Não dormi muito bem a noite pensando em tudo que rolou, liguei para o Lipe na manhã seguinte e expliquei tudo que estava rolando e o motivo da visita do meu pai, ele se mostrou compreensível e me deu espaço para resolver isso, depois dos dois dias de uma verdadeira montanha russa que o Jonas causou meu nome finalmente foi limpo e escapei do processo, foi como tirar uma corda do pescoço, fiquei bem mais aliviado, minha mãe tentou me procurar por que não queria que eu fizesse o teste óbvio que ela não queria, mas meu pai a manteve afastada e agradeci por isso, parece que Jonas também deu uma afastada nela o que foi ótimo, para mim quando mais ela se preocupa-se seria melhor, ela sente que seu casamento está por um fio.
Falei com meu pai que precisava voltar no meu apartamento e ele me deixou ficar com o carro que ele alugou para ir resolver o que eu precisava, encontrei com Lipe e ele parecia preocupado comigo, gostei de ver que ele se importa comigo, fomos para o meu quarto e me abri com ele, falei como me sentia em relação a tudo e com ele consegui falar da minha real intenção de vingança, pensei que ele fosse me julgar, mas ao contrário disso ele ficou do meu lado. “Só quero que tenha certeza do que está fazendo.” Ele disse deitado no meu peito. “Tenho sim, quero isso mais do que tudo, só assim vou poder continuar.”
“De repente nossos problemas parecem tão pequenos né?” Lipe fala, a assinto com a cabeça. “Não temos que nos preocupar com nada, estamos bem.” Falo deixando sua boca, ele sobe em cima do meu corpo e me beija, nossos beijos me fazem esquecer de qualquer problema, ainda mais quando sinto seu membro rígido contra o meu, ele me deixa excitado sem muito esforço, não demora nada para que tiremos nossas roupas e ele fique de quatro na minha cama chamando meu pelo meu nome enquanto me deslizo para dentro dele, bem rápido e com força, bati na sua bunda porque sei que ele gosta, seguro firme em sua cintura enquanto ele deixa sua bunda bem empinada para mim.
Não resisto a tensão de comer ele sem está com meus labios colados nos dele, então mudamos a posição para o frango assando assim posso beijar sua boca e entrar dentro dele, o gosto de sua boca me deixa completamente embriagado, seu perfume me hipnotiza, tudo nele faz meu corpo reagir, assim como dele reagir ao meu simples toque. “Iuri, assim.” Adoro quando ele geme chamando meu nome, faço ele gozar meu meu membro ainda dentro dele, estou orgulhoso de ter dado prazer a ele dessa forma, depois de meter mais algumas vez gozo dentro dele, enchendo a camisinha, fiquei junto dele por mais um tempo até amolecer e sair de dentro dele, tiro a camisinha e sou um nó soltando no chão, estou sem coragem de levantar agora, puxo ele para deitar no meu peito.
Ele parece que está pensando em algo, então resolvi perguntar. “O que você está pensando?” Falei e ele sorriu. “No que vamos dizer ao pessoal da casa e tipo vou conhecer seu pai?” Ergo a sobrancelha, e pouco a pouco meu antigo eu vai tomando conta de mim e antes que possa ponderar estou me arrependendo das minhas palavras. “Falar com o pessoal sobre o que?” Ele levanta a cabeça do meu peito e me encara querendo saber se estou brincando, é mais uma vez perdi minha chance. “Sobre a gente, sobre nosso namoro.” Essa palavra me assombra. “Não tem nosso namoro, eu não namoro Lipe, nunca, mas o que temos é foda e não tem porque por nome.” Falo me sentindo um merda covarde por dentro, Lipe me lança um olhar que parte meu peito. “Iuri, você está falando sério?” Fico calado e ele levanta, seguro meu pulso, mas ele puxa o braço, se vestido com pressa. “Lipe deixa disso, vem aqui.” Quero ficar numa boa com ele. “Não sou seu brinquedo Iuri, não sou o cara que vai te servir sempre que você quiser!” Sinto o peso de suas palavras. “Não é isso que eu quero Lipe, quero ficar com você, mas porque isso tem que ser um namoro?” Ele me encara e me lê melhor do que qualquer pessoa, para o Felipe sou um livro aberto. “Porque não somos seus pais Iuri, não vou te largar na primeira merda que você fizer.” Sua frase me doeu porque é verdade, nunca quis namorar porque não aceitava minha bisexualidade e só se agravou depois de que soube o segredo dos meus pais. “Mas está querendo me largar agora.” Falo tentando me defender como uma criança acuada. “Não posso pôr um fim na nossa relação, Iuri, porque ela não existe.” Ele fala e sai do quarto batendo a porta, quero ir atrás dele, mas não consigo me mover, eu quero o Lipe, por que é tão difícil admitir isso?
Lipe está me evitando de novo, só que dessa vez sei o motivo e o motivo sou eu um babaca incorrigível, Lipe se entregou para mim e mesmo assim não consegui fazer o mesmo, foi tendo medo de perdê-lo que acabei perdendo as ironias do universo não tem fim, fui encontrar com meu irmão para fazer a coleta e meu humor me entregou, mas como não quero receber uma bronca do Jonas, mudo de assunto, por hora escapei, mas logo ele vai querer saber o porque do meu mau humor, durante esses dias troquei mensagens com o Téo, não entramos em nenhum assunto específico, mas soube que ele agora é campeão mundial de Judô e que está dando aula no dojô junto com o sensei, fico orgulhoso dele, ele me manda fotos que foram tiradas no mundial e ele está mais bonito do que me lembrava.
Com Téo as coisas sempre foram simples, ele é como eu até hoje nunca se amarrou a ninguém, certo que ele ainda “namora” mas nunca dura e sempre acaba com ele no poliamor, inclusive ele fez questão me de dizer que não tem nada com a Bel irmão do Mateus, só que eles são amigos, ele me diz que muita coisa aconteceu durante esse tempo e que as coisas estão complicadas por lá, mas não entra em detalhe, Téo disse que se eu quiser saber tenho que voltar e falar com as pessoas, no fundo estou pensando em ir com meu pai, quando o resultado do teste sair, mas não vou falar nada para o Téo e nem para o meu pai se não vai gerar uma expectativa e não estou totalmente certo ainda.
Converso com o Téo sobre tudo menos sobre o Lipe, ainda não consigo falar do que está rolando, ou estava nem sei mais, só sei que sinto falta dele, meu pai teve que fazer uma viagem de trabalho, mas me garantiu que vai está aqui comigo quando o resultado sair, estou totalmente perdido, Isaac disse que iria precisar de mim então no sábado à noite depois que ele voltou de um churrasco com o Jonas ele passou lá em casa para me buscar, parecia cansado, talvez por isso precisasse tanto de mim. “Cadê o Jonas?” Perguntei quando ele parou com a moto em frente ao meu prédio. “Tendo o sono dos justos, o Mozão tá pior que médico sem dormir só trabalhando.” Isaac me entrega o capacete e sigo com ele não para uma parte do centro da cidade que não costumo ir.
Paramos em frente uma academia, achei estranho mas não disse nada, ele prendeu os capacetes e entramos, a recepcionista abriu um sorriso largo assim que o viu, já olhei feio para ela, essa mina que não se passe para cima do meu cunhado. “Então é ele?” Isaac faz que sim com a cabeça, ela pede que eu coloque minha digital no leitor para cadastrar, acho aquilo muito esquisito, mas confio no Isaac, faço o que ela me manda, depois ela pede meu documento, ai sim libera a catraca com minha digital, no caso do Isaac ela faz a liberação manual mesmo, não estou entendendo nada, só que essa oferecida está sendo muito solicita para o meu cunhado. “Isaac, o que estamos fazendo aqui?” Ele segura meus ombros e me guia até uma escada, assim que vamos chegando no andar de cima meu coração para de bater, Isaac me levou para um dojô, meu primeiro impulso é sair de lá, mas ele me segura. “Não posso fazer isso.” Falei de costas para o tatame e com meu corpo tremendo. “Iuri, olha para mim, você vai entrar e vai treinar, são poucas as coisas que eu sei sobre você, mas uma delas é que você sente falta de treinar, esse lugar é perfeito, foi a melhor que encontrei, e o horário do treino dá para mim vir com você todas as vezes.” Olho nos olhos dele. “Não tenho kimono.” Falo, mas ele vai até um armário de onde tira uma bolsa dessas de academia e me entrega. “Deixei aqui para que você não sacasse.” Quando abro é um kimono novo e minha mão treme quando vejo minha antiga faixa, meu pai deve ter trago quando veio me visitar, ele e o Isaac fizeram isso de caso pensado, tem lágrimas nos meus olhos, não aguento e abraço o Isaac o mais apertado que posso. “Você é o melhor irmão do mundo.” Falo. “Não é à toa que seu irmão o chama de Senhor Perfeito.” Ele brinca, vou no vestiário me trocar, amarrar minha faixa, me deixa nas nuvens, nunca deveria ter largado ela em casa, está velhinha, mas ainda serve.
Tiro uma foto no espelho e mando para o Téo, ele reagem com um emoticon de coração, Isaac parece um irmão babão, tirou umas quinze fotos só do tempo que saí do vestiário e entrei no tatame, o Sensei se apresenta para mim, e me apresenta a os colegas, as técnicas parecem gravadas em minha mente, executo tudo sem dificuldade, nunca fui ligado em competir como Téo ou o Mateus, mas amo o esporte tanto quanto eles, faço valer o meu antigo treinador e a faixa que ostento, como continue cuidando do corpo consigo lidar com o treino de sem problemas e até participo de uma luta de treinamento, a melhor parte foi vencer, mesmo enferrujado, digo para não se sentirem mal, já que treinava com o Téo Medeiros, os caras ficaram estáticos. “Mentira que você treinou com Téo Medeiros, campeão mundial.” Um dos caras falou no final do treino, então sem querer me gabar, mas porque não, fiz uma vídeo chamada com Téo que atendeu no primeiro toque. “Téo, pode dar um oi para alguns dos seus fãs aqui.” Falei e os caras pareciam que estava vendo a Beyoncé na frente deles, sério os caras teve uns dois que quase choraram só por que conversaram com o Téo, no final ele motivou os garotos e agradeceu a torcida deles, me senti orgulhoso de ver o quanto ele tinha amadurecido, me despedi dele e fiquei de ligar depois outra hora.
Depois da melhor surpresa de todas Isaac ainda me levou para comer sushi, precisava mesmo de uma noite assim, Jonas estava dormindo achamos melhor não acordar dele, depois ajudei ele a fechar o sushi e ele foi me deixar em casa, Lipe estava chegando com Bruna de alguma festa, mas nem tive ciúmes, só fiquei feliz por vê-lo, ele olhou para o Isaac e apressei em apresentá-lo para evitar mais mal entendidos. “Esse é meu cunhado, o Isaac de quem te falei.” Ele assente e segue seu caminho, sigo ele, assim que entramos em casa, Bruna vai para o quarto, mas segurei a mão dele e o puxa para o meu quarto. “Dormi comigo hoje.” Pedi. “Por que, está precisando de uma transa fácil.” Senti como um tapa na cara. “Tive um dia incrível e terminaria de forma perfeita se você dormisse comigo.” Ele me observa e vejo uma confusão em seus olhos. “Iuri.” O interrompo. “Por favor, se quiser posso até implorar de joelhos.” Vou ficar de joelhos, mas ele me segura, e faz que sim com a cabeça, mas se recusa a me beijar.
Ele toma um banho no meu banheiro mesmo e dou uma roupa minha para ele, tenho medo de que se ele for para o quarto dele não volte, depois tomo meu banho e conto para ele sobre o judô e em como foi bom treinar, estou tão empolgado que acabo soltando sobre o Téo. “Pensei que não falasse com seus amigos antigos.” Sorrio e conto para ele que meio que estou me entendendo com meu passado e vejo ele abrindo um sorriso para mim, um sorriso tão sincero e lindo que não resisto e beijo sua boca. “Não vou transar.” Ele fala se colocando firme. “Vamos só dormir.” Prometo a ele, nos deitamos e vou me chegando até que consigo amolecer ele um pouco e ficamos trocando beijos até o sono chegar.
