Diabos! - O Morro das Anüir Peladonas

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1894 palavras
Data: 10/09/2023 10:09:13

Sabe quando você faz uma merda, daí vai corrigir e termina dando uma merda muito pior do que a cagada original?

Então, esse era um belo exemplo da multiplicação do rebosteio: buscando salvar as três celebridades zumbis que eu abandonei e que seriam devoradas com farofa pelas nativas da tribo das Anüir, eu acabei armando uma guerra entre estas criadoras do universo do Senhor dos Anéis e as terríveis guerreiras vikings Skjaldmö cuja líder era Lagertha,viúva de Ragnar Lothbrok.

Mardita merda, uma confusão dessas faria qualquer capeta dos infernos como eu sentir-se orgulhoso de sua obra, mas ocorre que eu havia fugido lá dos domínios de Satanás no intuito de regenerar-me e ganhar uma vaga no céu, logo, eu não estava indo exatamente nessa direção.

Também, o que eu podia fazer se o anjo Nathaniel havia nos resgatado das trevas só para depois nos abandonar naquela porra de ilha misteriosa do caralho?

O pior era que eu só precisava de uma distração para resgatar Sandry Júnior, Angel e Magrícia Proleta das nativas canibais, mas acabei fazendo fofoca com Lagertha e agora ela achava que as Anüir haviam dito que as vikings não eram de nada - e estava decida a tirar isso a limpo na base da porradaria.

Eu poderia ter inventado qualquer outra coisa, sei lá, uma epidemia de piolho ou um surto de herpes bucal, mas fui justamente indispor os dois clãs mais selvagens dali um contra o outro.

Agora, enquanto as duas hordas estavam cara a cara gritando barbaridades, as vikings de Lagertha com seus escudos, espadas e bundas grandes de um lado e as Anüir da jovem Mooana peladas, com paus, pedras e suas músicas horríveis do outro, as duas líderes se desafiavam mutuamente.

- Aê, sua favelada de merda, cai dentro se tu é mulher de verdade! Vocês ficam aí com suas musiquinhas desafinadas e vêm falar mal da gente? Vai tomar no olho do seu cú!

- Ih, gente, olha só! A loirinha desensabrida tá se achando toda! Minha filha, aqui é boca de zero-nove, nós criamos o universo da terra média, tá ligada? Vai você dar essa sua bunda gorda no mato, ô loira pintada!

- Não fala da minha bunda não, porra! Tá achando que só porque é magrinha você é melhor que eu? Pois fique sabendo que macho de verdade gosta é de carne, sua piranha!

- Piranha é você, putinha de beira de estrada! Nós somos as deusas de Tolkien, olha o respeito aê, caralho!

- Nós não conhecemos essa merda de Tolkien nem a bosta dessa sua terra média! Você só fala isso para se mostrar, tudo conversinha mole! Nós vikings sim é que somos foda, conquistamos a inglaterra e botamos o maior terror nos reinos do velho continente!

- Inglaterra? Velho continente? Pois então vocês deviam era voltar pra lá, porque aqui nessa ilha quem manda é a gente há mais de duzentos mil anos, sacou? Aqui é Anüir, porra!

- Duzentos mil anos? AÍ meninas, hoje nós vamos baixar o cacete nesse bando de véia fugida do asilo! Cês tão fudida na mão da gente, tá entendendo ô mistura de Elza Soares com Dercy Gonçalves?

- Tá falando o quê, bicha? Tá me chamando de velha? É isso? Vê se te enxerga, ô loira do silicone! Fez tua plástica lá em Bangú Oito e fica se achando gostosa!

- Ô baranga, plástica é o que tu vai fazer depois que levar um sacode das minhas guerreiras! Nóis é sinistra! Nóis é cascuda! Nóis é as guerreiras Skjaldmö, tá ligada?

Enquanto elas entabulavam essa negociação diplomática delicada prévia à batalha, esgueirei-me sorrateiramente pelo mato e entrei na aldeia pelos fundos, procurando pelo barraco onde se recuperavam da zumbizicie minha três celebridades, a razão pela qual provoquei toda aquela baixaria.

No fim das contas, a mulherada ia cair de pau mesmo, então só o que eu poderia fazer era aproveitar e levar meu plano de resgate adiante entrando na surdina. Quando finalmente encontrei o local, quase caí de bunda no chão: as três celebridades estavam recuperadas, mais gostosas do que nunca!

Enquanto o clima esquentava lá fora, elas estavam ali, seminuas e alheias à tudo, apenas conversando sobre dicas de maquiagem e a coleção de inverno da Gucci, enquanto faziam pé e mão uma da outra. Confesso que, depois de passar um mês fodendo com as vikings, eu até sentia saudades daquela aparente fragilidade feminina.

A primeira reação das três quando viram minha nova pele com cara de Rambo e corpo de Ronaldinho Gorducho foi uma longa e sonora gargalhada. Depois de uns dez minutos, quando a crise histérica de riso passou, eu consegui explicar-lhes que o pau ia comer lá fora e que necessitávamos fugir dali antes que elas virassem paçoca.

Foi aí que eu lembrei porque odiava tanto as celebridades…

Sandry Júnior exigia um modelito todo trabalhado em peles de alpaca, de preferência do Herchcovitch, para assistir à pancadaria e torcer pelas vikings vestida à caráter.

Angel dizia que só sairia do barraco depois que eu me certificasse de que não haviam paparazzis à espreita na mata, porque ela já havia tido diversos problemas com isso e eles nunca pagavam cachê pelas fotos.

Já a Magrícia Proleta queria ver o pau torando desde um camarote de cinquenta convidados, com buffet de frutas orgânicas, uma roda de samba e patrocínio da Brahma Chopp.

Porra, onde é que eu ia arranjar tudo isso, assim, em cima da hora? E quem caralho toma Brahma Chopp?

Exercitei toda a minha experiência de negociador adquirida com os sindicatos quando eu estava vivo, trabalhando como gerente de infra-estrutura e tendo que postergar o pagamento do pessoal da obra.

No final, arrumei umas folhinhas de palmeira para a Sandry se tapar, convenci a Angel a sair escondida atrás de mim e dei dois bambus para a Magrícia fazer uma perna de pau - pelos menos assim ela podia assistir do alto, já que não tinha camarote.

Já havia se passado quase uma hora desde que eu saíra e a troca de gentilezas continuava entre os dois grupos, num debate cada vez mais acalorado. Os ânimos estavam acirrados e qualquer descuido terminaria no tão temido derramamento de sangue entre a mulherada.

- Ô sua barraqueira, vai dar a xereca na feira minha filha! Vê se arranja um macho disposto a meter nessa tua buceta de índia subnutrida!

- Você tá é com inveja porque eu sou magrinha e gostosa, sua gorda escrota! Aposto que essa tua boca suja já lambeu foi muita porra do chão, cadela do Valhalla!

- Ô subdesenvolvida, quem gosta de osso é cachorro! Aposto que tu não arrumava uma rola nem se oferecesse o cú de graça na zona!

- Tá falando da zona onde a sua mãe deu a bunda até você nascer? É bem capaz que eu não arranjasse nada lá mesmo, porque a vaca da sua mãe queria todas as picas só pra ela!

- Não mete Freya no meio dessa baixaria não, ô arrombada! Quero ver você ficar falando merda depois que eu enfiar minha espada comprida no teu rabo!

- Espada comprida é o caralho! Saiba você que eu tenho um macho muito melhor que essa coisinha aí sua! Eu deito é com um capeta, tá ligada? O senhor das trevas, o lorde supremo da sacanagem, um demônio foragido do inferno!

- Êpa, peraí… Cê ta falando do capeta? Aquele que fugiu do inferno? O do pauzão delícia? Teu porra nenhuma, sua biscate, o capeta é meu!

- Seu? Como assim seu? O capeta chegou nessa ilha aqui na aldeia, ele é meu, está entendendo? Meu!

- Seu é a puta que te pariu, projeto de Pocahontas! O capeta é meu! Tem mais de um mês que ele tá comendo a gente lá na praia da Ilha da Fantasia!

- Um mês? Como assim? Se ele ficou uma semana aqui só na base da pinga com baseado, me enrabando todas as noites?

- Te enrabando? O capeta? Peraí… Onde é que está esse filho de uma porca?

- É, cadê o capeta?

Fudeu. Eu agora estava escondido no mato com as três celebridades e via a merda ser jogada no meu ventilador em velocidade máxima. Essas mulheres estavam descobrindo as minhas artimanhas e agora quem estava na boca do povo era eu - e, se eu vacilasse, muito em breve estaria apanhando de umas trezentas mulheres ao mesmo tempo!

Eu só não comecei a rezar pela minha pele porque, primeiro, minha pele não era minha, e segundo, eu não conseguia rezar sendo um capeta - isso é algo antinatural, é como um crente bebendo cachaça e cuspindo na bíblia, só que às avessas, dá para entender?

A mulherada se irritou mais ainda quando descobriram que aquela merda toda fora inventada por mim na base da fofoca, as Anüir nem sabiam quem eram as vikings e muito menos tinham chamado elas de “arregonas covardes.”

Saíram todas vasculhando a aldeia e seus arredores, elas fatalmente me descobririam com as celebridades no mato, as vikings iam tirar o meu couro e as Anüir iam fritá-lo e comer com farinha.

Mardita merda, onde é que eu fui me meter, tudo só porque quis fazer uma boa ação e salvar a Sandry, a Angel e a Magrícia!

Eu me encolhi atrás de uma moita, mas aí o impensável aconteceu: as três celebridades, lembrando-se da surra de pica que lhes apliquei no inferno e que as deixou como zumbis gostosinhas, resolveram se vingar, gritando: “Ei! galera! O capeta tá aqui! O filha da mãe tá aqui, ó! Lincha! Lincha!” - Vejam só como é a morte, eu pensando em salvá-las de um final trágico e as minas querendo me fuder…

Eu fui logo descoberto, preso e levado aos safanões até o centro da aldeia, onde tive meu pau preso com um cinto de castidade e fiquei amarrado enquanto os dois clãs negociavam o meu castigo.

Cortar o meu pau? Cortar minha cabeça? Cortar o meu pau e a minha cabeça? Para minha sorte, as duas culturas eram muito diferentes e era difícil chegarem a um acordo que satisfizesse a todas.

Já anoitecia e as estrelas apareciam no céu da porra da ilha misteriosa quando por fim chegaram a um consenso: Eu sera cortado ao meio e cada tribo ficava com uma metade para sacanear do jeito que bem entendesse, mas antes eu seria açoitado, arrastado por um cavalo e enrabado pelo Kring-Krong - porra, tinham que meter o Kring-Krong no meio? Ele já estava fora dessa história havia uns quatro capítulos!

As tochas ardiam para iluminar a escuridão à minha volta, havia centenas de mulheres com sangue nos olhos desejando vingança, eu seria torturado, morto de novo e torturado de novo - e isso me preocupava, pois criaria um looping que talvez durasse toda a eternidade sendo castigado por aquelas fêmeas insaciáveis!

Nesse exato momento, justo quando elas já vinham em minha direção para executar seus planos diabólicos, um estrondo se ouviu e um clarão desceu dos céus como um raio fuderoso bem diante de mim.

Caralho caralhudo! Era Nathaniel, meu salvador! O Anjo Fogoso, alto loiro e prateado, fez a mulherada suspirar e molhar as calcinhas com sua entrada triunfal e avassaladora. Com um ar furioso, gritou com sua voz poderosa: “Que porra é essa? Que merda está acontecendo aqui no purgatório?”

Purgatório? Então, essa merda de Ilha misteriosa era o purgatório?

Ah, bem… Fazia sentido!

FIM DA TERCEIRA TEMPORADA!

Nota: Confira os capítulos ilustrados da “Saga Diabos!” em mrbayoux.wordpress.com

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