Minhas férias estava acabando e eu não tinha feito nada que não fosse da igreja ou para a igreja, Isaac continuava tentando se aproximar nos ensaios ou insistindo em me levar junto toda vez que os jovens se reuniam para um lanche, parei de negar por que assim pelo menos podia fazer algo que não tivesse sido pedido pelo pastor.
Já havia desistido de fazer algo de bom durante minhas férias quando surgiu uma oportunidade, só foi uma pena que essa oportunidade veio do único lugar que não queria, Isaac falava para o pastor sobre um fim de semana que ele passaria com a família em uma casa de praia deles, era uma espécie de costume deles, sempre no último fim de semana de férias ir a praia e era normal levar os amigos.
Meu pai relutou bastante mesmo sendo um pedido do senhor perfeito, o pastor era contra qualquer forma de diversão sem sua supervisão quando se tratava do seu filho, foi preciso minha madrasta interceder para que meu pai enfim permitisse, obviamente com uma bíblia de regras que teria que seguir, mesmo assim talvez fosse bom poder dar um tempo deles, me afastar do meu pai era tudo que mais queria na vida, senhor perfeito conversava comigo no meu quarto enquanto fazia minha mala.
— Você vai amar a casa, sério, tem uma piscina e fica bem na praia mesmo. — Parecia uma criança empolgada.
— Vocês sempre alugam a mesma casa? — perguntei.
— Não cara, a casa é nossa, minha mãe sempre quis morar na praia, mas com o trabalho do pai a gente só vai algumas vezes por ano pra lá.
— Entendi, tem certeza que não existem problemas para eu ir? — Queria ter certeza que estava tudo bem.
— Claro que não, Gabriel e Raabe vão também. — Confessor que não me animou a informação de Raabe ir também, mas nada podia ser feito.
O carro do senhor Marcus era bem grande, mas como haviam me convidado estávamos com um problema de lotação, ao que a solução foi Raabe ir no colo do senhor perfeito, achei um absurdo, mas ninguém além de mim viu problema nisso, ele não parecia entender que isso poderia reforçar ainda mais a paixonite que ela sentia por ele, Isaac só poderia está se fazendo de sonso.
A viagem foi longa e cansativa, queria pular do carro em movimento a voz da Raabe me dava uma raiva que nem sabia que era possível sentir, meu ranço por essa menina estava no limite mais um pouco e não conseguia mais disfarçar, já estava para fazer uma oração pedindo que chegássemos logo nessa praia, fizemos uma parada para esticar as pernas e Isaac parecia super animado, não resisti e quando me dei conta estava lá alfinetando ele sem que os outros nos ouvisse.
— Parece que o namoro vai enfim acontecer. — Falei com muito deboche.
— Que namoro. — Odiava quando ele se fazia de sonso.
— A Raabe no seu colo a viagem toda, vai chegar lá grávida desse jeito. — Meu ranço por ele era transparente nessa conversa.
— Cada uma, Jonas, a gente é amigo e nada além disso, mas se você quiser ir no meu colo no lugar dela. — Disse isso rindo da cara que eu fiz.
Fiquei muito sem saber o que dizer com sua resposta, desconversei e me afastei dele, o infeliz morria de rir da minha reação exagerada, voltamos para a estrada e agradeci muito por Gabriel está entre a gente.
Numa coisa Isaac não mentiu a casa era mesmo linda, o quintal dava para a praia e a piscina era enorme, a casa era duplex, em cima ficavam dois quartos e tinha mais um quarto em baixo, o caseiro havia preparado tudo para nossa chegada, já passava das duas da tarde, teríamos o fim do dia, o sábado e voltaríamos no domingo depois do almoço, o quarto principal tinha uma varanda que dava para a praia e era dos pais dele, o outro quarto em cima era o dele.
Raabe ficou sozinha no quarto de baixo, afinal nunca que os pais dele iriam deixar ela dormir com o senhor perfeito e respeitador, enquanto a gente dormiria no quarto dele, no caso, Gabriel, ele e eu, seu quarto contava com uma cama de casal e uma rede, antes que eu pudesse dizer que ficaria na rede Gabriel se acusou alegando não gostar de dormir de cama e segundo dele o ar condicionado pegava bem em cima da cama e ele tinha rinite alérgica.
Deixei minhas coisas no quarto e fui me trocar no banheiro, depois fui encontrá los na piscina, Raabe usava um maiô com um short bem recatada, Gabriel parecia ter problemas com o corpo porque mesmo no calor ele estava com blusa e bermuda, eu coloquei uma bermuda para tomar banho de piscina, Isaac era o único que não havia descido ainda.
Estou aproveitando a água quando ouço sua voz, assim que o vejo meu coração acelera, Isaac está de sunga preta, sua pernas são grossas, seu peitoral é lindo sua pele, tudo dele é perfeito, meus olhos me traem e olho para sua mala, tenho que mergulhar para tentar me acalmar e evitar uma ereção a todo custo, ele senta na borda com suas pernas bem abertas, parece querer me provocar e a pior parte é que ele consegue, evito contato visual com ele a todo momento.
Seu corpo parece esculpido, ele é ainda mais gostoso do que eu imaginava durante minhas sessões de punheta em que se tornaram frequentes depois da primeira vez, infelizmente não era o único a babar por ele, Raabe se jogava a todo instante, começava a me arrepender de ter aceitado esse convite, não parava de pensar que teria sido melhor instigar meu pai a não deixar que eu vinhe-se, era melhor que passar por isso, ver o quando irritante poderia ser ela tratando ele como se eles namorassem, para os pais dele a ideia era perfeita, para mim era um pesadelo.
Quando a noite começou a cair, saímos para jantar em um restaurante e voltamos para casa, por sermos todos da igreja não tinha mais muito que fazer a noite, então tive a ideia de vermos um filme, ficamos até tarde na sala vendo um filme de ação, para minha sorte ela foi a primeira ir dormir pois estava muito cansada, estava frio e todos usávamos camisa de manga longa, agradeci a deus por isso, pois era mais fácil me manter concentrado quando Isaac estava com muito pano sobre ele.
Quando o filme acabou fomos para o quarto, meu corpo tremia inteiro por causa do frio e do nervosismo de dormir com ele na cama.
— Gente vou dormir na sala, não vou aguentar esse frio não. — Disse o Gabriel.
— Cê que sabe irmão. — Disse Isaac.
Eles foram para a sala, Isaac foi para ajudar Gabriel a se acomodar por lá, eu fiquei deitado na cama duro feito pedra, parecia uma estátua, com muito receio de ter que dormir sozinho e na mesma cama que ele, uma parte de mim estourava de tesão e a outra me odiava por isso, precisava suprimir esse meu lado, não poderia estragar tudo e ser descoberto, quando ele voltou desligou a luz e tirou a camiseta — filha da puta — pensei ele quer mesmo acabar comigo.
— Você vai dormir sem camisa nesse frio? — Perguntei incrédulo.
— Sou acostumado, na verdade eu gosto de dormir de cueca, mas como você está aqui. — Respondeu com muita naturalidade.
— Ah mais se a Raabe estivesse aqui você dormiria até nu. — Não pensei só falei.
Ele se deitou e se virou de frente pra mim, o quarto estava escuro a única iluminação que entrava era pela janela, o via parcialmente.
— Quantas vezes tenho que te dizer que não tenho nada com ela. — Me disse com sua voz serena.
— Não ligo se tiver, não é problema meu. — Fui ríspido.
— Pois parece que liga sim, até me parece que está com ciumes. — Falou rindo de mim.
— Ah claro, o senhor perfeito está acostumado a ter todos idolatrando sua ilustre pessoa, fique você sabendo que não me importo com você e nem te vejo com um anjo perfeito que nem todo mundo. — Descarreguei toda minha frustração nele e me arrependi em seguida.
— Não sou perfeito como você vive me chamando. — Me respondeu serio.
— Como sabe que vivo te chamando assim?
— Jonas, você não é tão discreto quanto pensa e realmente não sou perfeito, um cara perfeito não faria o que quero fazer. — Disse olhando nos meus olhos.
— E que pecado o grande senhor perfeito poderia está cogitando cometer? — Tente quebra a tensão que se formava.
— Esse.
Isaac se aproximou e encostou seus lábios nos meus, meu mundo parou e só consegui fazer uma coisa que foi retribuir.
