E se... (T2....Capitulo 3)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 1782 palavras
Data: 28/04/2024 12:34:38
Assuntos: Gay

Aproveito que Ryan já saiu para surfar e ligo para o Fabim, preciso da opinião deles sobre a minha conversa com Max, Fabim atende no segundo toque, pela voz percebi que ele está de bom humor, fico meio mal de levar um problema assim para ele, mas infelizmente preciso do meu amigo agora, então mesmo assim conto a ele sobre minha conversa com Max e resolvo que até ter mais certeza vou omitir o comportamento estranho do Ryan.

— Nossa Chico que canalha, mas o dinheiro seria bom não? — Ele fala.

— Não, sei, claro que o dinheiro resolveria muita coisa, mas não quero fazer nada sem ter certeza que é o certo, estou com medo Fabim. — Falei sendo sincero com meu amigo.

— O que o Ryan acha disso?

— Não falei com ele ainda, queria falar com o Di primeiro. — Fabim entende minha preocupação ainda mais que ele conhece o temperamento do Ryan.

— Amigo o Di tá no campo, só volta na próxima semana, é um desses treinamentos no meio do mato, não tem como falar com ele sinto muito. — Fabim está triste por não poder ajudar, mas não posso culpá-lo, afinal sei que ele faria qualquer coisa que estivesse ao alcance dele.

— Não sei o que fazer amigo. — Falei tentando segurar o choro porque esse atropelamento deixou muitas sequelas em mim que nem eu sabia, foi como se as minhas feridas tivessem sido reabertas. — Ryan quase morreu, eu quero justiça Fabim, quero ficar em paz e ter certeza que ele não vai tentar de novo.

— Mas já tem mais de um ano Chico, se ele fosse tentar algo já teria feito. — Fabim tenta me tranquilizar.

— Eu sei, mas acontece que o Max falou que terminou com ele quando soube o que ele tinha feito e se isso o deixar irritado a ponto de tentar algo contra mim ou contra o Ryan, não imagino o que eu faria se algo acontecesse com o Ryan por minha causa, não de novo.

— O atropelamento não foi sua culpa Chico, amigo quer saber vou comprar uma passagem agora mesmo, não vou tranquilo com você assim. — Ele fala e por mais que isso fosse o que eu mais queria não podia fazê-lo cruzar o país por mim assim, ainda mais com Maike ele tem escola e a rotina dele.

— Não Fabim, só em saber que tenho vocês, isso me tranquiliza, não precisa vir, não quero complicar as coisas para você.

— Amigo não complica nada, vou deixar o Maike com minha mãe e vou está descidido. — A mãe do Fabim havia se mudado com ele para dar suporte com neto.

— Sério Fabim, eu dou conta. — Fiz uma última tentativa.

— Tá, mas promete que vai me ligar se acontecer qualquer coisa, quer saber quero que me ligue todos os dias, tá entendo, se fechar um dia sem uma ligação sua arrumo minhas malas.

— Tá bom, obrigado Fabim.

— Que isso, Chico, você é meu menino também, eu amo você, nós amamos você, entendeu?

— Entendi.

— Tá, mas olha você precisa falar com o Ryan, vai ser bem pior se ele souber disso por outra pessoa. — Sei que ele tem razão.

— Vou falar com ele hoje a noite quando chegar do trabalho.

— Tá certo, me avisa se precisar de qualquer coisa, assim que eu conseguir falar com o Di eu peço para ele te ligar.

— Obrigado amigo, amo vocês.

— Ai lindo também te amamos, cheiro!

Fabim tinha razão guardar esse segredo seria uma coisa muito ruim, mas tinha que trabalhar e Ryan só voltaria para casa quando eu já estivesse saído, pensar nisso me faz sentir falta de quando almoçamos juntos todos os dias, esse não era um assunto que eu pudesse falar pelo telefone então teria que ser forte e contar a noite, passei o dia no quarto nem comi nada, essas coisas estava mexendo demais comigo, estava muito dividido entre o que eu deveria fazer e o que eu queria fazer, nunca tive que tomar uma decisão tão difícil, mesmo sabendo que não seria uma escolha só minha ainda sim me dava um frio na barriga.

Mandei uma mensagem para o Ryan pedindo que ele me esperasse a noite e fui para o trabalho, o cansaço me bateu e meu chefe percebeu minha cara assim que cheguei já levei um esporro que só serviu para me deixar mais pra baixo, chorei um pouco no banheiro antes do bar abrir, mas tinha que ser forte, enxuguei as lágrimas e fui para o balcão.

— Chico, esse é o Everton ele vai trabalhar no bar como diarista e folguista, pros dias que estivermos precisando mais, já que o movimento tem crescido muito. — Disse meu chefe me apresentando o cara, eu normalmente ficava mais só, mas seria bom ter ajuda principalmente hoje. — Passe para ele o sistema e ajude ele a se ambientar no balcão.

— Sim senhor, seja bem vindo Everton. — Falei com o máximo de simpatia que consegui no meu estado.

— Pode me chamar de Ton. — Ele disse retribuindo o sorriso.

Ton era baiano de Salvador, mas já morava aqui a muito anos, veio adolecente ainda, ele é um homem muito bonito, preto, com um corte de cabelo militar, alto, tipo bem mais alto que eu, e de ombros largos, claramente deve fazer academia, além disso o cara é muito simpático e prestativo, ele percebeu que não estou muito bem e sem dizer nada foi pegando mais pedidos e assim deixando um pouco mais leve para mim, na loucura pedidos não tivemos muito tempo de conversa, ele só me falou que estava estudando direito e que trabalhava no bar porque era sozinho na cidade.

Ton tinha uma energia contagiante, mas para o final do expediente, já estava um pouco melhor, quando o movimento foi diminuindo aproveitamos para limpar tudo na intenção de não ficarmos até tão tarde, enquanto lavava a louça o vi contando seus guardanapos com telefone, nossas clientes e até uns cliente homens costumam deixar seus números de forma discreta junto com gorjetas, outras mais descaradas ou pediam nossos números ou pediam os @ do insta, eu nunca passei e nem peguei contato de nenhum cliente, como não podia usar minha aliança por causa das luvas eu a deixava em uma corrente presa no meu pescoço e fazia questão de deixar a mostra quando alguém se excedia nas invertidas.

— Então, Chico você trabalha aqui há muito tempo?

— Quase um ano já.

— Você é foda pivete, acho que vou aprender muito com você. — Ele fala.

— Quando só se faz isso uma hora você tem que ficar bom. — Falei sendo modesto.

— Devia ter seu próprio bar Chico. — Não consigo disfarçar o desconforto e ele percebe. — Desculpe, falei algo errado?

— Não é que eu, eu sempre quis abrir meu próprio bar, foi meu sonho durante anos, mas hoje não é mais possível. — Fiz força para conter as lágrimas e mudei de assunto. — Você mora por aqui?

— Quem dera, mas o aluguel nessa parte da cidade é de mais, eu moro no Centro, é perto da faculdade e também não fica tão distante daqui.

— Ah que massa, eu moro um pouco depois do centro.

Vamos jogando papo fora ele fala que já está no último semestre e que até tem um estágio meio período em um escritório de advocacia, falo um pouco de mim e de forma natural vamos ficando amigos até o final do expediente, como conseguimos fechar nosso setor cedo o chefe nos libera logo, o que pra mim não faz diferença porque tenho esperar pelo meu ônibus que já passa no horário que normalmente saio, mas pelo menos não estou tendo que trabalhar.

Estou sentado na parada sozinho aos poucos vão chegando outros trabalhadores da região que pegam ônibus no mesmo lugar, de repente vejo Ton parando na frente da parada em uma bicicleta pequena para ele, é umas dessas bikes de fazer manobras, agora lembro que ele falou que gostava de fazer essas coisas, mas não tinha colocado muita fé.

— Quer uma carona? — Ele fala e eu rir. — Oxe to falando sério sobe aí.

— Eu moro depois do Centro, lembra?

— Eu te levo, o quão depois é?

— Moro perto do 23 BC. — Que é o batalhão que o Di servia antes de mudar.

— Sei onde é, sobe aí.

— Tá falando sério? — Falei rindo.

— Bora boy. — Não sei o que me dá mais aceito a carona.

Tem uns lugares para pôr os pés no pneu traseiro, como Ton é grande eu seguro em suas costas sem dificuldades, sentir a brisa da noite no rosto é muito bom, e por mais estranho que pareça ele é até rápido, parece até que meu peso não influencia para ele, o Centro da cidade é estranho a noite, mas ele parece conhecer até os moradores de rua já que alguns comprimentam ele.

— Vai concorrer a prefeito. — Falei brincando com ele.

— Não, é que já foram meus vizinhos. — Ele fala com seu bom humor.

— Ah sei. — Falei rindo.

— Sério pow, já morei um tempo na rua logo quando cheguei aqui.

— Eu também, parece que é mais uma coisa que temos em comum, mas não morei por esses lados, sempre gostei mais do Benfica. — Me ferindo no meu bairro.

A viagem demora um pouco, mas o ônibus dá uma volta tão grande também que nem deu tanta diferença assim da hora que eu costumo chegar, foi um pouco cansativo ficar em pé na bicicleta, mas a viagem e as risadas compensaram, acho que era isso que eu precisava um momento tranquilo e sem drama.

— Está entregue.

— Agora sei porque suas coxas são grossas.

— Reparando nas minhas coxas Chico. — Ele fala rindo.

— Você é enorme Ton tudo em você é grosso, quer dizer não sei, ou melhor calar minha boca. — Sua risada gostosa preencheu o espaço deixado pelo meu constrangimento.

— Você é uma figura Chico.

— Valeu pela força e pela carona.

— Não por isso, valeu Chico boy bom descanso.

Ton vai embora e eu entro em casa, a cada degrau a tensão vai voltando para minhas costas, afinal tinha que falar com Ryan sobre o acordo que o Max me propôs e não sabia como ele iria reagir, Ryan e eu já tínhamos passado por umas poucas e boas, e logo agora que nossa vida juntos estava indo bem me aparece essa bomba, as vezes chego a achar que não tenho um minuto de paz, quando entro em casa, vejo meu marido lindo usando uma cueca samba canção que dei para ele no natal que o deixa um pedaço de mau caminho, ele estava ao telefone.

— Claro, falo com você depois, pode deixar. — Ele encerra a ligação e vem me receber na porta. — Meu amor que saudades de você. — Ele me beija e parece que nada mais importa porque tenho ele.

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Comentários

Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Bacana personagem novo, é o mais legal comediante KKK, mais tomara que não seja problemas para os outros personagens. Mais estou é curioso pra saber como vai ser o papo com o Ryan, qual vai ser a reação dele,

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Foto de perfil de Jota_

Opa, personagem novo promissor! Já trazendo um toque de humor pra série hahaha, gostei

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