Bernardo [08] ~ Perdendo a virgindade

Um conto erótico de Bernardo
Categoria: Gay
Contém 2402 palavras
Data: 29/11/2023 21:13:54
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Eu sempre levei na brincadeira a máxima “os homens pensam com a cabeça de baixo”, mas começava a mudar de idéia, já que era isso que estava acontecendo comigo naquele momento. Eu estava completamente fora de mim, guiado pelo desejo reprimido por anos que agora estava me consumindo. Eu precisava ter Eric.

_E seus pais?_ perguntei ao entrarmos na sua casa, num dos curtos períodos de tempo em que nossas bocas não estavam grudadas uma na outra.

_Fora.

_Ótimo.

_Você está se saindo um menino muito levado..._ falou me guiando até seu quarto.

_Você ainda não viu nada!

Relembrando que metade daquilo era o álcool falando, e outra metade era meu subconsciente. O Bernardo de verdade estava fora de ação, dormindo.

Ao entrarmos no seu quarto, ele acendeu as luzes e me jogou na cama. Caí deitado de frente para ele. Ele riu safado e lentamente tirou seus sapatos. Ele estava fazendo um striptease para mim. Depois foi tirando as meias bem devagar, revelando seus lindos pés brancos e magros. Em nenhum momento ele deixou de me encarar com aqueles seus perturbantes olhos azuis. Eu não fazia a mínima questão de esconder a ereção que tinha se formado embaixo do meu jeans.

A próxima peça de roupa a ir embora foi a camisa que ele usava, deixando seu peito nu. Ele era um pouco musculoso, todo definido e branco, parecia uma estátua renascentista de mármore. Eric se virou de costas para mim e deixou sua calça cair. Ele usava uma cueca boxer branca, que deixava sua bunda redondinha e arrebitada. Ele quase não tinha pelo nas pernas, só alguns bem fininhos e loiros, quase invisíveis. Lembro de naquele momento compará-lo ao David de Michelangelo, um monumento, o corpo masculino em seu mais perfeito equilíbrio de proporções.

Mas ele parou o striptease ali. Quando se virou para mim, já era possível notar o volume na parte da frente de sua cueca. Fiquei olhando para ele como se perguntasse qual seria seu próximo movimento. Ele respondeu sorrindo com o canto da boca. Eric veio até em mim, subiu na cama e sentou no meu colo, me fazendo soltar um longo suspiro, a reação natural do meu corpo ao enorme tesão que senti naquele momento. E então os beijos recomeçaram, desta vez, bem mais quentes e envolvendo carícias ousadas.

Ele foi me empurrando gentilmente até eu deitar na cama. Depois foi descendo e me despindo aos poucos. Primeiro meus sapatos e meias, a calça e, por fim, minha camisa. Por alguns segundos de lucidez fiquei envergonhado dele me ver daquele jeito. Nunca achei meu corpo bonito, era normal. Mas a vergonha foi embora quando ele começou a beijar meu pescoço, meu peito, meus mamilos, onde demorou um tempinho, minha barriga e o cós da minha cueca. Ele me olhou de um jeito muito safado antes de abaixar minha cueca e meu pau, já tremendo de tão duro, pular para fora. Eu olhava ele brincar com ele puxando para um lado e soltando e intercalando com beijinhos suaves no corpo do meu pau. Mas quando ele, sem aviso, engoliu meu pinto de uma só vez, eu vi estrelas. Fechei os olhos, tombei a cabeça para trás e senti cada parte do meu corpo reagir àquela que devia ser a melhor sensação que já havia sentido na vida. E ele continuou naquele movimento subir e descer a boca por um bom tempo enquanto ondas de prazer sacudiam meu corpo.

Ele então decidiu ousar. Foi descendo com a boca e chupando meu saco. Desceu ainda mais dando beijinhos até chegar na porta do meu cu. Eu estava tão absorto no momento, que não fiz nenhuma objeção, pelo contrário, flexionei o joelho para facilitar seu trabalho. Ele ia me penetrando com a língua e masturbando com a mão. A sensação era indescritível. E como se meu corpo pedisse mais, eu subia cada vez mais minhas pernas, até tê-las escoradas nos ombros de Eric.

Ele se afastou de mim, foi até seu criado-mudo e pegou uma camisinha. Eu o olhava o tempo todo. Ele voltou para onde estava, e me olhou, como se pedisse, sem palavras, permissão para ir adiante. Eu estava totalmente livre de pudores ali, então apenas sorri como resposta. Ele sorriu também, abriu o pacote de camisinha com o dente, e foi desenrolando ela no seu pau. Eu nem lembrava de quando ele tinha tirado a cueca, talvez quando eu estava de olhos fechados. E para variar, completamente nu, ele era ainda mais lindo. Tinha poucos pelos loiros na virilha, um pau branco com a cabeça bem rosada. Em cumprimento, era normal, por volta de dezesseis ou dezessete centímetros, mas para mim, que nunca havia visto outro homem de pau duro na minha frente, o tamanho assustou. Me preocupei em como aquilo tudo ia entrar em mim. Acho que ele viu o receio em meus olhos.

_Eu vou ser carinhoso com você, sei que nunca fez antes. E se quiser parar, a gente para, certo?

Acenei com a cabeça que sim. Ele sorriu e me deu um selinho demorado. Então voltou para entre minhas pernas, as recolocou sobre seus ombros e foi encostando seu pau na porta do meu cu. Ele foi forçando a entrada e tentei relaxar. Doeu, doeu muito. Apertei o lençol da cama com força tentando dissipar aquela dor. Ele percebeu e foi dando beijinhos no meu peito e no meu pescoço. Depois de alguns minutos, a dor foi passando e uma sensação totalmente nova tomou conta do meu corpo. Era prazer, mas era um prazer muito diferente dos que eu já havia sentido até então. Sentir outro cara dentro de mim, bombando, pulsando, me tendo por completo, era ótimo. Eric começou a me masturbar aumentando ainda mais aquela sensação de que meu corpo estava em chamas. Ele foi intensificando aquele vai e vem até aquilo parecer uma briga. Nossos corpos vibravam simultaneamente, como se fossem um só. Eu não agüentei aquilo por muito mais, só tive tempo de soltar um gemido alto antes de gozar como nunca gozei antes na vida. Logo depois, Eric também gemeu, mostrando ter atingido o orgasmo também.

Ele ainda estava dentro de mim e nos olhávamos sorrindo. Ainda melados de porra, ele me abraçou e me beijou, mais calmamente desta vez. Eu estava exausto, nem lembro de sentir sono, apenas dormi.

Quando acordei naquela manhã de sábado, não quis abrir os olhos. Deixei que somente as emoções e sensações preenchessem minha cabeça. Eu sentia um certo orgulho. Sabe como você sempre promete um dia saltar de asa delta, fica postergando, mas um dia vai? E essa sensação de superação, de dever cumprido, de ter ido além do que até onde seu medo permitia? Era isso que eu sentia. Era bom. Já as sensações do meu corpo, eram diversas. Meu paladar estava ok. O único som que eu ouvia era a respiração serena de alguém próximo. O cheiro era estranho, talvez suor, cheiro de sexo, descobri mais tarde. E o tato... Eu estava deitado sobre alguma coisa quente e macia, que se mexia muito devagar. Só faltava a visão. Abri os olhos sem pressa. Eu estava deitava sobre o peito de Eric, que dormia. Já era dia, e a luz feriu um pouco meus olhos. Aos poucos fui me acostumando com a luminosidade. Admirei por alguns segundos o corpo de Eric nu. Ele era tão lindo.

Mas toda a magia foi embora quando me mexi. A intenção era ir ao banheiro, mas alguma coisa me segurou na cama. Quando olhei para baixo, vi que era minha própria porra e também a de Eric que haviam secado sobre meu corpo, dando uma sensação grudenta, como se eu estivesse colado no lençol. Me mexi mais um pouco ainda atordoado e senti aquele vazio dentro de mim. Eu conseguia sentir com precisão o caminho que Eric tinha aberto no meu cu. Aquilo tudo me pareceu de repente tão nojento, tão errado. Eu me senti imundo. Consegui segurar minha vontade de vomitar, mas não minhas lágrimas. Levantei rapidamente, mas Eric não percebeu e continuou dormindo. Catei minhas roupas espalhadas pelo chão, as vesti e saí correndo daquele apartamento, sem me preocupar com o que ele poderia pensar quando acordasse.

Fui para a minha casa a pé mesmo, ou melhor correndo. Eu conseguia sentir cada gota de suor e esperma da noite anterior ainda no meu corpo. Eu estava tão sujo. Era uma sujeira que ia além, que parecia me poluir por dentro. E só se livrava daquela sujeira, falando sobre ela, então liguei para a única pessoa que poderia me ouvir:

_Alice?

_São sete da manhã de um sábado, é bom ser uma caso de vida ou morte._ falou mal-humorado, já que certamente eu a tinha acordada.

_Eu preciso conversar._ falei tentando controlar a voz.

_O que foi?_ perguntou já pressentindo alguma coisa ruim.

_Na minha casa, daqui a meia hora, me encontre lá.

_O encontro com Eric, o que aconteceu?_ perguntou ligando os fatos.

_Na minha casa, em meia hora. Por favor.

_Certo. Até daqui a pouco.

Desliguei o celular e já me vi diante do meu prédio. Depois de sair do restaurante com Eric, eu já havia ligado para a minha mãe avisando que dormiria na casa de um amigo, certamente ela estranharia eu chegando em casa tão cedo. Felizmente, estavam todos dormindo ainda quando entrei em casa. Fui direto para o banheiro do meu quarto e liguei a água na temperatura mais quente que consegui. Eu precisava desinfetar aqueles fluídos corporais do meu corpo. Eu precisava me livrar deles. Em cima da pia, meu celular vibrava e eu tinha certeza que era Eric, mas eu não ia atendê-lo. Pelo menos, não até eu me entender comigo mesmo. Aos poucos, aquela melancolia foi passando e dando lugar à incredulidade de até onde eu tinha chegado. Eu dormi com outro homem. Fiz aquilo que eu sempre evitei a todo custo fazer.

Era uma sensação conflitante. Ao mesmo eu estava satisfeito e arrependido por ter dormido com Eric. Eram como se duas pessoas muito diferentes, e com opiniões diferentes sobre o assunto, vivessem dentro da minha cabeça. Depois do que pareceu uma eternidade embaixo da água quente, saí, coloquei uma roupa velha e fui esperar Alice ao lado do interfone. Não queria que ninguém em casa acordasse, seria difícil explicar a situação. Minha amiga não tardou a chegar.

_O que diabos aconteceu?_ perguntou quando abri a porta.

Não lhe respondi, apenas lhe dei passagem sinalizando que ela entrasse. Segui para o meu quarto e ela veio atrás em silêncio. Ela entrou no meu quarto, eu fechei a porta e nós dois nos sentamos na cama um de frente para o outro. Ela me encarou em silêncio esperando que eu começasse a contar o que havia acontecido de tão grave para trazê-la ali àquela hora da manhã.

_Eu dormi com ele, Alice._ falei e as lágrimas começaram a cair.

Ela fez cara de surpresa, acredito eu que mais pelas lágrimas, do que pela revelação em si. Ela me abraçou e me confortou em seu colo. Eu me concentrava em chorar baixinho para não chamar a atenção da minha família. Todas as conflitantes emoções que eu vinha sentindo me tomaram. Eu chegava a tremer relembrando tudo o que senti na noite passada.

_Bernardo, calma._ ela falava docilmente passando a mão pelos meus cabelos _Me conte direito o que aconteceu.

_Foi horrível, Alice._ falei entre soluços _Eu nunca mais quero sentir aquilo, nunca mais.

Agora eu tinha certeza que eu não podia fazer aquilo com minha vida. Eu não queria passar o resto da vida sentindo aquilo. Se eu fiz uma tentativa, foi por acreditar em Alice quando ela disse que só assim eu seria feliz. Mas agora que eu já ido lá e voltado, eu estava certo que aquele não era, definitivamente, o meu caminho para a felicidade. Aquele era o caminho para a minha perdição. E o pior de tudo, eu não podia culpar ninguém. Ninguém me obrigou, eu tomei minhas próprias decisões, eu deixei Eric me guiar. Por isso o que eu estava sentindo naquele momento era tão poderoso, porque era nojo de mim mesmo, raiva de mim mesmo, decepção comigo mesmo. Esse tipo de sentimento é o mais de difícil de lidar, pois não se pode gritar com ninguém para aliviar-los.

_Mas o que aconteceu exatamente?_ ela perguntou.

_Aconteceu que eu dormi com ele. Isso. Nada mais. Eu nunca mais quero sentir o que senti.

_Mas...

_Por favor, Alice._ a interrompi antes que ela protestasse _Eu não quero mais ouvir você falando que não é errado, que é tudo coisa que botaram na minha cabeça. Só eu sei como me senti naquela hora.

Ela se calou sem ter como responder. Eu sabia que ela queria me ajudar, mas naquele momento tínhamos opiniões discordantes sobre como encarar aquilo. Ela era uma grande amiga e muito inteligente, sabia que aquele não era o momento para começar uma discussão e tentar me convencer de nada, era momento de me confortar. Agradeci por ter tido coragem de me abrir com ela, eu iria pirar se não conseguisse desabafar sobre aquilo com alguém.

Ela esperou que eu me acalmasse e parasse de chorar antes de recomeçar a falar.

_E agora, como vai ser?_ perguntou ainda num tom de voz dócil _O que você vai falar com ele?

_Eu não sei. Ele deve estar me ligando pra saber o que aconteceu. Eu fugi assim que acordei.

_Você fugiu?!_ falou levantando a voz, mas tornando a abaixá-la assim que dei sinais que recomeçaria a chorar _Desculpe. Mas é sério, vocês terão que se falar. Não dá pra simplesmente ignorá-lo, vocês estudam juntos, se vêem diariamente.

_Eu sei... Ainda não tive tempo de pensar nisso. Tudo aconteceu agora.

_É melhor ir pensando então, não há como fugir para sempre.

Eu sabia, e temia o momento de reencontrá-lo. Eu tinha claro na cabeça a intenção de terminar tudo, sem nem mesmo ter começado alguma coisa, e deixar claro que aquela vida não era para mim. Eu tinha que olhar em seus olhos e mentir que não queria mais. Provavelmente seria a coisa mais difícil que já fiz na vida, e eu já temia aquela hora antecipadamente. Afundei ainda mais meu rosto no colo de Alice tentando ter minha cabeça em paz por alguns poucos instantes que fossem.

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