhos por um breve segundo, respirou fundo, disfarçando a emoção, quando Anna reapareceu ao seu lado.

— Mari, Luciana, quero lhes apresentar duas pessoas.

Ao lado dela, estava André, que já havia reencontrado Mari dias antes, num almoço informal com Anna e um homem ao lado dele que Mari não conhecia.

— André, você já viu a Mari essa semana, mas agora é oficialmente uma festa. — Disse Anna, sorrindo.

— É sempre bom rever você, Mari. E agora no dobro de elegância. — Comentou André, olhando para Luciana com charme. — Muito prazer, Luciana.

— O prazer é meu, André. — respondeu Luciana, simpática.

Anna então apontou para o homem ao lado de André.

— Esse é o Jonas. Veio com o André da Europa para tocar um projeto com o Paul. A estrela da noite, na verdade. Essa festa é, em parte, por causa dele.

Jonas estendeu a mão.

— Muito prazer, Mari. E você, Luciana.

— O prazer é nosso. — Disse Mari, observando. Jonas era maduro, charmoso, com presença. A barba bem cuidada, olhos que transmitiam atenção e gentileza. Havia algo seguro em seu modo de falar.

— Psicanalista, certo? — perguntou Jonas, após alguns minutos de conversa. — A Anna comentou brevemente.

— Sim. E Luciana também.

— Sempre admirei quem trabalha com a mente humana. Eu mal consigo lidar com meus próprios pensamentos. — Disse ele, em tom leve, provocando risos.

— Bom, agora que já os apresentei, fiquem à vontade e, por favor, me deem licença ... — Disse Anna, deixando os quatro conversando.

André e Luciana logo engataram uma conversa sobre viagens, após ele comentar que morou, por um tempo, em Barcelona, o que despertou o interesse nela, especialmente pela arquitetura e cultura catalã. A sintonia entre eles fluía, sem pressa, sem atropelo.

Jonas, por sua vez, se manteve perto de Mari. Com naturalidade, fazia perguntas, sem parecer invasivo. Queria saber como ela via o cenário atual da saúde no Brasil, comentava sobre a diferença de mentalidade que percebia desde que voltou da Europa.

— Você tem um jeito sereno de falar. Calmo, mas firme — Disse ele, em certo momento.

Mari sorriu.

— Acho que vem do ofício ... ou da tentativa constante de manter o caos sob controle.

— Ou das cicatrizes — Disse ele, encarando-a por um instante. — Elas, às vezes, nos ensinam a andar devagar.

Foi a primeira vez que Mari sentiu aquele frio na barriga. Um homem que não fazia rodeios, mas também não precisava gritar para se fazer ouvir. Jonas parecia seguro, interessado e, acima de tudo, respeitoso com o espaço dela. E isso, para uma mulher em reconstrução, dizia muito.

André se aproximou de Luciana com um copo de vinho branco na mão e um sorriso fácil no rosto. Ele observava a amiga de Mari há algum tempo, impressionado não só pela beleza madura, mas pela energia que ela transmitia. Luciana, percebendo o olhar constante, não se fez de rogada. Manteve o jogo de olhares, com um leve levantar de sobrancelha que só aumentou a confiança dele.

— Então, Luciana ... — Ele começou oferecendo a taça de vinho. — Você prefere vinho branco ou só aceitou esse pra me dar abertura?

Ela riu.

— Eu aceito as boas intenções. E esse vinho tá bem gelado, o que ajuda. — Respondeu, pegando a taça com elegância.

— Você sempre foi assim? Direta, firme ... perigosa?

— Perigosa? — Ela mordeu o lábio inferior, provocando. — Não, André ... só pra quem merece.

Ele deu um passo mais perto, mas respeitando o espaço dela.

— E eu mereço?

Luciana deu um gole lento na bebida, depois o olhou de cima a baixo, sem esconder o interesse.

— Você ainda está em fase de observação. Mas está indo bem.

— Sou um bom aluno. — Ele respondeu, inclinando-se levemente. — E tenho uma tendência natural em me envolver com mulheres inteligentes. Sempre me meto em confusão por conta disso.

— Azar o seu ou sorte minha? — Luciana sorriu, piscando levemente o olho direito para ele.

— Eu topo descobrir ... se hoje, você me der essa chance.

— Quem sabe — Respondeu ela, saindo de leve e passando a mão no braço dele ao se afastar. — Continua me servindo vinho e quem sabe a gente descobre juntos.

André ficou parado por um segundo, assistindo-a caminhar até a varanda. Sorriu com a certeza de que, daquela noite, sairia com muito mais do que esperava.

Enquanto isso, poucos metros ao lado, Mari conversava com Jonas perto da lareira interna, onde a música tocava mais baixa e o clima era mais intimista. Ele falava sobre os desafios de trazer uma marca europeia ao Brasil, mas fazia questão de incluir Mari na conversa, ouvir seus comentários, suas análises. Ela falava pouco, ainda tensa com a situação. A presença de Jonas era agradável, o tom de voz baixo, o olhar interessado, mas sem pressa.

— Você tem um olhar muito agudo, Mari. Dá pra ver que lê as pessoas além do que elas mostram. Psicanalista, certo?

Ela assentiu, discreta.

— E você tem uma maneira muito calma de se expressar. Conquista espaço sem invadir. — Mari ainda não o olhava diretamente. Não nos olhos.

— Que bom que percebeu ... É que eu sou naturalmente atraído por silêncios inteligentes. — Ele sorriu com sinceridade. — E você tem muitos.

Mari corou levemente, desviando o olhar para o copo de espumante nas mãos. Olhou ao redor, discretamente e voltou a se focar na conversa agradável com Jonas. Ele a observava com gentileza, percebendo a oscilação em seu humor. Mas não forçou nada. Apenas permaneceu ali, ao lado dela.

— Você é um mistério, Mari. Eu adoraria descobrir mais.

Ela o olhou nos olhos finalmente, o avaliando. E, pela primeira vez, não afastou a ideia.

Luciana, ansiosa, interrompeu a conversa dos dois.

— Me acompanha até o banheiro, amiga?

Mari a seguiu, sorrindo timidamente para Jonas, que apenas abriu passagem para as duas. No banheiro, sob a luz calma e os espelhos amplos, Luciana e Mari retocavam a maquiagem. Luciana, sempre afiada, não perdeu tempo:

— Ele é bonito. Refinado. E tá na tua.

Mari deu de ombros, mexendo no batom, sem encará-la diretamente.

— Eu sei. Mas você sabe ... ainda tem o Celo ... achei que ele viria ... achei que Anna estivesse ... armando alguma coisa. Mas já passa das vinte e três horas … acho que foi só paranoia minha, desconfiança.

— Talvez estivesse. — Luciana respondeu, ajustando o colar. — Mas ele não apareceu mesmo. Anna é uma mulher inteligente, não arriscaria mentir, já que está tentando reconquistar sua confiança.

Luciana achou que era hora de ser mais direta, de fazer Mari enxergar mais além.

— E olha ... desculpa, amiga, mas … talvez seja hora de seguir em frente. Você mesma me disse que ele já seguiu.

Mari a encarou pelo espelho.

— Isso é uma crítica?

— É um empurrão. — Ela sorriu. — Não sou mais sua terapeuta, sou apenas sua amiga. E você não tem que decidir nada hoje. Só ... se permitir. Você é linda, incrível, cheia de vida. Tá na hora de lembrar disso.

Mari respirou fundo. Uma pausa.

— E se eu me permitir e me machucar de novo?

— E se não? — Luciana deu um beijo leve na bochecha dela. — Às vezes a gente precisa pular sem saber onde vai cair. Só pra lembrar que ainda sabe voar.

Mari ficou em silêncio por um segundo. E então, soltou um sorriso tímido.

— Jonas tem um olhar bonito, né?

— E mãos grandes. — Luciana piscou. — Boa sorte com seu filósofo europeu.

As duas riram juntas antes de saírem do banheiro, mais leves.

E Mari, de volta ao salão, decidiu voltar à conversa com Jonas. Só que, seguindo a sugestão de Luciana, um pouco mais aberta, um pouco mais disposta a ver onde aquilo poderia acabar.

No meio do caminho, de forma carinhosa, com um abraço, foi parada por Fabi.

— Mal nos falamos. Eu estava com saudade. Não nos vemos desde aquele dia na sua casa. Achei que estava com raiva de mim?

Mari retribuiu o abraço:

— Claro que não. Que bobagem. Eu estava apenas … um pouco desconectada de tudo, meio perdida …

— Vamos marcar um almoço, um tempo para a gente se ver. O que acha? — Fabi sugeriu.

Antes que Mari pudesse responder, Cora se juntou as duas, maliciosa, espalhando seu veneno:

— De boba você não tem nada, não é? Já foi logo cravando as garras no bonitão importado. Ah, Mari …

Fabi a repreendeu:

— Pra que isso, Cora? Sua sem noção. E ele não tem nada de importado. É brasileiro, só morou e trabalhou fora.

Mari não estava no clima para as piadinhas de Cora. Ela não queria jogar aquele jogo.

— Fabi, vamos marcar aquele almoço. Aguardo sua ligação. — Ela se virou para Cora. — Cora … é sempre um prazer. — Disse, de forma irônica, e se afastou.

Deu dois passos e foi surpreendida por Anna, que surgiu com um sorriso tenso, quase ensaiado:

— E então? Está divertido, não está? Eu prometi que seria uma festa tranquila ... lembra?

Mari a encarou, hesitante. Sentiu um aperto no peito ao perceber a tentativa de leveza na voz da amiga, como se escondesse algo. Quis se desculpar por ter desconfiado dela, mas havia algo no olhar de Anna que a fez recuar. Ainda assim, arriscou:

— Me desculpa, amiga. Eu ... mesmo você me prometendo, eu realmente achei que você ia chamar o Celo. Aquele dia, você falou que nosso casamento ainda podia ter conserto ...

O sorriso de Anna se desfez de imediato. Seus ombros tombaram levemente, como se um fardo invisível pesasse sobre ela. Interrompeu Mari com a voz embargada:

— Não ... quem tem que te pedir desculpa sou eu. Eu convidei o Celo, assim que eu soube que ele viria sozinho. Achei que vocês ainda tinham chance, de verdade. Acreditei nisso. Mas … pelo jeito, me enganei ... parece que você estava certa esse tempo todo. Me perdoa?

Mari não disse nada. Apenas a abraçou, apertado, como quem reconhece a dor alheia e compartilha da própria. Anna poderia ter mentido, omitido, mas escolheu dizer a verdade. E Mari sentiu-se grata por isso. Não havia mais motivo para alimentar ilusões. A pequena chama que ainda resistia dentro dela começou a vacilar. Celo havia seguido em frente. Ela precisava fazer o mesmo.

Quando Anna foi chamada por outros convidados, Mari respirou fundo e caminhou devagar até o bar improvisado na sala. Pediu uma taça de vinho branco e se virou para o ambiente. Ali perto, conversando com Paul, Jonas desviou o olhar e a fitou por um instante longo o suficiente para fazê-la desviar os olhos, sentindo o coração bater num ritmo incômodo.

— Achei que tinha lhe perdido no banheiro. — Comentou Jonas, com um tom casual, mas carregado de intenção.

Mari esboçou um sorriso, parando ao lado dele no bar. Sua taça de vinho ainda fresca na mão.

— Precisei de um intervalo. — Respondeu. — Às vezes a cabeça gira mais rápido do que o corpo consegue acompanhar.

Ele assentiu com um olhar compreensivo e os dois caminharam juntos até a varanda lateral, onde a música soava como um eco distante e a brisa noturna amenizava o calor dos pensamentos.

Encostado no parapeito, com um cálice de vinho tinto, Jonas observava a festa, mas virou-se devagar quando sentiu Mari se aproximar. Seu olhar pousou nela com calma, atento, mas sem pressa. Havia algo na postura dele que inspirava confiança. Um homem que não precisava se impor para ser notado.

— E agora? Já se encontrou? — Perguntou, com um doce sorriso.

Mari olhou para o jardim iluminado, onde algumas risadas flutuavam entre luzes e sombras.

— Estou tentando. — Disse com um suspiro. — Às vezes, me perco no meio de mim mesma.

— Dizem que quem se perde dentro de si está mais perto de se encontrar do que imagina.

Ela virou o rosto para ele, surpresa pela frase que parecia ter saído de algum canto da própria alma. Sorriu com suavidade, o vinho ainda dançando na taça.

— Filosofia de europeu?

— Filosofia de quem já se perdeu algumas vezes. — Ele respondeu, com naturalidade. — E, por sorte, achou boas companhias pelo caminho.

Mari o encarou. Havia algo nos olhos dele — um azul quase cinza, sereno e verdadeiro — que a desarmava sem esforço. Não era um homem que colecionava frases prontas. Ele oferecia presença. Tempo. Interesse genuíno.

— Você sempre foi assim? — Mari perguntou, num tom mais leve.

— Assim como?

— Calmo. Seguro. Interessado, mas sem ser insistente.

Jonas soltou uma risada baixa, inclinando-se um pouco mais na direção dela, sem ultrapassar o limite.

— Interessado eu estou, sim. Muito. — Disse, com um brilho no olhar. — Mas aprendi que, quando a gente quer tocar o que é delicado ... precisa ir com as pontas dos dedos.

Mari riu, de verdade. Não com deboche, nem como quem desvia. Era um riso que saía do peito com um toque de surpresa, talvez alívio. Ela ainda não sabia o que queria daquela noite, mas, naquele instante, não sentia mais que precisava fugir.

Mari não respondeu de imediato, mas também não se afastou. Apenas virou o corpo de leve, ficando de frente para ele. As mãos repousaram no parapeito, como se buscassem firmeza em meio ao turbilhão que sentia por dentro.

— Eu tenho vivido um tempo frágil. — Disse enfim, a voz mais baixa, mas clara. — Confusa. Às vezes amarga demais até para mim.

Jonas a observou por um instante antes de responder, sem tirar os olhos dela.

— Ainda assim, tem uma luz em você que atravessa tudo isso. E nem precisei cavar muito pra ver. — Falou com uma franqueza que não soava como charme barato, mas como verdade dita com tato.

Mari não corou, mas ficou tocada. Baixou os olhos por um segundo, como quem absorve um elogio raro, depois voltou a encará-lo. Havia mais firmeza ali do que antes.

— Você fala bonito, Jonas.

Ele sorriu, tomando um gole do vinho antes de retrucar:

— E escuto melhor ainda.

Ela riu, mais interessada, com sinceridade. Era um respiro. Uma fresta se abrindo. Ao fundo, a música já havia diminuído. Os risos altos rareavam, vozes se despediam entre abraços. A festa começava a perder força, como uma onda que recua deixando apenas espuma.

Jonas olhou discretamente para dentro da casa, onde André e Luciana dançavam, rindo como velhos cúmplices. Voltou o olhar para Mari, mais direto agora.

— A noite está acabando, mas ... acho que a conversa com você ainda tá só começando.

Ela inclinou a cabeça, curiosa, sem desviar os olhos.

— E o que exatamente você está me propondo, Jonas?

Ele não vacilou.

— Que a gente se conheça. Sem máscaras. Sem promessas. Só ... um passo de cada vez. — Ele estendeu o cálice, como quem propõe mais que um brinde, selando um pacto de leveza.

Mari hesitou por um segundo. Depois ergueu sua taça e encostou na dele com um tilintar suave, quase íntimo. Seus olhos encontraram os dele, num sussurro que mal precisava ser alto para ser ouvido:

— Um passo de cada vez.

Do parapeito da varanda, Mari e Jonas observavam a sala esvaziar aos poucos. Mas um casal ainda dançava ao som de um jazz preguiçoso que ecoava pelo ambiente: André e Luciana. Àquela altura, já não havia mais espaço entre os corpos. As mãos dele se aventuravam pela cintura dela com liberdade, e os beijos eram cada vez menos discretos.

— Acho que a noite deles já virou outra coisa. — Comentou Jonas, com um leve sorriso.

Mari riu, cúmplice. Havia algo engraçado e também libertador naquela cena. Quando se aproximaram para se despedir, Luciana largou André por um instante e puxou Mari de leve pelo braço, afastando-a discretamente para o lado.

— Amiga ... — Começou, o tom arrastado pela bebida e um sorriso largo no rosto — Eu vou te deixar em casa, tá? Mas olha ... — Ela gesticulou com a cabeça na direção de André — Ele me chamou pra esticar a noite. E, bom ... eu aceitei. Você me entende, né?

Luciana claramente não estava sendo tão discreta quanto imaginava. Jonas, parado a poucos passos, ouviu tudo e sorriu com naturalidade.

— Olha aí — Disse ele, com a voz calma — Parece que estamos todos com a noite aberta. Que tal irmos os quatro juntos? Um último drink. Lugar tranquilo. A noite está boa demais para acabar agora.

Mari olhou para Luciana, para André, depois para Jonas. O convite parecia simples, mas havia algo no ar, uma energia nova, um leve risco, talvez até uma promessa.

Luciana, meio alta, assentiu com entusiasmo, incentivando a amiga:

— Vai, Mari ... não precisa voltar correndo pra realidade. Vamos todos. Merecemos.

Mari hesitou. Por dentro, uma mistura de receio e vontade se enfrentavam. Jonas percebeu a hesitação de Mari.

— Se você não estiver disposta, eu vou entender. — Disse ele.

— E, por que eu não estaria disposta?

— Eu não sei ao certo, talvez por conta deste seu adorno na mão esquerda – Falou Jonas, indicando, com o olhar, o dedo anular da mão de Mari — O André me falou, por alto, sem detalhes ... eu não sei ao certo a sua situação ...

— Esse “adorno” o constrange? — Interrompeu Mari de forma enfática.

— A mim, é claro que não. Só não tenho certeza se não constrange a você?

— Pode ficar tranquilo. Até agora estamos somente conversando e nos conhecendo, certo? Não vejo como a minha “situação”, esteja ela como estiver, pode interferir nisso. Concorda?

— Concordo. Vamos?

Mari, então, respirou fundo, sentindo o vento noturno acariciar a pele, o calor do vinho ainda no corpo, os olhos de Jonas fixos nos seus, esperando, mas sem pressão.

— Por que não … Ok! — respondeu, com um sorriso que começou tímido e terminou confiante. — Um último drink.

Jonas estendeu a mão como quem acolhe a coragem dela. Mari aceitou.

E assim, a noite ganharia um novo capítulo.

{…}

Na manhã daquele mesmo sábado, no apartamento do Celo:

O sábado começou cedo e tenso para Celo. Mal o sol despontava e ele já estava diante de três monitores, a voz firme no telefone, enquanto Diego, ao lado, que havia chegado rapidamente a pedido do pai, digitava veloz no notebook. Uma sequência de falhas atingira os servidores de dois clientes importantes, comprometendo sistemas de segurança e monitoramento em tempo real. Para quem trabalha com dados sensíveis e proteção digital, era o tipo de emergência que fazia o estômago revirar.

— Pai, olha esse log aqui … o firewall ignorou três requisições de protocolo. Não é normal. — Avisou Diego.

— Droga … Tá com cara de uma brecha remota. Roda um rastreio cruzado com os endereços IP da última semana. Eu assumo a contingência.

Passaram a manhã entre códigos, chamadas, servidores e testes. Somente depois das treze horas a situação começou a se estabilizar. Depois do almoço, Celo enfim conseguiu descansar um pouco. Já passava das 18hs quando começou a se preparar para a festa de Paul e Anna.

O ambiente estava silencioso. Diego havia saído com o carro, pouco antes, pedindo ao pai para usá-lo, uma passada rápida em um compromisso pessoal, prometera estar de volta no máximo às dezenove horas. Celo assentiu sem pensar muito. Confiava no filho, mas o relógio parecia conspirar contra ele naquele dia.

No banheiro, o clássico ritual de preparação. Barba feita com calma, água quente, creme de barbear espumando nas mãos. Mas ao deslizar a lâmina, um movimento errado e um corte afiado, bem no queixo.

— Ah, não … justo hoje? — Resmungou.

O corte era pequeno, mas insistente. Pingava sangue. Precisou pressionar com gaze, aplicar um hemostático. Perdeu minutos preciosos, reaplicou parte do creme no rosto e refez a produção com mais cuidado.

Vestiu uma calça de alfaiataria preta, sapato escovado, camisa azul petróleo com os dois primeiros botões abertos e blazer cinza grafite. O relógio antigo do pai no pulso. Impecável. Tudo preparado para dar o próximo passo.

Aquele sábado estava sendo uma verdadeira provação para Celo. Já estava arrumado, pronto para sair, mas Diego ainda não tinha chegado. Estava frustrado, mas mais do que isso, preocupado com o filho. Mandou mensagens, mas o celular parecia estar fora de área.

Já passava das vinte e uma horas quando finalmente ouviu a chave girando na porta. Diego entrou apressado, jogando as chaves na mesinha da sala.

— Foi mal, pai. Um amigo se acidentou, acabei precisando ajudar. Me desculpe.

Celo abraçou o filho, feliz por vê-lo bem.

— Graças a Deus. O que aconteceu com seu celular? Por que não recebeu minhas mensagens?

— Estávamos em uma chácara, um lugar com péssimo sinal de celular. Foi mal. Me desculpa por preocupá-lo assim. — O filho explicou.

Celo só balançou a cabeça, pegando a chave do carro e saindo, sem dizer mais nada, apenas dando um tapinha de alívio no ombro do filho. Mas o sábado ainda reservava mais um golpe.

Aquele não era mesmo o dia dele. Na subida de um viaduto movimentado, próximo ao centro da cidade, o carro perdeu força de repente. Um estalo no motor, a luz do painel acesa. Ele encostou o veículo com dificuldade. O local era ruim, escuro, com sinal de celular oscilando. Tentou religar, nada. Desceu, abriu o capô, verificou o básico. Não era a bateria. Provavelmente bomba de combustível ou algo ainda mais sério.

Conseguiu acionar o seguro entre uma falha e outra da conexão do celular. A resposta foi desanimadora: a noite estava agitada, muitos chamados, ele precisaria esperar. Estimativa: entre sessenta e noventa minutos.

Encostou-se na lateral do carro, o blazer dobrado no braço. Um motorista que parou brevemente tentou ajudar, sem sucesso. Tentou avisar Anna, mas o sinal do celular estava ainda pior.

Já passava das vinte e três horas quando o guincho finalmente chegou. Celo nem se deu ao trabalho de o acompanhar até o destino, só pediu que levassem o carro direto para a oficina de confiança e, com o veículo já engatado, chamou um carro pelo aplicativo.

Enquanto esperava, deixou escapar um riso cético.

— Era pra ser só uma festa, um sábado como qualquer outro. Será que tudo isso é um aviso?

O carro de aplicativo chegou rápido. O motorista, simpático e discreto, seguiu o GPS pelas ruas iluminadas. Celo checou o relógio: vinte e três horas e quarenta minutos. Não chegaria antes da meia-noite.

No horário determinado, dois minutos a mais, o carro parou em frente à casa de Paul e Anna. Celo desceu ajeitando o blazer nos ombros, olhando para a fachada iluminada, o jardim bem cuidado e a movimentação discreta lá dentro. Música boa ainda ecoava pela noite, misturada ao som de vozes e risadas.

Respirou fundo, passou as mãos no cabelo e encarou a porta. Depois de um sábado desastroso, tudo o que ele podia fazer era entrar.

Assim que entrou, foi recebido com preocupação.

— Você veio mesmo? Já estava perdendo a esperança. O que aconteceu?

Anna o encarava, com um sorriso caloroso nos lábios. Antes que pudesse falar, se explicar, Cora soltou a bomba de veneno:

— Chegou tarde. Mari já foi. E muito bem acompanhada, por sinal.

Continua…

* Trecho da música “Amanhã”, do Guilherme Arantes.

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 63Seguidores: 334Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

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Não tenho comentado muito, participado, mas sempre deixo meu elogio pessoalmente. Cheguei a conclusão de que não é suficiente. Um comentário público, direto, incentiva quem escreve, quem doa seu tempo para entretenimento de terceiros.

Parabéns, meninas. 👏👏👏👏

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Muito grata !!!! de coração.

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⭐⭐⭐

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Whisper, minha querida, vai só estrelar? Não vai comentar?

Adoro os seus comentários.

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Não quero causar problemas, ainda mais nos contos de vocês, então prefiro evitar. rsrs

Me desculpe.

Mas estou amando a história, de verdade!

😘

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Os idiotas acabam vencendo quando os sensatos se calam. Eu também me calei por muito tempo. Não mais. Tenho certeza de que seu comentário, sua participação, faz muita diferença, pois minha esposa sente sua falta aqui.

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Eu sinto muito, ela sabe o quanto a admiro e respeito. Mas minha paciência tem limites e se eu perdê-la de vez não vai prestar. Não quero que isso aconteça, não aqui. É exatamente por respeito a ela e também as outras autoras que prefiro evitar.

Obrigada Max.

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Coitado do Celo... Acho que ele não merecia mais essa!!!

Vamos ver o que acontece... torço para que Mari não se entregue novamente no primeiro encontro... Podem achar meu comentário machista... mas a auto estima de Celo aí sim vai para o ralo!!!

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Outra coisa se Mari foi para o SPA, e voltou alto astral... porque não procurou Celo???

Ela ama mas não tem iniciativa de reatar a relação... desculpa mas não entendo!!!

E agora aparece Jonas que com um conversinha de galã já dobra a Mari!!!

Como disse... posso estar pensamento um pouco machista!!! Mas!!!!

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Não se esqueça que a Mari viu o Celo com uma mulher em um clima de romance. Por que motivo, ela deveria procurá-lo?

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Então!!! Que amor é esse??? Ela já jogou a toalha???

Não vai lutar por Celo???

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Não sei se você reparou, mas somente ela está tentando recompor o casamento. Será que não chega uma hora que se torna necessário, até por conta do amor próprio, tentar seguir em frente?

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Recompor o casamento sem ter a conversa definitiva e honesta com quem ama!!!

Porque ela não diz a ele o que disse a Luciana e a Anna!!!

Não esqueça que a auto estima dele é baixa e nã se sente suficiente a ela!!!

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Zanon, ela já disse para ele que ainda o ama, diversas vezes !!! Ja disse para ele que nunca se sentiu insatisfeita !!!

Acho que você nao está se lembrando das últimas conversas dos dois.

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Ela nunca foi honesta com ele o suficiente...

Ficou sabendo dos traumas dela na terapia coletiva...

o que eu falo é conversa olho no olho... e não dizer "eu te amo, te amo, te amo... sem acrescentar"

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Na minha opinião, nenhum dos dois foi honesto com o outro.

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Com certeza não foram honestos...

Mas qual o homem diria.. eu fui traído e a justificativa que eu sou bom para casar e não para diversão???!!!

E qual mulher negaria demonstrar prazer por 20 anos para o homem que ama???!!!

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Com certeza. A resposta está nos traumas que cada um carregam !!!

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Aí que está a origem de todos os do casal, falta de cumplicidade, não conseguem ser completamente honestos um com o outro.

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A Mari procurou o Celo na formatura do filho e questionou se ele estava se relacionando com outras pessoas.

Nessa ocasião o Celo se manteve em silêncio e depois ela enco trouxe ele com outra mulher.

Para Mari, ele está curtindo outra fase da vida e agora ela se permitiu curtir também.

Mari não quer estragar a vida do Celo, ela se acha culpada pelo relacionamento deles ter ficado do jeito que ficou.

Nesse momento deve Celo procurar a Mari e resolver o mal entendido da questão da Clara, e como foi Celo que pediu o tempo, deve Celo pedir pra voltar, Mari até o momento está respeitando o espaço pedido.

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Ela procurou para "cobrar" e não para tentar se acertar... Mesmo que ele tivesse com outra... Eles tem muito que conversar...

Ele não a procura por não se sentir a altura dela e ela já sabe disso, dito pela Anna...

Questiono o porque ela não o procura e diz o que disse em relação a ele o que disse a Luciana e a Anna!!!

Mas quem sou eu para questionar personagens... kkkkk

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Mas. se foi ele mesmo que, praticamente, "liberou" a Mari !!!

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Cara Id@...

Ele se relacionou com outras tentando se afirmar / se encontrar como homem... certo???

Ela precisa ter outro relacionamento para procurar Celo e se abrir... demonstrar que ama???

Isso é independente de Celo ter "liberado" ou não!!!

Como disse... pode ser "machismo de minha parte"!!!

Mas ela tem que demonstrar o amor... e não é se entregando a outro...

Desculpa se meu pensamento está fugindo do "proposto no conto"

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Zanon, segue a última conversa entre os dois, por telefone:

"O fim de tarde tingia o céu de tons dourados quando Mari chegou em casa. Ela deixou a bolsa sobre a poltrona, tirou os sapatos e estava prestes a subir para o quarto quando o celular vibrou. Era Celo.

Ela atendeu, tentando soar neutra:

— Oi.

Do outro lado, a voz dele veio calma, mas cheia de cautela:

— O Diego me passou seu recado ... Você queria falar comigo? Aconteceu alguma coisa?

Mari hesitou, o coração acelerando. A conversa com Anna ainda ecoava em sua mente. Respirou fundo antes de responder:

— Pensei melhor. Acho que ... seria melhor adiar essa conversa. Não é o momento.

Do outro lado, Celo ficou em silêncio por um instante. Depois, a voz dele veio mais suave:

— Entendi.

Quando ela já se preparava para se despedir, ele continuou:

— Mari ... eu falei com a Dani, hoje. Queria te explicar sobre ontem.

Mari fechou os olhos, sentindo a velha dor tentando ressurgir.

— A mulher que você viu comigo ... o nome dela é Clara. Somos só amigos, nada mais. Eu não queria …

Mari soltou uma risada curta, amarga, o interrompendo. A velha dúvida corroendo sua paciência. Sem rodeios, disparou:

— Vocês transaram?

O silêncio dele do outro lado da linha foi tudo que ela precisou ouvir. Como sempre, o silêncio que ascente. Mari apertou o celular com força, a voz embargada, mas firme:

— Pelo jeito, ela é uma ótima amiga, né?

— Não é o que … — Celo tentou falar, mas já era tarde.

Sem querer ouvir a resposta, Mari desligou. O som seco da ligação encerrada ecoou na sala vazia. Mari largou o celular sobre o sofá e subiu as escadas com passos marcados, sentindo o peso das suas expectativas despedaçadas mais uma vez".

Até onde eu sei, a Mari nao tem a menor ideia de que o Celo esteja tentando se encontrar "como homem", certo ?

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Concordo!!!

Mas Mari precisa se relacionar com outro pra que mesmo???

"Ela entregou os bets" como dizem por aqui... não vai lutar pelo amor dlee... esclarecer... dizer o que disse a Anna que ele é o homem da vida dela e bom amante????

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Zanon, eu entendo a sua indignação. Mas veja, a própria Anna disse para ela que, sabendo que o Celo não viria acompanhado, o convidou e ... ele não apareceu (ninguém ainda sabe o motivo).

Qual, você acha, deveria ser apostura da Mari? Recusar um convite para sair com os amigos? Por que?

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Jonas!!!Só quer ser amigo de Mari???

Mari!!! Não percebeu as intenções de Jonas???

kkkkkkk

Mari!!! Talvez!!! poderia ter marcado para conversar com Jonas um outro dia... ir mais devagar!!!

Acho que eu como tenho 60 anos sou mais "careta"...

E marcando para outro dia poderia descobrir porque Celo não foi!!!

Hã e eu sou romântico... kkkkk

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É claro que ela percebeu as intenções do Jonas (que mulher não gosta de ser cortejada?). Mas, acredito que você esteja pensando que eles saíram da festa da Anna, diretamente para um motel, certo ? Pode ser que sim ... pode ser que não ...

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Não estou achando nada, cara Id@... como já disse sou antigo... principalmente em idade... kkkk

Eu considero que uma conversa em uma cafeteria em outro dia... estaria de bom tamanho para retribuir o cortejo do educado Jonas...

Mas não sou eu o autor...

Me divirto em fazer comentários... e principalmente provocações...

Não sou especialista em mentes... e nem tenho conhecimento sobre as novas formas de se pensar relacionamentos...

Talvez se fosse as coisas como penso... não teríamos bons contos!!!

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Se for por idade ... eu sou mais "experiente" que você !!!! Rsrsrs

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Bom saber!!! kkkk

Prazer debater contigo!!!

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O prazer é todo meu !!!

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Abraço!!!

Boa noite!!!

Cutuca o MA para dar continuidade no Zodíaco!!! kkkk

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O Zodíaco (que saudade!!!) não deverá ter continuidade. Mas ... já estamos discutindo uma outra história que deverá ser tão boa, quanto !!! Aguarde.

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😳👏👏👏👏

Já quero.

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Segunda temporada... Deixa eu pensar... Hummmm acho que já escrevi algo sobre né parceir@? Kkkkk

Estou brincando, foi pegadinha. Aquilo não irá acontecer... Kkkkk

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Agora me deu até taquicardia !!!!

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Pela fé essa cora é a famosa cobra coral.

Só destila veneno.

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Esse capítulo me deixou ansioso e angustiado. Esse desencontro...

Analisando... Cora como sempre sendo a Cora... Concordo com alguém que disse num comentário, como a Anna ainda permite essa pessoa no ciclo de amizade? Ela não ganha nem um esporro... Uma chamada, puxão de orelha que seja...

Celo está mais confiante. É notório ver isso. Clara fez muito bem a ele e ele se redescobriu e talvez esteja pronto pra Mari. Será que ele perdeu o timing?

Anna me deixou um pouco decepcionado nesse capítulo. Ela está tentando promover a união entre o casal. Deveria ter falado antes com a Mari, que convidou o Celo, e ainda, acrescentando a informação de que ele não estaria acompanhado. Já que ela quer ser o cupido, que faça direito. Ligasse pra ele desde cedo, pra saber se vai e motivando-o a ir na festa, ou até mesmo ficar empatando o Jonas, protegendo a Mari. Entendo que como anfitriã tem várias coisas pra resolver na festa, mas poderia ter dado uma ajuda maior.

Dito isso, que bom que não deu, kkkkk, pois gerou mais ansiedade e mais tensão. Isso é bom.

E por fim, Mari... Gostei de tudo sobre ela neste capítulo. Aguardando notícias sobre a esticada. Ao mesmo tempo que eu espero, que ela seja comedida e se preserve um pouco, pra não se entregar logo ao primeiro cara que aparece, eu também espero que ela se solte mais, pra vencer os medos dela e que esteja plena para o Celo. Sim, eu sou TEAM Celo.

Essa dualidade está me deixando louco, porque eu quero que ela se solte sem medo, mas não quero que ela se apaixone por outro.

Das duas uma, pra Mari vai ser uma ótima experiência, se rolar ou não algo a mais.

Mas vai ser outra pedrada pro Celo, ainda mais se ela se soltar igual fez com Paul. Mais um que ela conhece no mesmo dia e ele anos tentando não conseguiu...

Ah, que ansiedade pra esse amanhã chegar...

Abraços menin@s. Como sempre, um ótimo capítulo. 3 taças de espumante pra vocês.

Abraços

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Calma MA !!!

A Anna também ficou frustrada com o que aconteceu. Ela não tinha porque proteger a Mari do Jonas, até porque nada estava acontecendo. Ela até falou para a Mari que tinha convidado o Celo quando soube que ele estava sozinho.,Só não sei dizer como a Mari interpretou essa informação.

Tanto a Mari como o Celo mudaram. Ambos aprenderam com os seus erros e com os seus traumas. Agora é esperar o que cada um vai fazer com esse aprendizado.

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Eu sei que a Anna falou pra Mari, mas falou no final da festa. Se ela tivesse falado antes, a Mari teria outra postura, provavelmente não iria ficar tão receptiva ao Jonas. Foi nesse sentido que eu disse. Pode até ser que a própria Mari ligasse pra ele, perguntando da demora. Enfim... é aquele famoso "se"...

Vamos ver a postura dele, qual vai ser... e da Mari também.

E eu estou calmo. Eu estou calmo. Eu estou CALMOOOOOOOOO kkkkkkk

Abraços parceir@.

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Concordo que se a informação tivesse sido logo no início das ambientações os mecanismos de defesa da Mari estariam em modo máximo, mas eu vi zero maldade nessa falta de percepção da Anna.

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Não foi maldade. Ou melhor, teve maldade sim, mas das autoras kkkkkk. E quem bom que teve, pra dar essa embolada no meio de campo.

A Anna estava ocupada. Ser anfitrião de festa dá trabalho. Até porque o motivo da festa não era o casal desencontrado. Era uma oportunidade pra eles.

Abraços

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Boa noite, faltam mais ou menos quantos capítulos ainda?

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Sinceramente, não sabemos.

Decidimos que a história seguiria seu próprio ritmo. Posso dizer que já estamos caminhando para a conclusão. Em quantos capítulos? Não sei, honestamente.

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Com certeza tem muita lenha para queimar e diversos caminhos a seguir, só depende dessa incrível capacidade de vocês em prender o interesse e a atenção dos seus leitores.

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Ótimo capítulo como sempre, a história está ótima, apesar de achar que as autoras são mazoquistas 🤣🤣🤣🤣

Parabéns, meninas "malvadas" 👏🏻👏🏻👏🏻😅😅😅😅

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Somos mesmo !!! Malvadinhas !!!

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Uma das minhas maiores críticas ao Celo é o seu jeito de reagir às coisas, ele é o tipo de gente que recebe a informação e se cala, guarda tudo para si, por fora parece que tá tudo bem, que a vida segue, da até a impressão de ser frio, mas por dentro as emoções explodem como um big bang e vai acabando com a mente e espírito da pessoa.

Se o personagem está em processo de amadurecimento e mudança, esse é o melhor momento para ele passar a ter atitude.

Será que veremos Celo brigar pela Mari ? Será que o personagem vai demonstrar algum tipo de reação e fazer as coisas acontecerem ? Ou será que ele vai simplesmente pegar um violão e chorar as pitangas, mas uma vez se manter em silêncio?

Ele é o homem da relação, se ele não começar a lutar pela Mari, outro vai tomar o seu lugar.

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Boa noite, o início do seu comentário foi brilhante...o Celo é esse tipo de pessoa...só que os dois terços finais de seu comentário são um pouco contraditórios com os próprios fatos.

Quantas e quantas vezes questionaram o Celo justamente pelas suas ATITUDES. Até hj se dá a impressão que o foi o Celo que conduziu a esposa para participar das "brincadeiras com os amigos...mas ele só fez isso pelo modo como sua esposa modificou seu comportamento, inclusive finalmente querendo finalmente resolver seu problema, contratando uma terapia. Foram as ATITUDES E REAÇÕES após ele presenciar tudo o que aconteceu que muitas pessoas os questionaram e o condenaram, provavelmente é o pensamento das autoras, pq diversas vezes jogaram essas "verdades " na cara dele...eu acho que esse é o problema que eu sempre levantei, como vc quer que ele tome uma atitude que sempre que ele faz alguma coisa ele é criticado e condenado??? TODAS AS VEZES QUE ELE OUSOU fazer algo por conta própria e agir ou reagir, a situação deles só piorou...e ele foi massacrado, dentro e fora da história.

Agora voltando ao início... pessoas que tem esse comportamento não são imaturas...eu me coloco nesse meio... por isso que sempre para as meninas que, numa história como essa, muitas vezes o leitor se identifica com um dos personagens, por isso o cuidado deveria ser redobrado...

Mas voltando...vc ser esse tipo de pessoa e segurar suas emoções para evitar conflitos não quer dizer imaturidade, desde que vc tenha o amor próprio suficiente para saber superar e guardar o que importa, o que não importa, simplesmente, não importa...o problema realmente é ter exatamente essa maturidade...e aí eu concordo que o personagem em si não tem....tanto o amor próprio suficiente como a maturidade suficiente...mas isso são duas coisas que podem ser trabalhadas e adquiridas.

Há uma teoria usada por alguns psicólogos que utilizam uma classificação baseada na personalidade, acho interessante procurarem a respeito, como eu disse, essa história é tão maravilhosa que nós permite viajar nela...com toda a humildade, leia a respeito (vale para todos), assim como foi legal buscar relembrar algumas coisas sobre Freud...que não ouvia há décadas.. kkkk...na teoria, as personalidades são divididas em:

1. Tipos de Personalidade MBTI:

Racionais (Analistas): INTJ (Arquiteto), INTP (Lógico), ENTJ (Comandante), ENTP (Inovador).

Realizadoras (Executorias): ISTJ (Prático), ESTJ (Executivo), ISFJ (Defensor), ESFJ (Cônsul).

Diplomatas (Idealistas): INFJ (Apoiador), INFP (Mediador), ENFJ (Protagonista), ENFP (Ativista).

Exploradoras (Aventureiras): ISTP (Virtuoso), ISFP (Aventureiro), ESTP (Empreendedor), ESFP (Animador).

2. Outras Teorias:

Teoria dos 4 Temperamentos (Hipócrates e Galeno): Colérico, Sanguíneo, Melancólico, Fleumático.

Teoria dos 4 Perfis Comportamentais: Analista, Planejador, Comunicador, Executor.

Modelo dos 5 Grandes Traços (Big Five): Abertura, Conscienciosidade, Extroversão, Amabilidade, Neuroticismo.

Mas vá só no temperamento...coloquei tudo se alguém buscar provavelmente vai ter essa divisão.

Se quiser entender mesmo, veja a primeira parte, a teoria bem mais aceita hj em dia é essa de Jung (que é exatamente a MBTI). Inclusive muitos questionários de entrevista de emprego e pesquisa vocacional utiliza esse método. Mas, p não complicar, vai so na parte do temperamento mesmo.

Falei tudo isso pq realmente os fleumáticos são muito criticados realmente. Mas, pode QQ vídeo ou leitura a respeito, qd atingem a maturidade, se tornam inigualáveis (e não estou puxando sardinha p meu lado kkk).

Ficou enorme...peço desculpas...ótima noite a noite a todos.

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Manfi !

Cara eu não quis dizer que ele não teve atitudes, eu quis dizer que ele é uma pessoa que se cala, onde deveria falar, e se tivesse sido mais direto e objetivo, muita dessa confusão teria sido evitada, desde o início. O Celo não é o tipo de pessoa que para tudo, e chama pra conversa e põe pra fora tudo, doa a quem doer (eu sou esse tipo de pessoa).

Eu condeno essa reação do Celo, ele recebe a informação, se cala e reflete muito, em vez de chegar e resolver ou por a questão diante de quem tem que ser posta.

Bom de toda forma, Celo esta em uma encruzilhada. Ou ele vai se fechar diante a informação de que Mari está com outra pessoa ou se abrindo pra novas possibilidades e guardar tudo que sente para si e morrer com isso. Ou ele vai dar um jeito de chegar na Mari e falar tudo, que sentia, que sente e o que acha sobre tudo isso.

Cara, eu sou colérico, pessoas fleumaticas e melancólicas as vezes me dão nos nervos kkkkkkkkkk

Se existe um problema, encare o problema e resolva o problema, nem que isso custe uma guerra mundial.

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É... realmente colericos e fleumáticos não se bicam...kkkk

Tem uma terceira opção...ele continuar na festa e se divertir...pq não???

Muitos pedem p Mari sair transando por si, pq não o mesmo para o Celo??

Eu acho que não vai acontecer muita coisa daí...ele vai talvez conversar um pouco com a Ana ou o paul, ou os dois, e depois ir pra casa.

Eu acho que a Mari vai ter seu momento com o amigo novo (ela TB merece e precisa) e aí vamos ver o que as meninas irão desenvolver a seguir...

Eu acho que seria uma continuidade nesse momento de autoconhecimento da Mari ela se deixar envolver com o cara aí...até pra ter ctz que ela ainda ama o marido ou não...na vdd amar não é a questão, mas se ela realmente precisa dele ou não...

Ela descobrindo que pode ser feliz sem precisar de ninguém, pode ser que diminua um pouco esse medo de abandono...

Eu estou curioso para a próxima conversa entre os dois...se ela vai colocar o tudo que percebeu recentemente, e realmente pedir desculpas verdadeiras, ou isso será apenas um momento introspectivo.

Ótimo dia

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Realmente vida que segue, a fila anda e o Mundo é grande demais para vivermos numa bolha emotiva, capítulo sensacional, o comportamento da Mari já estava passando dos limites, espero que, agora, ela com a consciência de seus problemas emocionais, não continue se privando de ser ela mesmo por inteiro, sem amarras, sem escudos e que finalmente encontre o amor, seja um totalmente novo ou se for obra do destino, um novo amor transformador com o Celo.

A reação do Celo ao saber que a Mari desceu para pista e que tá para negócio, vai influenciar no destino dessa maravilhosa trama. Mais uma vez PARABÉNS as autoras.

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Olho diariamente para ver se tem algum capitulo novo, ansiosa pelo próximo parabéns as autoras

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Casal Raiz, basta seguir o perfil que vc será avisado, por email, quando um novo capítulo for postado.

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Ja sigo kkkk mas sigo mais ansiosa pelo desfecho dessa historia

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Como disse Luciana ao convidar Mari para o SPA:

"— Um aviso do universo, minha querida!"

Acho que o universo deu vários aviso nesse sábado, tá na hora dos protagonistas prestarem atenção...

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Essa Cora é um víbora! Não sei porque Ana ainda a tem como amiga .Ainda bem que o destino conspirou para que o Celo não chegasse a tempo,se não seria uma noite horrível para ele e Mary.Confesso que vocês me surpreenderam meninas pois achava que André iria tentar conquistar a Mary.

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Talvez o André fosse a opção mais lógica.,eles já se conheciam, ele teve uma quedinha pela Mari … mas, eu acho que não daria certo. O André sempre pensaria ter a sombra do Celo para atormenta-lo.

Mesmo assim, vale lembrar que saíram os 4, juntos. Quem sabe …

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Acho que as autoras, se fossem dar sobrenome aos personagens, o da Cora seria Coral !!! Rsrsrs

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Nossa são dois "sortudos"...kkk

Muito bom como sempre!!!

Parabéns

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Se não os dois … pelo menos um foi sortudo.

Resta saber, qual deles !!!

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Falei brincando...kkkk

Nossa nem com uma brincadeira fico sem receber um joinha p baixo...

Isso é preconceito....kkkkkk

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Encontros e desencontros !!!

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Isso é um diminuto spoiler?????

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Acho que não é um spoiler. Até porque a Mari já se encontrou com o Jonas e se desencontrou do Celo, certo ?

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Me perdoem se estou falando algo indevido, mas sempre acho que nesses desencontros de casais,a fila andar para a mulher é mais doloroso do que para o homem, pelo menos pra mim como leitor.

Sempre tive a perspectiva das mulheres terem uma construção mais sólida e definitiva ao superar um término do que nós homens. Celo pode vir a sofrer com isso.

E claro, não é um julgamento a Mari. Ela lutou, sofreu, se destruiu, também merece seu lugar ao sol, com Celo ou sem Celo, são apenas devaneios de um leitor.

Obrigado pelo capítulo! Aguardando ansiosamente o próximo. 3 estrelas

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Concordo plenamente com você! Os homens não demoram nada e logo logo já estão com outra parceira,sempre trocando as ,enquanto as mulheres mas quando encontram seu parceiro é um forte ,firme e de qualidade.

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Acho que cada caso é um caso... Mas, se pudesse julgar o todo pela experiência de algumas pessoas que conheço, eu incluído nelas, diria que as mulheres tendem a ser enigmáticas nas suas comunicações fazendo o parceiro correr atrás de um monte de alternativas na busca de acertar na relação.

O homem tende a ser calado, mas quando se comunica usa de clareza.

Só que, de tanto tentar seguir os enigmas, chega uma hora que o homem olha para tudo que fez, tentou, falou... Pesa os resultados obtidos e pode acontecer de, em algum momento ele pensar: é isso aí. Tudo que eu podia fazer pra isso dar certo foi feito. Não tenho mais nada novo para tentar e tudo que tentei não acrescentou nada. Nessa hora, se ela chega, a dor já foi sofrida por muito tempo...

Muitos anos às vezes.

É como uma pessoa querida com uma doença horrível como alzheimer. Você vai sofrendo um pouco a cada dia por anos e anos. Quando a pessoa falece, o mais comum de sentir é... Alívio. Não tristeza. O luto foi vivido por anos. Assim como no relacionamento.

A cada charada... A cada "se você não sabe porque eu estou brava, não sou eu quem vai te dizer"... A cada dica sutil que o outro lado não percebe... A cada tentativa que não acrescenta... O homem vai sofrendo um pouco o fim do relacionamento.

Quando chega o momento em que ele avalia que não tem absolutamente mais nada que possa tentar, já não há mais muito pelo que sofrer. Só resta seguir em frente...

Daí a impressão é que ele seguiu em frente mais fácil... O sofrimento em silêncio até o ponto de ruptura não é contabilizado.

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Isso foi uma pedrada... 😳

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Desculpa... 🙁 Não foi a intenção ser de qualquer forma desagradável... Só contribuir com um outro ponto de vista... Desculpe se, de alguma forma, causou mal estar. Não era a intenção... De verdade. Exclua o comentário se quiser...

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Não! Não comentei nesse sentido. Achei o comentário muito esclarecedor do sentimento masculino. Como mulher, acabo sendo um tiquinho parcial, e é importante conhecer o outro lado.

Seu comentário me fez refletir, e ainda me ajuda a entender o nosso público masculino, o que contribui para textos melhores no futuro.

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Exatamente, o processo de desamor em alguns casos pode ser até mais contundente do que o processo de elaboração do amor, para ambos os sexos, mas essa tendência ao enigmatismo feminino, realmente causa uma frustração enorme ao homem, que não consegue ler os sinais que a mulher deixa transparecer sutilmente, nunca explícito, pois uma parte significativa de mulheres, vêem na capacidade do homem em ler esses sinais, uma prova de amor verdadeiro, só que para um homem que realmente ama a companheira, mas que a chamada "inteligência emocional" não é privilegiada, (a maioria é assim), acaba sofrendo bastante realmente, principalmente por não ter a menor ideia do que fazer para consertar o relacionamento, vendo e sentindo tudo ruir aos poucos, sem armas e argumentos para qualquer reconstrução.

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Isso é a mais pura verdade!!!

Mas eu não diria que é algo do homem ou da mulher...e sim características mesmo.

Qts e qts mulheres não sofrem caladas?? E falou isso não no sentido extremo de algum tipo de violência e etc....falo no sentido de não conseguir falar oq que sente e, principalmente, o que está faltando ou necessitando. Até o ponto em que perde totalmente a vontade individual...

Mas eu acho essa reflexão válida...e encaixa muito bem na história!!

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Você tem razão quanto ao sofrimento não ter uma tendência, é equivalente em ambos os sexos, só que é muito comum o homem sofrer antes do rompimento do casal, devido a este aspecto, até cultural, da mulher esperar que o homem decifre os sinais que foram displicentemente, mas intencionalmente, deixados para o companheiro, é cultural porque as mulheres falam entre si a respeito de seus relacionamento, "Amiga, faz assim, blá blá e blá,etc, se ele não perceber onde tá errando, ou ele não te ama ou não vale a pena ficar com ele por ser burro demais amiga" . Frases iguais a essa ou similares, (que não tratam sobre o assunto diretamente) são muito comuns em rodas de bate papo entre amigas. Homens raramente se aprofundam quando falam sobre relacionamento, quase sempre termina antes mesmo de começar, com alguém zoando com alguma coisa relacionada a feiúra, chifre ou piroquinha do indivíduo, que se atreva a levantar essa questão em vez de política ou futebol, realmente a grande maioria dos homens não se preocupam em aprimorar a inteligência emocional, na maioria dos casos a zoação fala mais alto.

A realidade é que heterosexual masculino, sensível e com responsabilidade e inteligência emocional é igual cabeça de bacalhau, existe, mas tem que ir na Noruega para encontrar.

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Verdade...

Eu entendi o que vcs quiseram dizer e tem razão... sinceramente esse tipo de "joguinho" sempre me irritou...tanto que eu não perdi muito tempo...qd soube o que queria, deixei a timidez de lado e não deixei dúvidas...

Eu acho TB que há uma outra questão... normalmente a mulher percebe qd o negócio não está funcionando... principalmente qd é um namoro e etc...qd o relacionamento é mais longo e duradouro até isso acontece menos, mas TB acontece...mas elas sentem qd a coisa está desandando e normalmente já focam no depois... dificilmente vc vai ver um homem fazer isso...a natureza do homem é de tentar até o fim...ele não percebe que as coisas já estão ruins e tenta se antecipar e etc...são muito reativos e poucos inteligentes (emocionalmente). As mulheres antes de romperem já tem toda uma estratégia, contatinhos, ajuda das amigas e etc...o cara não, é pego de surpresa...inclusive a parte legal TB...qts advogados não ganham dinheiro com isso??? Já ajudando elas antes do término??? Até influenciadoras especializadas nisso temos hj em dia...kkk

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