Scheila

Um conto erótico de Luis Devo
Categoria: Heterossexual
Contém 2919 palavras
Data: 08/03/2024 22:21:05

Scheila

Eu só senti a pancada na traseira do carro. Nenhum barulho de freios antes do impacto. Após me recuperar do susto e com alguma dor na nuca, saí do carro para ver o que tinha acontecido com a pessoa que bateu no meu carro. Por sorte dela, seu carro tinha air-bag e isso a tinha salvado de se machucar mais seriamente. Quando cheguei na janela, após observar o estrago feito (e que nem era muito), só conseguia ver que era uma mulher, pois o air-bag tomava todo o espaço enquanto esvaziava.

Quando pude vê-la, estava chorando muito e pedindo desculpas, mas falava muito rapidamente. Eu tentei acalmá-la, dizendo que estava tudo bem, mas ela não parava de falar:

“Droga, droga, droga. Desculpe. Ainda não me acostumei com este carro automático. Tinha certeza de que eu estava pisando no freio. Droga, mesmo!”

Ela era muito bonita. Cabelos bem pretos, compridos, um rosto fantástico e bem curvilínea! Meu número, sem dúvidas... Realmente uma das mulheres mais belas que eu já tinha visto. Perguntei insistentemente se ela estava bem e, por fim, ela respondeu que estava tudo bem, que o air-bag tinha amortecido bem a batida. E perguntou-me:

“E seu carro, como ficou? Estragou muito? Eu tenho seguro, não se preocupe.” Ela disse isso com uma expressão que quase me fez chorar junto com ela.

“Tudo bem, não se preocupe, não estragou muito.” Eu respondi.

Nisso, a polícia chegou. Desviaram o trânsito e vieram até nós, pedindo nossos documentos, etc, e também que ela saísse do carro. Eu argumentei que ela estava muito nervosa, que ficaria melhor no carro, sentada, mas eles disseram que ela tinha que sair, para ver se não estava alcoolizada, etc. Ela me olhou com um olhar de súplica, mas disse: “Tudo bem, eu saio. Só um momento, por favor”.

Daí quem levou um susto fui eu. Consegui entender por que ela disse que pensava que seu pé pisava no freio e nada aconteceu. Simplesmente porque não existia nenhum pé direito! Quando ela saiu do carro, vestia uma saia que ia até logo abaixo do joelho, e só a perna esquerda estava lá. Ela equilibrou-se com alguma dificuldade, segurando-se na porta do carro, e explicou: “Tenho este carro somente há uma semana. E, pelo jeito, ainda não me acostumei a dirigir com um pé só. Perdi minha perda direita há pouco tempo e acho que meus reflexos ainda me atrapalham um pouco. Sinto muito pelo ocorrido. Eu pagarei os estragos.”

O policial olhou para ela e disse que estava tudo bem, desde que nos entendêssemos, pois o estrago tinha sido pequeno. Eu disse: “Você tem um cartão seu? Posso ligar pra você para conversarmos sobre o conserto?”

“Oh, sim, eu tenho, um momento.” Ela se sentou novamente no banco do carro, puxando levemente a saia. Consegui ver que o que lhe restou de perna não era mais do que 10 centímetros de coxa. Em compensação, a outra perna era simplesmente demais! Sua coxa era grande e firme. Eu não conseguia tirar os olhos dela. Ela pegou o cartão de dentro da bolsa e me entregou. “Scheila, ein? Secretária executiva?”, eu disse. “Sim, sou eu mesma. E você?” Dei-lhe meu cartão e ela o leu com atenção. “Muito prazer, Luís, apesar do momento não ser muito bom. Eu ligarei para você mais tarde para conversarmos.”, ela falou com um sorriso.

“Que bom ver este sorriso no seu rosto. Realmente não foi nada grave. E terei um imenso prazer de conversar novamente com você. Esperarei ansioso a sua ligação”. Ela sorriu novamente e ficou levemente vermelha. Deu para notar. Eu sorri de volta, abanei e entrei novamente no meu carro, indo embora. Vi que ela também entrou no seu carro e foi em outra direção.

Eu simplesmente não consegui tirá-la da cabeça nas horas seguintes. Seu rosto estava em meus pensamentos o tempo todo. Não só o rosto: as curvas do seu corpo, e aquela perna... Nem sei de qual eu gostei mais. Senti-me muito estranho, pois aquilo tudo me fascinava! Fiquei aguardando o telefonema dela o dia todo, mas ele não veio. Ao final do dia, estava em casa segurando o seu cartão, pensando se ligava para ela ou não. Acabei recebendo outra ligação de um amigo e não liguei para ela.

No dia seguinte, já nem me lembrava mais do ocorrido. Cheguei no escritório cedo, como sempre, pensando que estava na hora de contratar uma secretária, pois o serviço estava aumentando muito e já não tinha muito tempo para atender aos telefonemas e clientes ao mesmo tempo. Daí lembre-me dela... Mas como já havia um cliente esperando, fui tratar de trabalhar.

Logo após o almoço, eu estava com a agenda vazia. Pensei em telefonar quando a campainha tocou. Ao abrir a porta, tive uma visão simplesmente maravilhosa: Scheila, linda, na minha porta. Ela usava duas muletas axilares, e estava parada com uma pose que, para mim, era extremamente sensual, meio de lado. Usava uma saia justa, não muito longa, e uma blusa colada no corpo. Que seios! “Oi! Desculpe se não telefonei ontem, mas acabei tendo alguns imprevistos. Como estava aqui perto, resolvi passar aqui diretamente para conversarmos. Estou atrapalhando?”

Eu acho que fiquei um bom tempo parado ali, sem responder, com a boca aberta. Ela riu e disse: “Ei, posso entrar?” Eu caí em mim e disse: “Ah, claro. Desculpe, mas você me pegou desprevenido. Não esperava abrir a porta e achar a oitava maravilha do mundo parada na minha porta.”

Ela riu bastante: “Essa é boa. Só se for aos pedaços. Uma maravilha quebrada.” E ao mesmo tempo fechou o rosto, ficando com uma expressão tristonha. “Desculpe, mas ainda não me acostumei muito com a minha situação. Eu me aborreço muito ao me lembrar que sou um pedaço de gente agora. E ainda por cima com o que aconteceu ontem...”

Eu pensei que ela falava do acidente. “Ora, não foi nada. Até já deixei o carro para consertar. Foi só o para-choques traseiro.”

“Não, não é isso” ela disse. “Eu retornei ao trabalho na semana passada, depois de seis meses de recuperação da minha amputação. E acabei sendo demitida ontem à tarde mesmo. Minha chefe disse que não tem como ter uma secretária que não tenha as mãos livres para trabalhar.” Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela continuou. “Tudo bem, não posso sentir pena de mim mesma. A vida que tenho é essa aí e tenho que me virar. Quanto lhe devo pelo conserto do carro?” Vi que seus olhos estavam mareados...

Eu fiquei pensando naquela situação. Estava precisando de uma secretária e poderia oferecer-lhe o trabalho, mas não pareceria interesseiro? Eu acabei respondendo que o conserto ficaria a cargo do seguro e não precisava se aborrecer com aquilo e ela concordou. Levantou-se e pegou as muletas.

Perguntei: “Você não pode usar uma prótese? Para liberar as mãos, quero dizer.” Ela sorriu e disse que não tinha sobrado muito da perna e que não era suficiente para segurar uma prótese sem que tivesse que depender de uma bengala, por exemplo. Afora que a deixava muito lenta. Eu estava muito curioso e perguntei o que tinha acontecido. “Eu estava andando na rua quando um carro se descontrolou e veio por cima de mim. Ele me prensou contra uma parede e minha perna simplesmente separou-se do meu corpo. Ainda quebrei um braço e três costelas. O estrago foi enorme e não houve outra solução a não ser o que você vê agora.”

Eu não tive outro pensamento a não ser oferecer-lhe o emprego. “Escute, Scheila, pode parecer estranho, mas eu estou precisando realmente de uma secretária. O serviço de vendas tem aumentado muito, para minha sorte, e já não estou dando conta de atender tantos cliente e telefonemas. Venho pensando há algumas semanas em contratar uma secretária para ajudar-me, e o serviço é grande, mas simples. Você pode fazê-lo sentada. Portanto, se você quiser pensar no assunto, pode me responder mais tarde e...”

Ela começou a chorar convulsivamente. Eu não sabia o que fazer, e acabei por abraçá-la. Seu corpo era quente e macio, e ela aos poucos foi se acalmando. “Oh, meu Deus! Que coisa. Eu vim aqui para pagar-lhe um estrago que fiz e você é que me oferece um emprego. Eu quero sim, quero muito. Preciso dele muito. Quando posso começar?”

Eu sorri e disse “Agora mesmo. Você pode?” Ela sorriu e disse: “Será um prazer. Sr. Luís”.

“Ah, não. Só Luís. Eu quero uma amiga para me ajudar, não uma funcionária formal!”

“Ok. Vamos ver o que tenho que fazer.”

Passamos uma tarde maravilhosa. Ela era muito bem-humorada, brincava muito, e aprendeu facilmente suas tarefas. Na hora de fechar, perguntei se ela queria uma carona de taxi. Ela se levantou, pegou as muletas e disse “Sim, quero, pois o carro também está no conserto.”

Fomos andando juntos até o ponto. Comentei que ela andava bem nas muletas, e ela disse que já estava acostumada. Em casa usava apenas uma, para pode fazer suas tarefas domésticas. “Morar sozinha tem suas desvantagens.” Aí me dei conta de que não tinha perguntado nada da vida dela.

“Você mora sozinha? Não é casada?”

“Não, não sou. Nem namorado tenho. Aliás, deste jeito, duvido que um dia tenha algum.”

“Por que pensa assim? Acha que ninguém gostaria de você só porque não tem uma perna? Eu passei uma tarde maravilhosa hoje com uma mulher extremamente agradável, inteligente, esperta e muito bonita! E que poderia ser minha namorada a qualquer momento...”

Ela parou no meio da rua, me olhando de uma forma angustiante. “Isso é sério? Você pensa mesmo assim?”

“Sim, não vejo nada de errado em você. Você usa muletas para andar? Pois eu uso óculos para poder ver, e não há nada em você que seja diferente de outras mulheres. Aliás, tem sim. Você talvez seja a mulher mais linda que eu já tenha conhecido.”

Ela não respondeu nada, simplesmente baixou a cabeça e continuou andando até o taxi. Eu a ajudei a entrar no carro e perguntei onde ela morava. Ela me deu o endereço e não conversamos muito no caminho. Ao chegar na frente da sua casa, ela me olhou e disse “Francamente, hoje foi um dia muito importante na minha vida. Obrigada mesmo pelo seu apoio. Até amanhã.” Ela saiu do carro, pegou as muletas e as colocou debaixo dos braços. Olhou para mim fixamente por algum tempo e mexeu os lábios se dizer nada, mas eu entendi perfeitamente a palavra “obrigada”. Ela se virou e entrou em casa.

Eu fiquei ali, parado, por um momento. Depois disso para o motorista seguir, sem saber bem avaliar o que tinha acontecido naquela tarde, mas estava desconfiando seriamente que estava totalmente apaixonado...

No dia seguinte, cheguei cedo ao escritório, como era de praxe. E a encontrei me esperando na porta.

“Bom dia!”, ela disse com um sorriso.

“Preciso fazer uma cópia da chave para você poder entrar e sair quando quiser”, disse para ela.

“Não se preocupe, acabei de chegar também. É meu primeiro dia e quero começar o trabalho pontualmente.”

“Que bom.” Aproveitei para dar uma olhadela naquele corpo lindo. Ela estava muito bem-vestida, com uma saia na altura do joelho, uma meia toda trabalhada e uma blusa branca um pouco transparente, que dava para ver seu belo soutien cobrindo aqueles seios maravilhosos. Ela notou que eu estava olhando e disse “Se você quiser, posso pensar num uniforme ou outro tipo de roupa para usar aqui”. Eu logo respondi: “Nem pensar. Você poderia vir nua se quisesse e eu adoraria”. Falei aquilo sem pensar e logo pedi desculpas. “Nossa, nem sei como disse isso. Desculpe, eu não quis dizer isso e...”

Ela começou a rir: “Me sinto lisonjeada com o elogio, mas acho que os clientes achariam interessante demais ver uma aleijada pelada no seu escritório...”

Eu acabei pensando alto e murmurei: “Mas eu gostaria muito.”

Acho que ela entendeu, pois parou de rir e ficou me olhando daquele jeito e disse bem baixinho: “Você gostaria mesmo?”

Eu nem sabia o que responder. Mas ao vê-la baixar os olhos, eu a peguei em meus braços e a beijei como nunca tinha beijado mulher alguma na vida. Eu estava totalmente apaixonado por ela, e não podia mais me conter. Nos beijamos por um longo tempo e ao final, ela perguntou: “Temos clientes agendados para esta manhã?” Eu respondi “Não, só para à tarde...” e entendi onde ela queria chegar. Ela levantou-se, equilibrou-se na sua única perna e começou a desabotoar a blusa.

Eu fiquei olhando para aquilo que seria o momento mais fascinante de toda a minha vida. Primeiro a blusa, depois o soutien, o único sapato e a meia. Tudo foi retirado lentamente, com um poder de sedução que eu jamais havia visto. Quando ela foi tirar a saia, sua última peça, ela parou e disse “Você talvez não goste muito do que vai ver. A cicatriz não é nada bonita, mas ela faz parte de mim agora. Está disposto a correr o risco?” Eu respondi logo: “Estou disposto a qualquer coisa para ter você comigo. E duvido que ela comprometa qualquer parte desta maravilha que está na minha frente.”

Ela então pulou na sua única e bela perna, chegando-se perto de mim. “Tire-a pra mim. Eu nunca fiz amor desde que...”

Eu encostei meus dedos na sua boca e pedi que ela não falasse mais nada. Tirei a saia e o que vi foi realmente assombroso. Quase nada da coxa havia restado, e uma grande cicatriz cobria a maior parte do que restou da sua perna. Ela mexeu um pouco, mostrando o que dava para fazer com o coto da perna. Mas a visão dela toda me deixou embasbacado! Era linda! Fantástica! Divina! Nunca tinha visto uma mulher tão linda, mesmo tendo uma perna só. Eu a coloquei gentilmente sobre a mesa e começamos e nos beijar.

Bem, o resto foi o que sempre sonhei em toda a minha vida com respeito a sexo. Como a perna dela praticamente não existia, pudemos fazer posições que sequer podem ser sonhadas por uma mulher com duas pernas. O tesão que eu sentia aumentava a cada movimento, e ela parecia ansiosa por isto também, pois chegou ao orgasmo por várias vezes.

Quando acabamos, não havia mais jeito de trabalharmos. Precisávamos de um banho. Decidimos ir até a sua casa, pois eu aproveitaria para conhecer a sua morada e ela faria um almoço para comemorarmos.

Ao chegarmos na sua casa, fomos direto para o banheiro e tomamos um delicioso banho juntos. Foi interessante banhá-la. Eu perguntei se podia tocar a cicatriz, e ela confirmou que sim. “Você sente dor aqui?” apontei para a cicatriz. “Não, ela já não dói mais. É uma sensação estranha, mas você pode tocá-la, sim.” Lavei com toda a atenção o local, e vi que ela fechou os olhos e arrepiou-se ao ser tocada no local.

Após o banho, vesti-me e esperei por ela na sala. Ela apareceu só de calcinha, usando uma única muleta. Isto a fazia mais sexy do que nunca! Ela sorriu e disse que era mais fácil se mover desta forma em casa porque podia pegar coisas com uma mão e, obviamente, podia cozinhar.

Ela me deu as costas e mexeu os quadris, rebolando firmemente. Isso fez com que seu pequeno coto balançasse de um lado para o outro. Isso me deixou louco! Morri de tesão só de ver. Disse isso e ela riu com vontade e falou “Existem outras formas de deixá-lo louco, meu bem”.

Após um almoço delicioso, no qual tive uma dificuldade louca de comer, pois ela ficou somente com as suas minúsculas calcinhas e aqueles imensos e lindos peitos de fora, sentamo-nos no sofá para conversarmos e fazer planos. Foi incrível a forma com que nos acertamos em diversos assuntos: gostávamos das mesmas músicas e filmes, tínhamos pensamentos quase iguais sobre tudo. Num dado momento, ela disse: “Sabe, quando perdi a perna no ano passado, pensei que tinha perdido a vida... Nunca achei que homem algum fosse se interessar por mim novamente. Quando fizemos amor, eu pensei como eu era boa de cama antes. E morri de medo de não saber o que fazer com você naquele momento. Mas tudo foi mágico. E vi que, de certa forma, a falta da perna nos trouxe uma performance fantástica! Eu não sei muito sobre você, mas pela primeira vez desde que tudo aconteceu, eu me encontrei totalmente. Eu amo você!”

Aquilo me tocou profundamente. “Eu também te amo. Até hoje nunca tinha encontrado alguém que mexesse comigo desse jeito. E tenho certeza que você é a mulher com quem quero passar o resto dos meus dias.”

Ficamos ali, sentados, abraçados, por um longo tempo, sem falar nada. Apenas nos curtindo. E acabamos adormecendo. Mais tarde, eu acordei e levantei, deixando-a deitada. Troquei de sofá e fiquei olhando para ela e vendo como cada detalhe do seu corpo era lindo! Ela era fantástica! Comecei a tocá-la levemente, parte por parte do seu corpo, fazendo com que ela se arrepiasse toda, mesmo dormindo. Quando toquei a sua cicatriz, ela acordou. Olhou para mim e perguntou o que estava fazendo. “Tocando em você toda, há bastante tempo. Admirando o quando você é linda. E você acordou quando toquei a sua cicatriz.”

“É estranho” ela disse. “Senti um monte de coisas ao mesmo tempo quando você me tocou.” Ela me abraçou e disse “Podemos voltar para a cama?”

O resto é outra história.

@Julho de 2013 by luis.devo (DvoT)

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Comentários

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Olha , tenho que falar, este é um dia melhores contos que já li aqui, muito bom , adorei,

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