CONTO CURTO SEM MAIORES CONSEQUÊNCIAS

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Homossexual
Contém 560 palavras
Data: 03/05/2024 12:07:22
Assuntos: Gay, Homossexual

Era sexta-feira. Terminou a aula e eu fazia algumas anotações, para não estragar meu final de semana pensando em coisas de trabalho. Cabeça baixa, eu apenas sentia a turma saindo, alguns mais apressados, para pegar o ônibus; outros tranquilamente, em duplas ou trios, combinando paradas... Registro intrincado o que eu estava fazendo, desliguei geral da turma. Concluindo as anotações, comecei a guardar os apetrechos, fazê-los adormecer até a segunda-feira, quando notei uma ainda presença na sala.

No canto da sala, absorto no celular, um tímido aluno, que mal falava. Será que ele se tocou que a aula acabou, que a turma toda já saiu? Esses jovens viciados em internet são foda! Desliguei-me igualmente dele e voltei a atenção para a arrumação da mesa e me preparando para também sair. Por mim, ele ficaria ali até a segunda-feira ou até que percebesse ser a hora de ir embora também. Ao colocar o último papel na pasta e puxar o zíper, me preparava para o impulso na cadeira e me levantar, quando ele finalmente se levanta do seu canto e vem até a mesa, chegando a minha frente quando eu já estava de pé.

– Desculpe, professor... queria lhe fazer uma pergunta... se não for incômodo...

Diabos! Era incômodo, sim. Com tanto tempo para fazer perguntas, e ele resolve fazer uma nos cinquenta minutos do segundo tempo. Mas tudo bem. Não vou criar caso por isso. Além do mais, ouvir o que aquele caladão tinha a perguntar, pela primeira vez, merecia minha atenção. Não sentei. Ficamos os dois, de pé, a mesa nos separando. Ele supernervoso, ansioso, não sabia onde colocava as mãos nem os olhos. Resolvi instigá-lo, senão não sairíamos dali aquela noite:

– E aí?

– Bem... é... o senhor não precisa responder se não quiser, viu? Também não fique com raiva de mim, por favor...

Eu comecei a me mexer entre a impaciência e a preocupação:

– Pode perguntar o que quiser, garoto. Fique tranquilo.

Então ele pareceu encher os pulmões e soltar de uma vez:

– O senhor curte homem?

Soco e borboletas no estômago. Cravei os olhos nele, enquanto imaginava um jeito de responder. Meu corpo já todo me pinicava de tesão. Devolvi:

– Você curte?

– Sim – a resposta foi um balbucio. Baixou a cabeça.

Dei a volta à mesa, me aproximei dele, toquei no seu queixo, fazendo-o olhar para mim e fui aproximando meu rosto. Eu sentia sua respiração ofegante, mas ele não resistiu. Apenas fechou os olhos e molhou os lábios com a língua. Encostei minha boca à sua, ele entreabriu a dele e minha língua encontrou a sua. Abraçamo-nos fortemente enquanto nos beijávamos com frenesi. Terminamos o beijo mas nos mantivemos agarrados, eu com a boca na sua orelha, sussurrei:

– Curto você.

Duas palavras que tiveram o impacto de uma chicotada, porque ele apertou mais fortemente meu corpo e eu pude sentir seu pau duro – ele, provavelmente, o meu também. Aí foi ele que teve a iniciativa de me beijar e novamente nos atracamos.

O senso de perigo, entretanto, falou mais alto, e, ante a possibilidade de aparecer alguém, descolei dele, sorri e ele estava sorrindo. Roubou-me um selinho e, sem dizer palavra, dirigiu-se apressadamente para a porta e saiu da sala. Eu ainda procurava organizar a polvorosa dos meus hormônios e, ao chegar à porta, divisei-o quase correndo, ao final do corredor. Sorri e minhas mãos apagaram a luz.

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Sem consequências? Vem falar isso para o volume que se formou aqui e o gostinho de quero mais que ficou na boca! Haha

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Foto de perfil de Tito JC

Não existe conto seu sem consequência, e a principal é fazer o leitor esperto, que aprecia um bom texto, se deliciar com suas palavras sempre tão bem usadas... Abraços e bom final de semana!

OBS: Me identifiquei, também estou escrevendo um texto sobre aluno e professor.

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