O Príncipe e o Plebeu - Capítulo 24: Anaya, João Paulo e Davi

Um conto erótico de Seven RJ
Categoria: Homossexual
Contém 1204 palavras
Data: 21/02/2024 18:02:46

Davi ficou gelado, mas não perdeu o controle. Balançou a cabeça afirmativamente, sem ação. Anaya percebeu tudo e disfarçou.

- Faz o seguinte, amanhã de manhã a gente vai tratar disso. Vá para casa, converse com sua família e comece a elaborar sua viagem. Amanhã às 9h, na minha sala. – finalizou dando um abraço no rapaz que estava muito emocionado.

Davi foi para casa, estava exausto da noite, triste pela separação e feliz pelo dia. Conversou muito com a mãe, tomou um banho e jantou. Conversaram mais um pouco tomando um chá e foi dormir cedo. Caiu na cama e dormiu direto de tanto cansaço.

Após a saída de Davi, Anaya foi falar com João.

- Já entendi tudo, João, que pena. Pena mesmo. Ele é um excelente rapaz. Espontâneo, competente e muito bonito. Ele tem uma elegância e beleza que são difíceis de se ver por aí. Não deu certo, não é?

- Como você sabe? Ele falou alguma coisa? – perguntou JP, assustado.

- Claro que não, ele é muito discreto para qualquer tipo de assunto e comentário. Eu percebi. Quando falei em você, ele teve uma reação mínima, e se eu não soubesse que você estava com uma questão e queria falar comigo, não teria percebido. Além do mais, um rapaz bonito e especial como ele, você não deixaria passar, ou se afastaria para não correr riscos… vocês não estão mais juntos, não é?

- É isso, mãe, coloquei tudo a perder. – disse João abraçando a mãe e começando a chorar.

Anaya fechou a porta do escritório e sentou-se com o filho, no sofá. Levantou seu rosto pelo queixo e olhos nos seus olhos. João estava abatido, triste e magoado como ela nunca tinha visto e ela sabia que era por causa dele mesmo.

- João, as coisas são como devem ser. Tenho certeza que vocês tentaram de todas as maneiras. Sei que você deu seu máximo e ele também. Mas nem tudo é como a gente quer. Davi é um rapaz muito especial, educadíssimo e lindo, é um modelo que não sei como não foi descoberto, é bonito por dentro e por fora. E você, também. Só que não se resume nisso. As escolhas, os objetivos, as personalidades, tudo isso tem que ter afinidade. Às vezes, para lidar com o amor verdadeiro é preciso ter um grau de evolução ou maturidade que não temos e talvez nem vamos ter um dia! Por isso que eu falei que as coisas são como são. O prazer, os bons momentos tem que ser maiores que os maus. No amor não cabe mágoa, tristeza ou insegurança. Pode caber um pouco de abnegação, renúncia, mas nunca feridas e dores, entendeu? Se o amor não foi capaz de superar situações, ou se a gente não é capaz de abrir mão ou de renunciar certas coisas, tentar seguir adiante é muito dolorido e nunca acaba bem.

- Eu sei, mã,e é por isso tudo que eu lamento tanto... dei o meu melhor, mas não consegui dar o mínimo que ele merecia...

- Foi como tinha que ser. Ele vai seguir o caminho dele, tem uma vida profissional de grande sucesso pela frente. Você já tem uma vida profissional feita, mas pode aprimorar, diversificar. Ele vai conhecer o mundo e novos amores, você já conheceu o mundo e vários amores. Davi vai se conhecer agora. Por que você também não tenta se conhecer mais ou se reconhecer? O tempo dele é outro, pela idade e pela geração. Você tem que entender quem é você e conviver da melhor maneira. Tudo tem um preço na vida. E a gente deve pagar feliz, porque é aprendizado, é maturidade.

João tinha entendido tudo e se sentia melhor. Davi estava encaminhado e bastava agora João colocar a cabeça no lugar de novo.

- É isso, mãe. Eu achei que o problema seria a diferença social ou de idade, depois achei que o fato de ser o dono da empresa poderia causar problemas, tanto no nosso relacionamento quanto com você, mas na verdade, nada disso atrapalhou… eu não consegui abrir mão de algumas coisas, eu não tive maturidade ou sei lá, a gente enxerga relacionamentos de maneira diferentes… mas se eu e ele fôssemos parecidos, seria desastroso… não consegui, a verdade é essa. Meu consolo é que finalmente conheci e vivi um grande amor. E não foi por ser rico e bonito, ele gostava de mim de qualquer jeito, ele não tinha ideia e nem queria ter de quem eu era! E me chamava de príncipe, o tempo todo. O príncipe e o plebeu. - disse João com os olhos cheios de lágrimas.

- Nas várias versões de príncipes, princesas, plebeus e plebeias os finais foram diferentes, não deixaram de ser uma história bonita, eu acredito. Imagino, pela sua emoção, o quanto foi grandioso. - falou Anaya.

- Foi sim. Vai ficar tudo bem. - disse João Paulo. Conversaram durante um bom tempo e João se sentiu melhor. Anaya era uma mãe espetacular e soube acalmar sua alma.

No dia seguinte, Davi chegou na hora marcada por Anaya. Conversaram sobre os detalhes finais da sua ida para Nova York e ela perguntou por sua família. Davi disse que tinha conversado com a mãe e que seria difícil, mas, necessário e que ia se programar para levar a mãe para lá ou vir visitá-la. A empresária disse que era muito importante manter o contato com a mãe e citou o relacionamento dela com os filhos, dizendo que sempre se falavam online e sempre se visitavam. Falou de como João Paulo era o mais agarrado com ela e que ela era a confidente dele, de tão próximos.

- Ele sempre me procura quando está bem demais ou mal demais. E desta vez ele me procurou por estar mal demais. Foi um dos motivos que eu vim ao Brasil. Já sei de tudo, Davi. E que pena não ter dado certo. Eu sinto muito. - disse a mãe de João.

- Ele te contou?

- Ele ia contar, mas eu percebi sua reação quando falei dele para você. Naquela hora eu já soube sobre quem ele queria conversar. Não imaginaria, mas, por outro lado, sendo você tão especial e bonito, era mais do que óbvio. Depois conversamos muito e deu para perceber que vocês se amavam e tentaram de tudo, mas não deu certo mesmo assim… - disse Anaya.

- Não sei o que falar, Anaya… Eu não sabia que ele era o dono da empresa, as coisas foram acontecendo, enfim… espero que não atrapalhe nosso trabalho. Eu respeito muito a empresa e tenho um carinho enorme pelo João, carinho não, ainda o amo muito, mas o trabalho vai ajudar a gente a superar…

- Vai sim e pode contar comigo para tudo, tanto no trabalho quanto como amiga, certo? - disse Anaya, enquanto via lágrimas rolarem pelo rosto do jovem, assim como foi na conversa com João. A modelo abraçou Davi, com carinho e ternura. Sabia que ele ia ter dias difíceis na mudança de país e de trabalho, na distância da família e pelo sentimento que ainda tinha por seu filho, mas tudo ia se ajeitar e servir como aprendizado.

CONTINUA

Estamos chegando no final. Falta pouco para a definição das vidas de pessoas tão diferentes!

Continue acompanhando!

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Foto de perfil genéricaSeven RJContos: 93Seguidores: 88Seguindo: 0Mensagem Escrevo histórias reais. seven2002@bol.com.br

Comentários

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Quem sabe essa separação e a distância ajude as coisas se acertarem. O tempo não cura mas sempre organiza.

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Mesmo divergentes em tudo, sinto amor mútuo. Queria muito um final feliz entre eles.

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