IDAS E VOLTAS [26] ~ Brigas!

Um conto erótico de Sandro
Categoria: Gay
Contém 4080 palavras
Data: 03/01/2024 09:48:19

Nem comentei com Tiago que Roger havia me ligado, ele já estava com tantos problemas não quis lhe trazer mais um.

Juliano me ligava todos os dias para saber como estava não falamos mais sobre a namorada dele, se havia terminado ou não, também não comentei nada com ele sobre as ligações e mensagens de Roger que eram quase que diárias.

A semana passou rapidamente e na sexta ele veio acompanhando do Rafael e mais uma bela surpresa pra mim e o Tiago, nosso pai o acompanhou.

Nem acreditei quando eles chegaram, fiquei muito feliz quando vi meu pai em casa novamente.

Aquele foi um dos poucos momentos felizes que tive naquele período, Fernanda me ajudou a preparar o jantar, papai estava feliz de estar de volta em casa e quando Tiago chegou da faculdade teve uma bela surpresa ao vê-lo em nossa companhia.

Depois que minha mãe faleceu foi a primeira vez que vi meu pai sorrindo, eu não sei o que Juliano fez para convencer meus tios a deixá-lo nos visitar, mas a atitude dele só me surpreendia e me fazia pensar que estava ao lado do cara ideal pra minha vida.

Era tarde da noite quando Rafael e Fernanda saíram. Tiago e eu não cabíamos em si de felicidade por ter a presença de nosso pai em casa. Em conversa a parte conosco, Juliano pediu para não o deixarmos sozinho, ele precisava sentir o quanto sua presença era importante pra nós.

Neste dia Tiago resolveu dormir no mesmo quarto que ele, estava muito feliz, dos três filhos ele era o mais apegado ao papai.

Enquanto Juliano e eu ficamos assistindo tv na sala os dois subiram, Tiago foi contando as novidades, falando de seu casamento e o dos negócios e papai ficou animado com tudo.

Depois que os dois saíram me aproximei de Juliano, abracei-o bem apertado e dei um beijo bem demorado nele que na hora ficou surpreso.

- Obrigado por tudo!

- Ele não veio em definitivo, é apenas uma experiência.

- Eu sei, já notou que quando você está comigo só me acontece coisas boas.

- Porque será? Perguntou sorrindo.

- Não sei qual o segredo, mas eu já percebi isso.

- Domingo ele precisa voltar comigo, essa visita faz parte do tratamento, mas agora eu quero curtir o meu namorado.

- Namorado?

- Não é ainda, mas logo será, disse rindo.

- Estou louco de saudade, uma semana é muito tempo pra ficar longe de você.

- Vamos para o meu quarto?

- Vamos montar uma cama aqui embaixo.

- Aqui na sala?

- Pode ser, disse rindo.

- E se o papai ou o Tiago levantam a noite e vem à cozinha?

- Vamos dormir lá no vestiário então?

- É uma ideia doida, mas gostei, está quente deve ser legal, o problema serão os mosquitos e o calor.

- Eu encaro, vamos?

- Você é doido e eu sou mais louco ainda, fechado!

Trouxemos os colchões que estavam no seu quarto e montamos uma cama improvisada no vestiário que ficava numa peça fora da casa perto da piscina, lá tinha uma parte peça grande que servia para trocar de roupa e um banheiro.

- O bom é que aqui tem banheiro, vou tomar um banho, disse ele separando uma cueca em sua mochila e indo para o chuveiro.

Enquanto ele tomou banho arrumei a cama, até que ficou legal devido ao improviso.

Logo depois ele chegou onde eu estava de cabelos molhados e vestindo apenas uma cueca.

- Está cheiroso.

Ele aproximou de onde estava e me abraçou forte e falou baixinho no meu ouvido.

- É tudo pra você.

- Você tem sido muito especial pra mim.

- E quero ser mais ainda.

Beijamo-nos calmamente e quanto mais nosso beijo evoluía, podia sentir o que era receber o carinho de quem realmente me amava, sentia em cada palavra que ele me dizia que era verdadeiro, era uma sensação de felicidade que me invadia, ele estava sabendo mexer comigo. Por alguns instantes parecia não existir mais nada, queria aproveitar cada momento ao lado dele. Sentir o gosto de seus lábios macios e suaves me tocando e sua língua invadindo a minha boca me arrepiava o corpo por inteiro.

- Preciso te falar algo, mas este beijo está tão gostoso que dá vontade de ter você por completo.

- Deixa pra falar depois.

- Tem razão, agora temos coisas mais importantes pra fazer, disse rindo voltando a me beijar.

Ele me mordia e tocava em partes do meu corpo que produziam sensações que desconhecia.

Deitamos na cama e ele começou a beijar cada parte do meu corpo, meu pescoço, tórax, abdômen. Levando-me a loucura total. Virei de bruços e começou a passar língua nas minhas costas, desceu até minha bunda mordendo e enfiando a língua, eu apenas gemia totalmente entregue a ele. A sensação era indescritível tinha um sabor especial, diferente do Roger que era mais bruto na hora da relação. Ele era carinhoso mais intenso e por alguns momentos até mais gostoso. Eu gemia baixinho e o estimulava, enquanto ele me chupava com tanto gosto que me dava a sensação que deixava ele louco de tesão.

Ele deitou na cama, inverti os papéis, fui mordendo e beijando seu corpo, Juliano se contorcia, passava a língua sobre seu corpo até que comecei a chupar seu pau, ele delirava, gemia baixinho e isso me estimulava a lhe dar mais tesão, me sentia forte por estar causando prazer e ao mesmo tempo lhe fazendo feliz.

Ele levantou colocou uma camisinha e foi me penetrando lentamente, iniciou com movimentos leves, sem afobação.

Enquanto me penetrava eu me sentia leve, tão em paz comigo mesmo que só queria ser dele. A medida que se movimentava, puxava meus lábios de encontro aos seus e me beijava enquanto dizia que me amava, como era gostoso ouvir suas palavras entrecortadas devido ao cansaço e o suor de nossos corpos, mesmo assim suas palavras chegavam aos meus ouvidos como música.

Nossa noite foi tão quente que tivemos segunda e terceira rodada, na quarta eu já não aguentava mais, vontade até tinha, mas o corpo não resistia.

Ficou um cheiro de sexo impregnado no ar, por fim tomamos banho e dormimos de conchinha que eu nem vi o dia amanhecer, perdi a hora.

Quando olhei no relógio era mais de oito da manhã, o Tiago já deveria estar no mercado e tinha o papai, levantei correndo da cama, tomei banho, troquei de roupa que eu já tinha preparado do dia anterior e por fim chamei o Juliano que dormia tranquilo.

Entrei na cozinha, já encontrei o Tiago saindo com papai para ir ao trabalho.

- Onde você estava?

- Depois eu te falo, agora estou atrasado.

- Não precisa correr meu filho, eu ajudo seu irmão disse meu pai e eu fiquei muito feliz por vê-lo reagindo.

- Estou muito feliz em tê-lo conosco, o senhor nos faz muita falta.

- Pode ir mais tarde filho, estou bem e seu irmão é uma ótima companhia.

Fiquei feliz e mesmo com vergonha fui até ele e dei um abraço.

Eles saíram e eu fiquei mais tranquilo, logo depois Juliano apareceu, havia tomado banho e trocado de roupa.

- Está atrasado?

- Não, papai foi com Tiago e disse para eu ir mais tarde.

- Que bom, ele precisa reagir, Juliano veio ao meu encontro me deu um abraço apertado e trocamos um selinho.

- Daqui a pouco a empregada chega, ele deu sorriso e me soltou.

- O que vamos fazer daquela cama?

- Vamos deixar onde está, mas antes vamos arrumar a bagunça.

- Eu já arrumei.

- Nossa, que prestativo.

- Tenho que dar bom exemplo na sua casa, mas não acostuma disse ele rindo.

- Está certo, vamos lanchar?

- Hum, e o que temos de bom?

- Não sei, vamos ver o que tem na cozinha.

Fomos até a cozinha e Juliano preparou nosso lanche a base de frutas e cereais, enquanto ele preparava lembrei-me da namorada dele, mas fiquei sem jeito de perguntar se tinha terminado, porém parece que ele adivinhou minhas duvidas.

- Lembra a conversa pendente de ontem à noite?

Queria dizer a ele que lembrava, mas tinha receio que na verdade eles não tivessem terminado e ele fosse agir como o Roger.

Ele colocou o lanche na mesa, sentamos e ficamos frente a frente.

- Lembro, mas se você não quiser falar não precisa, falei e baixei a cabeça.

- Olha pra mim Sandro.

Mesmo com receio olhei para ele que estava sério e começou a falar.

- Não quero te esconder nada e também não quero que você me esconda nada.

No mesmo instante me lembrei das ligações do Roger, estava num dilema, não sabia se contava ou não, mas se contasse, ele ficaria inseguro achando que eu tivesse alguma coisa com Roger.

- Você está certo, vamos jogar limpo.

- Assim que eu quero nossa relação, disse ele acariciando minha mão.

Iniciamos nosso lanche e ele começou a falar sobre a namorada.

- Eu terminei com ela.

- Estou surpreso.

- Por quê?

- Não imaginei que você fosse terminar um namoro que estava levando a sério por minha causa.

- Terminei porque levo a sério o nosso lance.

- Às vezes você me assusta.

- Com o que?

- Não estou acostumado com esse comprometimento todo.

- E o seu lance com Diego?

- Diego é um grande amigo, espero que você não se importe com nossa amizade.

- Eu conheço pouco do Diego, mas me pareceu um cara legal.

- É sim, e muito meu amigo, ele me convidou para o aniversário dele no próximo final de semana.

- E você vai?

- Quer me acompanhar?

- Agora sim fiquei feliz.

- E então, vai comigo?

- Mais é claro que sim.

- Como dois bons amigos pra não chocar todo mundo.

- Você tem vergonha?

- Não é vergonha é receio, já sofri muito preconceito.

- Quando estiver comigo isso não vai acontecer, mas você tem razão, ninguém tem nada a ver com nossa vida.

- Também acho, não precisamos sair por ai contando pra todo mundo que estamos juntos.

- E o Roger?

Gelei quando ele perguntou.

- O que tem ele?

- Ele te deixou em paz?

Pensei se falava ou não, ele ia ficar inseguro e resolvi não falar.

- Deixou sim, às vezes nos falamos para tratar do batizado da Sabrina.

- E quando é o batizado?

- Não sei ao certo qual a data, mas acho que é no aniversário dele no final do mês.

- Espero que depois disso ele te deixe em paz.

- Ele é meu cunhado e jamais eu trairia Aline.

Terminamos o lanche e também o assunto sobre Roger. Naquele dia ele foi comigo para o mercado e ajudou o tempo todo.

O Juliano era um cara que tinha tudo para ser um metido a riquinho, embora fizesse medicina e sua condição financeira fosse favorável, ele era um cara simples e tratava a todos com simpatia e no mercado ele se dava muito bem com a clientela, tinham pessoas que o confundiam e achavam que era um funcionário novo.

No sábado à tarde o movimento no mercado estava intenso, fui ajudar o pessoal das entregas a carregar a camioneta e sem me dar conta, acabei esquecendo meu celular no escritório.

À noite fui pra casa e nem me lembrei do celular estava cansado, mas notei que Juliano agia estranho e distante comigo, achei que fosse devido ao cansaço e não dei muita importância.

Naquele dia Tiago foi jantar na casa da Paula e levou o papai com ele, como era somente Juliano e eu, peguei duas pizzas no mercado e levei pra casa.

Preparei as pizzas com todo carinho e ele calado olhando TV na sala, organizei a mesa e fui atrás dele, algo estava errado, cheguei e sentei em seu colo de brincadeira e tentei beijá-lo. Na mesma hora ele me jogou pra cima do sofá e gritou comigo pela primeira vez.

- Não chega perto de mim.

- O que você tem?

- Eu que pergunto: o que você ainda tem com Roger?

- Não tenho nada com ele.

- Odeio mentiras e você está mentindo pra mim.

- Eu não menti pra você.

- Para!

Ele estava furioso, nunca tinha visto Juliano daquele jeito, o cara calmo que conhecia estava longe de ser ele naquele momento.

Fiquei calado sem reação, ele levantou foi até a carteira dele e me entregou meu celular.

- Odeio mentiras e detesto que me façam de idiota.

Nem olhei o celular já sabia que ele tinha lido todas as mensagens do Roger.

- Ele me manda essas mensagens, me liga, eu não sei o que fazer.

- Estão juntos, e o bobo aqui acreditando que você estava gostando de mim.

- Não estou com ele.

- É mentira, você gosta dele e a prova disso é que guarda as mensagens no celular.

- Eu me esqueci de apagar.

Ele começou a chorar, ficou um clima muito chato, fiquei triste ao vê-lo tão vulnerável, não resisti também e comecei a chorar.

Depois mais calmo fui até ele que estava sentado no sofá com as mãos apoiadas no rosto, ele não chorava, mas estava triste.

- Não te falei sobre ele porque achei que você entenderia tudo errado e pelo visto estava com razão.

Ele continuava calado.

- Confia em mim.

- Você ainda o ama, hoje eu tive a prova disso.

- Por isso não tinha me envolvido com você, não queria estragar nossa amizade e também já não sei se o amo tanto assim.

- Basta ele instalar um dedo e você sai correndo.

- Você é importante pra mim e trair é algo que nunca me passou pela cabeça, o Roger é meu cunhado.

- E daí que seja seu cunhado, você é louco por ele.

- Tenho princípios jamais faria isso com minha irmã.

Ele levantou sem dizer nada foi até o meu quarto onde estavam suas coisas e desceu com elas, achei que fosse embora e entrei em desespero.

- Aonde você vai?

- Para um hotel.

- Não faça isso, vamos resolver as coisas com calma.

- Preciso de um tempo pra minha cabeça senão vou pirar se ficar aqui.

Juliano saiu sem comer nada e eu fiquei sozinho pensando se tinha feito à coisa certa ficando com ele, fiquei com muita raiva dele ser tão impulsivo e do Roger por não me deixar em paz.

Se eles pensavam que iam tornar minha vida um inferno, estavam enganados.

Sentei-me à mesa e comi a vontade, não tinha feito nada demais, não tinha porque ele ficar revoltado daquele jeito.

Fui para o meu quarto tomei um banho e só então notei que o colchão da minha cama estava no vestiário da piscina, fui até lá, trouxe para o quarto e deitei possesso de raiva daqueles dois idiotas.

As horas foram passando e já não estava mais com raiva do Juliano, comecei a chorar, não queria magoá-lo, mas já estava magoando, justo ele que foi tão legal comigo.

Chorei muito naquela noite pensando como ele estaria, porque tinha saído sem ao menos querer conversar, eu era um idiota completo em não contá-lo sobre o Roger que deve ter enviado mais mensagens sabendo que ele estava comigo.

Demorei a pegar no sono, passei a noite inteira pensando em tudo que tinha acontecido, estávamos tão bem, tivemos uma noite incrível, ele trouxe meu pai para ficar conosco e do nada toda aquela briga.

No dia seguinte acordei com o Tiago me chamando que estava atrasado para o trabalho.

- Cadê o Juliano?

- Nós brigamos e ele foi para um hotel.

- O que aconteceu?

- Nada demais, não quero te envolver nos meus problemas e já estou descendo.

- Vou ficar com o papai então, mas não o deixa perceber esse clima entre vocês.

- Fica tranquilo, vou conversar com Juliano e as coisas se resolvem.

- Está certo, se cuida, disse ele fazendo um cafuné na minha cabeça e em seguida se retirando.

Tomei banho, troquei de roupa e liguei para o Juliano, que não atendeu fiquei com raiva e fui para o trabalho, não ia ficar implorando, ele era grandinho o suficiente para deixar de ser infantil.

Quando cheguei ao mercado ele estava lá conversando com Tiago e papai, a primeira coisa que veio à minha cabeça foi imaginar que tinha ido se queixar para eles sobre as ligações do Roger, fiquei furioso só de pensar que era isso.

Aproximei deles e agiram naturalmente, mas eu tinha na minha cabeça que Juliano havia falado algo, ele nem me encarava, porém com eles conversava normalmente.

O dia passou e ficamos nesse clima chato, ele birrento de um lado e eu de outro. No meio da tarde de domingo ele foi embora com papai e Rafael, nem me despedi o Tiago é se despediu dele, depois saiu com Paula e eu acabei meu domingo sozinho dentro de casa.

Fazia muito tempo que não entrava no msn, entrei e logo o Diego me chamou.

- Oi lindão!

- Saudades! Recebi o convite do seu aniversário.

- Você é meu convidado especial.

- Nossa, achei que fosse o Maurício.

- E é, mas você é especial pra mim.

- O que foi? Está com saudades do passado?

- (Risos) quem me dera.

- Atiradinho! Como você está?

- Bem, com saudade dos amigos mais importantes.

- Eu também, sinto saudades de quando saíamos com os amigos.

- Podemos fazer isso no final de semana que vem.

- O Maurício vai junto?

- Não sei, o convite foi feito.

- Não me diga que ainda estão enrolados?

- Mais do que nunca, na mesma vida de sempre.

- Não sei como você aguenta isso, acho que não conseguiria.

- Tem se encontrado com Roger?

- Dele eu quero distância.

- Isso é amor recolhido.

- (Risos) eu fora estou em outra

- Posso saber quem é o felizardo? Já estou com ciúmes.

- Não pode ter ciúmes, você tem um lugar especial no meu coração.

- (Risos) é sério me diga quem é?

- Juliano.

- O colega do Mauricio?

- Ele mesmo.

- O cara é bacana, está aprovado pode tirar casquinha.

- (Risos) e desde quando preciso de sua autorização?

- Amigo meu é assim, preciso avaliar o namorado.

- Errou feio ele não é meu namorado.

- Sou meio louco às vezes, mas pensa bem se vale insistir no Roger, não faça como eu.

- Isso nem me passa pela cabeça.

- Eu dizia a mesma coisa, no entanto estou envolvido até a alma com Mauricio e ele não deixa da mulher.

- E porque você não dá um basta?

- Já tentei, mas não consigo.

- É complicado, não sei nem o que dizer.

- Não diga, apenas não cometa os mesmos erros que eu.

- Obrigado pelo toque.

- Dessa vez não cobrei a consulta, mas da próxima vai ser caro. (Risos)

- Você não vale nada. (Risos)

- Pergunta isso ao Maurício. (Risos)

- Você é louquinho assim, mas eu te admiro. (Risos)

- Trás o Juliano pra festa, vai ser legal.

- Já convidei.

- Que rapidinho! Isso que dizer que evoluiu bastante.

Não sei ainda, somos dois orgulhosos e birrentos.

- O importante é se um faz o outro feliz, o resto passa por cima.

- Não consigo ser assim.

- Sandro, deixa de bobagem e vai curtir a vida cara.

- Ele é louco por mim, mas às vezes fico com receio de encarar.

- Não tenha medo, a não ser que você faça como eu e fique a mercê do Roger.

- Não faria isso com minha irmã.

- Só por causa dela? Isso não é empecilho.

- Não consigo.

- Então cara, parte pra outra não fica esperando o Roger a vida toda, daqui a pouco o Juliano se cansa.

- Ele terminou com a namorada pra ficar comigo.

- Então o lance dele é serio.

- Sim e às vezes me amedronta.

- Passarinho quer viver na natureza sem ir pra gaiola? (Risos)

- E quem não gosta da natureza.

- Depende. Às vezes na gaiola é mais bem tratado. (Risos)

- É assim que ele me trata.

- E você reclama? Tem gente que daria tudo para estar no seu lugar.

- É verdade, mas não estou acostumado.

- Então aproveita e deixa de pensar bobagens.

- Você é um amigão e tanto.

- O numero um, o mais especial de todos. (Risos)

- Você não vale nada.

- É por isso que eu te amo e vou te amar a vida toda.

- Só você me entende, obrigado por tudo.

- Preciso sair agora, espero vocês no sábado à noite. Beijo no coração.

- Obrigado por tudo, beijo no coração.

Foi bom conversar com Diego eu me senti outro, ele me levantou o astral, fiquei com vontade de sair e fazer algo diferente.

Lembrei-me da Fernanda, estava com saudade de nossos passeios e nossas longas conversas, liguei para ela e convidei-a para tomarmos um sorvete.

Meia hora depois ela estava lá em casa.

- Vamos aproveitar para curtir a saudade deles numa sorveteria, disse ela vindo me abraçar.

- Você mais que eu, porque namora firme e pelo visto o Rafael está levando a sério.

- Ele mudou muito depois que saiu daqui, está responsável, se preparando para o vestibular, virou homem sério, disse rindo.

- Fazia tempos que eu queria te convidar para sair, mas nunca dava.

- Você passou por momentos difíceis e eu entendo.

- E ainda está difícil, fiquei muito feliz por meu pai estar reagindo, isso é sinal que as coisas estão melhorando.

- Vamos andando?

- E tem outro jeito? Já está na hora de você tirar a carteira de motorista.

- São tantas coisas que eu nem tinha pensado nisso.

- Pois então pense, já tens condições de ter um carro.

- Boa ideia, a partir de amanhã providenciarei isso.

Fomos andando a pé pela rua, havia muito tempo que não fazia isso, tinha medo de sair e sofrer as mesmas agressões psicológicas do passado.

Fernanda e eu ficamos na sorveteria até tarde, ela me contou as novidades sobre a escola. Era engraçado, trabalhávamos juntos no mercado e nunca tínhamos tempo de conversar como dois bons amigos.

Depois do sorvete retornamos pra casa, neste dia notei que as pessoas já não me tratavam mais como antes, para elas era como se eu não existisse e pra mim era idêntico.

Voltei para casa me sentindo outro, parecia que todo problema enfrentado com Juliano era pequeno demais e estava fazendo um drama desnecessário, peguei o telefone e passei uma mensagem pra ele. “O passado ficou para trás o que importa é o presente”. Eu sabia que ele não ia responder por que estava no trânsito, mas achei que era pouco e enviei outra. “Você é muito importante pra mim”

Depois das mensagens fiquei deitado, não tinha muita coisa a fazer, o Tiago estava com Paula, todos tinham seus compromissos e a mim só restou minha cama.

Acordei por volta da meia noite, fiquei com vontade de ligar para o Juliano e ao mesmo tempo pensava, se ele não respondeu minhas mensagens é porque ainda estava brabo comigo, mas apesar de tudo liguei e no terceiro ou quarto toque ele atendeu.

- Oi, atendeu calmamente, parecia não estar mais magoado.

- Recebeu minhas mensagens?

- Faz pouco tempo que cheguei.

- Demorou! Pegou muito trânsito?

- Depois que cheguei fui acertar uma conta.

Na hora eu não entendi o que ele quis dizer, achei estranho alguém pagar conta à noite, mas como não o conhecia totalmente deixei assim.

- Te passei duas mensagens.

- Meu celular estava sem bateria.

- Fiquei triste da nossa briga.

- Eu também, espero que a partir de agora as coisas sejam diferentes.

- Do que você está falando?

- Quero que você me conte se o Roger voltar a te perturbar.

- Não confia em mim?

- Prefiro assim, eu sempre te conto tudo da minha vida e quero que seja assim comigo.

- Você não acha que eu mesmo posso resolver meus problemas com Roger?

- Pensei que estávamos juntos, mas parece que você insiste me deixar em segundo plano.

- É que nunca ninguém se importou comigo não estou acostumado com isso.

- Eu me importo.

- Está certo Juliano, não quero conflitos com você.

- Preciso dormir, estou cansado.

- Ainda está chateado comigo?

- Um pouco, você me escondeu coisas importantes.

- Minha intenção não foi te magoar.

- Fiquei muito triste com você, agora quero dormir, tchau!

- Tchau!

Nossa conversa terminou de forma fria, era um lado do Juliano que eu estava conhecendo, não que isso o fizesse um cara abominável, mas era algo de sua personalidade que não estava habituado.

Na segunda-feira pela manhã aproveitei para dormir um pouco mais e descansar, neste período ajudava os funcionários das entregas e pela manhã sempre tinham poucas.

Meu celular chamava insistentemente me despertando totalmente do meu sono.

- Poxa que droga! Quem deverá ser essa hora? – falei com meus pensamentos.

Pouco passava das oito da manhã, levantei e fui até o celular que estava em cima da cômoda, era Aline.

- Alô! Atendi meio sonolento.

- Sandro, o que aconteceu ontem à noite?

- Não aconteceu nada, apenas dormi.

- Não se faça de mal entendido, o que deu na cabeça do Juliano em agredir o Roger?

- Do que você está falando?

- Ontem à noite o Juliano chamou o Roger para conversar e os dois acabaram brigando.

- E o que eu tenho a ver com isso?

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Comentários

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sandro e um pomba leso,nao aceita que sua irma e seu cunhado sao podres

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Na verdade é difícil pra ele exergar a irmã como biscate invejosa e golpista e manipulada por Roger fudeu tudo

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