O Retorno de Dani

Um conto erótico de Dani
Categoria: Trans
Contém 1000 palavras
Data: 30/04/2025 21:03:23
Última revisão: 01/05/2025 18:02:41

Ter a aparência feminina de indiazinha com cabelos cacheados, mas bem negros, olhos negros, corpo com uma cintura bem marcada, bunda bem redondinha, quase sem pelos no corpo, sempre foi um dom, não sou drag, ou trans, sou queer, não carrego rótulos, sou só Dani.

Fazia um tempo que não voltava para a casa e para a velha rua onde cresci, desde que entrei para a faculdade, não olhei para trás, principalmente depois que meu padrasto declarou, que se me visse montada, mesmo na rua, eu ia apanhar.

Mas nesse dia, eu estava lá, aniversário da minha mãe, não precisava ir na velha casa, encontrei ela na casa de uma amiga, ela sabia que eu ia estar lá, nos abraçamos quase chorando, começamos a contar as novidades uma para a outra.

Era muita coisa para ser dita… Minha mãe ainda era amiga das mães dos meus “amigos” de infância, os mesmos que tiraram a minha virgindade e que foram meus “protetores”, triste como o mundo prega peças… Pedro virou evangélico e dizia que nem lembrava de ter sido meu amigo.

Hugo, casado com uma mulher bem mais jovem que ele a engravidou de babaca, passava a maior parte do tempo no futebol com os amigos, mas a mãe e a esposa se davam bem e pegam no pé dele.

César e Renata, meus dois amigos, cúmplices do coração, noivos… Eu fiquei fascinada, o mundo deu voltas, muitas voltas e agora, eu estava longe de pessoas que me foram tão especiais, mas que não tínhamos mais nada em comum.

A Indiazinha terminou os estudos, fazia faculdade, trabalhava pra caramba para manter uma kitnet alugada, além disso, não podia mais ficar aparecendo lá, se eu encontrasse meu padrasto, ele me machucaria, até minha mãe me pedia para evitar e eu não me sentia mais pertencente a esse lugar.

Aquele dia eu estava de jeans super justos, marcando meu bumbum, blusinha poncho de seda, um visual bastante feminino, maquiagem que ressalta ainda mais os traços afeminados ao ponto de ser confundida.

Estava quase chegando no ponto de ônibus, quando sinto ser puxada para trás, me padrasto me pega pelo colarinho e me bate contra a parede, escuto o tecido rasgar, o que me deixa brava, mas estou tão assustada que fiquei indefesa, “O que eu falei que ia fazer com você?”, ele arma o soco eu fecho meus olhos…

Um homem o impediu, segurou a mão dele e deu um soco nele, o que se seguiu foram uma troca de ofensas, o homem dizendo “deixa a menina”, meu padrasto dizendo “não é menina”, mas foi obrigado a recuar, por enfrentar alguém mais forte.

Eu chorava, tentando segurar a blusa rasgada, tremendo inteira, mal conseguindo me mexer, quando sinto uma mão no meu rosto, “Tudo bem Dani, vem comigo eu te consigo uma camiseta.”, César. Era César quem me protegeu, como fez durante toda a minha infância e adolescência, meu eterno anjo.

Alguns minutos depois eu já estava mais calma, na casa dele a gente estava conversando, eu estava com uma camiseta dele que mais parecia um vestido em mim, ele me falava do trabalho como segurança, academia, judô e eu toda fascinada, feliz por ter encontrado ele.

Mas têm coisas que não dá para explicar, conversa vai, conversa vem, lembranças de nossa adolescência, de nossas transas escondidas, de nossos segredos, de nossa cumplicidade com a agora sua noiva Renata, estávamos com essas conversas leves, que mexem com tudo lá no fundo, quando levo um beijo surpresa.

O beijo foi uma explosão de sentimentos e logo mais do que beijos, estávamos nos acariciando, quando foi que minha calça foi só arrancada do meu corpo não lembro, o camisetão daquele homem, negro enorme, como seria esperado de um segurança, mais parecia um vestido em mim e eu toda pequena em seus braços beijando seus lábios.

Ele insinua com a mão em meu corpo e eu me ajoelho, ele começa a tirar a própria roupa o pau dele é enorme, já era grande no começo, mas agora, é enorme, e eu perdi minha virgindade com esse pau anos atrás, agora ele vai me fazer gemer e chorar de novo, como no dia da aposta, mesmo assim, pego na mão, brinco com meus lábios, língua, quero ele no seu máximo para me abrir inteira como antes.

Estou com ele na boca, quando ele para me levanta, um beijo e já me vira de costas, com as mãos na parede, puxa a calcinha e já mira o alvo, quando entra me sinto estremecer, sinto doer tudo na extensão daquela rola grande e gostosa.

“AI César calma.”, “Calma nada, regras da casa, ofereceu o cu agora aguenta”, e lá estava eu de novo, tendo que aguentar como há alguns anos atrás, com ele socando com força, minhas mãos na parede, manhosa, sentindo meu cu sendo fodido pelo menino que eu sempre tive uma queda, ele socando sem dó, sem piedade, segurando meu quadril e fodendo para se saciar em mim.

Prensada contra a parede, sentindo ele me foder com vontade, meu cu se acostumando, tremendo inteira, gemendo com o rosto molhado de lágrimas e baba, ele soca sem dó e com bastante força até encher a camisinha me arrancando um grito ao socar tudo, ele tira e abre minha bunda só para ver o estrago antes de me abraçar.

“Era isso que você queria?”... “Não, mas gostei…”, com voz manhosa de choro, “Vamos para o quarto?”, deixo ele me guiar para lá, onde transamos mais, matando a saudade.

Mas essa foi a última vez que transei com César, eu o vi ainda uma última vez no casamento, muito feliz pelos dois.

Depois do casamento eles se foram para outra cidade, levando com eles, minhas lembranças de adolescência, ele também levou essa aqui, nosso eterno segredo, meu príncipe que sempre me protegeu, meu primeiro homem, que me possuiu após uma aposta boba de adolescentes, meu eterno anjo, que espero seja feliz, porque merece.

Quem sabe um dia nós nos reencontramos…

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 12 estrelas.
Incentive Dani Pimentinha a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Dani PimentinhaDani PimentinhaContos: 14Seguidores: 61Seguindo: 15Mensagem Menina trans não operada, escritora por Hobie e diversão.

Comentários

Foto de perfil de Tito JC

Dani danadinha!!! Sempre uma boa leitura. Esse conto tem o lado meigo do reencontro, mas tem um alerta importante, pelo menos ao meu ponto de vista: Existem lugares que não nos cabe mais, melhor não voltar, deixar tudo na lembrança... Gosto muito de seus textos. Bom participar do desafio junto com você!⭐⭐⭐

0 0
Foto de perfil de Leon-Medrado

Dica: Este livro de um grande parceiro e amigo, conta histórias sobre algumas trans. https://clubedeautores.com.br/livro/elas-me-contaram

1 0
Foto de perfil de Leon-Medrado

Dani. Gostei muito do seu conto. Realmente, nos coloca a visão e sentimentos pela ótica trans, o que nos parece uma violência do amigo, ao possuí-la sem dó, sem preparação, acaba parecendo algo que dá prazer. Uma sutileza que nem sempre podemos compreender. OO Lado da trans que sente um certo tesão de ser comida com uma certa rudeza e brutalidade. Parabéns. É muito bom ter uma voz trans entre os autores do desafio.

1 0
Foto de perfil de Dani Pimentinha

Obrigada pelo comentário. Dani é a minha primeira personagem trans, protagonista de todos os meus primeiros contos.

Eu escolhi ela ao invés da Ester, que é uma trans que já toma hormônios e está no último conto no caminho para a troca de gênero, exatamente para também explorar um mundo que só a Dani, (como personagem), explora de preconceito e medo tão comum na vida de tantas.

0 0