O filho do Pastor (S02-Capítulo 15-Iuri)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 1059 palavras
Data: 17/02/2024 20:05:25

Ouvi a voz dele me transporta direto para o dia em que nos despedimos, de todos ele é o mais difícil e nem sei o porquê disso. Téo sempre foi uma coisa que não consigo definir em minha vida, na maior parte do tempo evito pensar em o que ele representa para mim, se gosto dele, se o amo ou se simplesmente somos um lance casual, só que sei é que Téo mexe comigo e sei que mexo com ele também, pensei que seria o único a sentir falta, mas pelo jeito ele também sentiu o que isso significa acredito que nem o próprio saiba explicar.

“Oi, Téo.” Falei tentando parecer o mais casual possível. “Olha só quem aprendeu a falar.” Ele diz com seu tom zombeteiro de sempre. “Soube que você queria falar comigo.” Digo. “Que bom que finalmente meus recados chegaram até você.” Ele está puto comigo e não posso tirar sua razão. “Desculpa.” É tudo que sai da minha boca. “Por que? Por você ter sumido? Por você ter ligado para o Mateus e não para mim? Por ter dito para seu pai nem me passar seu número novo? Ou melhor, por todas as vezes que você me ligou e ficou calado?” Senti o peso daquelas palavras, Téo não está puto comigo é bem pior que isso, ele está magoado. “Eu te falei que iria dar um tempo.” Tentei falar em minha defesa. “Um tempo de seis anos?” Seis anos foi o tempo que levou até termos essa conversa.

“Téo, sinto muito, não sabia o que dizer, fiquei tão envergonhado, ela foi embora, muito antes, enquanto me despedia das pessoas ela estava em casa, nem falou comigo, ela se foi e me deixou para trás como uma mobília velha sem utilidade.” Téo ficou em silêncio por alguns segundos e escutou sua respiração, até que ele falou. “Eu fiquei.” E meu mundo caiu nesse momento. “Eu, ainda estou aqui com um móvel deixado para trás sem utilidade, ou pior como um fiel companheiro que espera seu melhor amigo voltar para pegá-lo.” Não tenho mais o que dizer, fiz o mesmo que ela, abandonei meu pai e meus amigos, deixei todos para trás e fugir exatamente como ela fez e só agora me dou conta disso, estou chorando e tremendo em meu quarto, o clima parece ter esfriado. Ficamos os próximos cinco minutos em completo silêncio.

“Onde você está?” Ele pergunta mais uma vez e conto para ele toda minha trajetória depois que me despedi dele, Téo escuta tudo sem me interromper, apenas posso ouvir sua respiração do outro lado da linha, conto sobre a faculdade, sobre a escola, sobre ter encontrado Jonas e sobre ter me fodido por causa do Davi, Depois que começo a falar não consigo parar mais, as palavras vão saindo da minha boca, só que sobre o Felipe mantenho segredo, não quero falar dele, pelo menos não com o Téo, quando digo tudo ele respira fundo. “Obrigado.” Ele fala. “Porque?” Pergunto confuso. “Por ter voltado.” Meu coração se aqueceu, naquele momento parece que o tempo não passou, mas cometi erros e sei que não poderiam ser consertados assim tão facilmente.

Encerramos a ligação, não sei se estou pronto para saber o que ele fez durante esse tempo, deito me enrolando com meu cobertor e pego no sono, acordo com alguém batendo na porta do meu quarto, olho para o relógio e vejo que apaguei só por vinte minutos, abro a porta pensando ser o Felipe, mas quase caio para trás quando vejo meu pai. “Pai?!” Ele sorri e me puxa para um abraço, faço uma mochila para mim e vou com ele para um airbnb que ele alugou, deixo uma mensagem para o Felipe no celular avisando que estou saindo com meu pai, quero evitar mais brigas com ele. “Pai, o que veio fazer aqui?” Pergunto. “Vim resolver uma coisa que já deveria ter resolvido a muito tempo, filho.” Nos sentamos no sofá do apartamento que ele alugou, olho para ele curioso. “Como assim coroa?” Ele rir, pegando uma fatia de pizza que compramos no caminho e me respondeu. “Vim falar com sua mãe, mandei que ela deixasse você em paz.” Fico pálido. “O senhor encontrou com ela?” Ele faz que sim com a cabeça e continua. “Logo depois que saí da casa do Jonas.” Estou sem saber o que falar para ele. “Pai, não sei nem o que dizer.” Ele está sério, desvia o olhar e depois me encara. “Filho, Jonas pode ser meu filho também, cansei de guardar os segredos da sua mãe então procurei pelo Sérgio e contei tudo a ele, coloquei os pontos nos is.” Fico preocupado com meu pai, ele enlouqueceu, o Sérgio é perigoso. “Filho seu pai não é mais o moleque que eu era naquele tempo, não vou mais sofrer por causa dela, falei com Sérgio que vou fazer o DNA do Jonas, só que ele reagiu de uma forma que não esperava.” Ele fala e identifica que é daí que vem sua preocupação. “O que aconteceu pai?” Ele respira fundo e finalmente abre o jogo. “Sergio exigiu que fosse feito o seu DNA também filho, ele diz que da mesma forma que Jonas pode ser meu filho, você pode ser filho dele.” Minha cabeça está girando. “Mais filho, não vou deixar que isso aconteça, seu pai sou eu e não tem nada que mude isso.” Nunca pensei que meu pai pudesse não ser meu pai. “Eu quero fazer, você é meu pai e nada vai mudar isso, mesmo assim eu quero fazer.” Meu pai parece preocupado. “Filho não precisa fazer isso, Sérgio está desesperado porque sabe que Jonas não é dele, essa foi a forma que esse canalha achou de me atingir.”

“Pai, quero fazer o teste.” Sei qual é sua preocupação, mas quero fazer o teste mesmo assim, o resultado não vai mudar o que sinto pelo meu pai e tenho certeza de que ele é meu pai, quero esse resultado para que ela pague por todas as mentiras que contou, da forma que o tal pastor é ele vai deixá-la assim que souber que foi enganado por todo esse tempo, quero que ela sofra abandonada por todos, todos que ela machucou dando as costas para ela, sei que a vingança não é o melhor caminho, mas é isso que eu quero para ela.

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Tô sentindo uma ameaça de tsunami aí...

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Eita que bomba foi essa do Paulo e do bosta do Sérgio, tomara que Jonas e Iuri sejam filhos do Paulo, aí vai ser a ruína da megera. Vai perder essa pompa dela.

Vou aguardar com bastante curiosidade os próximos capítulos.

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