Diabos! - Última Batalha

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1983 palavras
Data: 20/10/2023 11:30:52
Última revisão: 20/10/2023 15:04:53

Tudo parecia igual, mas tudo estava diferente. Eu sei, é meio confuso, mas era assim mesmo.

Enquanto praticávamos um sexo diferentão e autofágico durante o amanhecer, comigo sendo tragado pela bucetinha de uma diaba gostosinha e engolindo sua cabeça com minha boca de capeta, devorando-nos um ao outro, o loop temporal veio e nos arrastou através do tempo-espaço uma última vez até ali.

Depois de tantas idas e vindas, eu finalmente chegara ao mesmo lugar de onde saíra: a Ilha da Fantasia, um resort vinte estrelas numa praia paradisíaca situada no purgatório, um lugar sinistro que não era nem céu, nem inferno, nem terra, nem nada.

A época? Bem, bastou olhar em frente e ver Nathaniel, o Anjo Fogoso, e Aélis, a Demônia Luxurienta, para dar-me conta de que aquele era exatamente o dia em que descobri os planos malignos deste estranho casal: dar um golpe de estado nos caras lá de cima e lá de baixo, tornarem-se os donos da porra toda e condenar a humanidade a só fazer sexo na posição papai-mamãe.

Sim, amigos e amigas, era aquele fatídico dia em que conheci a verdadeira-verdade sobre como eu havia sido enganado todo o tempo desde que morri por aqueles dois escrotos, o mesmo dia em que fui condenado por ambos à merda do loop temporal, sendo estilingado todos os dias para lá e pra cá no tempo-espaço e tendo que cometer as maiores atrocidades sexuais para sobreviver.

Enfim, eu estava de volta e, escondido atrás de uma palmeira, podia ver os golpistas safados se pegando torridamente nas espreguiçadeiras sobre a areia branca e tomando seus daiquiris. Então, como eu dizia, tudo estava exatamente igual, mas…

Tudo estava muito diferente! Agora, eu podia ouvir e sentir a diabinha dentro de mim, ou era eu que estava dentro dela, sei lá, de alguma forma viajarmos fundidos e nos fodendo pelo tempo-espaço fez de nós um único e poderoso ser, capaz de ver o que já conhecíamos com outros olhos e termos reações diferentes, pois nós agora éramos um só ser hermafrodita e bissexual!

- Peraí diabinha… A gente virou hermafrodita e bixessual? Porra, eu vivi essa merda toda, sessenta capítulos, cinco temporadas, passei por tudo quanto é perrengue para no final terminar virando hermafrodita e bissexual?

- Puta que pariu, capetinha, mas que merda de autor amador é esse, é muita sacanagem a gente terminar assim!

Ok, é bem certo que eu agora me sentia poderosa e dominadora, capaz de vencer a tudo e a todas - mas eu já estava até me referindo a mim mesma no feminino, o que também era confuso pra porra!

- Ah não, diaba, comigo não! Isso não vai acontecer nem passando por cima do meu cadáver de capeta - se é que eu era capaz de morrer de novo!

- Calma capetinha, mantenha a cabeça fria, um problema de cada vez! Nathaniel e Aélis estão bem ali, na nossa frente, o anjo prateado saradão e pauzudo e a demônia azulada de cornos dourados e corpo sensual, o casal sobrenatural anti-status-quo que nos sacaneou!

- Tá certo diaba, é hora da vingança! Vamos fazer estes dois pagarem caro por isso!

A coisa estava pegando fogo entre os dois, literalmente, pois Aélis estava em chamas enquanto punhetava o cacete do Anjo Fogoso e tinha sua bucetinha sugada por ele, num delicioso meia nove entre o céu e o inferno capaz de carbonizar qualquer um que não fosse sobrenatural.

Pois bem, justo quando eles se ajeitavam para começar a se enroscar com Aélis virando sua bundinha delícia para o Nath chegar junto com seu pirocão angelical, percebi a oportunidade e vi com uma clareza absurda o que e deveríamos fazer: tirarmos vantagem de estar usando aquela aparência azul translúcida invisível e agora bixessual e nos enfiarmos justo entre os dois.

Bem, caros leitores, se vocês possuem coração fraco ou preconceitos extremos contra a fluidez sexual, recomendo que pulem uns parágrafos e ignorem o que eu e a diaba fizemos.

- Diaba, agora é tudo ou nada, o momento é esse e precisamos tomar medidas extremas!

- Tô contigo, capetinha! Afinal, o Cara lá de cima e Satanás estão cagando e o futuro sexual da humanidade depende de nós!

- É isso mesmo diaba, que se foda essa porra toda: vamos nos foder de verdade se preciso for!

Quando Nathaniel foi metendo a rola na nossa bucetinha hermafrodita bissexual começamos a ver estrelas girando no céu e a nos tremer toda, mas ao mesmo tempo também fomos enfiando nosso pau grande e tortinho para a direita bem no cuzinho de Aélis, que se arrepiou no cangote e começou a ronronar feito uma gata no cio com a rola abrindo caminho pelo furico entre aquelas nádegas polpudas de sua bunda azulada.

Foi algo surreal, eu sentia Nathaniel nos comendo a bucetinha por trás e agarrando nossos peitos achando que comia Aélis que, a sua vez, se derretia toda pensando que Nathaniel estava lhe enrabando, mas na realidade éramos nós que estávamos ali atrás dela bombando forte no seu cuzinho quente e úmido.

Enquanto acelerávamos nossos movimentos naquela mistura de corpos suados e prazer indescritível rumo ao orgasmo mais poderoso de nossas existências incomuns, eu e a diaba continuávamos a ver aquele céu estrelado girando cada vez mais e mais rapidamente acima de nós e então soubemos exatamente o que estava por acontecer.

Durante todo esse tempo nós nunca havíamos reparado…

Acho que foi nossa fusão na última viagem pelo espaço-tempo que desencadeou isso em nós, essa percepção aguçada, a noção de extraordinária sobre tudo o que nos cercava, a seguridade de estarmos certos e a frieza para fazermos o que fosse necessário.

Enfim, nós olhávamos o céu e sabíamos que ele estava ali e que em breve cairia sobre nós: agora nó dois víamos o loop temporal como um borrão redondo riscado pelos astros no céu, algo que nem mesmo Nathaniel e Aélis eram capazes de perceber!

O sangue pulsava em golpes desenfreados por nossas veias, o cacete vigoroso de Nathanael pulsava dentro de nossa buceta, nosso caralho pulsava desenfreado no interior do traseiro de Aélis e o buraco do loop pulsava piscando sobre nós, cada vez mais perto, vindo buscar-nos novamente para atirar suas presas em diferentes épocas da história ao longo do planeta.

Chegaríamos ao orgasmo todos juntos em segundos, nós sabíamos, nós percebíamos, era claro e nítido para nós dois como se olhássemos um cronômetro regressivo atingindo o zero. Nesse momento, o tempo se dilatou e tudo pareceu mais devagar, quase em câmara lenta.

Como se fosse mágica, senti a diabinha se mexendo dentro de mim, começando a gozar e sendo empurrada à força através de minha boca pelos jatos expelidos por Nathaniel em nossa bucetinha, ao passo que gozávamos dentro do cuzinho de Aélis e a demônia luxuriosa se tremia toda em espasmos e xingava mil palavrões em sânscrito rudimentar.

Só neste momento, os dois seres sobrenaturais, senhores absolutos da sacanagem no céu e no inferno, perceberam atônitos a nossa presença e se deram conta de que não estavam trepando entre si, mas sim conosco. Achei tesudo demais, era o início de minha vingança e meu pau ainda jorrava pelo ar ao desentocar-se de Aélis.

Para melhorar, os dois nem chegaram a dizer nada, ou sequer esboçar reação após o susto: eu empurrei a diabinha para a areia de um lado e me atirei para o outro o mais rápido que pude. Ainda logrei dar a volta e apreciar o loop temporal descendo à nossa caça até ali, mas só encontrando Nathaniel e Aélis sobre as espreguiçadeiras.

Num instante, o casal de amantes foi tragado e jogado no tempo-espaço, destinados a vagar eternamente entre distintas épocas sem poder viver seu amor diabólico como sonhavam - nem infligir nenhum mal à humanidade.

O mais impressionante era que, mesmo separados novamente, eu e a diabinha continuamos sentindo aquela conexão forte que nos dava força interior e aquela percepção ultra aguçada de tudo à nossa volta. Olhamos um dentro dos olhos do outro e desejamos nos agarrar ali mesmo, comemorar a vitória sobre a areia da praia e repetir o sexo que tão bem sabíamos fazer juntos.

Contudo, ambos sabíamos que isso agora nos seria proibido, trepar usando nossos corpos etéreos verdadeiros podia levar a que nos consumíssemos um dentro do outro novamente, sem ter mais como voltar a nos separar. Enquanto a tarde caía na ilha do purgatório, mentalmente, eu podia escutar suas palavras - assim como ela ouvia as minhas.

- Ufa, essa foi por pouco, capetinha! Você acredita que realmente livramos a humanidade de Nathaniel e Aélis?

- Por agora sim, diaba. Mas enquanto os dois seres supremos lá de cima e lá de baixo estiverem cagando, creio que vamos ter que tomar muito cuidado.

- Com certeza, capetinha. Nathaniel e Aélis são manhosos, podem muito bem dar um jeito de escapar do loop temporal feito nós conseguimos e tentar novamente dar um golpe de estado.

- Vamos ter que manter a vigilância por um bom tempo, diabinha. Tanto aqui no purgatório, que é a base de operações de Nathaniel, como lá na terra, onde Aélis fez a festa condenando um bocado de gente.

- Pô, parece que a gente vai ter que se dividir, não é?

- Infelizmente, não vejo outra opção. Tú prefere montar guarda onde?

- Olha capetinha, não leva a mal não, mas eu odeio a terra, aquilo lá é uma merda. Prefiro mil vezes ficar aqui nesta praia porreta do purgatório. Depois de tudo, eu bem que mereço uma folguinha!

- Tá de boa, diaba. Eu vou lá para a terra, faz tempo que não ando por lá e estou com saudades. Ademais, ser uma entidade ultra evoluída e imortal em meio aos humanos tem lá suas vantagens…

- Capeta, eu bem sei quais são suas intenções… Vai foder todo mundo que der molezinha, não é, safado?

- Eu? Que isso… Juro que só vou entrar em ação em casos de extrema necessidade!

- Sei, sei… Tú vai é esfolar essa rola gostosa e tortinha com as humanas!

- Olha diaba, eu preferia ficar contigo aqui no purgatório, mas missão é missão e não podemos vacilar.

- Tá certo. Qualquer coisa, como agora temos essa conexão mental, a gente vai se falando.

Depois de nos despedirmos, eu voltei à terra para iniciar minha vigília secular sobre os rumos da luxúria entre os mortais, procurando sinais de qualquer intervenção indevida fosse dos céus ou do inferno no livre arbítrio sexual dos humanos.

E foi assim que eu deixei de ser um capeta qualquer para me tornar uma peça essencial na luta do bem contra o mal, cuidando para que nenhum dos lados levasse uma vantagem indevida.

Transitando entre os humanos, ora usando minha aparência azul translúcida e invisível e ora possuindo um ou outro corpo para intervir quando necessário, desempenhei esta tarefa com afinco e empenho, esperando pelo dia em que o Cara lá de cima e Satanás terminassem de cagar para reassumir suas funções sobrenaturais.

Fiquem tranquilos, vocês mortais estão em boas mãos. Se algum dia sentirem vontade de cometer um ato sexual descabido, desde que seja de comum acordo entre as partes, podem ir em frente: ninguém está obrigado a só fazer papai-mamãe!

Se, por outro lado, sentirem esse desejo mas por algum motivo interno que vocês mesmos não consigam realizar, basta olhar para o espelho e me invocar, repetindo três vezes: “Fode capeta!”

Se eu demorar um pouco peço sua compreensão, além de ser imortal e não ter pressa, eu devo andar meio atarefado, a humanidade é grande e seus desejos são infinitos, mas garanto que arranjo um tempinho pra vocês, meus queridos leitores.

Por fim, só recomendo ter muito cuidado com o que desejam: nem sempre aquilo que a gente quer é o melhor para nós mesmos e a minha saga após a morte é a prova viva disso - ou prova morta, sei lá, isso de pós-vida é assim mesmo, meio confuso!

Nota: Confira os capítulos ilustrados da “Saga Diabos!” em mrbayoux.wordpress.com

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