Diabos! - Chifrando a Mim Mesmo?

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1935 palavras
Data: 02/07/2023 13:42:26

O caso 001, minha primeira missão no setor de luxúria ficaria para sempre marcado em minha memória.

Depois de tantos anos praticando como foder e ser fodido no treinamento dos infernos, finalmente consegui o famigerado título de capeta e estava decidido a botar para ferver na terra.

Se dependesse de mim, o inferno iria ficar abarrotado com as almas perdidas que eu desencaminharia - e, de quebra, Aélis, minha demônia chefa poderosona, ia rachar de tanto dar o furico para mim em agradecimento à minha eficiência diabólica!

Voltando ao número 001, segundo a ficha seria uma loira regular, peitos maneiros e estatura mediana, uns quarenta anos de idade. Fora os peitos, nada muito especial, bunda normal e buceta de lábios finos depilada, só com um triângulo de pêlos logo acima do grelo.

Por incrível que pareça, essas informações eram as únicas que contavam do arquivo - o que dava uma bela dica de porque o inferno ia tão mal em arregimentar novos seguidores.

Fiquei pensativo: sabe quando diziam para a gente se comportar porque o cara lá de cima era onipresente e via tudo o que fazíamos? Bem, o cara lá de cima eu não sei, mas o de lá de baixo estava fazendo um péssimo trabalho!

O serviço secreto de Satanás era tão ruim que a ficha do caso se preocupava mais em descrever a buceta da loira coroa do que explicar seus atos possivelmente pecaminosos.

Quanto a isso, eu estava super curioso para descobrir: O que encontraria nessa missão? Traição, adultério e cornice? Incesto cruzado de primero ou segundo grau? Ninfomania e corrupção de inocentes? Um lesbianismozinho básico?

Outra coisa que só fazia aumentar minha ansiedade: essa era a primeira vez que eu voltaria à terra e estaria no meio dos vivos depois de mais de dez anos morando no inferno!

Como estariam as coisas por lá? Será que daria tempo de visitar algum conhecido? E se eu conseguisse dar uma escapadinha, só para ver minha viúva?

Sim, eu comi gente para caralho no inferno, mas confesso que ainda sentia aquela dorzinha no peito por haver deixado minha esposa sozinha - afinal, depois de toda uma vida desejando-a, eu finalmente consegui casar com ela já na meia idade, mas morri logo no primeiro ano do casamento, então, eu seguia querendo-a mesmo desde o aquém do além.

Ok, primeiro a obrigação, depois a diversão.

Eu precisava me concentrar na loira do 001. Resolvi fazer a investigação preliminar incógnito, ou seja, iria sem uniforme, usando apenas o meu não-corpo invisível. Isso me daria a vantagem de observar tudo sem ser notado, eu podia até mesmo entrar no banheiro e ficar em pé tocando punheta na frente da mulher que ela sequer me notaria.

Por outro lado, o não-corpo era intangível e, por isso, não permitiria interação nenhuma com a pessoa viva, caso fosse necessário agir para dar aquele “empurrãozinho” amigo na dona para colocá-la na direção correta dos quintos dos infernos.

Mal cheguei na terra e fiquei de cara: em todo esse tempo, nada havia mudado!

Pelo visto, o tempo no inferno não corria no mesmo ritmo do tempo na terra. Tudo estava igualzinho a quando eu parti, como se fosse ontem, apesar de toda aquela eternidade que passei no treinamento de capeta!

Nem alisei o endereço na ficha do caso 001 e fiquei mais de cara ainda quando cheguei: era a capela de um crematório.

Isso mesmo, eu iria atentar uma dona loira num lugar meio sagrado, eu sei, parece sacanagem, mas afinal eu era um capeta e essa era minha função de existencial!

Porra, fui entrando no salão e avistei a dona loira meio sozinha, à distância. Meu sangue gelou no ato, ela estava ao lado de um caixão e só aí me dei conta: aquilo era um velório!

Pior ainda, não era qualquer velório, nem qualquer loira… Caralho caralhudo, o inferno estava me sacaneando de novo: o morto no caixão era eu e o tal caso 001 era a minha viúva!

Isso não podia ser verdade, devia haver alguma regra infernal contra você ser mandado para atentar um parente, sei lá, mas eu tentei repassar as mais de vinte mil e quinhentas cláusulas inculcadas por Aélis na minha cabeça e não achei nadinha dito pela diaba chefa referente a essa situação esdrúxula.

Mardita merda, se capetas pudessem rezar, eu desfiaria uma novena para minha viúva se comportar bem e eu não ter que condenar minha própria mulher ao inferno.

Daí estávamos ali, a capelinha vazia, minha viúva, eu e o meu corpo no caixão, quando alguns convidados começaram a aparecer.

Um em especial parecia muito triste, o cara meio chorava meio soluçava, minha viúva o abraçou para oferecer consolo. Quando pude ver seu rosto me enternecí, apesar de eu ser um capeta: era o Mano, um brother da vida toda, meu melhor amigo - o mesmo que eu enrabei a ex-esposa depois deles se divorciarem.

Me arrependi de não ter vindo com uma pele daquelas dos uniformes do inferno que me tornasse tangível, eu poderia estar ali, consolando a minha viúva e o Mano, ia ser legal me despedir dos dois.

Mas mesmo assim foi bom vê-los apoiando um ao outro, ele sempre do ladinho dela, apoiando a cabeça em seu ombro, cochichando no seu ouvido, passando a mão em sua bundinha…

Ôpa, peraí… Mas que porra a mão do Mano fazia apertando a bunda da minha viúva?

Caralho caralhudo, o Mano estava se aproveitando daquele momento de fragilidade da minha viúva para tirar uma casquinha dela! Safado!

Ah não, isso não, eu iria me vingar, ia colocar isso no relatório e o cara iria parar no inferno, igualzinho a mim!

Tá certo, eu comi a ex-mulher dele, tinha o maior tesão naquela raba e passei uns meses me acabando atrás dela, mas o cara passar a mão na minha viúva, no meu próprio velório, com o meu corpo duro e ainda morno, ali estiradão na frente dele, porra, era muita sacanagem!

Ok, se isso era o fim da picada, o pior ainda estava por vir…

Depois de uma rápida cerimônia quase muda que mais parecia aquele “minuto de silêncio" antes de uma partida de futebol, os convidados foram se retirando, o caixão foi sendo levado até os fornos de cremação e minha viúva ficou com meu melhor amigo esperando para levarem minhas cinzas embora.

Sem ninguém por perto, a coisa entre eles começou a esquentar, para meu desespero.

O Mano agora beijava o pescoço da minha mulher, passava a mão no seu corpinho sarado de viúva gostosa e sussurrava no seu ouvido: “Vem querida, vamos nos libertar dessa saudade, deixa eu afogar minha tristeza em você, apoia sua cabecinha no pau e chora!”

Ok, essa referência brega a uma música sertaneja era bem a cara do meu melhor amigo e eu quase ri ao ouvi-la, só não o fiz porque ele estava falando para a mulher que eu ainda amava.

Na capelinha do crematório, enquanto meus restos mortais ardiam em chamas, minha viúva começou a abrir a calça do Mano e a punhetar o safado.

Ele abria os botões de sua blusa e afundava a cara naquele par de seios que ela havia prometido serem só meus até que a morte nos separasse - e o problema estava exatamente aí: o que eles faziam podia ser o maior descaramento, mas não era nenhum pecado, porque a morte efetivamente havia nos separado para sempre!

Eu tentei várias vezes ejetar minha presença etérea daquela situação, mas a porra do botão mental não funcionou.

Fui praticamente obrigado a assistir como o Mano tirou a calcinha preta de rendinhas dela, a pôs inclinada sobre a mesa e se agachou por trás, enfiando o rosto entre aquele par de nádegas, chupando com voracidade aquela tão querida bucetinha que antes era só minha.

Minha viúva gemia e rebolava na cara do cretino, suspirando e dizendo que “amigo era para essas coisas.”

Eu sei que ela não me devia mais nada, mas precisava gostar tanto assim daquela chupada? Porra, chupada era a minha praia, sempre foi a minha especialidade!

Quando o Mano se colocou de pé e começou a pincelar a rola no traseiro da minha viúva, a minha agonia chegou ao extremo: eu já era um capeta formado, mas agora iria ganhar um belo par de chifres!

Um fogo começou a queimar dentro de mim, era ódio, era tesão, medo e indignação, tudo isso junto e misturado.

Nem sei como fiz, tive um ímpeto de empurrar o Mano e tirá-lo de trás da minha viúva, corri em sua direção para jogá-lo ao chão e, quando vi, havia entrado dentro do cara: eu possuí o corpo do meu melhor amigo justo quando ele iria começar a meter na minha ex-mulher!

Era estranho estar ali, sentia aquele físico do Mano como se fosse uma das peles uniforme padrão do inferno, era eu e não era eu ao mesmo tempo, parecia que estávamos os dois ali, juntos, comendo minha viúva.

Segurei seus quadris largos com as duas mãos, empurrei minha cintura para frente enquanto puxava seu quadril para trás e comecei a martelar como a britadeira do coelhinho duracell ligado em duzentos e vinte volts.

Havia mais de dez anos que eu queimava no inferno querendo comer minha viúva uma última vez e agora, graças ao meu Mano, eu tinha essa oportunidade.

Sinceramente? Aprontar com meu Mano era bom; comer minha ex-mulher era muito bom; mas, aprontar com meu mano e comendo minha ex-mulher ao mesmo tempo, ah, isso não tinha preço!

Gozarmos os três, com minha viúva alegando que aquela havia sido a melhor trepada da sua vida - e eu pensando que foi a melhor trepada da minha morte.

Eu abandonei o corpo do Mano e deixei eles se arrumarem, justo a tempo de entrar um cara na capelinha carregando num potinho as cinzas do que um dia fui eu.

Minha viúva recebeu meus restos mortais, colocou no sovaco, pegou a mão do Mano e disse que estava a fim de tomar umas no boteco.

Eu fiquei ali, com cara de idiota, mas também me sentindo aliviado: quando você morre, é bom saber que as pessoas que você gosta ficaram bem.

Foi num misto de saudade e preocupação que eu voltei para o inferno.

Eu devia escrever um relatório para Aélis e sabia que ela esperava que eu sacaneasse minha ex-mulher, condenando-a ao inferno por ter trepado com o meu melhor amigo enquanto eu virava churrasquinho no crematório, mas eu não conseguiria fazê-lo.

Mardita merda, que diferença fazia? Eu estava morto, eles que trespassem o quanto quisessem!

Mal entrei na sala da chefa da repartição do setor de luxúria, Aélis olhou pra mim com cara de quem já sabia de tudo, levantando uma das sobrancelhas e deixando escapar um sorrisinho sacana no canto dos lábios carnudos.

“Ei capeta, parabéns! Você agora entendeu que sua vida anterior acabou de vez! Sabe que razão de termos enviado você ao seu próprio velório era essa, não é? Ah, sim, de quebra, você também já aprendeu a possuir os vivos! Tô chocada, tem muito diabo milenar por aí que nunca conseguiu!” - ela disse.

Depois de esclarecer estes pontos, me estendeu uma nova pastinha. Na frente, podia-se ler “Caso 369”.

Este era meu novo caso, o qual eu deveria investigar e garantir, segundo as palavras de Aélis, que houvesse ao menos uma nova condenação por luxúria.

Agora era realmente para valer, eu era um capeta e devia justificar todos os anos que o inferno investiu no meu treinamento, arregimentando uma alminha que fosse para as nossas fileiras.

Nota: Confira os capítulos ilustrados da “Saga Diabos!” em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Kkkkk Esse lance de transformar o inferno em um gigante corporativo foi uma tirada dos Caraí. Só por isso já merecia o Nobel. Fora a comicidade que - como já disse várias vezes - é show e marca registrada do autor. Não lembro de ter lido sobre como a personagem morreu. Foi em qual parte da saga?.

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Oi Treinador! Falando em comicidade, a tua série do Ogro também é hilária! O personagem fala sobre sua morte no primeiro conto dessa saga: “Bem Vindo ao Inferno!”

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Kkkkk

Porra mesmo se fudendo esse capeta se dá bem.

Tá levando o ditado da Aélis a sério, como é mesmo "Se o inferno te der um limão pega e enfia no cú dele" você não disse com essas palavras, mais esse é o sentido da coisa! Kkkkk

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É um clássico, Morfeus: o personagem sempre se fode e depois termina dando a volta por cima, kkkk

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