A Obra de Arte

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Grupal
Contém 4529 palavras
Data: 17/03/2024 10:12:24

Um fim de semana, dois dias que podem fazer muita diferença na vida de um casal.

Disposta a sair da rotina, Paulinha se dedicou a buscar a melhor opção de casa para alugar, mandou um milhão de links para o marido, mas, como sempre, Rodrigo sequer parecia dar muita atenção, tentando negar o inevitável. Por fim, a esposa decidiu por si mesma e apenas comunicou a ele numa mensagem onde iriam passar o fim de semana.

Como de costume, Rodrigo não foi simpático à ideia de irem para aquela casa na serra, ele tinha tanto trabalho acumulado que preferiria ficar em casa, onde sempre rendia mais sem gente entrando a cada cinco minutos nem as tediosas videoconferências.

Mas Paulinha estava entusiasmada, havia um bom tempo que os dois não tiravam uns dias juntos, o ar puro e a paz das montanhas podiam ser revigorantes e a falta de conexão de internet seria como uma dádiva, pois representava uma garantia de que Rodrigo não passaria o tempo todo trabalhando.

Aliás, esse foi um dos fatores determinantes quando Paulinha escolheu para onde ir ao pesquisar as opções de aluguel no aplicativo - e também um dos motivos que mais protestos suscitou em Rodrigo.

Os dois até discutiram por isso, mas, como sempre, Paulinha saiu ganhando. Então, como a viagem já era um fato, Rodrigo teve aquela ideia maluca de aproveitar a ocasião e tentar realizar sua antiga fantasia de organizar um swing com Paulinha - mesmo que a esposa não soubesse, porque, sinceramente, ela nunca demonstrara nenhum interesse nas vezes em que o marido buscou entrar no assunto.

E agora lá estava o casal, dentro do Mini-Cooper, enfiados no trânsito em meio a todos que desejavam escapar da cidade, sob uma forte chuva de verão. Rodrigo praguejava baixinho ao volante, impaciente pela perda tempo, enquanto Paulinha fingia não perceber e ficava escolhendo as músicas.

É bem certo que o sentimento de Rodrigo não era somente impaciência, mas também se inquietava dentro dele a expectativa de que talvez conseguisse realizar o sonho de ver Paulinha tendo um orgasmo provocado por outro homem num swing. Imerso nessa mistura de emoções inquietantes, Rodrigo terminou aproveitando a lentidão do trânsito para admirar Paulinha.

Seus cabelos fartos e cacheados ficaram ainda mais atraentes depois que ela começou a pintá-los de ruivo, uma cor que provocava nele um desejo incrível. Suas pernas morenas, curtinhas, bem torneadas e de coxas grossas equilibravam suas cadeiras com elegância e a cintura ainda fina por nunca haver tido filhos terminava num tronco marcado por costelas aparentes e um par de seios medianos e pontudinhos que ele amava.

Juntos há mais de dez anos, os dois se conheciam perfeitamente e tinham lá suas estratégias para superar suas diferenças, ou seja, Rodrigo resistia, brigava, ficava emburrado, só para depois se arrepender e terminar cedendo, procurando fazer as pazes e, quem sabe, ganhar uma recompensa na cama à noite. Já Paulinha esperava pacientemente que o marido atravessasse estas fases, sabendo que ao final, depois do sexo, estaria tudo bem de novo.

Mal desconfiava a esposa, mas dessa vez as coisas não sairiam exatamente assim. O plano que Rodrigo pusera em marcha já havia começado, ele havia combinado tudo com um amigo do futebol, um russo falastrão, que topou a ideia no ato e até ofereceu de levar uma acompanhante para fazerem um swingzinho legal.

Ao estacionarem em frente à mansão na serra, a Rodrigo lhe pareceu que desta vez Paulinha havia exagerado um pouco. A entrada suntuosa com um pórtico moderno já anunciava certa opulência, mas isso não havia preparado o casal para o que encontrariam mais à frente.

Desde o vestíbulo amplo com visual minimalista, uma sala de estar imensa e decorada com quadros e objetos refinados se abria a um terraço com piso de pedras calcárias e uma piscina infinita desaguando numa vista aberta para a mata atlântica adiante e as montanhas da serra ao fundo, coroadas por um céu azul que em nada lembrava a chuvarada que enfrentaram no caminho.

Num dos lados da sala de estar, um comedouro com uma mesa suntuosa de vidro posta para vinte pessoas também se conectava ao terraço com vista. Já do outro lado, um jardim de inverno trazia a mata para dentro da sala e ambientava a escada que levava ao estar íntimo e às várias habitações no andar superior.

A cada passo pela mansão, Paulinha suspirava surpresa com o requinte arquitetônico do lugar, enquanto Rodrigo calculava quanto deveria ter custado o aluguel.

- Paulinha, essa casa é um espetáculo. Muita linda mesmo, mas… Acho que está um pouco acima do nosso padrão, não é?

- Digão, não começa. Dinheiro é pra se gastar, assim que para de fazer cara feia e vamos aproveitar o fim de semana!

- Eu sei, Paulinha, eu sei. Mas não dava pra ser algo um pouquinho mais simples? Olha só esse quadro abstrato, acho que é de algum pintor famoso!

- Rodrigo, obviamente que é uma pintura famosa! Ou você acha que iam colocar um quadro qualquer numa casona dessas?

- Paulinha, isso deve ter saído uma fortuna! Gastar um dinheiro com a gente está bem, mas nem que eu passe o fim de semana todo olhando para essa merda de quadro vai valer à pena!

- Deixa disso, Digão! Olha, o aluguel foi caro, mas eu usei umas milhagens e peguei uma promoção no aplicativo, daí nem ficou tão exorbitante assim!

- Está bem, Paulinha. Pode ao menos me dizer quanto custou?

- Não, eu já disse, foi uma promoção. E pare de ficar olhando pra esse quadro!

- Desculpe, mas você não acha que aquela mancha vermelha ali no canto parece uma bunda?

- Rodrigo, tenha um pouco mais de finesse! E pare de avacalhar com o quadro, que você não entende nada de arte!

Nesse momento, enquanto a discussão começava a se acirrar e Rodrigo sentia vontade de rasgar à facadas o quadro hipnótico cheio de manchas coloridas do qual ele não conseguia despregar os olhos, pela casa soou o prelúdio de uma sinfonia de Rachmaninoff executado pela orquestra de Viena.

- Eita porra! Paulinha, tem uns músicos aqui?

- Não, sua besta, é só a campainha. Devem ser os Svertchenko.

- Svertchenko?

- Sim, os Svertchenko. O casal que vai dividir a casa com a gente no feriado.

- Hein? Como assim dividir a casa?

- Então, Digão, eu falei que era uma promoção, não é? Você ao menos viu o link que eu te mandei? É uma compra coletiva, a gente vai pagar só a metade e os Svertchenko vão inteirar o resto.

- Sei lá, isso tá estranho. Você conhece essa gente? Sabe ao menos quem eles são?

- Deixa de ser estraga prazeres! Olha só o nome, “Svertchenko”, soa como uma família russa cheia de grana!

- Então, eu conheço um russo lá do futebol, Paulinha. O cara é gente fina, sabe? Queria muito apresentar ele pra você. Quem sabe até…

- Não começa, Rodrigo, esquece o seu russo pé-rapado. Se os Svertchenko podem pagar por metade dessa casona, é claro que devem ser uma companhia agradável!

Gastar uma grana durante o feriado numa casa metida a besta, com um quadro que tinha uma bunda e uma campainha que mais parecia uma orquestra sinfônica, sem ter internet e ainda por cima acompanhado de uns desconhecidos, definitivamente, não agradava nada a Rodrigo.

Menos mal que ele havia tomado suas providências, assim, ao menos lhe restava seu plano de conseguir ver Paulinha dando para o seu amigo russo - e quem sabe até um plus de comer a dona que ele prometeu trazer! Entusiasmado com essa ideia, Rodrigo desceu para abrir a porta e Paulinha o seguiu, curiosa.

Vladimir vinha de chinelo, camisa da seleção argentina, com cordãozão grosso de ouro no pescoço e bermuda de surfe sobre as pernas finas, mascando chiclete e cheirando a charutos cubanos, carregando um isopor no ombro e escondido debaixo de um chapéu Panamá, com os olhinhos miúdos atrás de uns óculos espelhados azuis cafonas.

Ao seu lado, vinha uma tal de Smirnova, que se apresentava só como “Smir”, uma gringa de poucas palavras e com pinta de puta sofisticada, que chegou vestindo biquíni e um pareô lilás, preso por um broche de brilhantes falso de marca famosa contrastando com a quantidade de bijouterias nos dedos.

Logo de saída, Vladimir disse a Paulinha que ele realmente não era russo mas sim da Estônia, um país pouco conhecido mas muito tradicional do leste europeu. Disse ainda que era pintor, que Smir viera com ele lá do seu país e que se tornara sua modelo. Acrescentou ainda que sempre a levava junto em suas viagens, caso surgisse uma inspiração e decidisse pintar.

Vladimir falava alto e tinha um sotaque forte, acendeu um charuto no meio da sala e batia as cinzas sobre o tapete, tirou uma cerveja do isopor e ofereceu outra para Rodrigo, enquanto Smirnova olhava Paulinha de cima abaixo, como se estivesse se perguntando como uma mulher sai de casa sem usar nenhuma bijouteria.

Paulinha começou a sentir-se incomodada pelo olhar de Smirnova, além de encontrar-se um tanto decepcionada pelo jeitão do tal Svertchenko. Por outro lado, Rodrigo, pela primeira vez, sentia-se um pouco confortável naquela mansão ao lado do casal recém-chegado - além do mais, a mulher que veio com Vladimir era uma loira de dois metros de altura e compleição física admirável, magrela do tipo gostosona, dessas com peitos grandes mas de ossos firmes saltando por baixo da pele nas cadeiras.

Apresentações feitas, Smirnova começou a reclamar com uma voz aguda porque a casa não incluía empregados e já era hora do almoço. Paulinha sugeriu de irem até a cidadezinha mais próxima procurarem por algum bistrôzinho simpático, ao passo que Rodrigo fez cara feia pensando quanto custaria ter que pagar um almoço para um homem do tamanho de Vladimir.

Contudo, o estoniano disse que ele mesmo faria o almoço para todos, foi buscar algumas coisinhas num fusca azul mal estacionado na frente da casa que, de tão feio, fazia o Mini-Cooper de Rodrigo parecer um Rolls-Royce zero, para voltar carregando mais um isopor enorme e uns sacos de carvão.

Para o horror de Paulinha e diversão de Rodrigo, o gringo espalhou um dos sacos diretamente no chão do terraço e acendeu o fogo, colocou uma grelha apoiada numas pedras decorativas que recolheu do jardim de inverno chique e colocou um quarto de vaca para assar.

Paulinha escolheu um disco de música clássica, não que ela estivesse acostumada a isso, mas queria ver se ao menos conseguia impressionar Smirnova, que não parava de olhar para ela torcendo o nariz pontudo. A primeira peça de Mozart nem havia terminado e Vladimir veio todo cheio de dedos pedindo pra colocar algo mais animadinho, porque aquela música parecia com a campainha da casa.

Em poucos minutos, Rodrigo e Vladimir dançavam pagode tomando cerveja do gargalo ao lado da churrasqueira improvisada como se fossem velhos amigos, para o desespero de Paulinha, enquanto Smirnova, resignada, retirou o top, abriu o pareô e foi tomar sol deitada numa espreguiçadeira, revelando que tampouco trazia a parte de baixo do biquíni e que não estava nem aí por desfilar pelada diante do marido da outra.

Vendo o olhar ávido de Rodrigo admirando a nudez de sua acompanhante e a mirada assassina do ciúme instalar-se no rosto de Paulinha, Valdimir interveio pedindo calma, afinal, sua acompanhante posava nua para ele há tempos e por isso, Smirzinha não fazia aquilo com segundas intenções.

Quando a carne começou a sair, os quatro sentaram-se na mesa imensa de vinte lugares para almoçar. Apesar do ambiente ser muito agradável, foi algo um tanto incômodo terem que comer olhando para os peitos de Smirnova, que nem se deu ao trabalho de colocar um guardanapo sobre os mamilos pontiagudos.

Rodrigo a comia com os olhos, salivando, Vladimir parecia estar mais interessado no osso da costela que estava roendo, enquanto Paulinha queria jogar a estoniana na churrasqueira, assar aqueles peitos e depois servir ao marido, bem-passados, com farofa e vinagrete ao lado.

Mesmo depois de comerem, o churrasco continuava animado, regado a cerveja e ao som de funk pesadão. Smirnova voltara peladona para a espreguiçadeira e agora se posicionava com as pernas compridas e longas bem abertas, procurando bronzear-se lá onde o sol nunca bate.

Paulinha tinha uma cara de enterro, mais precisamente o enterro de Rodrigo, que dançava até o chão, trazia birita para manter Vladimir abastecido e não parava de secar Smirnova, com os olhos fixos entre as pernas da estoniana desinibida.

Mas Paulinha havia planejado passar um feriado chique, vivendo em alto estilo e namorando o esposo naquela mansão na serra, logo, ela não iria deixar se abater assim tão facilmente por estes contratempos. Afinal, quem eram os Svertchenko na fila do pão?

Aquela loira desmilinguida e antipática de dois metros, com sua mania de ficar pelada na frente dos outros, bem como o estoniano bebum e falastrão que tinha um péssimo gosto para se vestir, de modo algum conseguiriam colocar tudo a perder!

Paulinha havia feito seus planos e estava determinada que este fim de semana seria fantástico, não importavam Vladimir comendo uma vaca inteira como um troglodita nem Smirnova arreganhada na espreguiçadeira com a perseguida fritando ao sol!

O que sim importava era Rodrigo, ele sim, o seu marido!

Tudo bem, ele geralmente era meio muquirana e mal-humorado, mas agora estava ali, diante dela, dançando aparelhagem paraense com o estoniano e enchendo a cara enquanto ficava de olho na chabacana da loira que já parecia mais uma pipoca caramelada de tão esturricada!

Não, Rodrigo não iria abandoná-la, Paulinha podia aturar tudo e dar a volta por cima, podia ter ainda que fosse só um pouquinho do fim de semana que planejara, mas para isso ela precisava dele!

Mantendo a calma e fingindo elegância, Paulinha subiu as escadas e foi para seu quarto, retirou a roupa e entrou no lavatório da suíte. Aquele banheiro classudo todo esculpido em mármore importado e a água quente em profusão que encheu a banheira de hidromassagem a fizeram esquecer da bagaceira que estava rolando no terraço.

Após uma longa imersão nos sais de banho, Paulinha fez questão de experimentar todos os cremes caros que eram oferecidos como cortesia pelos donos da casa alugada. Sua pele nunca havia ficado tão macia e cheirosa, Rodrigo iria enlouquecer! Bem, o dia não estava saindo como ela imaginara, mas essa noite seria somente dela e de Rodrigo, entregando-se um ao outro naquela cama imensa coberta com lençóis egípcios da melhor qualidade!

Quando Rodrigo por fim veio para o quarto, já eram perto das seis da tarde e o homem estava bêbado e soltinho, se atirou na cama e começou a roncar. Também, depois de uma tarde de dança, churrasco, cerveja e nudez estoniana, não havia homem que ficasse de pé.

Decepcionada, Paulinha até pensou em fazer as malas e ir embora, pegar o Mini-Cooper e sair por aí sem destino, desaparecer de vez e nunca mais voltar, somente para castigar Rodrigo por tanta insensibilidade, quando começou a ouvir ruídos estranhos pela casa. Eram batidas, golpes surdos, coisas caindo. Provavelmente os Svertchenko aprontaram alguma outra baixaria mas, quando Paulinha escutou gritos meio desesperados, não pôde ignorar. Acordou o marido e exigiu que Rodrigo fosse com ela ver do que se tratava.

Nesse ponto, peço desculpas aos leitores pelo que vou narrar. Rogo também por sua compreensão: se o faço não é por algum desvio psicológico deste autor, mas por puro apego à veracidade dramática. O que Paulinha e Rodrigo presenciaram foi grotesco, chego a ficar enojado em contar e, por isso, recomendo às pessoas mais sensíveis que parem de ler por aqui e esqueçam este conto.

Atirada no chão do terraço sobre uma tela, nua e com os pés e as mãos estirados, coberta de tinta de várias cores, Smirnova tinha a maquiagem do rosto borrada por lágrimas e implorava por clemência, enquanto Vladimir lhe dava bofetadas, beliscava seus mamilos sacudindo seus peitos e enfiava uma jeba enorme na mandioquinha frita da mulher.

O russo subjugava terrivelmente sua acompanhante, Smirnova parecia uma vítima de abuso sexual, Vladimir a pusera de quatro, pisava em sua cabeça e penetrava-lhe o sexo sem piedade, subindo e descendo sobre a bunda apontada para o alto da mulher, enquanto espremia bisnagas de tinta sobre ela.

Depois a atirou de bruços sobre a tela, agarrou-lhe por trás, invadindo-lhe o traseiro, enfiando dedos em sua boca e estrangulando-a com suas mãos grandes, como se ela fosse uma mera boneca de plástico sem reações nem sentimentos.

Perplexa, Paulinha ainda o viu girar a esposa, puxá-la com força pelos cabelos até fazê-la se encolher sob seu pés, aplicar uns tabefes estalados em suas bochechas vermelhas e fazê-la engolir e engasgar sem conseguir respirar com seu membro na garganta. Pobre Smirnova, Paulinha a havia julgado mal, aquela empáfia toda da estoniana devia ser somente um mero mecanismo de defesa contra a devassidão do pintor estoniano!

Mas Vladimir estava muito enganado, aqui não era a Estônia, não senhor!

Existiam leis contra este tipo de abuso, sim, Paulinha ia intervir naquilo e salvar Smirnova das garras de seu algoz, estava disposta a ir até o fim, já até se imaginava depondo na delegacia e prestando juramento ante o juiz, enfim, armando um circo dos infernos para castigar Vladimir e dar-lhe a devida punição. Contudo, enquanto Rodrigo estava embasbacado com a cena no terraço, bastou que Paulinha se aproximasse um pouco mais para ver que havia interpretado mal as coisas…

Vladimir estava gozando jatos sobre Smirnova, mas em lugar de chorar, a estoniana agora se retorcia, buscando colocar a boca em melhor posição para beber o leite que saía do homem. Detrás de uma coluna, Paulinha, estarrecida, ouvia a conversa dos dois.

- Vladinho, por favor, me castiga mais!

- Smir, sua piranha desclassificada! Você gosta que eu goze na sua cara?

- Sim, gosto de receber em meu corpo tudo que provêm do senhor!

- Então, se você for uma boa menina e me responder, posso até comer a sua bunda, sua ordinária!

- Sim! Sim! Por favor, faz isso! O que o meu Vladinho deseja saber?

- Quero que você confesse! Quero ouvir dessa tua boca imunda o motivo pelo qual está sendo castigada hoje!

- Ah não, isso não! Eu… Eu tenho vergonha de dizer que me rebaixei tanto!

- Anda, sua vadia, confessa logo! Se você disser, vou deixar o seu traseirinho arrombado!

- Eu… Eu… Eu mereço este castigo porque eu fiquei me exibindo para o seu amiguinho, querendo que ele viesse me comer!

- Isso mesmo! Viu só? Não foi difícil não é? E diz pra mim, sua vaca, porque você queria dar pra ele? Anda, fala!

- Eu fiquei abrindo as pernas para o seu colega porque se ele me comesse aquela ruiva gostosa ficaria com ciúmes e terminaria aceitando ser enrabada pelo senhor!

- Mas é uma piranha muito safada mesmo… Anda, deita aí que eu vou meter até as bolas na sua bunda magrela!

- Ui, que tesão, Vladinho! Adoro quando você fica assim, malvado!

Ouvir aquela conversa foi como se o chão se abrisse sob os pés de Paulinha e lá embaixo aparecesse um rio de lava incandescente das entranhas do inferno com demônios dançando ao som da sinfonia de Rachmaninoff da campainha da mansão.

Mal conseguindo falar, ela ainda encontrou forças para questionar o marido.

- Rodrigo, eu não estou acreditando. Que papo é esse de você e o Vladimir serem amiguinhos?

- Paulinha, eu juro que não sei. Não estou entendendo nada.

- Ah, não, Rodrigo. Corta essa! Vocês dois já se conheciam?

- Amor, não é isso. A Smirzinha deve ter falado isso porque ficamos nos divertindo hoje à tarde e…

- Smirzinha? Porra Digão, não me enrola! Você mesmo disse que conhecia um tal russo do futebol!

- Não amor, eles nem são russos, eles são da Estônia, lembra?

- Estônia é o caralho, Digão! Acabou-se a palhaçada!

- Paulinha, pelo nosso amor, olha lá o que você vai fazer!

As coisas estavam se encaixando na cabeça de Paulinha, aquilo era uma armação de Rodrigo com o tal Vladimir, por isso ele se mostrara tão à vontade junto ao amigo!

- Rodrigo, eu estou falando sério! Porque afinal você está promovendo essa farsa?

- Farça? Eu? Mas amor, foi você quem alugou a casa e tal! Você que entrou nessa de compra coletiva!

- E você tinha o link, fui eu quem te mandou!

- Mas… Paulinha, eu juro que…

- Ah, mas é claro! Isso tudo só pode ser mais uma invenção sua para tentar realizar aquela fantasia maluca!

- Fantasia? Paulinha, o que isso tem a ver com o Svertchenko?

- Você queria fazer um swing, Rodrigo. Você vivia pedindo isso! Você armou com o seu amigo do futebol, o russo pé-rapado, só para tentar fazer eu dar pra ele enquanto você comia aquela modelo, não foi?

- Não, Paulinha, não é isso! Quer dizer, eu conversei com o russo sobre isso mesmo, mas…

E essa agora? Paulinha sonhando com um feriado romântico e chique na serra, enquanto Rodrigo na verdade estava promovendo aquela sacanagem toda! E o pior é que tudo havia sido tão escancarado que ela não levara um dia sequer para descobrir!

Paulinha olhou bem nos olhos de Rodrigo. Seu marido estivera boquiaberto o tempo todo ao presenciar Vladimir sodomizando Smirnova, usando e abusando da loira, ripando na xulipa dela sem dó nem piedade, até terminar desnecessariamente metendo tronca no traseiro dela. E agora, desmascarado, tinha cara de abobado e nem sabia o que dizer para justificar seus atos.

Uma raiva imensa cresceu em Paulinha, seu marido havia orquestrado toda aquela baderna e acabado com seus sonhos românticos, mas isso não ficaria assim! Decidida, Paulinha avançou pelo terraço até Vladimir e Smirnova e se postou com as mãos na cintura diante deles. O estoniano, de pé com o trem numa mão e uma bisnaga de tinta na outra, estava acabando de enrabar a modelo loira que se remexia como uma serpente no piso.

- E aí pessoal, o que está rolando? - Perguntou ela desafiadora.

- Eh… Desculpe, Paulinha! A gente só estava fazendo uma pintura… - Respondeu Vladimir meio surpreso.

- Ai, que vergonha, ela viu tudo! - Disse Smirnova enrubescendo.

- Não tem problema não, imagina! Sabe o que mais? Eu também quero pintar!

- Mas Paulinha, é que a gente já estava acabando e…

- Acabando? Como assim acabando? Justo agora que eu cheguei? Não, gente, o que é isso! Vamos dar uma animada aí! - Ordenou a ruiva, já pegando no membro meio mole de Vladimir e pisando ela mesma na cabeça de Smirnova.

Nesse momento, Rodrigo veio lá da sala, desesperado, tentando intervir.

- Paulinha, meu amor, para com isso! Você não está entendendo, meu plano era…

- Ah, você veio também, é Digão? Mas hoje não tem pra você não! O senhor está de castigo, vai sentar aí bem comportadinho e ficar só olhando!

- Mas Paulinha, é que…

- “Mas Paulinha” é o caralho, Rodrigo! Senta aí e cala a boca, que hoje eu vou pintar uma verdadeira obra de arte com esses dois aqui e você vai ter que assistir, seu corno!

- Como é que é, Paulinha? Você vai pintar com a gente? - Perguntou Vladimir fazendo cara de espanto.

- Vou sim, “Vladinho”. Hoje vale tudo, só pra castigar esse daí! - respondeu a ruiva apontando com o queixo na direção do marido.

- Ui! Castigo! Castigo! Eu topo, eu adoro um castigo! - Disse Smirnova entusiasmada, ainda com a cabeça debaixo da chinela havaiana de Paulinha.

- Não, Paulinha! Por favor, não faz isso, mulher! - Implorou Rodrigo.

- Senta aí e cala a boca, Digão! - Responderam os outros três em uníssono.

Sentado na espreguiçadeira do terraço, Rodrigo teve que assistir sua esposa agachada, lambendo e chupando as bolas gigantescas do estoniano com duas bisnagas de tinta nas mãos, enquanto Smirnova, deitada sobre a tela toda borrada de tinta, tinha o rosto entre as pernas de Paulinha e se dedicava a lamber o sexo da ruiva.

Rodrigo quase não pôde acreditar quando, por iniciativa da própria esposa, Vladimir teve que comê-la por trás de quatro dando tapas em suas nádegas, enquanto ela se dedicava a enfiar os dedos e chupar entre as pernas da estoniana que não se levantava daquela maldita tela por nada, como se fosse um réptil em seu habitat natural.

Em seguida, Paulinha soltava gritos, sentando sobre o estoniano que dilacerava o seu traseiro com aquela ferramenta grossa e cheia de veias dele, enquanto Smirnova ria perversa beliscando seus mamilos e dando-lhe tapas no rosto, aproveitando para jogar mais tinta sobre eles.

Após meia hora de devassidão, Rodrigo ainda foi obrigado a ver sua esposa ajoelhada na tela receber no rosto uma nova saraivada de gozo de Vladimir, enquanto Smirnova se esfregava toda naquele corpinho moreno que, até então, havia sido somente dele.

Pintada, esporrada e devassada, Paulinha nem parecia mais a mesma mulher que um dia subira no altar junto a ele para dizer o “sim”, o mesmo advérbio que ela agora proferia enquanto Vladimir a puxava pelos cabelos cacheados para arrastar seu corpo na tela e dar uns retoques finais no quadro pintado com seus corpos.

Quando o castigo de Rodrigo terminou, todos foram se limpar. A noite já havia caído e um certo constrangimento se instalou na casa, pois ninguém ali desejava falar sobre o ocorrido. Contudo, em meia hora, a campainha com a sinfonia de Rachmaninoff soou. Paulinha foi abrir a porta e ali encontrou um casal muito distinto, elegantemente vestido com roupas de grife e que justo saltara de um Rolls-Royce negro de último tipo, provavelmente os verdadeiros Svertchenko.

Após trocarem algumas palavras, a esposa voltou à sala acompanhada dos estranhos recém-chegados.

- Digão, esse casal aqui está dizendo que conhece você.

- Digão, meu velho! Desculpa aí, mas a gente se perdeu e daí começou a chover um montão… Enfim, finalmente nós chegamos!

- Rodrigo, eu não estou entendendo. Você já conhecia os Svertchenko? - Perguntou Paulinha.

- Não, Paulinha, esse é o meu amigo russo do futebol, com quem eu havia combinado de ver se a gente realizava aquela minha fantasia maluca de fazer um swing com outro casal…

- Peraí… Esse é o seu amigo russo? Mas então quem são vocês, posso saber? - Perguntou Paulinha para Vladimir, meio confusa.

- Ora bolas, eu sou o Svertchenko, o estoniano que alugou a mansão na compra coletiva com você. E Smir, caso você não tenha escutado antes, é uma modelo conterrânea minha que eu sempre contrato quando venho pra serra pintar!

- Céus, não pode ser, que vergonha…

- É verdade, Paulinha, eu juro. Sempre venho aqui porque me inspira e, ademais, não gasto nada! Quer dizer, desde que divida os feriados com outras pessoas que paguem, por isso anuncio na compra coletiva. O dono da casa é meu conhecido, tem até um quadro meu pendurado por aí!

- Mas… Aquele quadro abstrato não é de alguém famoso?

- Nada, Paulinha, aquela obra é uma pintura com o corpo que fizemos ano passado. Se procurar bem, até dá pra ver a bunda da Smir impressa em vermelho!

- Digão, eu achei que ele era o seu amigo russo! Como você deixou que esses dois pintassem o diabo comigo e nem contou que sequer os conhecia?

- Meu amor, eu bem que tentei, mas você não deixou. Além do mais, foi você que me mandou ficar calado, só assistindo enquanto vocês pintavam aquela obra de arte!

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com.br

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Comentários

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Essas esposas caretas e românticas....kkkkk sifú em verde amarelos e todas as cores do arco íris. Baioux sempre com bom humor

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A Paulinha achou que ia dar uma lição no marido mas quem recebeu uma lição foi ela😂😂.

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Pois é, a vida tem dessas coisas, rs

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Só vc mesmo para criar uma história dessas , muito bom vamos ver os outros capítulos

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Ôpa, obrigado! Infelizmente, esse é só um conto avulso. Ando meio lento pra escrever.

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Muito bom, amigo! Acabou que Rodrigo meio que satisfez sua fantasia, mas não exatamente como planejara. Quem saiu ganhando nessa história toda, a meu ver, foi Paulinha, que deu asas a seus desejos mais pervertidos.

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Aliás, o conto foi escrito a partir da personagem da Paulinha, o contexto todo era só um pretexto para falar dela, rs. Obrigado Buko!

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Gostei realmente. Sensual e engraçado mesmo. Um tipo de anedota picante bem elaborada.

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Obrigado Quixote! Acho que “anedota picante” define realmente bem o conto, muito sagaz de sua parte!

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