Entre o Desejo e a Culpa

Um conto erótico de Morgana
Categoria: Homossexual
Contém 2699 palavras
Data: 21/03/2024 11:25:46

Oi gente. Espero que todos estejam bem.

Quero agradecer a todos que leram o primeiro conto que postei, principalmente os três abnegados que se deram ao trabalho de comentar. E olha que entendi todos os comentários como elogios e espero corresponder ao incentivo que os mesmos me proporcionaram.

Mas quero lembrar que não sou escritora. Tanto é verdade que eu fui ler o conto que postei e já achei um montão de erros o que me obrigou a fazer uma edição dele que agora já está no site com as correções. Isso não quer dizer que não exista mais erros lá e quero que acreditem que estou tentando fazer o meu melhor.

Bom, então vamos lá. Agora é aquela hora que eu devia fazer a pergunta: Aonde eu parei mesmo?

Não farei tal pergunta, pois sei exatamente aonde parei e como parei. Eu estava me sentindo em queda livre ao perceber que tinha me tornado personagem de um conto erótico. Mas o pior não era isso. O pior mesmo é que eu não sabia classificar direito os sentimentos que me dominavam àquela altura.

Fui ficando apavorada quando percebi que não estava sentindo uma raiva enorme como era de se esperar ao descobrir o que estava acontecendo e deveria ser o normal. Tinha alguma coisa há mais me dominando que impedia que o ódio me dominasse e, sem ter consciência nenhuma do que estava fazendo, deslizei minha mão por minha barriga e forcei meus dedos para baixo da calça que usava e depois repeti o mesmo gesto quando atingi o elástico da calcinha. Senti os curtos pelos castanhos claros de minha xoxota tão arrepiados que davam a sensação de que meus dedos deslizavam sobre uma lixa e quando atingi meu grelinho e o toquei meu corpo todo passou por um estremecimento e soltei todo o ar que tinha nos pulmões, Quando aspirei novamente o ar exigido por meus pulmões, meu dedo indicador e o médio deslizaram pela entrada de minha bucetinha ensopada e forçou a passagem.

Pobres pulmões. Mal acabou de receber o ar que consegui aspirar e teve que expulsá-lo de novo, pois imediatamente o mesmo processo se repetiu e o ar que me abandonava provocava um ruído de chiado ao passar entre meus dentes cerrados.

De longe, muito longe, vinha um som que mais parecia com o um choro de criança e tive a senti que o quarto todo tremia e tive a sensação a sensação improvável de que estava acontecendo um terremoto, só não ficando apavorada por ter perdido os sentidos em um breve desmaio. Quando acordei desse desmaio foi que me dei conta que não era o quarto que tremia, mas sim eu que acabara de ser sacudida por um orgasmo incrível.

Isso só serviu para deixar as coisas ainda piores. Agora tinha mais um sentimento para eu administrar. Se antes sentia raiva da pessoa que estava me expondo daquele jeito agora eu me sentia apavorada porque, em vez disso, quem fervia era meu corpo e não era por sentir ódio, mas sim por algo que só podia ser classificado como tesão. Não bastando isso, ainda me vinha a ideia de que eu deveria estar sentindo vergonha por me ver exposta daquele jeito e em vez disso, eu chegara a um ponto de excitação tão arrebatador que assumiu o controle de todo o meu ser e acabou por me levar a gozar como nunca tinha acontecido em minha vida.

Completando o quadro, o fato de não ter a mínima ideia de como administrar tudo isso só servia para piorar ainda mais as coisas e isso, além de me aumentar ainda mais o sentimento de culpa que me atormentava, ainda fez com que eu fizesse tudo errado.

Primeiro foi em relação ao Leonardo, meu marido. Não o questionei. Eu tinha certeza de que o safado que estava me expondo era ele, pois não havia ninguém mais que tivesse convivido comigo de forma tão íntima e por tanto tempo como ele. Eu não conseguia entender como é que um marido tão respeitoso como ele podia fazer isso com a esposa que todos os dias ele jurava amar? Que tipo de amor é esse? Realmente eu não conseguia entender e, com medo da resposta dele, resolvi ficar não dizer nada.

Isso levou a outras atitudes, como a de não conseguir ficar a vontade perto dele o que impediu que a gente transasse com a mesma frequência que existia antes e fez com que eu me visse obrigada a inventar desculpas quando ele dava a entender, com palavras ou atitudes como a de começar a fazer carinhos mais ousados, para poder me esquivar de transar com ele. Lógico que ele estranhou isso, mas sendo a pessoa que era ele não me questionou de imediato.

E pensar que isso não resolvia nada, pois eu não conseguia dormir e o tesão que me dominara na tarde em que descobri o que estava acontecendo voltava com toda a força e eu ficava ali, sem poder fazer nada, Não podia voltar atrás e transar com meu marido e também não podia me masturbar para atenuar o tesão que sentia por saber que isso faria com que ele acordasse e aí eu teria que explicar porque eu estava me masturbando se alguns minutos antes me recusara a transar com ele.

E depois veio o dia seguinte e com ele um problema que, senão maior, era algo mais difícil de lidar. Eu tinha que ficar frente a frente com Sara e, em se tratando daquela safada, dificilmente eu conseguiria evitar que ela percebesse que eu não estava no meu normal e, a respeito dela, tinha mais um fato complicador. Sara parecia ter um radar embutido que detectava todos os meus sentimentos. Sempre que eu dizia alguma coisa a ela que era diferente do que eu pensava ou queria, ela percebia de imediato.

Então eu fiz o que as pessoas covardes...

Não, covarde é demais também. Digamos que as pessoas que se sentem culpadas, mas que não têm coragem de assumir suas culpas costumam transferir essa culpa de alguma forma para os outros. Explicando, você dá um jeito de se sentir ofendida por alguma coisa que a pessoa tenha dito e feito, diz estar com raiva, provoca uma discussão e isso dá a oportunidade de se manter afastada dela.

Será que sou só que tenho a consciência de que agi dessa forma? O será que tem mais pessoas, inclusive, entre os leitores, que vão concordar que, em algum momento em suas vidas, agiram dessa forma?

E foi o que fiz. Todos os dias arrumava um motivo para ficar “com raivinha” da Sara e me manter longe dela e, durante uma semana inteira, consegui brigar com o Leonardo três vezes e nem vou citar aqui os motivos que usei para iniciar a discussão, principalmente que eram tão inexplicáveis que alguns deles nem me lembro mais. Eu só sei que precisava brigar para poder ficar amuada em um canto e assim curtir os meus sentimentos controversos que iam da repulsa com o que descobrira e o tesão que sentia com isso.

Não preciso nem dizer que, em alguns momentos de lucidez, eu me convencia de que a principal culpada daquela situação era eu, pois era a minha obrigação discutir aquela situação com meu marido e colocar tudo em pratos limpos. Mas cadê a coragem para fazer isso? Só de pensar em falar sobre isso eu sentia um nó na garganta que impedia até mesmo que eu pronunciasse algum som. E também tinha medo de que, durante a conversa, o tesão que eu sentia se manifestasse e ele percebesse isso, o que me deixaria em uma situação difícil, pois aí, em vez de se a vítima eu seria a errada da história.

Quanto a Sara, nem sei dizer o que me impedia. Eu só ficava imaginando o que aquela safada não falaria ao ficar a par de tantas sacanagens, principalmente, porque eu já tinha certeza de que a primeira coisa que ela iria perceber é que eu sentia tesão com aquela situação.

Foram sete dias difíceis. Não sei se posso dizer que foram os mais difíceis da minha vida, mas se eu for fazer uma relação dos mais mais, esses entrariam nessa categoria. E então surgiu uma situação diferente que fez com que eu subisse para o patamar de cima no que se refere a culpa e arrependimento.

Todos os dias o Leonardo me busca na faculdade, menos nas quintas-feiras, porque nesse dia ele fica impedido de circular com o seu veículo por causa do rodízio obrigatório. Isso implicava em que, nesses dias, eu tivesse que voltar para casa usando o transporte público. Eu pegava o metrô na Estação Santa Cecília e depois fazia baldeação na Estação Sé pegando o trem da linha azul até a Estação Santana aonde eu pegava um ônibus que me deixava próximo à minha casa.

Tudo corria normalmente até que, ao entrar no metrô na Estação Sé em um momento em que o movimento já começa a ficar intenso, um homem entrou logo depois de mim e, sem intenção nenhuma, esbarrou em meu corpo. Não foi nada anormal, pois acredito até que ele estava de lado e foi a lateral de sua coxa que resvalou no meu bumbum, porém, aquele simples toque acionou meu cérebro a trabalhar de forma diferente.

De repente, me veio na cabeça uma cena um pouco diferente da que acontecia. Eu imaginava que ele havia parado atrás de mim e que eu sentia o contato de seu corpo pressionando o meu e também o pau duro dele esfregando em minha bunda. Para completar ainda mais o quadro, a cerca de dois metros de mim, estava o Leonardo olhando aquela cena.

Sem resistir, fechei os olhos e tentei controlar minha respiração e isso só piorou, pois com os olhos fechados a cena imaginada se tornou mais nítida. Então eu fiquei ali com aquela fantasia em minha cabeça, com um homem que eu sequer vira o rosto se esfregando em mim e meu marido olhando aquilo tudo com um brilho de tesão no olhar.

Não sei se fiz algum movimento com o corpo, mas em minha imaginação eu forçava a bunda para trás para obter um melhor contato com aquele feixe de nervos que, sem que eu conseguisse explicar, parecia ignorar a existência de roupas e se encaixava entre minhas nádegas e ficava se esfregando em meu rego.

Não sei dizer exatamente quanto tempo durou aquele meu devaneio, mas para dar uma ideia clara ao leitor de como eu me sentia, fui apeada daquela fantasia com uma voz de mulher que, com um leve toque no meu ombro, dizia:

– Moça, já chegamos à Estação Tucuruvi. Você não vai descer aqui?

Tucuruvi é a última estação da linha azul considerando o lado Norte.

Abri os olhos assustadas sem conseguir acreditar naquilo. Eu havia embarcado de tal forma naquela loucura que não percebera que a estação aonde eu deveria descer já havia passado, como tive que ser arrancada do meu sonho erótico quando o trem chegou à última estação.

Nem sei o que disse para a mulher. Acho até que não disse nada com medo de que a minha voz denunciasse o tesão que me dominava. Desajeitada, andei para fora do trem incomodada com o líquido que ultrapassara minha calcinha e escorria por minha perna, dando graças por estar usando um vestido cujo comprimento ia até abaixo dos joelhos e era folgado da cintura para baixo, pois se fosse justo, fatalmente estaria machado com o suco que minha buceta expeliu durante o meu sonho erótico.

Fui até a outra plataforma, peguei o primeiro trem de volta, desci na Estação Santana e usei o ônibus que normalmente usava para chegar até minha casa. Na minha cabeça era como se todos conseguissem sentir o cheiro de fêmea no cio que eu certamente exalava e isso fazia com que eu andasse de cabeça baixa e evitasse encarar as pessoas.

Quando finalmente entrei em casa, com o apartamento só para mim, pois o Leonardo ainda demoraria mais de duas horas para chegar, todos os meus medos, receios e timidez desapareceram como por encanto e somente o tesão prevalecia e, sem conseguir resistir, fui tirando a roupa enquanto me dirigia ao meu quarto deixando uma trilha de peças do vestuário no caminho. Quando me aproximei de minha cama já estava nua e me atirei na cama e mal toquei meu grelinho e tive um orgasmo muito intenso. E não foi o único que tive naquela tarde.

O Leonardo chegou em casa e me encontrou já de banho tomado. Ele jamais poderia imaginar que eu tivera três orgasmos no período entre a minha chegada em casa e a dele e isso me deixou bem relaxada. Tão relaxada, que ele percebeu a diferença que eu o tratava e até comentou sobre isso, dizendo que eu estava linda e muito gostosa.

Ao ouvir isso de Leonardo, o jantar que já estava servido na mesa teve que esperar, pois eu praticamente o arrastei para o meu quarto aonde o obriguei a me fuder com toda a energia que eu precisava ser fodida.

Logicamente que aquilo parecia estranho para ele. Afinal de contas, eu passara os últimos sete dias evitando a aproximação dele e, de repente, eu mudara de atitude e praticamente estava cometendo um ato de estupro. Era isso que eu fazia, pois sequer dava tempo para o pobre descansar. Gozava e já caía de boca no pau dele para mantê-lo duro e logo subia em cima dele, enfiava seu pau em minha bucetinha e ficava quicando sobre ele até gozar novamente.

Se ele gozou?

Lógico que sim. Só não me perguntem quantas vezes, pois eu não sei dizer. Aliás, não sei dizem nem quantas vezes eu gozei. Só posso dizer que, quando finalmente caí ao lado dele na cama, toda suada, com a buceta ardendo de tanto levar pau e com o gosto da porra dele em minha boca que ele havia despejado em sua última gozada, ele finalmente recuperou o direito de agir por conta própria e ligou a TV, chamando a minha atenção de que o futebol que começara às vinte e uma horas e trinta minutos já havia acabado.

“Cacete!” ¬– Exclamei para mim mesma: – “Acabo de ter uma transa que durou mais de três horas!”.

Não cheguei a dizer isso em voz alta. Não precisou, pois, me olhando com os olhos arregalados e uma expressão de felicidade jamais vista, meu maridinho me observava com seu lindo sorriso.

A única coisa que consegui pensar foi a de que teria que conversar com o Leonardo a respeito de meu conhecimento de seus contos eróticos, porém, não naquela hora. Aquele era o momento de curtir a deliciosa foda que eu acabara de ter. Melhor deixar para depois.

Apenas virei para o lado e dormi, só acordando por volta das três horas da madrugada com o meu estômago reclamando de fome. O bom é que meu marido também tinha acordado e pelo mesmo motivo. Ao saber disso, me levantei e fui aquecer dois pratos de comida no micro ondas e ele foi atrás de mim e não pode evitar comentar:

– Que novidade é essa? – Olhei para ele com a expressão de quem não estava entendendo e ele se apressou em explicar: – Andando pela casa totalmente nua!

Apenas sorri. Isso era verdade, pois eu nunca tinha saído do meu quarto sem estar usando pelo menos uma camisola. Nem mesmo usando apenas sutiã e calcinha eu fazia isso. Então era realmente uma novidade e eu me apressei em deixá-lo ciente disso ao dizer com malícia:

– É sim. Mas é uma novidade boa, não é?

Leonardo apenas me abraçou e me beijo e eu correspondi ao seu beijo com entusiasmo. Só não voltamos a transar porque nosso corpo reclamava da falta de alimentos. Quer dizer, não transamos ali na sala, pois mal engolimos os alimentos que havia em nossos pratos e corremos para o quarto.

Naquela sexta-feira eu não tive problemas em ficar evitando a Sara. Não porque havia encontrado uma forma de lidar com todos os meus sentimentos, mas sim porque, toda cansadinha e esfolada, não tive forças para sair da cama e faltei às aulas.

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Comentários

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Realmente muito bom...estou adorando essa série de contos... vc está de parabéns!!!

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MUITO BOM... REALMENTE MUITO BOM... ESTA DE PARABÉNS...

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Gostei da postagem, sincera e com erotismo aflorando.

Vou ler os outros dessa escritora. Escritora sim pois escreve muito bem.

Vai meu dez e três merecidas estrelas.

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Seu conto é de uma mulher que está experimentando descobertas sobre sua libido. E está deixando a fêmea tomar seus instintos. Porém,está conseguindo canalizar tudo para o marido. Até quando,nem ela mesma sabe.

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Continuação excelente!

É lindo ver o desabrochar de uma mulher plenamente segura de si e da sua sexualidade!

Obrigado.

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