Adolescentes em ação [19] ~ DNA

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 3248 palavras
Data: 29/11/2023 07:01:18
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Quando Marcos completou dezoito anos, resolveu questionar seus pais se fora realmente adotado.

- Está triste por descobrir a verdade?

- Não. Você sabe que há muito tempo eu já sabia disso tudo. Ficava triste pelo fato de não me revelarem a verdade.

- Eles disseram por que nunca lhe contaram?

- Não fizeram por mal. Eu entendi perfeitamente. Lembra-se daquele recorte de jornal que te mostrei?

- Sim.

- Então... Segundo meus pais a polícia confirmou que meus pais biológicos estavam envolvidos com tráfico de drogas e outros crimes. No início, não me contaram da adoção, pois não queriam que ninguém soubesse dela. Eu era uma criança e poderia comentar com algum coleguinha na escola, ou para professora, e a história se espalhar.

- Mas, qual o problema das pessoas saberem que você era filho adotivo?

- Nenhum, se o passado de meus pais biológicos não fosse “sombrio”. Tinham medo que parentes de meus pais biológicos, e que também fossem bandidos, pudessem aparecer para me levar.

- E está tudo bem entre vocês lá na sua casa?

- Sim. Nada mudou. Como te disse, não tinha dúvida nenhuma do amor deles por mim. E como eu praticamente já as bia de tudo, a conversa foi boa para me tirar o peso deste segredo.

- Que bom! Cara. Fico muito feliz por você estar se sentindo melhor.

- Só uma coisa que ainda me incomoda.

- O que?

- Meu irmão.

- É mesmo... No jornal que você me trouxe comentavam sobre duas crianças. E se irmão? Que houve?

- Ninguém sabe. Segundo o que meus pais me contaram, enquanto os bombeiros apagavam o incêndio e a polícia ainda não tinha noção de tratar-se de acerto de contas entre criminosos, um casal se disse amigo de meus pais biológicos e nos levou para seu barraco, para cuidar de nós dois enquanto não éramos encaminhados para um abrigo pelo conselho tutelar. Nesse meio tempo, fugiram com meu irmão e me deixaram abandonado no barraco. Tempos depois, a policia prendeu este casa, mas meu irmão nunca fora localizado. Estes bandidos iriam vendê-lo, mas não conseguiram e o abandonaram.

- Meu Deus!

- Meus pais adotivos souberam da notícia de duas crianças pelo jornal. Como não podiam ter filhos, se interessaram em adotar as duas crianças que viram na reportagem. Mas, infelizmente...

De repente teve um acesso de choro.

- Lucas, eu sei que meus pais me amam. Os considero como meus pais verdadeiros e jamais deixarei de amá-los. Mas, depois de saber disso tudo, eu sinto vontade de encontrar meu irmão. Mesmo sem não me lembrar dele, agora sinto sua falta. Sinto necessidade em saber como está. Se ele está bem. E se ele está vivo ainda...

- Não chore, Amor. – Eu nunca havia o chamado assim, mas a partir desse dia, em nossos momentos de carinho somente nos trataríamos por este apelido “Amor”.

- Eu queria muito achar meu irmão. Queria ser com ele assim como você é com o Rafa.

Marcos ainda me contara que seu irmão era mais velho que ele. Um ano mais ou menos.

- Hoje ele estaria com 19 anos, e poderíamos sair juntos, nos divertir, ser companhia um para o outro...

Senti muita pena de Marcos. Eu estava inerte diante daqueles fatos. Não havia nada que eu pudesse fazer por ele, apenas acariciá-lo e consolá-lo.

Certo dia, pensando em como ajudar Marcos a encontrar seu irmão, resolvi ligar para o Vinny para pedir ajuda para acharmos o irmão de Marcos. Nessa ocasião eu já havia contado para meu primo sobre minha homossexualidade e de meu relacionamento com Marcos, logo após eu ter contado para meus pais. Contei toda a história e pedi sua ajuda.

- Lucas, acho quase impossível de se encontrar o irmão de Marcos depois de tanto tempo e sem uma pista sequer. Pelo que você me contou eles não tinham documentos e sequer alguém sabia de seus nomes. Entretanto vou te passar um site e quem sabe...

Consultei o site que Vinny me falara. Tratava-se de um projeto da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo e da Faculdade de Medicina da USP, chamava-se Projeto Caminho de Volta. Li todas as informações do site atentamente.

“O programa atende as famílias que tiveram filhos desaparecidos e oferece ajuda psicológica e social. Também mantém um banco de DNA que colhe amostras de pais que perderam seus filhos e de crianças encontradas ou que estão em instituições sociais, para permitir o reencontro. ‘Na própria Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a família é atendida por um psicólogo. Após a aplicação de um questionário, nós coletamos o sangue que é levado para o laboratório da USP, onde é analisado, informa a coordenadora do projeto’ ”

Expliquei para meus pais que gostaria de ajudar Marcos e falei dobre o projeto “Caminho de Volta”. Eu queria que o Marcos procurasse a DHPP para colher amostras de seu sangue para que fosse identificado seu DNA e se verificasse no banco de DNA’s de crianças encontradas algum que fosse compatível com o seu.

- Lucas, você já imaginou quanta esperança que o Marcos irá juntar em seu coração quando você contar para ele sobre esse projeto? E você já imaginou a tristeza que ele irá sentir caso não exista no banco de DNA’s nenhum correspondente ao seu?- Perguntou meu pai para mim.

Meu pai tinha razão. Eu não poderia levar notícias ao Marcos que o alegrassem e o deixassem esperançoso e depois frustrá-lo, caso seu DNA não correspondesse a nenhum do Banco do de dados do projeto Caminho de Volta. Porém uma idéia me ocorreu. Com a colaboração de meus pais, que financiaram meu plano, encomendei a um laboratório particular a identificação do DNA de Marcos, sem que ele soubesse. Para isso usei a mecha de seus cabelos que eu havia guardado como recordação.

Quando peguei o resultado, levei-o pra o banco de dados do “Caminho de Volta”.

Infelizmente, não foi encontrado nenhum DNA que coincidisse com o de Marcos.

“Ainda bem que não contei nada para o Marcos”, pensei.

Eu fiquei muito decepcionado e triste com este fato, pois brotara uma esperança em meu coração, de encontrar o irmão desaparecido de Marcos. E imaginei o quanto ele não ficaria decepcionado e triste, se soubesse do meu plano e tivesse se enchido de esperanças.

Logo que fez dezoito anos, Marcos providenciou sua carteira de habilitação. Seus pais permitiam que pegassem o carro e passamos a sair muito. Passamos a freqüentar bares e baladas GLS. Apesar de ser menor de idade, como todos adolescentes fazem, eu tinha uma cópia de RG, falsificada, mudando minha idade para 18 anos, assim não era barrado em locais proibidos a menores. Rafa e Rb sempre nos acompanhavam e também tinham RG’s falsos.

Uma vez ocorreu um episódio muito engraçado. Ficamos sabendo que em São Vicente havia uma barraca onde os gays se reuniam para beber, comer e conversar. Resolvemos descer a serra, num determinado domingo, para passarmos o dia na praia e conhecermos este “point” GLS. Marcos estava com um novo carro que seus pais compraram justamente para que ele pudesse usar. Era um carro modelo econômico. Segunda mão, mas estava ajeitadinho.

Seguíamos em viagem, eu, Marcos, Rafa e RB, cantando e nos divertindo muito, até que polícia rodoviária nos parou num comando de rotina. Solicitou a habilitação de Marcos e os documentos do carro. Fiquei muito assustado quando o policial questionou Marcos.

- Poderia me explicar esta Elza nos documentos do carro?

Lembrei-me que Fabinho me explicara que Elza na gíria gay significa roubo, furto, trapaça. Fiquei gelado. Muita coisa me ocorreu a cabeça naquele momento: “O carro é roubado”; “seremos presos”; “por que os pais de arcos lhe deram um carro roubado?” Nisso escuto marcos respondendo.

- Elza é antiga dona do carro, ainda não oficializamos a transferência do veículo, mas o recibo de compra e venda está aqui assinado.

O guarda nos liberou e prosseguimos a viagem. Comecei a rir mesmo. Sem parar.

- Que foi, Lucas? Ta rindo de que?

- De mim. – E continuava a rir.

- Poderia explicar o porquê? Assim também podemos rir.

- Eu pensei que o carro fosse roubado porque o guarda falou “explique esta Elza”... Mas, agora me toquei que para o guarda usar esta gíria, ele teria de ser gay...E mesmo que o guarda fosse gay não iria falar desse modo em serviço... Fui um babaca. – Eu falava e ria.

- Só você mesmo em Lucas em achar que seu namorado fosse ladrão de carros e que o policial rodoviário fosse uma travesti...

Todos nós rimos muito de minha tolice.

No LG, minha vida com a Diaba ia de mal a pior. Ela continuava a me perseguir e eu acabei me desinteressando de sua disciplina. Suas provas eram momentos de terrorismo e tensão.

- Se eu notar alguém olhando do lado, dando um risinho ou respirando mais forte, eu tomo a prova. – Dizia a “carrasca nazista” a nós, “pobres judeus no campo de concentração”.

Prá piorar, sua prova exigia apenas memorização. Tínhamos de decorar, regras gramaticais e características de escolas literárias passagens de textos literários. Não se avaliava o raciocínio de ninguém. Simplesmente verificava-se a memorização. Uma criança da quinta-série, com boa memória, faria a prova de português do terceiro ano de ensino médio, da professora Eme.

Mas, se tínhamos esta prova que só servia para nos aterrorizar, em compensação tínhamos o nosso querido professor de geografia, que aplicava provas onde só se exigia o raciocínio e a boa compreensão dos textos de sua prova. Suas provas tinham mapas, desenhos, gráficos, letras de canções e de até trechos de livros famosos. Lembro-me de um dia que ele perguntou na prova sobre latifúndio e, para ilustrar a questão, colocou um trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

A Eme quando soube, mas uma vez se irritou e disse que estava havendo interferência em sua disciplina. O que não era verdade, pois a questão apenas perguntava as características de latifúndio que apareciam no texto.

Numa das provas do Luke, de diversas páginas – ele as custeava do próprio bolso – a classe estava toda silenciosa e concentrada. De repente um aluno começa a rir de algo que lera na prova. Não demorou muito e a classe toda ria.

Luke em um dos exercícios perguntava “ O professor de geografia é : a) bonito; b) inteligente; c) gostoso; d) tudo o que pedi prá Deus; e) todas estão corretas.

Lógico que tal questão não valia nota, mas Luke fazia estas brincadeiras para aliviar um ambiente de tensão que uma prova causa e assim, ríssemos um pouco e fizéssemos a prova com mais tranqüilidade.

O projeto de Luke (A Geografia na Literatura), ao qual fizemos a doação do prêmio do festival, foi um tremendo sucesso ente os alunos.

Como eu já havia dito, meu grupo trabalhou com “O Terceiro Travesseiro”. Para que pudéssemos usar este livro, Luke solicitou e obteve autorização da Secretaria de Educação,

Quando expusemos o livro em sala de aula, ao contrário do que imaginávamos, a história despertou o interesse nos demais alunos, de minha e de outras classes.

Não demorou muito, víamos diversos exemplares deste livro nas mãos dos diversos alunos da escola. Até mesmo cópias baixadas na net e depois impressas, ou ainda xérox das mesmas estavam sendo lidas pelos alunos.

Em sala de aula contamos a história de marcos e Renato, mas não antecipamos o seu final.

Depois discutimos os preconceitos e as discriminações relacionadas aos homossexuais.

A classe toda participou.

Mas o grande debate estaria por vir. No dia da exposição para pais e demais alunos, dos diversos trabalhos relacionados aos diferentes livros que os alunos trabalharam, nosso grupo que era formado também por alunos de outras classes – Marcos e Ariadne, dentre eles – resolveu montar uma pequena peça de teatro, contando a historia do “Terceiro travesseiro”. Rodrigo e um dos internet representaram Marcos e Renato. Ariadne representou Beatriz. Foram realizadas três apresentações seguidas. O salão da escola ficou lotado. Mas, a principal atração relacionada ao nosso tema seria uma palestra/debate com o professor de história do LG, que falaria sobre como a homossexualidade foi vista ao longo dos tempos.

O professor Paulo Sérgio era um dos mais antigos do LG, estava prestes a se aposentar. Depois do Luke, era ele o mais querido pelos alunos. Tinha aproximadamente 60 anos, olhos azuis, um aspecto jovial mostrando que fora muito bonito na juventude. E até ainda era para aqueles que curtiam coroas. Era também pastor de uma das mais antigas e respeitadas igrejas evangélicas do Brasil. Não tinha idéias radicais e era muito moderno. “Sou de vanguarda”, costumava nos dizer.

Em sua palestra falou para todos os presentes que na antiguidade a homossexualidade não era vista da forma como é hoje. Que não existiam preconceitos e discriminações quanto aos relacionamentos de pessoas de mesmo sexo. Que muito pelo contrário eram visto como naturais e até sagrados. Que assim acontecia nas antigas tribos das Ilhas do pacífico Sul há mais de 10 mil anos, como depois na Grécia, Roma, Egito, na Mesopotâmia e em diversos outros lugares.

Pegou um papel dentre os muitos que estavam espalhados por sua mesa e leu um trecho para a platéia atenta.

“Na Grécia e na Roma da Antiguidade, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações sexuais com um mais jovem. O filósofo grego Sócrates, adepto do amor homossexual, pregava que o coito anal era a melhor forma de inspiração – e o sexo heterossexual, por sua vez, servia apenas para procriar. Para a educação dos jovens atenienses, esperava-se que os adolescentes aceitassem a amizade e os laços de amor com homens mais velhos, para absorver suas virtudes e seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos, desde que o garoto concordasse, transformava-se em um parceiro passivo até por volta dos 18 anos, com a aprovação de sua família. Normalmente, aos 25 tornava-se um homem – e aí se esperava que assumisse o papel ativo...”

A palestra do professor Paulo Sérgio era muito interessante e prendia a atenção de todos os presentes.

Citou personalidades homossexuais que se destacaram em diversas áreas, para demonstrar que independente de sua sexualidade o ser humano pode ser um grande artista, governante , cientista, etc. Destacou os nomes de Michelangelo e Leonardo Da Vinci, artistas renascentistas, Willian Shakespeare, maior teatrólogo de todos os tempos, Tchaikovsky, um dos maiores compositores clássicos, John Maynard Keynes, um dos maiores economistas do século XX, autor da famosa teoria que leva seu nome, Imperador Adriano, do império romano, os astros de Hollywood Rock Hudson e Montgomery Clift.

Quando o professor Paulo Sérgio terminou sua palestra foi muito aplaudido. Realmente ele agradou a todos, independente da orientação sexual de cada um, pois a palestra foi muito instrutiva.

Aberto o espaço para perguntas um pai pediu a palavra.

- Independente de tudo que o senhor nos relatou o fato é que a bíblia condena a homossexualidade e a trata como pecado. Eu não aceito os homossexuais porque não aceito o pecado. Gostaria de ouvi-lo a respeito disto.

Todos ficaram em silêncio e após terem se virado para ouvirem o pai que questionara o professor Paulo Sérgio, voltaram a se virar para ouvir como ele responderia a este questionamento.

- Eu não queria transformar este encontro num debate sobre religião por respeitar a crença de cada um dos presentes e não quere passar uma imagem de que eu não estivesse respeitando esta ou aquela religião. Entretanto, já que o senhor tocou neste assunto, eu gostaria de informá-lo que sou teólogo, historiador e pastor da igreja presbiteriana do Brasil há mais de trinta anos, desconheço na Bíblia uma parte sequer que condene a homossexualidade ou a trate como pecado. – Explicou aos presentes o professor Paulo Sérgio – Ocorre que acabam fazendo interpretações distorcidas da Bíblia e deturpam sua mensagem.

- Mas por qual razão a sua interpretação é a correta e a minha, na qual enxergo homossexualidade como pecado, errada? – rebateu o pai.

- Porque na correta interpretação da Bíblia deve se levar em conta a época em que ela foi escrita, como viviam os povos e quais seus costumes nessa época, bem como o idioma em que o texto sagrado foi redigido. Muita coisa foi deturpada na tradução e pela ignorância de fatos históricos de então, ou seja, os costumes e leis da época. - Explicou o professor Paulo Sérgio.

- Vou citar um trecho da Bíblia em que está muito clara para todos a mensagem de que a homossexualidade é pecado: Levítico 18,22: “Com um homem não te deitarás, como se fosse mulher. É uma abominação.” – Leu o pai em voz alta para que todo pudessem ouvi-lo.

- Engraçado meu senhor. Eu tinha certeza de que citaria este texto. É o texto mais usado em cartilhas de propaganda anti homossexuais, que usam da Bíblia para fundamentarem seus preconceitos. – E continuou – Se formos seguir Levítico ao pé da letra, não poderemos ter uma horta no fundo do quintal, com várias verduras diferentes, pois em Levítico 19:19 - Diz-me que não posso plantar tipos diferentes de sementes no mesmo campo. Também não poderei praticar nenhum esporte com bola feita de coro de porco, porque em Levítico 11, 7-8 - diz que ao tocar o cadáver de um porco me torna impuro. Levídico – 19:27 - também condena que se corte o cabelo, e pelo que me consta até o senhor faz isto...

Algumas pessoas da platéia riram e o professor Paulo Sérgio continuou.

- Vários trechos de Levídico estão fora de contexto, como pude demonstrar a todos vocês, mas vamos falar agora do trecho que o senhor me citou e que o senhor diz que este trecho tipifica a homossexualidade como pecado. Se lermos a citação dentro do texto todo em que ela está inserida, poderemos observar que na realidade está sendo condenada a prática de sexo homossexual nos templos como era feito no Egito.

E explicou:

“Não procedereis como se faz na terra do Egito, onde habitastes; não procedereis como se faz na terra de Canaã, para onde os conduzo”. (Levítico 18, 3) Analisando o contexto histórico, vemos que a prática homossexual no Egito e em Canaã consistia em cultos de fertilidade, envolvendo prostituição, ritual que era abominável para Deus. Todo tipo de prática sexual era utilizada nestes rituais, incluindo sexo homoerótico. Por exemplo, nestes rituais, famílias inteiras de agricultores quando desejavam uma colheita próspera, promoviam cultos de fertilidade nos templos destes outros deuses onde pais, mães, filhos... Todos estes praticavam sexo ao mesmo tempo com os prostitutos cultuais em sacrifício.

O livro de Levítico não estava proibindo formas de relacionamento homossexual, em forma de amor, mas uma condenação a esta forma de adoração a outros deuses e também a esta forma de sacrifício idólatra.

Quando o professor Paulo Sergio terminou de fazer a interpretação do livro Levítico, o pai ainda argumentou.

- Interpretação cada um tem a sua e a da minha igreja diz que homossexualidade é pecado.

- E mais pecado ainda – disse Paulo Sérgio – é usar a Bíblia como fundamento para disfarçar os preconceitos que você carrega. Esquecer-se do ensinamento maior que nos foi dado de que amassemos uns aos outros. Se esquecer que Jesus formalizou conosco uma nova aliança baseada no amor e apenas no amor, e que substitui qualquer outra regra do velho testamento que nos pudesse levar em direção contrária. Quem quiser dizer que a homossexualidade é algo errado, que o diga, afinal, em nosso país vigora a liberdade de pensamento, mas, que assumam suas posições e opiniões e não se escondam atrás da Bíblia para camuflarem seus sentimentos de intolerância.

Quando terminou, o professor Paulo Sérgio foi aplaudido em pé e o pai sai do salão irritado e dando trombadas nas cadeiras.

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