ONDE AS SOMBRAS ACABAM - CAPÍTULO 15: Onde a sombra termina

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 3781 palavras
Data: 18/09/2023 05:10:33
Última revisão: 22/09/2023 02:18:36

GENTE! CHEGUEI AO FINAL DE MAIS UMA HISTÓRIA. ESTOU MUITO FELIZ COM A SAGA DO ETHAN E DO JIMMY.

ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM E COMENTEM O QUE ACHARAM DA HISTÓRIA. O SEU VOTO, AUDIÊNCIA E COMENTÁRIO É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA O MEU TRABALHO, POIS CONSIGO SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO. OBRIGADO AOS LEITORES FIES QUE ME ACOMPANHAM DESDE 'AMOR DE PESO'. SEGUE O FINAL:

ETHAN

Eu não lembro mais de muitas coisas, apenas do gosto do sangue na minha boca. Perdi os sentidos. Lembrei da minha antiga escola e como me sentia oprimido naquele lugar. Em seguida, me vi andando na floresta. Eu ia me matar nesse dia, mas alguma coisa aconteceu. O Jimmy aconteceu. O Jimmy com o seu sorriso travesso e confiança inabalável, mesmo com o coração todo quebrado achou espaço para me receber.

— Jimmy. — digo, mas escuto a voz do meu pai aos prantos.

— Ethan, meu filho? — ele questiona. — Doutor! Doutor, o Ethan acordou!

Acordei? O que houve. Ao tentar levantar da cama, sinto uma dor aguda na minha barriga. O tiro. Eu devo ter feito alguma cirurgia e estou acordando. Eu preciso encontrar com o Jimmy, ele deve estar assustado. Não consigo falar, pois algo está bloqueando a minha garganta.

O meu pai retorna para o quarto. Ele está com o semblante cansado, mas não tira o sorriso do rosto. Ele agradece a Deus e beija a minha testa.

— Ethan, Ethan, que susto garoto. — diz um homem se aproximando da minha cama. — Estamos felizes em te ter de volta. Foram dois meses de luta, mas você venceu.

Dois meses? Dois meses? Estou aqui há dois meses? Isso não faz sentido, eu acabei de ser baleado. Eu lembro do som do tiro, do cheiro da pólvora e do rosto vitorioso no rosto do Sr. Robinson. Eu não posso estar em uma cama de hospital durante todo esse tempo. E o Jimmy?

— Calma, não se esforce muito. Uma enfermeira vai te exturbar. Você vai respirar normalmente. — garante o médico, pegando no meu ombro.

Eu sigo os direcionamentos da equipe médica, que me auxilia em todo o processo. Meu corpo parece que foi atingido por um raio e todas as moléculas dele doem. Mais uma vez, o médico explica o que aconteceu comigo e as lembranças invadem a minha mente. Nunca vou esquecer o rosto do Sr. Robinson me fitando. Ele estava com ódio de mim.

Por outro lado, o meu pai parecia um poço de arrependimento. Eu tive a coragem de pular na frente de uma arma para defendê-lo. Com certeza, ele não teria a mesma consideração por mim. Os pensamentos flutuavam dentro da minha cabeça. Porém, só existia uma pessoa que ocupava esses pensamentos, o Jimmy.

De acordo com o meu pai, o Jimmy estava bem, mas precisou viajar para participar de um jogo em outro estado. Aparentemente, o meu corpo preguiçoso precisou de mais tempo que o necessário para se recuperar e as pessoas seguiram suas vidas. Eu pedi ao meu pai para não avisar ninguém sobre o meu estado. Eu queria fazer uma surpresa.

JIMMY

A minha cabeça não sai do Hospital Santa Maria. No quarto 345 está o meu bem mais precioso. Após o tiro disparado pelo meu pai, o Sr. Ward virou uma fera e o espancou até a chegada da polícia. Sabe a pior parte? Eu não senti pena. Eu gostei de cada soco e pontapé que aquele desgraçado levou. O meu sogro é bom de briga, isso foi uma grata surpresa.

Fiquei semanas indo ao hospital com a Betty e o Trevor. Aos poucos, os pais do Ethan foram me dando abertura. Inclusive, eles deixaram eu ficar no quarto para fazer os exercícios e projetos da escola. O tempo passou, mas o Ethan não levantou e mostrou sinal de melhora.

Também precisei acompanhar o processo contra o meu pai. De repente, outras denúncias foram aparecendo, inclusive de violência sexual. Finalmente, o desgraçado ia ter o final que merecia: dentro da cadeia. Eu tinha pena dos presidiários que iam conviver com o bastardo.

Uma novidade? Eu mudei para a casa da Sra. Watanabe. Na realidade, nós mudamos de bairro, já que ela abriria um café e precisaria de ajuda no processo. Eu ganhei uma mãe e um emprego de meio período. A melhor parte é não ter medo de fechar os olhos e dormir à noite, pois, eu sei que ninguém vai tentar me machucar.

Na escola, os alunos inventaram diversas teorias sobre o assunto. Eu reúne toda a coragem do mundo e postei uma foto minha e do Ethan. "Amor, volte para nós", escrevi sem medo nenhum de ser feliz. Claro, que houveram comentários e fofocas, entretanto, eu só queria o Ethan ao meu lado. Será que ele vai ficar surpreso quando descobrir que o pai aceitou a nossa relação?

— Acorda, Robinson! — gritou o treinador Schmitt, que acompanhava a partida da beira do campo. — Marco o 34!

— Ok! — respondi e voltei a minha atenção para o jogo.

Os alunos gritavam em euforia, uma sinfonia de emoção e apoio. Os meus olhos se fixaram no marcador, onde o tempo parecia encolher cada vez mais. As luzes do estádio sempre me incomodaram, elas são intensas demais, mas não posso perder o foco do que importa. Corro na direção do meu destino. Esse jogo não é só meu, mas de todos os meus colegas e do Ethan.

A multidão se torna um borrão de cores, o barulho se transforma em um zumbido distante. A linha final se aproxima, e sinto a vitória em minhas mãos. Ao correr, as pernas parecem queimar, o cansaço toma conta de mim, só que a determinação é mais forte. Eu mergulho em direção à linha final, esticando o braço com a bola firmemente agarrada.

E então, o impacto. O choque do meu corpo na grama e a sensação de estar no limite. Um sorriso se forma em meu rosto e escuto a explosão dos alunos. Levanto com dificuldade, o coração parece que vai sair pela boca. Vejo os meus companheiros de equipe correndo em minha direção. Sou erguido em uma celebração intensa. Ganhamos as nacionais. Acho que vi até o treinador chorando em um canto do campo.

Cara, eu sei que o futebol americano foi uma maneira de fugir do abuso do meu pai, mas aqui encontrei mais que um time, encontrei amigos e um irmão para a vida. Mesmo com a minha saída do armário, os meus companheiros me deram apoio e não ligaram para os comentários que recebemos dos outros times.

— Ei, garoto. Você não deveria estar comemorando? — questiona o treinador ao entrar no vestiário. Como não respondi, ele sentou ao meu lado. — Preocupado com o seu namorado? O Ethan está bem, cara.

— Eu sei, treinador. Só tenho medo de me tornar igual ao meu pai. — confesso e seguro as lágrimas.

— Jimmy. — ele pega em meu ombro. — Existem poucos garotos que passam pela situação de violência doméstica e seguem um bom caminho. Você tem um caminho maravilhoso, filho. Um caminho maravilhoso e distante do que o seu pai é.

— Valeu, treinador. O senhor foi muito importante para mim. Tenho muito orgulho de ter servido no time. — eu o abraço.

— Eu que agradeço, Jimmy. Eu que agradeço.

Após duas semanas viajando, voltamos para casa com um lindo troféu. Sou recepcionado pela Sr. Watanabe, que está segurando um cartaz de boas-vindas. Eu abraço e aproveito para registrar o momento com uma selfie. Eu quero celebrar com meus amigos, mas antes preciso ir ao hospital visitar o Ethan.

— Querido, o Pastor Ward me ligou. Eles estão transferindo o Ethan de leito. Para evitar contaminações, a equipe médica restringiu as visitas. — ela informou pegando em meu ombro.

— Ele não vai receber visitas? — questiono.

— Não, querido. Mas os Ward's vão nos manter informados de qualquer alteração. Agora precisamos ir para casa, eu fiz churrasco. A Betty está nos esperando. Leve o seu amiguinho também. — pediu a Sra. Watanabe.

ETHAN

Eu pedi para não ver o Jimmy. Tenho um caminho a percorrer até me recuperar. Se ele me ama do jeito que eu penso, o tempo vai ser apenas um detalhe. A nossa conexão vai muito além da distância e obstáculos. Ou será que o Jimmy já tem outro? Meu Deus. Calma, Ethan. Relaxa e segue o fluxo.

No hospital, os médicos ficaram felizes com a minha recuperação. Infelizmente, ganhei uma grande cicatriz na barriga. No meu terceiro dia no hospital, um fisioterapeuta me visitou para uma avaliação, afinal, fiquei dois meses em coma e minhas articulações precisavam receber um estimulo.

Os meus pais se revezam para que eu não fique sozinho no quarto. Os dois mal conversam e o clima parece sempre carregado. Eu lembro do Sr. Robinson falar de uma amante do meu pai. O Pastor Ward, que sempre me criticou sobre o 'pecado' da homossexualidade foi taxado como adultéro pela comunidade cristã. Inclusive, ele perdeu a permissão para ministrar na congregação.

Em uma das noites, eu ouvi o meu pai falando com um antigo colega sobre voltar para o ramo da arquitetura. Antes de se dedicar a vida religiosa, o Sr. Ward era um renomado arquiteto, que trabalhava para uma grande firma em Nova York.

Já a mamãe voltou a corrigir livros para a editora. Eu sei que um dos motivos desses trabalhos é a conta do hospital. Eu não devo ficar preocupado, não é? Afinal, a culpa é deles. A culpa é deles e desse maldito preconceito.

Na segunda semana de recuperação, eu dei meus primeiros passos. O médico explicou que a sensibilidade nas pernas é normal para pessoas em coma profundo. Estou reaprendendo e superando todos os limites na esperança de encontrar o Jimmy. Será que ele está bem? A mamãe contou que ele está morando com a Sra. Watannabe e o pai dele vai responder todas as acusações na prisão.

Em uma noite de domingo, eu fiquei com sede e não havia ninguém no quarto. Juntei toda a força existente dentro de mim e resolvi pegar a água por conta própria. Peguei a minha bengala e projetei o meu corpo para fora da cama. No início, as pernas tremeram, porém, usei todas as técnicas que aprendi nas atividades com o fisioterapeuta.

Não existe nada mais saboroso de que uma água bem geladinha. Eu deixo o copo em cima do frigobar e tomo um susto quando vejo o meu pai parado em frente a porta. Ele entra e sorri para mim.

— Você já está tão independente, Ethan. — ele diz, enquanto deixa sua mochila em cima da mesa. — Nem parece mais aquele menino bochechudo e carente. Você amava abraços e beijos.

— Faz tempo isso, pai. — digo e vou andando na direção.

De surpresa, o papai se ajoelha na minha frente e começa a chorar. Seu choro é pesado e consigo ouvir algumas palavras desconexas, mas a principal é perdão.

— Me perdoa, Ethan. Você não me merece como pai. Eu fui um pai horrível e não te amei do jeito que deveria. — ele pede ainda de joelhos no chão.

— Pai...

— Deixa, Ethan. — fala a mamãe, entrando e fechando a porta. — Nós merecemos isso. Fomos pais horríveis e entendemos se você não quiser mais saber de nós.

— Mãe. — solto, mas não consegui dizer mais nada, pois as lágrimas não permitiram. — Desculpa, eu juro que tentei ser diferente, mas eu sou assim e...

— Não, querido. — minha mãe me abraçou e beijou meu rosto. — Você é perfeito desse jeito. Nós que pedimos desculpas por perceber isso tão tarde. Você sempre foi um filho bom. Nunca se meteu em confusão ou andou com más companhias. Perdoe, a sua mãe e seu pai.

— Eu te amo, filho. Quando eu te vi ali deitado no chão, — o meu pai levanta e toca no meu rosto. — eu senti uma raiva tão grande daquele desgraçado. Eu me vi no lugar dele. E eu não quero ser assim, Ethan. Eu não posso ser assim. — ele volta a atenção para a minha mãe. — Judy, por favor, deixa eu voltar para casa. Eu errei feio, mas juro que não significou nada.

— Phil, — mamãe pensa nas palavras com cuidado. — por favor, entenda. É muito complicado para mim. Eu mereço uma chance de me descobrir. O Ethan vai voltar para casa e preciso de ajuda. Você pode ficar no quarto de hospedes. — ela sugere.

JIMMY

Três semanas sem ver o Ethan. Os Wards o colocaram em uma ala diferente e não tenho acesso fácil. Até tentei ir ao hospital algumas vezes, mas não tive sucesso na missão de vê-lo. O que me resta é ajudar a Sra. Watanabe no café e os preparativos para a formatura. É tão injusto o meu namorado não se formar conosco.

Na escola, a Betty integrou o meu grupo junto a Trevor. Eu tenho certeza que eles estão se pegando. Eu dei a dica do porão da escola e já os flagrei entrando lá. Não tenho direito de reclamar, na realidade, eu torço por eles. De uma maneira disfuncional, e bastante estranha, esse casal funciona.

A minha casa antiga foi alugada para outra família. Espero que eles sejam felizes, algo que não pude ser. No meu quarto, encontro uma estressada Sra. Watanabe. Ela tem dificuldade para passar a beca de formatura.

— A senhora não precisa fazer isso...

— Deixa. — ela diz e usando um vaporizador no tecido. — É o meu segundo filho que vai se formar. — seu tom de orgulhoso me faz sorrir.

— Obrigado. — eu a abraço. — Obrigado por ser tão boa para mim.

— Eu não fiz mais que a minha obrigação, Jimmy. — a Sra. Watanabe deixa a roupa de lado e me abraça de volta. — Você merece toda a felicidade e amor do mundo. Estou muito orgulhosa do homem que você se tornou. Eu te amo, filho.

— Obrigado por tudo. — agradeci mais uma vez.

Eu não estou pronto para chamá-la de mãe, mas não posso deixar de pensar que a Sra. Watanabe é uma mãe para mim. Em todos esses anos, ela sempre esteve ao meu lado. Na realidade, a pessoa que deveria ter morrido era eu e não o filho dela. Alguém que recebeu o carinho materno a vida toda e saberia como agir nesses momentos.

Na escola, tudo gira em torno da formatura. Eu não tenho motivos para comemorar, tenho? A vida me tirou tanto. Por muitos anos, entrei em uma área nebulosa e as sombras foram as minhas únicas companhias. Agora, eu tenho amigos que me conhecem 100% e uma chance real de entrar na universidade.

O técnico Schmidt está em contato com alguns recrutadores que gostaram do meu desempenho no jogo final. Porém, o mais importante é saber a situação do Ethan. Por causa do meu pai, ele foi o mais prejudicado da história. Eu entendo se depois de tudo o que aconteceu, de alguma maneira, o Ethan não queira saber mais de mim.

Como sempre, um palco foi montado no jardim da escola. O clima está cooperando para que usemos as becas de formatura. Este ano, o comitê estudantil decidiu pela cor verde para representar a esperança. Infelizmente, não pude sentar perto do Trevor e da Betty, já que seguimos a ordem alfabética para receber o diploma.

O diretor faz um discurso infinito sobre responsabilidade e a importância de manter um bom caminho na vida. Cada um de nós, para chegar até aqui, enfrentou um medo e um obstáculo. Enfrentei vários e não sei até quando eles vão parar de vir. Fico tão perdido em meus pensamentos, que não vejo o diretor chamando o orador da turma, mas, ao invés do Gregory, a pessoa que sobe ao palco é o Ethan.

Como um reflexo, eu levanto, mas o meu colega me puxa de volta. Estou tão chocado que não luto contra ele, apenas obedeço. O Ethan continua debilitado e anda com a ajuda de muletas. Um dos professores o ajuda na caminhada até o púlpito. Olho para Betty e Trevor, os dois estão tão surpresos quanto eu.

— Boa tarde. — a voz de Ethan ecoa pelo sistema de som. — Eu sou Ethan Ward. O esquisito que entrou para está escola no início do ano. Eu não sabia que a minha vinda para Buffalo seria tão cheia de desafios. — ele continua com um semblante sereno, algo que me faz ficar emocionado. — Como todos viram no site da escola, eu sou gay. E por ser diferente, sempre tive que desviar dos mais diversos tipos de obstáculos. Hoje, eu só quero ser quem sou. Sem máscaras e longe das sombras que vivem dentro de mim. Graças aos professores, e as boas notas que tirei durante o ano, vou poder me formar com vocês. É uma honra estar aqui e vivo. O preconceito até tentou me silenciar, mas vão ter que fazer muito mais para me derrubar de vez.

Estou chorando. É a única coisa que consigo fazer. Eu me levanto e corro na direção do Ethan. Foda-se essa cerimônia. Com um pulo, subo no palco e abraço o meu namorado. Tenho certeza que o público está confuso e chocado, eu também estou.

— Você está aqui? — questiono, tocando o rosto dele, que chora.

— Sim, eu estou.

— Desculpa, desculpa por te meter nessa situação e...

— Cala boca e me beija. — ele me puxa e me dá um beijo.

Trevor começa a aplaudir e os outros também. Eu passei tanto tempo preocupado que a situação fugisse do meu controle. Agora, o meu coração está leve, pois sei que o Ethan não corre mais risco e se depender de mim nunca mais correrá. Em meus braços, o meu namoravo estará sempre seguro, isso é uma promessa para a vida.

O diretor nos dá um sermão e pede para deixarmos a cerimônia acontecer. Na ponta do palco, os Ward 's choram e aplaudem o filho. Será que parei em um multiverso? Eles decidiram apoiar o filho. A gente se aproxima e os dois abraçam o Ethan de maneira calorosa. Do nada, o Sr. Ward me puxa para o abraço.

Eu fico sem reação e começo a chorar. De repente, as preocupações e dúvidas somem dentro de mim. Estou leve e feliz. As coisas parecem que vão entrar no eixo para James Robinson.

ETHAN

Eu sou feliz? Sim, sou. Percebo isso ao acordar ao lado do homem mais bonito do universo. O Jimmy dorme profundamente. Seus traços suaves e relaxados parecem uma obra de arte. Ele passou o dia treinando o time de futebol da escola, então saio da cama para preparar o café da manhã.

Estamos morando em Nova York. Ele conseguiu uma bolsa de estudos na Faculdade de Berkeley, mas a condição era treinar o time de uma escola pública. Eu, por outro lado, estou empenhado em um curso de escrita criativa. Depois da formatura, entrei na lista de espera da Universidade Clarkson, que conta com um ótimo programa de artes.

O nosso apartamento fica no meio do caminho para as duas instituições. Foi um presente da Sra. Watanabe, que nos deu o dinheiro que seria para o Sato, o seu filho que morreu de maneira trágica. No início, o Jimmy não queria aceitar, mas a Sra. Watanabe sabe como desdobrar o filho do coração.

Os meus pais também ajudam da maneira que podem. O papai ganha mais dinheiro agora que se dedica para o escritório de arquitetura. Já a mamãe fechou diversos contratos para correção de livros. Os dois ainda estão fazendo terapia de casal para tentar uma aproximação, mas confesso que eles são mais felizes separados.

Antes de partirmos para Nova York, a mamãe fez a sua famosa caçarola para o Jimmy. Ainda acho estranho levar o meu namorado para casa, mas nada como o tempo para deixar tudo em seu lugar.

— Nem me acordou. — Jimmy me surpreendeu.

— Estou fazendo café, bebê. Você estava dormindo tão sereno, não quis te acordar. — disse, enquanto colocava a água quente na cafeteira. — Desculpa, eu sei que não é igual ao café servido pela sua mãe, mas vou superar

— Tudo bem. O idiota do Trevor me ligou. Ele e a Betty chegam hoje do Brasil. — Jimmy me abraça e beija a minha nuca. — Esses idiotas tiveram sorte de não serem presos.

— Eu falei que não era uma boa ideia a Betty e o Trevor soltos pelo mundo. — brinco.

— Com certeza. Eu vou tomar um banho, ok?

O Jimmy e eu. Que história construímos até aqui. Eu sei que ninguém vence na vida do nada. E nem acredito que vencemos, porque ainda faltam muitos obstáculos a completar. Só que com terapia e muito diálogo vamos avançando e excluindo qualquer rastro das sombras que nos perseguem.

Estou 100%? Não. Ainda sonho com o momento do tiro. Os olhos do pai do Jimmy. A forma como ele nos atacou. O desgraçado vai apodrecer na prisão, mas ele deixou estragos demais dentro de mim. A sorte é que tenho alguém forte e companheiro nesta jornada. Eu só quero ficar longe das sombras. Isso já é o suficiente para mim.

HÁ UMA ESCURIDÃO À FRENTE

VOU TE VER

ONDE A SOMBRA TERMINA

ATRAVESSE O DESERTO PARA SE ERGUER NOVAMENTE

VOU TE VER

ONDE A SOMBRA TERMINA

FIM

OIIIIIIIIIIIIII, TUDO BEM? VOU ESCREVER EM CAPS LOCK, POIS ESTOU FELIZ DEMAIS. SÓ PARA AVISAR QUE FINALIZEI MAIS UM LIVRO 'AMOR NO PARAÍSO'. O LANÇAMENTO VAI ACONTECER NO DIA 30 DE SETEMBRO, ÀS 20h. SEGUE A SINOPSE:

"Amor no Paraíso" é uma envolvente história que mergulha nas vidas de dois homens de mundos diferentes, cujos destinos se cruzam no cenário deslumbrante de Búzios, no Rio de Janeiro.

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Hugo, por outro lado, é um camareiro talentoso do Hotel Trajano. Nas horas vagas, ele é um skatista apaixonado, deslizando pelas ruas de Búzios em busca de adrenalina e liberdade. Apesar de suas habilidades e paixão, Hugo luta para escapar das limitações de sua vida atual e almeja uma chance de uma vida melhor.

Quando o destino coloca César e Hugo frente a frente, o que começa como um encontro casual se transforma em uma conexão profunda e surpreendente. À medida que compartilham suas esperanças, sonhos e desafios, eles descobrem um amor que transcende as barreiras sociais e as expectativas.

"Amor no Paraíso" é uma história cativante sobre a busca pelo amor verdadeiro, pela autenticidade e pela coragem de seguir o coração. Em meio às paisagens deslumbrantes de Búzios, César e Hugo encontram não apenas o paraíso, mas também um amor que desafia todas as convenções. Esta é uma narrativa emocionante de como duas almas aparentemente opostas podem encontrar harmonia e felicidade em um lugar onde o amor floresce.

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Comentários

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Chorando sem parar de emoção e alegria pelo casal. Amo seus contos e sua forma de escrever mas fico ansioso entre um capítulo e outro por isso aprendi que agora só leio suas histórias quando já estão completas e aí faço a maratona como fiz hoje. Parabéns e muito obrigado por mais esta pérola. Forte abraço.

PS. Já vi que o próximo conto acontece em Búzios e eu moro pertinho aqui em Araruama. Vou adorar ler.

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