Amor de Mãe 4

Um conto erótico de Anderline
Categoria: Heterossexual
Contém 12357 palavras
Data: 04/05/2025 16:33:20

AMOR DE MÃE

PARTE 4

Enquanto o trio feminino se dedicava à arte da transformação nos quartos, com risos e borrifadas de spray fixador ecoando pelos cômodos, eu já estava pronto, aguardando pacientemente no sofá da sala. Minha fantasia de pirata estava completa, desde as botas de couro até o lenço na cabeça, e a impaciência começava a me consumir. Aquele misto de ansiedade pela festa e pela presença de Helena, com a promessa silenciosa que pairava entre nós, me deixava inquieto.

A cada risada mais alta vinda do quarto, minha imaginação voava, tentando adivinhar os detalhes das fantasias de Helena e de Safira. A imagem de minha mãe naquele micro biquíni ainda era vívida em minha mente, e a curiosidade sobre o que ela escolheria para a festa me deixava ainda mais agitado. E Safira... a transformação de meu irmão era surpreendente, e a ousadia de sua persona para aquela noite me deixava intrigado sobre como ele se portaria na festa.

Finalmente, a porta de um dos quartos se abriu, e Júlia surgiu, radiante em sua fantasia de pin-up dos anos 50. O vestido rodado, o laço no cabelo e a maquiagem marcante realçavam sua beleza e jovialidade.

Júlia: E aí, Cauã! Prontíssimo para zarpar? As garotas já estão quase finalizando a produção!

Nesse momento a porta do quarto de Ícaro, agora o camarim de Safira, se abriu, revelando uma figura que certamente faria muitas cabeças virarem naquela noite. Safira surgiu com uma fantasia que exalava uma ousadia calculada e uma sensualidade vibrante.

A base da fantasia era um body preto de vinil brilhante, que abraçava cada curva de seu corpo esguio como uma segunda pele. O decote profundo em "V" mergulhava até o início do esterno, insinuando seus seios pequenos, mas realçados por um sutiã push-up estratégico. As alças finas do body deixavam seus ombros delicados à mostra, e as laterais cavadas revelavam a pele lisa de sua cintura alta.

Sobre o body, Safira usava uma saia curta de tule preto, com várias camadas que criavam um volume divertido e provocante. A transparência do tule permitia vislumbres sugestivos de suas pernas finas e bem torneadas, terminando em meias arrastão que subiam até a metade das coxas, presas por um par de ligas vermelhas vibrantes.

Nos pés, saltos altíssimos de plataforma preta adicionavam centímetros à sua altura e a faziam andar com uma desenvoltura surpreendente para quem estava experimentando essa persona pela primeira vez.

A maquiagem, já elaborada, estava ainda mais intensa, com olhos esfumados em tons de preto e prata, cílios postiços dramáticos e lábios pintados de um vermelho escarlate que contrastava com a palidez de sua pele. Cabelos platinados estavam penteados em ondas glamourosas, com alguns fios estrategicamente caídos sobre o rosto.

Para completar o visual, Safira usava uma gargantilha de couro preto com spikes prateados e um par de luvas sem dedos, também de couro preto, adornadas com correntes finas. O toque final era um pequeno chicote de couro que ela segurava com um sorriso travesso, piscando para mim e Júlia.

A fantasia de Safira era uma celebração da feminilidade audaciosa, uma mistura de elementos punk e gótico com um toque inegavelmente sexy. Era claro que "Ícara" estava pronta para causar impacto naquela noite.

A porta do quarto de Helena se abriu lentamente, e a luz suave do corredor a emoldurou por um instante, criando uma silhueta misteriosa. Quando ela finalmente se revelou por completo, a visão me atingiu como um raio. Meu queixo literalmente caiu, e as palavras simplesmente sumiram da minha boca. Eu estava completamente paralisado, incapaz de desviar o olhar.

Helena estava vestida como uma deusa grega, mas com um toque de sensualidade moderna que a tornava ainda mais deslumbrante. Um vestido longo e esvoaçante de seda branca pura caía em ondas suaves desde seus ombros até o chão, abraçando suas curvas de forma elegante e insinuante. O tecido leve e translúcido revelava sutilmente a silhueta de suas pernas e o contorno de seus seios, sem mostrar demais, mas deixando a imaginação vagar.

O vestido era preso em um dos ombros por uma alça dourada adornada com pequenas folhas de louro, deixando o outro ombro completamente à mostra, revelando a pele macia e bronzeada. Uma faixa dourada mais larga marcava sua cintura fina, realçando suas curvas e adicionando um toque de brilho ao visual.

Seus cabelos castanhos estavam presos em um coque elaborado no alto da cabeça, com algumas mechas soltas emoldurando seu rosto delicado. Entre os fios, uma tiara dourada de folhas de louro brilhava suavemente. A maquiagem era suave, realçando seus olhos claros com um toque de sombra dourada e delineador sutil, e seus lábios estavam pintados com um batom cor de vinho que contrastava lindamente com a brancura do vestido.

Nos pés, sandálias rasteirinhas douradas completavam o visual etéreo e elegante. Mas o que realmente me prendeu a atenção foram os detalhes que adicionavam aquele toque de sensualidade moderna. Um corte estratégico na lateral do vestido revelava sua perna até a coxa a cada movimento, e a forma como o tecido esvoaçava ao seu redor criava um efeito visual hipnotizante. Além disso, por baixo da seda branca, era possível vislumbrar a delicadeza de uma lingerie cor da pele, apenas o suficiente para atiçar a imaginação.

Helena exalava uma aura de beleza serena e poderosa ao mesmo tempo. Ela parecia uma Afrodite moderna, descendo do Olimpo para uma noite de celebração. O contraste entre a pureza do branco e os toques dourados, a suavidade da seda e as curvas insinuantes de seu corpo... tudo se combinava para criar uma visão inesquecível. Eu simplesmente não conseguia tirar os olhos dela.

As palavras escaparam dos meus lábios antes que eu pudesse sequer pensar em contê-las, a admiração tomando conta de mim.

Eu: Mãe... você está... Nossa Senhora... Você está absolutamente... inacreditável. Essa fantasia... te deixou... sem palavras. Você parece uma deusa de verdade. Uma Afrodite moderna... sexy e elegante ao mesmo tempo. Eu... eu não sei nem o que dizer.

Helena sorriu, um rubor suave tomando conta de suas bochechas com o meu elogio. Seus olhos brilhavam com uma mistura de timidez e uma ponta de satisfação. Ela girou levemente, deixando o tecido esvoaçante do vestido dançar ao seu redor.

Helena: Ah, meu querido... você também não está nada mal nesse pirata charmoso. Parece que vamos formar uma dupla interessante essa noite, não acha? Uma deusa e um pirata... uma combinação um tanto inusitada, mas que pode render boas histórias.

Ela se aproximou, seus olhos encontrando os meus com uma intensidade que ia além da relação mãe e filho.

Helena: E obrigada pelos elogios, Cauã. Fico feliz que tenha gostado. Escolhi algo que... me fizesse sentir especial. E estar ao seu lado nessa festa... já torna a noite especial por si só.

Júlia e Safira trocaram um olhar rápido e confuso. A intensidade do meu elogio e a resposta de Helena, carregada de um tom um tanto íntimo, pareceu passar despercebida por elas, ou talvez elas apenas não soubessem como interpretar. Safira, sempre mais direta, arqueou uma sobrancelha com um sorriso divertido.

Safira: Nossa, que clima! Alguém aqui andou recebendo elogios matinais caprichados, hein? Essa fantasia de deusa te caiu muito bem, mãe. Mas confesso que estou curioso para saber que "boas histórias" são essas que você e o pirata pretendem colecionar essa noite. Algum plano secreto?

Helena pigarreou levemente, um sorriso um pouco mais nervoso tomando conta de seus lábios. Ela desviou o olhar de Safira por um breve instante, antes de voltar a encará-la com um tom mais leve.

Helena: Ah, Safira, você sabe como eu sou! Sempre inventando histórias na minha cabeça. Nada de planos secretos, querida. Só estava dizendo que uma festa à fantasia sempre rende momentos divertidos e... memoráveis. E com essa sua fantasia arrasadora, tenho certeza que você também terá muitas "histórias" para contar depois! Agora, vamos logo, antes que a festa comece sem a gente!

A casa de Rafa era uma verdadeira mansão, com um portão de ferro trabalhado que se abria para um longo caminho de paralelepípedos ladeado por palmeiras iluminadas. No alto de uma pequena colina, a construção imponente se erguia, com suas paredes claras e grandes janelas que jorravam luz e música vibrante.

Ao cruzar a porta principal, éramos engolidos por um salão vasto e suntuoso. O pé direito altíssimo criava uma sensação de amplitude, e lustres de cristal imensos lançavam brilhos dourados por todo o espaço. Uma escadaria de mármore branco com corrimão trabalhado em ferro ascendia elegantemente para o andar superior.

O salão principal pulsava com a energia da festa. A música eletrônica ecoava pelas paredes, misturando-se ao burburinho animado das conversas e às risadas. Uma pista de dança improvisada no centro do salão piscava com luzes coloridas, onde dezenas de pessoas fantasiadas se moviam no ritmo da batida.

Nas laterais, sofás e poltronas de veludo convidavam a conversas mais reservadas, e mesas de apoio exibiam petiscos e bebidas variadas. Uma longa bancada servia de bar, com bartenders habilidosos preparando drinks coloridos.

A decoração era um exagero proposital para a ocasião, com balões temáticos, teias de aranha falsas, abóboras iluminadas e outros adereços que criavam uma atmosfera festiva e um tanto kitsch. Apesar da multidão, o tamanho do salão permitia que as pessoas circulassem com relativa liberdade, criando diferentes focos de animação por todo o espaço. Aquele era o epicentro da festa, um caldeirão de fantasias, música e diversão.

Assim que atravessamos a porta e fomos envolvidos pelo calor humano e pela música pulsante, Rafa, o anfitrião da festa, veio nos receber com um sorriso largo estampado no rosto. Ele apertou minha mão efusivamente, me dando um tapinha nas costas.

Rafa: E aí, Cauã! Que bom que vocês vieram! Essa fantasia de pirata tá irada! E essa beleza ao seu lado...? Não me lembro de você ter me apresentado essa gata antes!

Ele se virou para Safira, com um olhar de cima a baixo que não escondia seu interesse. Seus olhos brilhavam com curiosidade e um certo atrevimento.

Rafa: E você, boneca? Que fantasia incrível! Essa pegada meio rockstar gótica te deixou... uau! Prazer, sou o Rafa, o humilde anfitrião dessa bagunça toda. E você seria...? Uma amiga do Cauã que eu não conhecia? Ou... uma prima distante que resolveu nos prestigiar com essa beleza toda?

Ele lançou um sorriso charmoso para Safira, inclinando levemente a cabeça e esperando por sua resposta, completamente alheio à verdadeira identidade por trás da maquiagem e do vinil. O flerte era direto e descarado, típico do Rafa em festas.

Eu entrei na frente de Safira, colocando um braço levemente em suas costas, em um gesto protetor, mas tentando soar o mais casual possível.

Eu: E aí, Rafa! Essa aqui é a Safira, minha prima. Veio passar uns tempos com a gente e não podia perder essa festa, né? Safira, esse aqui é o Rafa, o dono da casa e o responsável por essa animação toda.

Safira, com um sorriso charmoso e um brilho divertido nos olhos, estendeu a mão para Rafa.

Safira: Prazer, Rafa. E sim, essa festa parecia imperdível!

Rafa pegou a mão de Safira e, com um sorriso ainda mais largo, inclinou-se para dar um beijinho no rosto dela, um de cada lado, como era comum em festas para cumprimentar pessoas que estavam sendo apresentadas.

Rafa: O prazer é todo meu, Safira! Fico muito feliz em te ter aqui. Se precisar de alguma coisa, é só me procurar. E Cauã, cuida bem dessa prima gata, hein!

Ele piscou para mim e se afastou para receber outros convidados, deixando Safira com um sorriso no rosto e um olhar divertido para mim.

Eu e Helena trocamos um olhar rápido e carregado de significados por cima da cabeça de Safira. Havia uma ponta de apreensão misturada com um leve divertimento na troca. Aquele flerte descarado do Rafa, direcionado ao meu irmão vestido de mulher e apresentado como minha prima, criava uma situação no mínimo inusitada.

Senti um leve desconforto, um instinto protetor em relação a Ícaro, mesmo em sua persona de Safira. Ao mesmo tempo, era impossível não sentir uma ponta de humor diante da total falta de noção do Rafa.

Helena, ao meu lado, reprimiu um sorriso com um pigarro discreto. Seus olhos brilhavam com uma mistura de surpresa e uma certa... malícia. Parecia se divertir com a situação, observando com interesse como Safira lidaria com a atenção masculina.

Já Safira, por sua vez, exibiu um sorriso charmoso e confiante após o cumprimento do Rafa. Havia um brilho de divertimento em seus olhos, como se ela estivesse saboreando aquele momento de completa aceitação em sua nova persona. Ela me lançou um olhar de canto de olho, como quem diz "viu só?", parecendo genuinamente entretida com a situação. Aquele flerte era uma validação, ainda que inconsciente da parte do Rafa, de sua identidade feminina para aquela noite.

Helena se aproximou um pouco mais de Safira, colocando a mão em seu braço com um sorriso acolhedor, mas com uma ponta de ironia na voz.

Helena: Viu só, "prima"? Já fazendo sucesso! Acho que essa sua visita vai ser bem animada. Mas lembre-se do que eu disse sobre se comportar, viu? Principalmente perto dos "amiguinhos" mais saidinhos.

Eu, tentando desviar o foco daquela interação e da pequena alfinetada da minha mãe, coloquei a mão na cintura de Helena e a puxei levemente na direção do bar, enquanto lançava um olhar para Safira e Júlia.

Eu: Bom, acho que já deu de apresentações por enquanto. Que tal a gente pegar umas bebidas? Essa garganta de pirata aventureiro já está seca! Alguém mais sedento por aqui?

Enquanto nos aproximávamos do bar, a variedade de cores e garrafas brilhantes era hipnotizante. O barman, vestido com uma fantasia improvisada de cientista maluco, misturava ingredientes com agilidade.

Para mim, fiel ao meu personagem de pirata, pedi algo forte e clássico: um rum com Coca-Cola, com uma rodela de limão espetada na borda do copo.

Helena, mantendo a elegância de sua deusa, solicitou um Aperol Spritz. A cor laranja vibrante da bebida, com a fatia de laranja e a borbulha do prosecco, parecia combinar com sua aura radiante.

Júlia, sempre animada e com energia de sobra, escolheu um drink rosa chamativo, provavelmente um Cosmopolitan ou algo similar, adornado com frutas vermelhas e um canudinho colorido.

Safira, mantendo a ousadia de sua persona, pediu um uísque com gelo. A bebida escura e forte contrastava com sua aparência feminina, adicionando um toque de mistério e rebeldia ao seu visual.

Com os drinks em mãos, o som pulsante da música parecia nos atrair como um ímã. Helena, com um sorriso contagiante e um brilho nos olhos, segurou meu braço e o de Júlia.

Helena: Vamos dançar, meus queridos! Essa música está chamando a gente! Safira, vem também! Deusa, pirata, pin-up e... essa sua energia toda precisam se misturar na pista! Deixa essa bebida te dar um ritmo!

Na pista de dança, sob as luzes estroboscópicas que piscavam em ritmo frenético, nós quatro nos misturamos à multidão fantasiada. A música alta pulsava em nossos corpos, nos convidando a nos mover. Eu, tomado por uma onda de ousadia e pela proximidade de Helena, dancei colado a ela. Nossos corpos se roçavam no calor da festa, e nossos olhares se encontravam com uma intensidade carregada de um segredo compartilhado.

Em meio à multidão, ninguém em específico parecia nos observar com uma atenção especial. Estávamos apenas mais um grupo de amigos e familiares curtindo a festa, cada um imerso na própria diversão e nas interações com as outras pessoas fantasiadas ao redor. A energia da pista era contagiante, e a nossa pequena bolha de quatro se movia no ritmo da música, alheia a olhares externos mais demorados.

De repente, no meio da pista agitada, dois rostos familiares surgiram em meio à multidão fantasiada e se juntaram ao nosso pequeno grupo. Lucas, um amigo do colégio, com uma fantasia improvisada de zumbi desgrenhado, sorriu para Júlia e começou a dançar ao seu lado, entrando no ritmo animado da música. Quase que simultaneamente, outro amigo, Pedro, vestido como um elegante vampiro de capa preta, se aproximou de Safira e começou a dançar de forma descontraída ao seu lado, trocando algumas palavras e sorrisos. Nosso quarteto se tornou um sexteto, e a energia na nossa pequena roda de dança pareceu aumentar ainda mais com as novas adições.

Depois de alguns minutos de dança animada e conversas aos gritos por cima da música alta, Lucas gesticulou para Júlia, apontando para o bar com um sorriso.

Lucas: E aí, pin-up! Essa energia toda me deu sede! Que tal a gente ir buscar mais umas bebidas?

Quase que em sincronia, Pedro se inclinou para Safira, o olhar divertido por baixo da maquiagem de vampiro.

Pedro: Safira, essa pista está bombando, mas minha garganta de morto-vivo precisa de um néctar! Vamos reabastecer os copos?

Júlia e Safira acenaram com entusiasmo, e os dois casais improvisados se afastaram da nossa roda, abrindo caminho entre a multidão fantasiada em direção ao bar. Ficamos eu e Helena novamente, no meio da pista vibrante.

No instante em que a batida frenética da música eletrônica deu lugar a uma melodia suave e envolvente, um mar de casais começou a se formar na pista, abraçando-se e se movendo lentamente no ritmo romântico. Helena se virou para mim, seus olhos brilhando sob as luzes mais suaves, e estendeu a mão.

Hesitei por um breve segundo, a consciência da nossa relação pairando no ar, mas a atração inegável e o desejo de aproveitar aquele momento único falaram mais alto. Peguei sua mão e a puxei delicadamente para perto.

Enlacei sua cintura com um braço, sentindo a maciez da seda do vestido sob meus dedos, enquanto sua outra mão repousava em meu ombro. Nossos corpos se aproximaram lentamente, até que nossos quadris se tocaram suavemente. Começamos a nos mover no ritmo lento da música, um passo para cá, um passo para lá, em uma dança íntima e silenciosa.

Meu rosto estava próximo ao dela, e eu podia sentir o calor de sua respiração em minha bochecha e o suave aroma de seu perfume floral. Nossos olhares se encontraram várias vezes, carregados de uma intensidade que ia além da relação mãe e filho. Havia ternura, desejo e uma certa apreensão naquele contato visual.

Nossos movimentos eram lentos e coordenados, como se dançássemos juntos há anos. A música envolvente criava uma bolha ao nosso redor, isolando-nos da multidão. Senti meu corpo relaxar em seus braços, e por um instante, esqueci de tudo ao nosso redor, focando apenas na sensação de tê-la tão perto.

Acariciei suas costas suavemente com a mão livre, sentindo a delicadeza de sua pele por baixo do vestido. Ela apoiou a cabeça em meu ombro em alguns momentos, e eu pude sentir o toque macio de seus cabelos em meu rosto. Era uma dança carregada de uma emoção complexa, um misto de carinho, atração e a consciência constante do tabu quebrando entre nós. Naquele momento, sob a melodia lenta e as luzes suaves da festa, éramos apenas dois corpos dançando juntos, unidos por um sentimento proibido e intenso.

A música lenta continuava a nos envolver, e a proximidade de nossos corpos, o calor de sua respiração em meu rosto, a intensidade dos nossos olhares... tudo isso somado criou uma atmosfera carregada de um desejo inegável. Inclinei-me ligeiramente, meu rosto a centímetros do dela, e sussurrei em seu ouvido, a voz rouca pela emoção:

Eu: Mãe... eu estou sentindo uma vontade louca de te beijar agora. Aqui.

Sua respiração ficou suspensa por um breve instante, e senti um leve tremor percorrer seu corpo. Seus olhos se fecharam por uma fração de segundo, como se saboreasse a antecipação daquele beijo proibido. Ao reabri-los, havia neles uma mistura de entrega e uma ousadia crescente. Sua voz, um sussurro suave e carregado de emoção, roçou em meu ouvido, quase inaudível sobre a melodia da música:

Helena: Então... o que estamos esperando, meu querido?

Com um último olhar rápido ao redor, certificando-me de que Júlia e Safira ainda não haviam retornado e que a maioria dos casais estava absorta em seus próprios momentos românticos, inclinei-me e finalmente uni meus lábios aos de Helena.

Foi um beijo lento e carregado de uma eletricidade reprimida por tanto tempo. Nossos lábios se tocaram com uma suavidade hesitante no início, como se tivéssemos medo de quebrar um encanto delicado. Mas, à medida que a música nos envolvia e a proximidade se intensificava, o beijo se aprofundou, tornando-se mais urgente e apaixonado.

Seus braços envolveram meu pescoço, apertando-me contra ela, enquanto minhas mãos deslizavam de sua cintura para suas costas, acariciando a seda suave do vestido. Nossas línguas se encontraram em um reconhecimento silencioso, explorando um território proibido com uma mistura de desejo e uma ponta de culpa.

Naquele instante, no meio da pista de dança lotada, éramos apenas nós dois, isolados em nossa própria bolha de um amor que desafiava todas as convenções. O mundo ao nosso redor desapareceu, e só existia o calor dos nossos corpos, o sabor dos nossos lábios unidos e a melodia suave que embalava aquele momento proibido e intenso.

Nossos lábios se separaram lentamente, deixando no ar um rastro de calor e um suspiro compartilhado. Permanecemos abraçados, nossos rostos próximos, nossos olhos fixos um no outro. Havia uma intensidade palpável naquele contato visual, um reconhecimento silencioso do que acabara de acontecer e do abismo que tínhamos acabado de cruzar.

Seus olhos brilhavam com uma mistura de êxtase e uma ternura surpreendente, enquanto os meus provavelmente refletiam a mesma paixão avassaladora que me consumia. Um sorriso lento e cúmplice curvou seus lábios, e eu não consegui evitar sorrir de volta, tomado por uma felicidade embriagadora e a realização de um desejo há tanto tempo reprimido.

Naquele instante, no meio da festa barulhenta, havia apenas um silêncio íntimo entre nós, uma comunicação silenciosa carregada de um amor proibido e intenso. Nossos olhares apaixonados pareciam selar um pacto secreto, uma promessa não dita de que aquele momento não seria esquecido. O mundo ao nosso redor parecia ter desaparecido, e nós dois estávamos presos em um universo particular, onde apenas o nosso amor importava.

No exato instante em que as últimas notas da música lenta se dissiparam no ar, dando lugar a uma batida animada e contagiante, uma onda de riso espontâneo brotou entre nós. Era uma risada nervosa, talvez um pouco culpada, mas acima de tudo, carregada de uma alegria efervescente pelo momento que tínhamos acabado de compartilhar.

Nossos corpos se afastaram suavemente, mas o contato visual apaixonado persistiu por mais um instante, antes de darmos as mãos e começarmos a nos mover no ritmo divertido da nova música. Dançamos um de frente para o outro, nossos sorrisos largos e nossos olhos ainda brilhando com a intensidade do beijo.

Nossos movimentos eram espontâneos e descoordenados, reflexo da euforia do momento. Cantávamos a letra da música em falsete, fazíamos caretas engraçadas e imitávamos passos de dança ridículos, contagiados pela energia da festa e pela nossa própria alegria. Era como se tivéssemos voltado a ser crianças por um instante, livres de qualquer preocupação ou convenção social.

Aquele momento de dança divertida, logo após o beijo apaixonado, selava de uma forma leve e despreocupada a nova dinâmica entre nós. Éramos cúmplices de um segredo delicioso, e a alegria de poder compartilhar aquele sentimento, mesmo que em meio à multidão e sob o disfarce de uma relação familiar, era inegável. A festa continuava, e nós dois, de mãos dadas e sorrisos nos rostos, estávamos prontos para aproveitar cada segundo juntos.

No meio da nossa dança animada e risonha, Júlia e Safira reapareceram na pista, cada uma de mãos dadas com Lucas e Pedro, respectivamente. Os quatro sorriam abertamente, e a forma como estavam próximos e de mãos dadas realmente dava a impressão de dois casais se juntando ao nosso grupo. Lucas e Júlia trocavam olhares divertidos enquanto Pedro e Safira pareciam envolvidos em uma conversa animada, com sorrisos cúmplices estampados em seus rostos. A energia do nosso grupo aumentou ainda mais com o retorno deles, e a festa continuou a todo vapor.

A música continuou a embalar a festa, e nós seis dançamos juntos por mais algumas canções, aproveitando a energia contagiante do ambiente. Em meio à multidão fantasiada, Pedro se inclinou para Safira, com um sorriso charmoso por baixo da maquiagem de vampiro.

Pedro: Safira, essa festa está incrível, mas que tal a gente dar uma volta? Conhecer um pouco mais da casa, talvez pegar outra bebida em um bar menos cheio?

Safira hesitou por um breve instante, lançando um olhar rápido para nós, como se pedisse permissão silenciosamente. Com um aceno de cabeça discreto de minha parte e um sorriso encorajador de Helena, ela se virou para Pedro com um brilho nos olhos.

Safira: Claro, Pedro! Adorei a ideia. Vamos explorar essa mansão assombrada!

De mãos dadas, Pedro e Safira se afastaram da nossa roda, sumindo na multidão de fantasias, deixando eu, Helena e Júlia com Lucas na pista de dança.

A energia da festa era contagiante, mas depois de um bom tempo na pista, senti o cansaço começar a pesar. Aproximei-me de Helena e Júlia, gesticulando para Lucas, já que a música ainda estava alta.

Eu: Gente, essa festa tá demais, mas acho que preciso de uma pausa para recarregar as energias desse velho pirata. Que tal a gente procurar uma mesa para sentar um pouco e botar o papo em dia? Alguém mais precisando de um descanso?

Nos acomodamos em uma mesa um pouco mais afastada da pista de dança, mas ainda com uma boa visão do movimento da festa. Os garçons passavam oferecendo petiscos, e nossos copos foram reabastecidos. A conversa fluiu leve e descontraída, embalada por piadas sem graça que inexplicavelmente nos faziam gargalhar e histórias aleatórias que pareciam incrivelmente fascinantes naquele momento.

A disposição na mesa e a forma como interagíamos realmente criavam a ilusão de dois casais que se conheciam há tempos. Eu e Helena trocávamos olhares cúmplices e sorrisos discretos por cima da mesa, enquanto Júlia e Lucas pareciam ter encontrado uma sintonia divertida, com piadas internas e cutucadas amigáveis. A atmosfera era de pura descontração e alegria compartilhada, como se fôssemos um grupo de amigos íntimos aproveitando uma noite especial juntos. Aquele momento de pausa nos permitiu relaxar e apreciar a companhia um do outro, fortalecendo ainda mais os laços daquela noite peculiar.

Em um ângulo discreto da nossa mesa, bem no limite do nosso campo de visão, dava para observar um cantinho mais reservado da festa. Foi ali que Lucas, com seu olhar curioso varrendo o ambiente, parou de repente e soltou uma risada incrédula, cutucando Júlia e apontando discretamente com o queixo.

Lucas: Olha só a "prima" do Cauã! Parece que a visita está rendendo mais do que ele imaginava!

Seguimos o olhar de Lucas e nossos olhos se arregalaram em uníssono. No cantinho iluminado por uma luz mais suave, Safira e Pedro estavam abraçados, beijando-se com uma intensidade que não deixava dúvidas sobre o clima romântico entre eles. Era um beijo apaixonado, com as mãos entrelaçadas e os corpos próximos, completamente alheios ao nosso olhar curioso.

Lucas, ainda achando que Safira era minha prima, não conseguia conter o riso, achando a situação hilária.

Lucas: Meu Deus, Cauã! Sua prima não perde tempo, hein? E o vampiro parece ter caído nas garras dela rapidinho! Que pegada!

Júlia riu junto com Lucas, achando a cena divertida e um tanto inesperada. Já eu e Helena trocamos um olhar de puro choque e surpresa. A intensidade daquele beijo entre Ícaro, em sua persona de Safira, e o nosso amigo Pedro era algo que não esperávamos presenciar, especialmente tão cedo na noite. A situação era, no mínimo, surpreendente e nos deixou momentaneamente sem palavras.

No instante em que Pedro e Safira se separaram do beijo, ambos com sorrisos bobos e as mãos ainda entrelaçadas, eles começaram a caminhar de volta em direção ao nosso grupo. A cena dos dois de mãos dadas, com a atmosfera claramente romântica que os envolvia, era inegável. Nossos quatro pares de olhos se encontraram, e um sorriso divertido começou a surgir em nossos rostos, antecipando suas reações e possíveis explicações. Aquele momento inesperado adicionava um toque ainda mais peculiar à nossa noite.

Assim que Pedro e Safira se aproximaram da nossa mesa, ainda de mãos dadas e com sorrisos cúmplices, Lucas, com sua espontaneidade característica, não perdeu a oportunidade de comentar.

Lucas: E aí, pombinhos! Que passeio romântico foi esse? A "prima" do Cauã parece ter feito um novo amigo bem rápido! Conta pra gente, Safira, o que rolou por lá? A atmosfera estava... digamos... carregada!

Ele lançou um olhar divertido para Safira, com um sorriso malicioso estampado no rosto, claramente curioso sobre o que tinha acontecido naquele cantinho mais reservado da festa. Júlia riu baixinho, compartilhando da curiosidade do amigo. Eu e Helena trocamos um olhar rápido, tentando disfarçar nosso conhecimento da verdadeira identidade de Safira e a surpresa com a desenvoltura de Ícaro em sua nova persona.

Pedro chegou à mesa com um sorriso radiante que iluminava seu rosto de vampiro. Ele parecia genuinamente feliz e um pouco perdido em seus pensamentos, provavelmente ainda processando o momento com Safira. Sentou-se ao lado dela, sem soltar sua mão, e suspirou levemente, com um brilho nos olhos.

Safira, por outro lado, nos lançou um olhar um pouco mais tenso. Seus olhos percorreram nossos rostos, talvez tentando decifrar o que tínhamos visto ou ouvido. Havia uma leve apreensão em sua expressão, como se estivesse se sentindo um pouco exposta ou insegura sobre como iríamos reagir à sua interação com Pedro. Ela apertou a mão de Pedro suavemente, buscando talvez algum apoio ou tentando transmitir uma mensagem silenciosa. A atmosfera na mesa ficou um pouco mais carregada com a chegada dos dois, contrastando com a descontração de momentos antes.

Helena percebeu a leve tensão no semblante de Safira e, com um sorriso acolhedor, colocou a mão sobre a de Ícaro que repousava sobre a mesa, apertando-a suavemente.

Helena: Ah, queridos... festas são para isso mesmo, para a gente se divertir e conhecer pessoas interessantes, não é? Safira está aproveitando a noite e fazendo novos amigos. Não vejo nada de errado nisso. E Pedro parece ser um rapaz muito simpático. Não é, Safira?

Seu olhar para Ícaro, agora Safira, era carregado de um carinho genuíno e uma ponta de cumplicidade. Era como se ela estivesse, naquele gesto e naquele olhar, oferecendo seu apoio incondicional àquela faceta recém-descoberta de seu filho.

Júlia, sempre observadora, percebeu a sutileza da interação entre Helena e Safira e lançou um olhar curioso para Lucas, que ainda parecia um tanto surpreso com a desenvoltura da "prima" do Cauã.

Júlia: É verdade! O importante é se divertir. E vocês dois pareciam estar se divertindo bastante naquele cantinho, Safira! Conta pra gente, o que rolou de tão interessante por lá?

O tom de Júlia era brincalhão e cheio de curiosidade, sem malícia alguma. Ela realmente parecia genuinamente interessada em saber como Safira estava aproveitando sua noite.

Pedro, ainda com um sorriso bobo no rosto, apertou a mão de Safira e suspirou levemente.

Pedro: Ah, a Safira é uma companhia... encantadora. Conversamos sobre várias coisas... a festa, as fantasias... e descobrimos que temos alguns gostos em comum. Foi... uma conexão instantânea, sabe?

Seu olhar para Safira era de pura admiração, e ele parecia genuinamente encantado pela persona feminina de Ícaro.

Safira, sentindo o apoio de Helena e a curiosidade genuína dos amigos, relaxou um pouco. Um sorriso tímido começou a surgir em seus lábios.

Safira: Ah, o Pedro é muito legal mesmo. A gente estava só... conversando. E sim, a atmosfera lá estava... animada. A música estava ótima naquele canto.

Ela evitou contato visual direto com Lucas, que ainda a olhava com uma sobrancelha arqueada e um sorriso divertido.

Lucas: "Só conversando" com essa intensidade toda? Sei... sei... Mas tudo bem, não precisa contar os detalhes picantes! O importante é que a noite está rendendo para todos nós! E falando em render... acho que minha zumbi interior precisa de mais um drink para continuar assombrando essa festa! Alguém me acompanha ao bar?

Lucas se levantou, lançando um olhar convidativo para Júlia, que prontamente aceitou, deixando eu, Helena, Pedro e Safira à mesa. Um silêncio breve se instalou, carregado de olhares trocados e sorrisos discretos.

Pedro, ainda явно encantado por Safira, aproveitou o momento mais íntimo.

Pedro: Safira, você está realmente... radiante essa noite. Essa fantasia te caiu como uma luva. E sua energia... é contagiante. Eu realmente estou adorando te conhecer.

Seu olhar era sincero e admirado, sem qualquer julgamento ou estranhamento pela sua aparência. Ele parecia genuinamente atraído pela persona feminina de Ícaro.

Safira corou levemente com o elogio, desviando o olhar por um instante antes de voltar a encará-lo com um sorriso mais aberto.

Safira: Obrigada, Pedro. Você também está muito elegante como vampiro. E eu estou... me divertindo muito essa noite. É... diferente. Mas de um jeito bom.

Ela lançou um olhar rápido para Helena, que lhe sorriu com ternura, transmitindo apoio e aceitação silenciosamente.

Eu, observando a interação entre Pedro e Safira e o olhar cúmplice entre Helena e meu irmão, senti um misto de surpresa e uma ponta de... reconhecimento. Era como se, naquela noite de fantasias e máscaras, todos estivéssemos, de alguma forma, nos revelando um pouco mais sobre nós mesmos.

Helena, percebendo meu olhar pensativo, colocou sua mão sobre a minha, um gesto carinhoso que me trouxe de volta ao momento.

Helena: Está tudo bem, querido? Você parece um pouco distante.

Eu a olhei e sorri levemente.

Eu: Está sim, mãe. Só estou... observando. É interessante ver como as pessoas se soltam e se mostram diferentes em uma noite como essa. E como... às vezes, as máscaras revelam mais do que escondem.

Meu olhar se voltou para Safira, que agora conversava animadamente com Pedro, um sorriso genuíno iluminando seu rosto maquiado. Pela primeira vez naquela noite, vi meu irmão, mesmo sob a persona de Safira, parecer verdadeiramente feliz e à vontade. E a aceitação incondicional de Helena estava, sem dúvida, contribuindo para isso.

Assim que Lucas e Júlia retornaram à mesa, trazendo consigo uma nova rodada de bebidas e a energia contagiante da pista de dança, o clima ficou ainda mais animado. Lucas, com seu entusiasmo característico, gesticulava animadamente, descrevendo os passos de dança engraçados que estavam rolando e as fantasias mais criativas que tinham visto.

Lucas: Gente, vocês não estão acreditando no que está perdendo! Tem um cara vestido de ET dançando break! E uma mulher com uma fantasia de bolo de casamento gigante! A pista está bombando! Vamos voltar pra lá! Essa noite só acontece uma vez!

Júlia, com um sorriso largo e os olhos brilhando, concordou prontamente.

Júlia: É verdade! A música está ótima agora! E a gente precisa mostrar nossos dotes de dançarinos para essa galera! Vamos!

Pedro, ainda com o olhar fixo em Safira e um sorriso suave nos lábios, hesitou por um instante.

Pedro: Ah... eu estava gostando da conversa aqui... mas não quero perder a animação da festa. Safira, você gostaria de dançar?

Safira, que até então observava a animação de Lucas e Júlia com um sorriso divertido, lançou um olhar para Pedro, indecisa por um momento. Ela parecia dividida entre a crescente conexão que estava sentindo com ele e a vontade de aproveitar a festa com o grupo.

Helena, percebendo a hesitação de Safira, interveio com um sorriso encorajador.

Helena: Vai lá, querida! Aproveita a festa! Vocês podem conversar mais tarde. A noite está só começando! E nós também vamos voltar para a pista! Esse vestido de deusa precisa de um pouco de movimento!

Com um sorriso radiante e um brilho nos olhos, Safira pegou a mão de Pedro.

Safira: Então vamos! Não quero perder essa festa por nada!

Assim, nos levantamos da mesa, a energia da pista de dança nos chamando novamente. Lucas e Júlia lideravam o caminho, já se movendo no ritmo da música enquanto nos aproximávamos da multidão fantasiada. Pedro e Safira seguiam logo atrás, de mãos dadas e trocando olhares cúmplices. Eu e Helena caminhávamos lado a lado, nossos braços se roçando levemente enquanto nos deixávamos envolver pela atmosfera vibrante da festa.

De volta à pista, a música parecia ainda mais alta e a energia ainda mais contagiante. Nos misturamos à multidão, cada um dançando ao seu modo, mas sempre mantendo o grupo por perto. Lucas e Júlia se destacavam com seus passos de dança animados e suas risadas contagiantes. Pedro e Safira permaneciam próximos, dançando juntos e trocando olhares apaixonados. Eu e Helena nos movíamos no ritmo da música, nossos corpos se encontrando em meio à multidão, nossos olhares se cruzando com a intensidade daquele beijo proibido que compartilhamos.

A noite seguia animada, com a música pulsando e as fantasias coloridas se misturando na pista de dança. Aquele momento de união e alegria entre nós seis, cada um vivendo a festa à sua maneira, mas conectados pela amizade e por aqueles laços familiares peculiares, era a essência daquela noite inesquecível.

No meio da nossa dança animada, um grupo de três garotas fantasiadas se aproximou de Júlia, abraçando-a efusivamente e gritando seus nomes em meio à música alta. Eram amigas de Júlia do trabalho, que também tinham vindo à festa. Elas se juntaram ao nosso grupo com entusiasmo, trazendo ainda mais energia para a nossa roda.

Júlia, sempre sociável, logo as apresentou a todos, incluindo Safira, a quem ela apresentou como "uma amiga muito querida que está passando uns dias na cidade". As amigas de Júlia ficaram instantaneamente curiosas sobre a "nova integrante" do grupo, elogiando sua fantasia ousada e sua maquiagem elaborada.

Uma das amigas, vestida de Mulher-Maravilha sexy, se aproximou de Safira com um sorriso curioso.

Mulher-Maravilha: Adorei sua fantasia! Super original! E essa make? Arrasou! Você conhece a galera daqui há muito tempo? Nunca te vi nas festas do Rafa antes.

Safira, mantendo a compostura e o charme de sua persona, respondeu com um sorriso enigmático.

Safira: Ah, eu sou prima do Cauã. Estou só de passagem por aqui. Mas adorei a festa! A energia é incrível! E sua fantasia também está um arraso!

Enquanto Safira conversava com as amigas de Júlia, troquei um olhar rápido com minha mãe, um sorriso cúmplice dançando em nossos lábios. Era divertido observar como Ícaro, agora Safira, estava se saindo bem em sua nova persona, conquistando a simpatia de todos ao seu redor.

Júlia, com uma discrição admirável, conduzia as conversas de forma a não revelar o segredo de Safira. Quando alguma das amigas ficava mais curiosa sobre seu "novo amigo", ela habilmente mudava de assunto ou fazia um comentário genérico, desviando qualquer possível questionamento mais profundo. Sua lealdade e cuidado com o segredo de Ícaro eram evidentes.

As amigas de Júlia logo se enturmaram com todos, e nosso grupo cresceu ainda mais na pista de dança. A música pulsava, as luzes piscavam, e a energia da festa nos envolvia por completo. Safira, cada vez mais à vontade em sua pele feminina por uma noite, dançava com desenvoltura e charme, atraindo olhares curiosos e admirados. Pedro permanecia ao seu lado, visivelmente encantado e protetor. Eu e Helena nos movíamos juntos na multidão, nossos corpos se roçando no ritmo da música, a lembrança do nosso beijo proibido pairando no ar como um segredo delicioso. A noite seguia inesquecível, repleta de encontros inesperados e a magia de uma festa à fantasia onde todos, de alguma forma, podiam ser quem quisessem ser.

Assim que o grupo de amigas de Júlia se dirigiu em bloco para o banheiro, a pista de dança ficou um pouco mais espaçosa ao nosso redor. Lucas e Pedro, que até então interagiam com um certo entusiasmo com as amigas de Júlia e com Safira, respectivamente, começaram a demonstrar um leve desconforto.

Lucas e Pedro, talvez sentindo uma atmosfera diferente sem a presença das garotas ou percebendo a dinâmica mais reservada entre mim e Helena, começaram a exibir um certo desconforto. Trocaram olhares rápidos e discretos, como se comunicassem algo em silêncio.

Lucas pigarreou, quebrando o silêncio que se instalava.

Lucas: E aí, galera? Essa pista está começando a ficar meio abafada, né? Acho que vou dar uma chegada no bar para ver se pego um ar e reabasteço o copo. Alguém mais sedento por aqui?

Pedro, que até então observava o movimento da festa com um sorriso um tanto vago, concordou prontamente.

Pedro: É uma boa ideia, Lucas. Minha garganta de morto-vivo também precisa de um néctar reforçado. Helena? Cauã? Querem vir com a gente?

Helena sorriu suavemente, segurando meu braço.

Helena: Obrigada, meninos. Nós vamos ficar mais um pouco por aqui. Essa música ainda está contagiante. Mas tragam algo para nós quando voltarem, por favor!

Com um aceno de cabeça e sorrisos um tanto forçados, Lucas e Pedro se afastaram em direção ao bar, deixando eu e Helena novamente sozinhos no meio da pista de dança. A música pulsava ao nosso redor, mas a atmosfera entre nós se tornou mais íntima e carregada de uma expectativa silenciosa. Nossos olhares se encontraram, e um sorriso cúmplice brotou em nossos lábios. Era como se o universo estivesse conspirando para nos proporcionar esses momentos a sós em meio à multidão da festa.

Assim que Lucas e Pedro sumiram de vista na multidão fantasiada, varri o salão com o olhar. As luzes estroboscópicas piscavam freneticamente, iluminando rostos desconhecidos e fantasias elaboradas. Nossos amigos pareciam ter se dispersado momentaneamente, nos deixando em nossa própria bolha no meio da festa.

Senti um impulso irresistível, um desejo avassalador de repetir aquele beijo proibido que havíamos compartilhado antes. A proximidade de Helena, a música pulsante e a sensação de estarmos sozinhos em meio à multidão criavam uma atmosfera carregada de eletricidade.

Com um olhar intenso fixo no dela, aproximei meu rosto lentamente. Helena correspondeu ao meu movimento, seus olhos brilhando com uma mistura de expectativa e uma ousadia crescente. Nossos lábios se encontraram suavemente no início, um toque hesitante que logo se aprofundou em um beijo carregado de desejo e uma ternura proibida.

Enlacei sua cintura com meus braços, sentindo a maciez da seda do vestido sob meus dedos, enquanto suas mãos encontravam meu rosto, acariciando minha barba por fazer com delicadeza. O mundo ao nosso redor pareceu desaparecer, restando apenas o calor dos nossos corpos, o sabor dos nossos lábios unidos e o ritmo da música que embalava aquele momento íntimo e secreto.

Era um beijo mais demorado e apaixonado do que o anterior, uma entrega silenciosa a um sentimento que desafiava todas as convenções. Nossas línguas se encontraram em uma dança suave e exploratória, e um suspiro escapou dos nossos lábios quando nos separamos brevemente para respirar, antes de nos unirmos novamente com ainda mais intensidade. Naquele instante, no meio da festa barulhenta, éramos apenas dois amantes proibidos, aproveitando um momento roubado sob o manto da noite.

Com o passar das horas, a festa atingiu seu ápice, a música pulsando cada vez mais forte e a pista de dança fervilhando de gente fantasiada. Júlia e suas amigas, agora incluindo Safira em seu círculo, pareciam ter formado um grupo animado à parte. Elas riam alto, dançavam juntas e compartilhavam segredos aos sussurros, criando uma dinâmica feminina vibrante e envolvente. Safira, cada vez mais à vontade em sua persona, parecia estar se divertindo genuinamente com a companhia das garotas.

Enquanto isso, Lucas e Pedro, que inicialmente interagiram bastante com o grupo, começaram a se sentir um pouco à margem daquele universo feminino que se formara. As conversas e as risadas pareciam ter um código interno que eles não conseguiam decifrar completamente. Além disso, a atenção de Safira parecia estar mais voltada para as amigas de Júlia do que para Pedro naquele momento.

Lucas lançou um olhar para Pedro, um tanto entediado.

Lucas: E aí, vampiro? Essa festa está demais, mas essa rodinha de meninas parece ter se fechado para o nosso time. Que tal a gente ir explorar outros cantos dessa mansão mal-assombrada? Dizem que tem uma sala de jogos no andar de cima... quem sabe a gente não encontra um pouco mais de ação por lá?

Pedro, com um semblante um pouco desapontado por ter perdido a atenção de Safira, concordou sem muito entusiasmo.

Pedro: Pode ser... acho que já deu a minha hora de socializar com as damas por enquanto. Vamos ver o que mais essa festa tem a oferecer.

Com um aceno de cabeça para o nosso grupo, um tanto vago, Lucas e Pedro se afastaram da pista de dança, subindo a escadaria em direção ao andar superior, deixando eu e Helena novamente sozinhos em meio à multidão dançante. A ausência dos rapazes criou um pequeno vazio no nosso círculo, mas a energia da festa continuava contagiante.

Era inegável a forma como Safira havia se integrado ao grupo de Júlia e suas amigas. Sua desenvoltura, seu humor e sua energia pareciam se encaixar perfeitamente com a dinâmica feminina. Ela ria com elas, dançava em sincronia e participava das conversas com entusiasmo, como se fosse uma integrante natural daquele círculo.

A maquiagem elaborada, a fantasia ousada e a própria persona de "Safira" pareciam ter libertado uma parte de Ícaro que encontrava ali uma forma de se expressar e se conectar com outras pessoas de uma maneira nova e genuína. Era visível o brilho em seus olhos e o sorriso radiante em seu rosto enquanto compartilhava aquele momento com as garotas.

Naquele instante, sob as luzes da festa e envolta pela energia contagiante da música, "Safira" não era apenas uma fantasia de uma noite, mas sim uma faceta de Ícaro que parecia ter encontrado um espaço de aceitação e alegria em meio àquele grupo de amigas. Era como se ela tivesse, por aquela noite, se tornado verdadeiramente uma delas.

Naquele instante em que Safira estava no auge de sua diversão com as amigas de Júlia, rindo de alguma piada interna e dançando animadamente, a figura de Rafa surgiu em meio à multidão, seu olhar varrendo o salão até pousar em Safira. Seus olhos se arregalaram levemente, e um sorriso largo e radiante se abriu em seu rosto.

Com uma determinação repentina, ele começou a se aproximar do grupo feminino, desviando de outros foliões fantasiados com um objetivo claro em mente: chegar até Safira. Sua expressão era de genuíno entusiasmo, como se tivesse encontrado algo que procurava há tempos.

Ao se aproximar do círculo formado por Safira e as amigas de Júlia, ele abriu um sorriso ainda maior e exclamou, com um tom de voz que sobressaía um pouco ao burburinho da festa:

Rafa: Até que enfim eu te encontrei! Estava te procurando por toda parte, Safira! Desde que te vi chegando, não consegui te tirar da cabeça!

Ouvir aquela declaração repentina e efusiva de Rafa direcionada a Safira nos pegou de surpresa. Eu, Júlia e minha mãe trocamos olhares rápidos e carregados de perplexidade. A intensidade da abordagem de Rafa e a forma como ele parecia genuinamente encantado com "minha prima" criaram um momento de estranhamento e curiosidade em nosso pequeno grupo.

Júlia arregalou os olhos, um tanto surpresa com a desenvoltura de Rafa. Minha mãe franziu levemente a testa, talvez um pouco intrigada com a situação. Eu, por minha vez, senti uma ponta de desconforto misturada com uma certa curiosidade em relação a como Safira reagiria àquela investida tão direta.

Enquanto nós três nos entreolhávamos, tentando processar o que acabava de acontecer, Safira pareceu não se abalar com a abordagem de Rafa. Com um sorriso charmoso e um brilho divertido nos olhos, ela começou a conversar com ele, respondendo ao seu entusiasmo com uma desenvoltura surpreendente. Aquele flerte inesperado havia capturado a atenção de todos ao redor.

A conversa entre Safira e Rafa fluiu com uma naturalidade surpreendente. Rafa parecia genuinamente cativado pela persona charmosa e misteriosa de Safira, elogiando sua fantasia, sua maquiagem e sua energia contagiante. Ele fazia perguntas sobre ela, demonstrando um interesse genuíno em conhecê-la melhor.

Safira, por sua vez, respondia com desenvoltura e um toque de mistério, alimentando a curiosidade de Rafa. Ela brincava com as perguntas, revelando apenas o suficiente para mantê-lo interessado, mas sem entregar demais sobre si mesma. Seu sorriso enigmático e seu olhar divertido pareciam ter enfeitiçado o anfitrião da festa.

As amigas de Júlia observavam a interação com sorrisos cúmplices e olhares curiosos, claramente achando a situação divertida e um tanto inesperada. Júlia também acompanhava a conversa com um sorriso no rosto, talvez imaginando os próximos desdobramentos daquele flerte repentino.

Eu e minha mãe trocávamos olhares discretos, tentando decifrar as intenções de Rafa e a reação de Safira. Havia uma ponta de apreensão em mim, um instinto protetor em relação a meu irmão, mesmo em sua persona feminina. Helena parecia mais divertida com a situação, observando com um brilho nos olhos como Safira estava lidando com a atenção masculina.

Aquele encontro inesperado entre Safira e o anfitrião da festa havia se tornado o centro das atenções do nosso pequeno grupo, criando uma nova dinâmica e a promessa de momentos ainda mais surpreendentes naquela noite.

O que aconteceu em seguida nos deixou completamente boquiabertos. Em um movimento rápido e inesperado, impulsionado pela intensidade do momento e pela aparente conexão que sentia com Safira, Rafa agarrou-a pela cintura com uma firmeza surpreendente. Sua masculinidade era inegável naquele gesto impulsivo e confiante.

Antes que qualquer um de nós pudesse reagir, Rafa inclinou a cabeça e beijou Safira ali mesmo, no meio da pista de dança, sob as luzes estroboscópicas da festa. Foi um beijo apaixonado e sem reservas, como se ele finalmente tivesse encontrado algo que buscava.

A cena era, no mínimo, chocante. A ousadia de Rafa e a intensidade do beijo contrastavam com a doçura aparente de Safira naquele momento. Ela pareceu, por um instante, uma menina indefesa, jogada nos braços de seu príncipe encantado, entregue àquele beijo inesperado e avassalador. Seus olhos se arregalaram levemente pela surpresa, mas logo se fecharam, como se sucumbisse àquele toque repentino.

Eu, Júlia e minha mãe nos entreolhamos em completo silêncio, processando a cena inacreditável que se desenrolava diante de nossos olhos. Aquele beijo público e apaixonado entre o anfitrião da festa e "minha prima" havia elevado a noite a um novo patamar de surrealismo. A reação de Safira, entre a surpresa e uma aparente entrega, era o elemento mais intrigante de toda aquela situação inesperada.

A surpresa inicial rapidamente se dissipou, dando lugar a um misto de choque e fascínio enquanto observávamos a cena se desenrolar. Longe de se afastar ou demonstrar qualquer desconforto, Safira correspondeu ao beijo de Rafa com uma intensidade inesperada. Seus braços envolveram o pescoço dele, e seus corpos se aproximaram ainda mais.

Em um gesto ousado e sem qualquer pudor, a mão de Rafa deslizou pela cintura de Safira até alcançar suas nádegas, apertando-as com possessividade. E Safira, para nossa completa incredulidade, pareceu se entregar àquele toque com uma naturalidade surpreendente. Seus lábios se moviam nos de Rafa com uma paixão crescente, e seu corpo relaxou nos braços dele, transmitindo a imagem de uma menina completamente apaixonada e entregue aos encantos de seu "príncipe".

Aquele beijo público e apaixonado, acompanhado daquele toque ousado, transformou a atmosfera ao nosso redor. As amigas de Júlia cochichavam entre si, com olhares arregalados e sorrisos maliciosos. Júlia parecia tão chocada quanto eu e minha mãe, observando a cena com a boca ligeiramente aberta. O contraste entre a persona "tímida" que Safira havia apresentado inicialmente e aquela entrega apaixonada nos braços de Rafa era simplesmente desconcertante. A noite, que já era surreal, acabava de atingir um novo nível de imprevisibilidade.

No exato momento em que o beijo entre Rafa e Safira atingia seu ápice, com as mãos de Rafa firmemente agarradas à cintura de Safira e a entrega apaixonada de meu irmão em sua persona feminina, a figura de Pedro surgiu novamente em nosso campo de visão.

Ele retornava do bar sozinho, uma expressão confusa e um tanto perdida estampada em seu rosto. Seu olhar percorreu a pista de dança até se fixar no casal em meio ao beijo apaixonado. A surpresa e a incredulidade tomaram conta de suas feições enquanto ele processava a cena diante de seus olhos.

Seu passo vacilou por um instante, e a bebida que carregava em uma das mãos quase se derramou. Era evidente que ele não esperava encontrar Safira em tal intimidade com outro homem, especialmente depois da conexão que eles pareciam ter estabelecido mais cedo naquela noite. Aquele instante de paixão entre Rafa e Safira havia acabado de ganhar um observador inesperado e visivelmente perturbado.

Pedro se aproximou dos dois, a expressão em seu rosto oscilando entre a confusão e uma crescente mágoa. Ele parou a poucos metros de Rafa e Safira, observando o beijo apaixonado por alguns segundos antes de finalmente se manifestar, a voz carregada de uma incredulidade dolorida:

Pedro: Safira...? O que... o que está acontecendo aqui? Achei que... achei que tínhamos uma conexão...

Safira se afastou ligeiramente de Rafa, seus olhos encontrando os de Pedro. A doçura e a entrega apaixonada que estampavam seu rosto segundos antes deram lugar a uma expressão fria e distante, quase de escárnio. Havia um brilho de desafio em seu olhar enquanto ela encarava Pedro, como se ele fosse um intruso em um momento que lhe agradava.

Com um tom de voz surpreendentemente indiferente e carregado de um certo desdém, Safira respondeu a Pedro:

Safira: Ah, Pedro... você ainda está por aqui? Eu estava apenas me divertindo. Não confunda as coisas. Uma noite é apenas uma noite, não é mesmo? E parece que encontrei alguém que sabe como aproveitá-la melhor.

A frieza e a indiferença nas palavras de Safira, contrastando com a paixão do momento anterior, nos atingiram como um choque. Eu, Júlia e suas amigas trocamos olhares incrédulos. A mudança repentina na atitude de Safira, a forma como ela descartava Pedro com tanta displicência, era surpreendente e um tanto cruel.

Júlia arregalou os olhos, claramente chocada com a resposta da amiga. As outras meninas cochichavam entre si, confusas com a mudança repentina de humor de Safira. Minha mãe franziu a testa, observando a cena com uma expressão preocupada. Aquele flerte intenso e o beijo apaixonado haviam tomado um rumo inesperado e doloroso para Pedro, e a máscara de "Safira" parecia ter revelado uma faceta mais fria e calculista.

Minha mãe, observando a dor estampada no rosto de Pedro e a frieza inesperada de Safira, não conseguiu se conter. Com um tom de voz suave, mas carregado de uma certa reprovação, ela se dirigiu a Safira:

Helena: Safira... querida... acho que não precisava ser tão... dura. O Pedro parecia estar realmente gostando da sua companhia.

Safira lançou um olhar para Helena, sua expressão suavizando um pouco, mas ainda mantendo um tom de desdém em relação a Pedro.

Safira: Ah, Helena... ele é um cara legal, sim. Mas... vamos ser sinceras. Essa noite é sobre se divertir, experimentar coisas novas. E o Rafa... bem, ele me oferece uma diversão... mais imediata, digamos assim. Sem joguinhos, sem expectativas. Apenas o momento. Acho que o Pedro precisa entender que nem tudo o que parece é. E nem toda conexão de uma noite precisa virar um conto de fadas.

Vendo a expressão de dor e desapontamento no rosto de Pedro enquanto ele se afastava cabisbaixo, minha mãe suspirou levemente e balançou a cabeça com um semblante de reprovação.

Helena: Que pena... Ele parecia ser um rapaz tão gentil. Não gosto de ver ninguém sair magoado de uma festa. Acho que às vezes, na empolgação do momento, as pessoas acabam se esquecendo de ter um pouco de consideração pelos sentimentos dos outros.

Safira deu de ombros, voltando sua atenção para Rafa com um sorriso charmoso, como se o breve interlúdio com Pedro não tivesse tido importância alguma.

Safira: Ah, Helena... ele vai superar. Tem muitos outros "vampiros" interessantes nessa festa. E a noite ainda é longa. O importante é que eu estou aproveitando cada segundo. E agora, Rafa... onde estávamos?

Rafa, sem se importar com o clima tenso que pairava no ar após a saída de Pedro, pareceu extasiado com a atenção de Safira. Com um sorriso largo e um brilho intenso nos olhos, ele agarrou novamente a cintura de Safira, puxando-a para mais perto.

Desta vez, o beijo foi ainda mais explícito e carregado de uma sensualidade crua. Seus lábios se encontraram com avidez, e suas mãos percorreram o corpo de Safira com uma possessividade inegável. Era um beijo que não deixava dúvidas sobre a atração física intensa que os unia naquele momento, um beijo que parecia transcender qualquer consideração pelos sentimentos de Pedro ou pela estranheza da situação.

Safira correspondeu ao beijo com a mesma intensidade, seus braços envolvendo o pescoço de Rafa com uma entrega lasciva. Seus corpos se roçavam, e o calor da paixão era quase palpável. Aquele era um beijo que falava de desejo carnal e da busca por prazer imediato, um contraste gritante com a breve conexão que Safira havia compartilhado com Pedro. A cena era, para nós, um retrato chocante da efemeridade dos encontros em uma festa e da intensidade fugaz das paixões de uma noite.

A cena na pista de dança voltou a pulsar com a energia frenética da festa, as luzes estroboscópicas cortando o ar e a música ecoando em ondas que faziam o chão vibrar. Após o beijo intenso entre Rafa e Safira, que havia deixado todos nós atônitos, o anfitrião pegou a mão dela com um sorriso confiante e a guiou para fora da nossa visão, desaparecendo entre a multidão. O movimento foi tão súbito que nos pegou desprevenidos, e por um momento ficamos em silêncio, trocando olhares de confusão e curiosidade. Júlia franziu a testa, as amigas dela murmuraram entre si, e minha mãe, Helena, soltou um suspiro quase inaudível, como se tentasse processar o que acabara de testemunhar.

— Bem… acho que a festa tomou um rumo inesperado — comentei, tentando quebrar a tensão com um tom leve, enquanto passava a mão pela nuca. Minha mãe me lançou um olhar que misturava preocupação e um toque de diversão, enquanto Júlia deu de ombros, rindo baixinho.

— Safira sabe o que faz, pelo visto — disse Júlia, balançando a cabeça como se estivesse impressionada. — Vamos dançar? Não vamos deixar essa noite acabar por causa disso.

Concordei com um aceno, e logo nos jogamos de volta na pista, deixando a música nos envolver. Meus movimentos eram mecânicos no início, minha mente ainda girando em torno da cena que acabara de presenciar, mas aos poucos me deixei levar pelo ritmo, dançando ao lado de Helena. Nossos corpos se moviam em sincronia, e de vez em quando nossos olhares se cruzavam, reavivando aquele calor proibido que compartilhávamos. As amigas de Júlia se juntaram a nós, rindo e girando, e por um momento a ausência de Safira e Rafa passou despercebida.

Depois de alguns minutos, senti uma necessidade súbita de me afastar. Não sei bem o que me levou a isso — talvez curiosidade, talvez um instinto estranho —, mas murmurei para Helena que ia ao banheiro. Ela assentiu com um sorriso, alheia aos meus pensamentos, e continuei meu caminho pela multidão, desviando de fantasias coloridas e corpos dançantes.

Enquanto caminhava, algo me puxou para um corredor lateral, menos iluminado, onde a música ficava abafada e o ar parecia mais pesado. Era uma área que parecia reservada, talvez um espaço privado da casa de Rafa. Não sei por que fui naquela direção, mas algo me dizia que precisava ver. E então, ao dobrar uma esquina, paralisei.

Diante de mim, em uma sala parcialmente escondida por uma cortina entreaberta, estava Rafa. Ele segurava Safira pela cintura, e ela estava de quatro, o vestido de vinil levantado até a cintura, revelando a calcinha fio-dental preta puxada para o lado. A cena era crua, visceral — Rafa a penetrava com movimentos firmes e rítmicos, o som de seus corpos se chocando misturando-se aos gemidos abafados de Safira. A posição não permitia que ele visse o que eu sabia: a verdade sobre meu irmão escondida sob aquela fantasia. A maquiagem impecável, os cabelos loiros ondulados e o vestido ousado criavam a ilusão perfeita, e Rafa, perdido na paixão, não parecia notar nada além do prazer imediato.

Fiquei ali, escondido nas sombras, incapaz de desviar os olhos. Meu coração batia forte, uma mistura de choque, fascínio e algo que não conseguia nomear. Safira gemia baixo, os braços apoiados em uma mesa, o corpo se movendo em sintonia com os impulsos de Rafa. Ele segurava os quadris dela com força, os músculos de seus braços tensionados sob a fantasia de pirata, até que, com um grunhido rouco, ele se inclinou sobre ela, o corpo tremendo enquanto gozava dentro dela. O momento foi intenso, quase hipnótico, e eu senti meu próprio fôlego acelerar.

Quando Rafa se afastou, Safira se recompôs com uma calma assustadora. Ela pegou um lenço pequeno que parecia escondido em algum bolso da roupa, limpou-se discretamente e ajustou a calcinha de volta ao lugar. Desceu o vestido com um movimento elegante, como se estivesse corrigindo uma simples ruga, e pegou a mão de Rafa com um sorriso. Eles saíram dali como se nada tivesse acontecido, conversando baixinho, rindo como um casal recém-apaixonado.

Saí rapidamente do meu esconderijo antes que me vissem, o coração disparado, e corri para o banheiro. Encostei-me na pia, respirando fundo, tentando processar o que acabara de testemunhar. Meu irmão, transformado em Safira, vivendo uma experiência tão intensa e proibida, enquanto eu, seu gêmeo, era o único a conhecer a verdade. A imagem dela de quatro, entregue ao desejo, misturava-se à lembrança de Helena em meus braços, e minha mente girava em um turbilhão de emoções contraditórias.

Depois de lavar o rosto e me recompor, voltei para a pista. Para minha surpresa, lá estavam todos — Rafa e Safira incluídos —, dançando como se nada tivesse acontecido. Eles se moviam juntos, de mãos dadas, rindo e trocando olhares apaixonados, como um casal que acabara de selar algo especial. Ninguém parecia suspeitar do que se passara minutos atrás. Júlia dançava com Lucas, as amigas dela giravam ao redor, e Helena me recebeu com um sorriso caloroso, alheia ao peso que eu carregava.

— Tudo bem, pirata? — perguntou ela, aproximando-se e colocando a mão em meu ombro. Seu toque era reconfortante, mas também acendeu aquela faísca familiar.

— Tudo ótimo — menti, forçando um sorriso. — Só precisava de um ar.

Dançamos juntos novamente, e enquanto me movia ao seu lado, meus olhos ocasionalmente desviavam para Safira e Rafa. Ela parecia radiante, confiante, como se aquela experiência tivesse reforçado sua nova persona. E eu, preso entre o segredo do meu irmão e o desejo crescente por minha mãe, sabia que aquela noite ainda guardava muitos capítulos por vir.

A pista de dança pulsava com uma energia caótica e vibrante, as luzes estroboscópicas lançando flashes coloridos sobre os corpos fantasiados que se moviam ao som da música eletrônica. Todos estavam imersos na festa — Júlia e Lucas giravam juntos, rindo enquanto tentavam acompanhar o ritmo; as amigas de Júlia formavam um círculo animado, e Safira, ainda de mãos dadas com Rafa, dançava com uma confiança que parecia inabalável após o que eu havia testemunhado. Ninguém parecia notar o peso que carregava em meu peito, o turbilhão de emoções que girava em minha mente desde o momento em que vi meu irmão, como Safira, entregue a Rafa naquele canto reservado.

Helena, ao meu lado, movia-se com graça, o vestido de deusa destacando suas curvas sob as luzes intermitentes. Seu sorriso era radiante, e de vez em quando nossos olhares se cruzavam, reavivando aquela eletricidade proibida que havíamos compartilhado mais cedo. Meu corpo parecia agir por instinto, guiado por um impulso que não consegui conter. Sem pensar, estendi a mão e peguei a dela, meus dedos fechando-se ao redor dos dela com firmeza. Ela me olhou, surpresa, mas com um brilho curioso nos olhos.

— Vamos lá pra dentro por um momento? — murmurei, minha voz quase perdida na batida alta da música. Não esperei por uma resposta completa; puxei-a suavemente, guiando-a para fora da pista, na direção daquele mesmo corredor que levava ao espaço privado onde eu havia visto Rafa e Safira.

Helena me seguiu, inicialmente com uma risada leve, talvez achando que era uma brincadeira ou um capricho momentâneo. Mas quando dobramos a esquina e entramos na sala parcialmente escondida, o ar mudou. Fechei a porta atrás de nós e, com um movimento rápido, tranquei-a, o clique do trinco ecoando como um selo sobre o que estava por vir. O som abafado da festa ficou distante, reduzido a um zumbido baixo, e a penumbra da sala nos envolveu, iluminada apenas por uma luz fraca que vinha de uma luminária no canto.

Helena virou-se para mim, os olhos arregalados, o sorriso hesitante dando lugar a uma expressão de confusão misturada com algo mais profundo — desejo, talvez, ou apreensão. Seu peito subia e descia mais rápido, o tecido do vestido aderindo à sua pele com o calor do momento.

— Cauã… o que você está fazendo? — perguntou ela, a voz baixa, quase um sussurro, carregada de uma tensão que eu podia sentir no ar.

Não respondi imediatamente. Em vez disso, dei um passo à frente, encurtando a distância entre nós. Meu coração batia forte, e minha mente estava em guerra — uma parte de mim gritava para parar, para respeitar os limites que nos separavam, mas outra parte, mais selvagem, mais primal, me impulsionava a seguir em frente. Coloquei as mãos em sua cintura, sentindo a maciez da seda sob meus dedos, e a puxei contra mim. Seus olhos encontraram os meus, e naquele instante, vi a entrega começando a se formar neles.

— Mãe… eu não consigo mais me controlar — confessei, minha voz rouca, quase quebrada pela intensidade do que sentia. — O que aconteceu entre a gente antes… aquele beijo… eu preciso de mais.

Ela engoliu em seco, e por um momento pareceu lutar consigo mesma. Seus lábios se entreabriram, como se fosse protestar, mas então suas mãos subiram até meu peito, hesitantes no início, antes de se firmarem ali, sentindo o calor do meu corpo através da camisa. O ar entre nós estava carregado, e o silêncio da sala amplificava cada respiração, cada movimento.

— Isso é errado, Cauã… — murmurou ela, mas sua voz tremia, e suas mãos não me afastaram. Em vez disso, ela se inclinou ligeiramente, como se cedendo ao inevitável.

Sem mais palavras, inclinei-me e capturei seus lábios com os meus. O beijo foi imediato, urgente, muito diferente da suavidade hesitante de antes. Nossas bocas se abriram, e nossas línguas se encontraram em uma dança desesperada, carregada de um desejo que havia sido reprimido por tempo demais. Minhas mãos deslizaram das suas costas até seus quadris, apertando-a contra mim, e ela respondeu envolvendo meu pescoço com os braços, puxando-me ainda mais para perto.

O calor dos nossos corpos se misturava, e o cheiro de seu perfume floral, agora misturado ao leve suor da dança, me embriagava. Desci as mãos para suas coxas, levantando o tecido do vestido devagar, revelando a pele macia e quente sob meus dedos. Helena soltou um gemido baixo contra meus lábios, e isso só alimentou o fogo que me consumia. Levantei o vestido até a cintura, expondo suas pernas torneadas e a calcinha preta que delineava suas curvas.

Com um movimento impulsivo, girei-a, virando-a de costas para mim. Ela se apoiou na mesa que ocupava o centro da sala, as mãos espalmadas na superfície, o corpo inclinado para frente em uma postura que ecoava a cena que eu havia presenciado com Safira e Rafa. Meu coração disparou ainda mais, mas não hesitei. Puxei a calcinha para o lado, revelando sua intimidade, e desabotoei a calça com mãos trêmulas, liberando-me para ela.

— Cauã… — sussurrou ela, a voz entrecortada, mas não havia recusa, apenas uma entrega silenciosa.

Sem mais delongas, posicionei-me atrás dela e a penetrei com um movimento firme. O calor e a umidade dela me envolveram, arrancando um gemido rouco da minha garganta. Comecei a me mover, os quadris batendo contra os dela em um ritmo primal, enquanto minhas mãos seguravam sua cintura com força. Helena arqueou as costas, os gemidos escapando de seus lábios em ondas, misturando-se ao som abafado da festa do outro lado da porta.

Cada estocada era mais intensa, mais desesperada, como se estivéssemos tentando apagar o peso da culpa com o prazer. Suas mãos agarraram a borda da mesa, o corpo tremendo sob meu toque, e eu senti o clímax se aproximando, uma onda incontrolável que me consumia. Com um último impulso, gozei dentro dela, o corpo inteiro tenso enquanto o prazer me atravessava. Helena soltou um grito abafado, o corpo convulsionando em espasmos de êxtase, antes de colapsar ligeiramente sobre a mesa, ofegante.

Por um momento, ficamos ali, imóveis, o som das nossas respirações pesadas preenchendo o silêncio. Lentamente, ela se recompôs, ajustando a calcinha e descendo o vestido com uma dignidade quase surreal, como se nada tivesse acontecido. Virou-se para mim, os olhos brilhando com uma mistura de satisfação e algo mais — talvez arrependimento, talvez aceitação. Pegou minha mão, um gesto que lembrava o de Safira com Rafa, e sorriu.

— Vamos voltar antes que percebam nossa ausência — disse ela, a voz suave, mas firme.

Saímos da sala, trancando a porta atrás de nós, e retornamos à pista como se nada tivesse ocorrido. Lá estavam todos — Safira e Rafa dançando juntos, Júlia e Lucas rindo, as amigas de Júlia girando ao redor. Ninguém parecia notar a intensidade do que acabara de acontecer. Helena voltou a dançar ao meu lado, um sorriso sereno no rosto, enquanto eu tentava esconder o turbilhão dentro de mim. A noite seguia, e o segredo que agora compartilhávamos com Safira e Rafa parecia nos unir ainda mais em uma teia de desejos proibidos.

A pista de dança continuava a ferver sob as luzes estroboscópicas, o som da música eletrônica reverberando pelas paredes enquanto os corpos fantasiados se moviam em uma coreografia caótica. De repente, Rafa, ainda radiante após seu momento intenso com Safira, se afastou do grupo com um sorriso apologético. Ele passou a mão pelo cabelo, ajustando a fantasia de pirata, e ergueu a voz para ser ouvido acima da batida.

— Gente, preciso resolver umas coisas como anfitrião dessa bagunça! Volto logo, aproveitem! — disse ele, lançando um olhar prolongado para Safira antes de desaparecer na multidão, provavelmente para lidar com algum imprevisto da festa ou simplesmente para se recompor.

Safira, por sua vez, voltou para o círculo das amigas de Júlia, que a receberam com risos e comentários animados sobre a interação com Rafa. Ela se juntou a elas com uma naturalidade impressionante, como se o encontro ardente no canto reservado tivesse sido apenas uma pausa na sua noite de diversão. O brilho em seus olhos e o sorriso confiante denunciavam o prazer que ainda carregava, mas ela se integrou ao grupo feminino com uma leveza que disfarçava qualquer vestígio de tensão. Júlia, sempre atenta, trocou um olhar comigo e com minha mãe, um misto de curiosidade e cumplicidade, antes de se jogar de volta na dança.

A festa seguiu seu curso, mas o cansaço começou a se instalar. As horas avançavam, e o relógio já marcava uma hora avançada da madrugada. As amigas de Júlia foram as primeiras a sugerir a despedida, esgotadas após horas de dança e risadas. Logo, o consenso se formou entre nós — estava na hora de ir embora. A energia da noite ainda pairava no ar, mas os corpos pediam descanso.

Enquanto nos organizávamos para sair, Safira se aproximou de minha mãe, hesitando por um momento antes de falar. Seus olhos, ainda maquiados com aquele traço dramático, encontraram os de Helena com uma mistura de timidez e determinação.

— Mãe… será que a Júlia poderia dormir em casa hoje? Já está tarde, e seria mais seguro ela ir com a gente — pediu Safira, a voz suave, mas carregada de uma intenção que só eu e Helena poderíamos entender plenamente, dado o segredo que compartilhávamos.

Helena sorriu, um gesto maternal que contrastava com a intensidade do que havíamos vivido juntos naquela mesma noite. Ela colocou a mão no ombro de Safira, um toque reconfortante, e assentiu.

— Claro, querida. Júlia será bem-vinda. Vamos todas juntas — respondeu ela, lançando um olhar rápido para mim, como se confirmasse que estávamos alinhados em manter a normalidade aparente.

Júlia, que ouviu a conversa, agradeceu com um sorriso cansado, aliviada por não precisar voltar sozinha. Pegamos nossas coisas, despedimo-nos dos poucos que ainda restavam na festa — Lucas e Pedro já haviam sumido há algum tempo, provavelmente explorando outros cantos da casa —, e saímos para a noite fresca. O ar da rua contrastava com o calor abafado da festa, e o silêncio da madrugada envolvia o grupo enquanto caminhávamos até o carro.

No trajeto, Safira e Júlia conversavam baixinho sobre a noite, rindo de detalhes das fantasias e dos momentos mais engraçados. Minha mãe dirigia, o rosto sereno sob a luz dos postes, mas eu podia sentir a tensão sutil que ainda pairava entre nós, um eco do que havíamos compartilhado na sala trancada. Meu corpo ainda carregava a memória do calor dela, e meus olhos ocasionalmente se desviavam para o retrovisor, encontrando os dela por breves segundos.

Chegamos em casa, e o ambiente familiar trouxe uma sensação de alívio misturada com estranheza. Júlia e Safira subiram para o quarto de hóspedes, rindo e planejando dormir tarde conversando. Helena e eu ficamos na sala por um momento, o silêncio entre nós carregado de tudo o que não podíamos dizer.

— Boa noite, Cauã — disse ela finalmente, a voz suave, antes de se inclinar e me dar um beijo na testa — um gesto materno que, naquele contexto, parecia carregado de um significado mais profundo.

— Boa noite, mãe — respondi, sentindo o calor de seus lábios ecoar em minha pele.

Ela subiu as escadas, e eu me sentei no sofá, a mente girando. A noite havia sido um turbilhão — o segredo de Safira com Rafa, o meu com Helena —, e agora, com Júlia dormindo sob o mesmo teto, a casa parecia um palco para os desejos que continuavam a se entrelaçar. Sabia que aquilo não terminaria ali, e o pensamento me deixava ao mesmo tempo excitado e inquieto.

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Comentários

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Só faltou os dois pretendentes sair na porrada pela (Safira).

E pela desenvoltura de Safira na transa, talvez não seja a primeira vez que ela é enrrabada.

O moleque soltou a franga mesmo, agora que o irmão viu tudo, será que ele vai querer também comer a Safira ou vai pegar a mãe na frente do irmão.

Bom pelo menos escondido tem que continuar né.

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