O filho do Pastor (S02-Capítulo 05-Iuri)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2717 palavras
Data: 02/02/2024 22:41:10
Assuntos: Gay, irmão, pastor, segredo

Fiquei com Jonas na cabeça por dias até reencontrar com ele na faculdade, meu interesse nele não era pela sua beleza e sim pela sua similaridade comigo, dentro de mim comecei a alimentar esperanças de que ele fosse meu irmão perdido, mas quais as chances disso ser verdade, quase que zero, já tinha um tempo que não pensava sobre isso agora não tiro da cabeça desde que o conheci.

Uns dias depois o encontro na faculdade e ele gentilmente me ajuda com um artigo, o cara é mesmo fodão, me deu conselhos dignos dos que recebo dos meus melhores professore, depois ainda me convidou para o sushi e pagou meu jantar, gosto de pessoas pagando meu jantar, tudo ia bem tirando ter conhecido o babaca do Isaac meio irmão do Davi e ele estava certo Isaac tem uma cara de bom moço, mas deve ser só para manter a fachada, nem dou muita moral para ele, por sorte ele não fica na mesa, assim pude falar com Jonas melhor, quando ele perguntou sobre minha mãe não consegue disfarçar muito bem, todos os meus alertas ligaram, então desvio o assunto para a família dele e ai vem minha surpresa, Jonas tem problemas com o pai, na hora me gera uma identificação com ele e acho que ele se identificou comigo.

A conversa com ele flui tanto que nem vi a hora passar, quando me dou conta já é quase hora de fechar o sushi, fico todo sem jeito afinal ele deve está cansado do trabalho e fiquei alugando seu tempo, ele notou meu desconforto “o que foi Iuri?” me apresso em tranquilizá-lo “não foi nada doutro Jonas.” ele me olhou repreendendo e me corrijo “quer dizer Jonas” e ele sorrir “melhor assim, “é que fiquei alugando seu tempo perguntando sobre coisas bobas” ele negou com a cabeça “é natural a curiosidade sobre a área que você vai atuar” ele fala “é que vi alguns dos seus trabalhos e o senhor é brilhante” falei com sinceridade, “parece que meu mozão tem um fã” Isaac diz ao se sentar com a gente, “para vou ficar sem jeito e já falei para parar com a formalidade Iuri” ele sorri e Isaac não parece se importar com nossa conversa.

“Isaac Iuri é o melhor da classe e já trabalha para pessoas importantes” Jonas fala “ah, que bom Iuri, fico feliz que tinha tido essa sorte, esse aqui só faltava chorar de raivo no primeiro estágio” ele fala rindo do namorado, “aquele emprego era punk mesmo, mas foi por causa dele que pintamos a fachada sushi então não reclama” Jonas fala em tom de brincadeira, eles dois parecem tão bem juntos, nem parece que começaram a ficar depois de trair o Davi, “mozão já vou começar a fechar, tava pensando se você não quer sair hoje para tomar um vinhozinho naquele lugar que você ama” Isaac fala perto do ouvido de Jonas e ele abre um sorriso enorme, “pode ser, a gente aproveita e dar uma carona para o Iuri pode ser?” Ele pergunta e penso em negar, mas Isaac não pareceu se importar “claro, só me esperem um pouquinho que já venho” ele deixa um selinho em Jonas e sai para a cozinha, se não soubesse da história até achei eles fofos.

Converso com Jonas mais algumas coisas sobre a faculdade e ele se coloca a minha disposição para o que eu precisar, ele sabe como é difícil estudar longe de casa, também recebi mais uma vez sua permissão para aparecer quando quiser para conversar, sem perceber permito que mais uma pessoa entre para o meu círculo de amigos, e no caso do Jonas minha conexão com ele é quase que instantânea, me pego desejando ao universo que ele fosse meu irmão, ele é tão sábio e gentil, também é gay o que significa que ele me aceitaria do jeito que eu sou, seria incrível ser irmão do Jonas sem dúvidas.

Depois de um tempo Isaac termina de fechar o estabelecimento deles, por sorte não moro muito longe, odiaria desviar o caminho deles e não sei como dizer não para o Jonas, estou tão feliz de te-lo conhecido que fico receoso de cometer algum erro e afastá-lo, a muito tempo não me sinto assim, tão animado por conhecer uma pessoa, não é só por ele ser um advogado fodão, mas por ele me passar um vibe tão tranquila que simplesmente me vejo sendo seu amigo, ele entenderia se eu contasse minha história tenho essa certeza em meu peito, não sentira pena de mim e nem me olharia com outros olhos, afinal ele também tem problemas com a família e pela cara que fez são tão tensos quando os meus, por fim ele me deixam na porta de casa e agradeço.

Meu pai pode pagar um ap para mim, mas não me sinto bem em fazer ele gastar tanto assim comigo então sempre procurei morar em república já que é bem mais enconta financeiramente, tenho meu quarto com banheiro e mau preciso interagir com os outros quatro moradores, são dois caras e duas minhas, são três quartos, como sou o mais antigo morador e pago um pouco a mais fico no quarto suite, os caras dividem um quarto e as minhas dividem outro, tem mais dois banheiros pela casa, então ficou um sendo delas e outro sendo deles, assim a harmonia e a paz reina.

Outro sorte que tive foi que os caras estudam medicina, uma das meninas faz arquitetura e a outra é da psicologia e todos são estudiosos quase que nem eu, digo quase porque diferente de mim eles tem uma vida além da faculdade, nunca nem olhei muito para eles para evitar despertar qualquer tipo de interesse por eles, quando chego vejo Felipe— um cara moreno alto, com cabelos curtos e um corpo magro — esparramado no sofá, ele usa só um calção de futebol está comendo uma pizza e assistindo a um jogo de basquete, é sexta então Erica — que é a arquiteta — está na casa da namorada ela sempre passa o fim de semana lá, Bruna deve está na farra e Patrick deve está no quarto estudando ou saiu com a namorada dele, “Iuri, chegando agora?” Felipe se surpreende a essa hora normalmente estou enfurnado no meu quarto, até para transar eu demoro, sou quase um urso que depois que come dorme por longos períodos.

“Estava com um amigo” respondo e me vem o choque a anos essa palavra não sai da minha boca, até Felipe arregalou os olhos, “então o coração gelado finalmente se rendeu e fez um amigo” Felipe brinca, ele é um cara legal, admito, embora não tenha amigos sempre me preocupei em ser gentil e o máximo possível solicito sem ser amigável demais com os outros moradores, afinal a boa convivência é essencial para não surtar, “quer uma pizza?” ele oferece, mas faço que não com a cabeça, “já jantei obrigado”, ele sorrir de forma amigável e se arrisca “quer ver o jogo, Mets estão jogando” ele fala todo empolgado e não sei porque me sento no sofá colocando minha mochila no chão a cara de choque do Felipe é tanta que ele não consegue disfarçar, mas mesmo assim se esforça para não acabar me espantando da sala, sempre gostei de esportes e torço pros Mets, só que sempre assisto os jogos sozinho no meu quarto, pela primeira vez achei que não teria problema assistir com outra pessoa, não como se eu fosse abrir todo minha vida para ele só por isso, chamar Jonas de amigo amoleceu um pouco minha postura rígida deve ter sido isso.

Depois de um tempo já estou chamando o juiz de ladrão junto com o Felipe, também por esta em casa tirei o sapato e abri a camisa, percebi que Felipe deu algumas olhadas para mim, não sou de desfilar meu corpo pela casa, já que tenho banheiro no meu quarto, e uma coisa que mantive foi o corpo de atleta, malhando sempre, Deus sabe como sinto falta do Judô, porém ainda não consigo entrar num tatame sem ter uma crise de pânico, entrar num dojo me transporta direto para minha passada e não tem nada na vida que eu tema mais do que isso, nunca mais quero me sentir quebrado como naquele dia.

Felipe faz comentários engraçados sobre o jogo e dou risada dele, mesmo cheio acabo pegando um pedaço da sua pizza, ele também me oferece sua cerveja e já que estou na chuva vou me molhar, começo a beber com ele, não tem latas suficientes para me deixar bêbado então está tranquilo, minha resistência para bebidas é bem alta, no intervalo do jogo levanto e Felipe se apressa em falar “já vai?” sorrio com a cara que ele faz e respondo “só vou por as coisas no quarto e trocar de roupa” ele pareceu aliviado, fui no meu quarto e coloquei um calção mais folgado e uma camiseta porque estava fazendo um pouco de calor, voltou para a sala e tenho quase certeza que Felipe ficou triste por coberto meu abdomem definido, já o vi ficando com mulheres ele até já namorou por um tempo, então não tenho certeza se ele curte caras.

Mas mesmo que curta, jamais ficaria com um cara que mora comigo, isso iria estragar nossa convivência, modéstia parte sou bom no que eu faço e ele com certeza iria querer mais, Felipe é um gatinho e tem um banda durinha, boa de bater, mesmo assim preciso focar na televisão, ele é mais novo do que eu um ano e é o morador mais recente daqui.

Felipe me dá umas olhadas discretas, mas me percebo, estou me fazendo de doido como sempre faço, porém acabo reparando nele também, mesmo sendo magro ele tem um corpo bonito, peito lisinho, tem um banda durinha, uma boca carnuda que deve chupar gostoso, ele tem um jeito tímido, percebo desejo em seu olhar ao mesmo tempo um receitou, uma timidez interessante, me pergunto se ele já ficou com algum cara, parece inexperiente até no jeito de paquerar discretamente, abri um sorriso por causa do jeitinho dele, mesmo assim melhor ficar na minha antes que acabe fazendo besteira.

O jogo acaba, dou boa noite e sigo para o meu quarto, mas antes peço que ele passe sua chave pix para pagar pelas cervejas que tomei “precisa disso não Iuri” ele fala sem jeito “que isso rapaz, sou estudante também e sei que nosso dinheiro é apertado, me diga que lhe faço um pix rapidinho” ele insiste mesmo assim, “eu convidei, se preocupe com isso não” ele é uma pessoa realmente interessante, mas não aceito coisas assim, aceitar presentes gera aproximação e já tenho muitos amigos para administrar agora, então falo mais uma vez, “meu pai me manda grana além da bolsa do estágio se preocupe comigo não, passe ai seu pix.” falei com mais firmeza e ele finalmente se rendeu e me disse e por coincidência ou não era seu número de telefone, sei que morando com ele a uns seis meses já deveria ter o número dele, mas como sou eu quem pago as coisas eles é quem me fazem as transferências e meio que nunca precisei falar com eles que não fosse em casa.

Mesmo meu subconsciente me alertando aproveito para salvar o número dele, faço o pix e aproveito para mandar uma foto do comprovante para ele, não precisava, porém mandei mesmo assim, dessa forma ele também vai ter meu número — o que poucas pessoas tem — meus ficas só falo pelos aplicativos mesmo, na faculdade e no trabalho me comunico por email então meu celular é algo que poucas pessoas tem, agora além de dois professores, meu pai e minha chefe o Davi, Jonas e Felipe, parece que minha lista de contatos cresceu de repente.

Porém existe mais um número na minha agenda, um que já tentei apagar muitas e muitas vezes, mais que sempre acaba voltando e meu dedo coça para ligar, para ouvir sua voz, não sei se é pelas cervejas ou se por ter encontrado alguém que pode ser meu irmão, preciso ouvir sua voz, preciso muito, então pela primeira vez em anos disco o número que jurei nunca mais discar, a priori torço para que não seja mais dele, mas não tenho essa sorte, depois de três toques ele atendeu “alô” escuto a voz dos nossos amigos no fundo, e tem música, devem está na casa do Mateus, abro minha boca, mas nenhuma palavra sai, “alô?” lágrimas começam a cair do meu rosto e lembro da nossa despedida, “Téo desliga e vem me ajudar” escuto a voz da Bel irmã do Mateus e ficante dele, eles ainda estão juntos? “alô” ele chama uma última vez, porém encerrou a chamada, meu corpo está tremendo e lembro porque não costumo ir atrás do meu passado, porque isso sempre me leva para a minha casa naquela manhã, me sinto sufocado, minha respiração está pesada, não consigo impedir que as lágrimas caiam, deito puxando minhas pernas e as abraço, estou tão vulnerável e quebrado, mesmo depois de anos ainda dói, deixei tudo para trás, mas meu passado me segue e me atormenta, sua abandonado e não tive coragem de enfrentar os fatos, eu fugi e agora pago o preço sendo um quebrado que não consegue confiar e nem se relacionar.

Queria ser o tal coração gelado de que me chamam, mas não sou, sou apenas um garotinho ferido e sem rumo, um garotinho sem sua mãe, sei que essa noite não vou conseguir dormir então pego meus remédios, passei a tomar comprimidos alguns meses depois que minha mãe foi embora, essa foi a maneira que encontrei de não ter os pesadelos, enquanto o sono chega penso no Téo, ele está com Bel, liguei direto para que ele não pegue meu whats, e mesmo que pegue não tem foto ou nome no perfil.

Mesmo agora tendo uma crise de ansiedade, penso no quanto senti falta de ouvir sua voz rouca mesmo que ele só tenha dito uma palavra, mesmo depois de tanto tempo ainda sou um covarde, por que não consegui falar com ele, as palavras não saiam, espero que um dia consigo recuperar minha confiança, em mim mesmo e nos outros, mesmo com o remédio tive um pesadelo, o mesmo de sempre, estou em casa chamando por ela e não a vejo, então da janela da sala vejo ela com meu padrasto e com outra pessoa, só que essa pessoa está no sol e não consigo ver seu rosto, eles estão entrando dentro de um carro e estou tentando chamar por ela, avisá-la que está esquecendo de mim, mas ela não escuta e nem olha para trás, só que dessa vez a pessoa que não vejo o rosto olha para mim e vejo Jonas.

Acordo suado e nervoso, são quatro da manhã, estou respirando pesado e com minha boca seca, levanto e vou até a cozinha tomar um copo com água, dou de cara com Felipe lavando um prato e um copo, “acordou cedo” ele fala “só vim beber água e você?” ele sorrir “ainda nem dormi, estava estudando, parei para um lanche” faço um leve aceno para ele e volto para o quarto, mas ele me detem antes que saia da cozinha, “você está bem Iuri?” olho para ele e vejo seus olhos preocupados “Sim por que?” ele pensa um pouco e fala com cuidado “é que ouvi você falando algo do seu quarto, parecia estar brigando com alguém” fico envergonhado, meu pai é o único que sabe que os pesadelos continuaram mesmo depois de tanto tempo, Felipe parece mesmo preocupado, mas não posso fazer isso, não posso deixar ninguém entrar, já estou vacilando em me agarrar na esperança de Jonas ser meu irmão, “foi só um sonho, estou indo dormir” falo e ele acena que sim com a cabeça e me deseja uma boa noite.

Fico parado olhando para ele por um tempo o que o deixa sem jeito, me pergunto qual será o gosto que ele tem, estou olhando para ele tão compenetrado que consegui sua atenção, não posso fazer nada com ele, Felipe mora aqui, vai ser mais difícil afastá-lo depois, então me forçou a voltar para o meu quarto torcendo para que ele não tenha ficado tão desconfortável com minha encarada.

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Comentários

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Que sofrido este capítulo. Que o Jonas e o Felipe ajudem nosso protagonista.

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Cara uma barra que o Iuri passa sozinho. Porém as coisas vão melhorar! A presença do Jonas já deixou ele abrir uma brecha pro Felipe. Tomara que siga adiante.

Rafa terenos mais do Teo, Matheus e os demais ? Ou a história deles se encerrou e ficaremos só em citações. Abraços

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Meio do ano encerro essa história do Mateus e seus amigos e vou logo avisando que nos meus planos é a última história com segunda temporada, dos contos antigos estão todos encerrados, claro com excessão de "e se..." que ainda não terminei

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Errei uma batida no meio do comentário por causa do "e se..." 😂😂😂

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Que capítulo foda!! Fico torcendo pro Iuri se acertar e permitir se abrir, ficar sofrendo assim praticamente sozinho não dá certo. E tô torcendo para no próximo capítulo o Felipe entrar nas calças dele hehehe

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KKK eu tô doido pra ver, quando Jonas e Isaac, mostrar quem é o Davi de verdade.

Iuri tem que dar, a si próprio a oportunidade de ser feliz, provavelmente vai ser Felipe quem sabe.

Mais de qualquer forma, os dois podiam ir conversar com o pai do Iuri, pois só ele vai poder revelar de verdade quem, é os pai do Jonas e a mãe deles, fora visitar a avó paterna, que sumiu na história.

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Nossa coitado do Iuri, como esse personagem ainda sofre com abandono da mãe, aquela megera conseguiu acabar com o psicológico dele, infelizmente esse afastamento que ele deu, dos seus amigos foi pior pra ele, mesmo que ele tenha se entregado aos estudos, pra ele melhorar eles tinham que fazer parte da vida dele. Torcendo que Jonas e ele descubram logo,toda verdade de que infelizmente, são filhos de uma mulher podre igual a mãe deles.

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Tem algum psicólogo pra recomendar ao Iuri, Paulo? 😂😂😂

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