Poucas vezes chorei tanto na minha vida como chorei no aeroporto me despedindo do Di, mesmo o pai dele não estando muito satisfeito, essa foi uma das condições que meu namorado impõem para viajar, o pai dele não gostou, mas cedeu, pelo que Di me disse o pai dele, achava que eu estava transformando o filho dele, então se ele nos separasse Di iria magicamente voltar a comer muitas mulheres no Recife, não vou mentir que meu ciumes gritava sempre que eu pensava nisso, pois mesmo mínima ainda existia uma chance de Di se interessar por uma mulher por lá ou ainda pior, ele poderia se interessar por outro cara, eu morreria com toda certeza se ele me ligasse falando que tinha outra pessoa, mas não queria pensar assim então afastei esse pensamento maldito da cabeça.
Prometemos nos falar todos os dias, e o seu Romário quase infartou quando Di me deu um beijo de despedida ali, no embarque na frente de quem quisesse ver, Di entrou no avião e junto com ele levou uma parte de mim, nas semanas que se passaram a gente se falava todo santo dia, normalmente a noite onde ficávamos horas conversando, ele me dizia que seu pai estava aceitando porque uma de suas tias estava tentando abrir a mente do cara, ele me disse que estava mesmo muito preocupado com a saúde da avó que não parecia ter melhorado com os tratamentos, a saudade estava nos matando, não era a mesma coisa ficar com ele horas no facetime e não poder sentir seu corpo, Di era meu vício e eu estava em abstinência, queria seu cheiro, seu abraço, sua boca na minha, se não fossem por Lucas e Ryan eu nem estaria saindo de casa, claro que ainda ia para escola, mas todo o resto parecia sem sentido sem o Di aqui e por mais que ele tentasse se manter firme nas ligações Lucas já havia me dito que Di estava na mesma que eu.
Precisava dele, mas do que imaginei que iria precisar, mas tive que aprender a viver sem ele por perto, meu ciúmes ia a milhão, sempre que eu vi alguma menina comentando algo ou curtindo fotos dele com isso veio as brigas, Di já estava fora a dois meses e a gente brigava muito por causa do meu ciumes, eu confiava nele, mas odiava as pessoas dando em cima dele, às vezes ficávamos um dia sem se falar, mas sempre um de nós dava o braço a torcer, e ligava se desculpando, a distância era muito difícil, uma das nossas piores brigas foi quando eu disse para ele que se ele quisesse ficar com alguém por lá ele poderia, eu só não queria ficar sabendo, eu pensava que se ele não se sentisse preso ele não iria querer ir embora, ele claro ficou muito puto comigo, brigamos feio e foi o maior tempo que passamos sem nos falar, tinha medo todos os dias dele me ligar falando que achava melhor terminar, mas quando ele ligou foi para gente conversar sobre como nos sentíamos e terminamos a conversa com juras de amor.
Já era semana do meu aniversário e eu estava empolgado mas ao mesmo tempo triste, não via o Di pessoalmente a muitos meses e o único presente que eu realmente queria era ele comigo, mas não ia rolar, o pai dele nunca daria dinheiro para ele vim me ver, agora o desgraçado estava aceitando o filho, porém achava melhor o filho namorar alguém de Recife, porque dizia que eu estava traindo o Di, fiquei muito bravo com o pai dele de verdade, fiquei tão puto que Ryan e os outros me obrigaram a organizar uma festa de aniversario, Jaque ajudou também e ai do nada tínhamos uma casa de praia de um amiga da Jaque, que nos cedeu entroca dela ser marmita do Ryan e a Su, os dois safados como são aceitaram na hora, até porque a relação dos dois era aberta, ai não deu outro chamamos geral e o circo estava armado, eu nunca fui de beber, mais quando o Di me ligou mais cedo falando que não ia poder me ligar a noite porque tinha um compromisso muito importante eu fiquei muito puto com ele e resolvi chapar meu coco das ideias, ou seja beber até cair, ele não estaria nem em video durante meus parabéns, o que poderia ser mais importante que isso, não sei, só sei que bebi bastante, mas antes que eu pudesse ficar bêbado vejo meu pesadelo desfilando pela festa, fiquei muito puto com a cara do pau do Zé de aparecer, nossos aniversários eram em dias próximos, porém eu não iria comemorar com ele como fazíamos antes, mesmo assim por insistência da Jaque que disse que ele só queria pedir desculpa.
Zé: Todos os anos a gente comemora junto né.
Eu: Não lembro de ter te chamado esse ano. (não consegue ser simpático)
Zé: Ah pára com isso cara, o Di foi embora, ele te deixou eu estava certo.
Eu: Zé em primeiro lugar o Diego não me deixou, em segundo lugar se você não quiser que eu peça aos caras para te tirar daqui é melhor parar com essa conversa.
Zé: Desculpa, é que eu pensei que a gente poderia recomeçar.
Eu: Eu estou com o Di, Zé mesmo que eu não estivesse eu não consigo mais ser nada seu, nem seu amigo, sinto muito.
Deixei ele falando sozinho e me afastei, pensei que ele tinha ido embora já que não o vi mais até a madrugada, todos estava bêbados incluindo eu, quando resolvo ir no banheiro e para minha infelicidade dou de cara com o Zé saindo do banheiro,
Zé: Fábio, me dá mais uma chance?
Eu: Não existem mais chances pra você Zé, me deixa em paz cara, segue tua vida.
Zé: Eu me arrependi Fábio, deveria ter te assumido, eu sempre gostei de ti.
Eu: Agora é tarde, eu não sinto mais nada por você.
Zé: Eu não acredito em você. (Zé me puxou para dentro do banheiro e trancou a porta)
Eu: Zé abre essa merda agora e me deixa sair daqui. (comecei a tremer de medo)
Zé: Só quando eu te mostrar que você ainda me ama.
Zé veio para cima de mim, por ele ser maior e mais forte me prendeu contra a parede, eu pedia para ele sair e me debatia, mas estava bêbado e tonto, não conseguia afastar ele, Zé tentava me beijar e eu lutava para afastá lo, gritei por socorro, mas o som estava muito alto, ninguém estava me ouvindo, quando Zé viu que eu estava me debatendo e que não conseguiria me segurar ele acertou um soco no meu estômago que me escapou todo a ar dos pulmões, uma dor lancinante me tomou, trazendo minha sobriedade, até meu pedido de socorro ficou abafado, Zé me pois de costas, bateu meu rosto contra a parede do banheiro, nem ouvia mais o que ele falava, lágrimas escorriam dos meus olhos, e tudo que eu conseguia dizer era Diego, queria que ele me salvasse, Zé baixou minha bermuda, e aí quando achei que não tinha mais o que fazer a porta do banheiro se abriu de uma vez e eu vi Ryan só de cueca arrancando o Zé de cima de mim e logo em seguida Su e Ana me amparando fui para o chão, minhas pernas não tinham forças, eu queria o Di ali, para me proteger, odiei a distancia, odiei o pai dele e odeio mais ainda o Ze.
Depois do ocorrido Su me deu um banho junto com o Ryan, as mãos do Ryan estava na carne viva, tipo ele só não matou o Zé porque separaram foi que eu ouvi depois, mas acho que teve um certo exagero nesse comentário, Ana me disse que eu tinha que prestar queixa e foi o que a gente fez, Lucas e Ana me acompanharam até a delegacia onde pedi uma ordem de restrição para o Zé, só queria esquecer aquele pesadelo, meus amigos me deixaram em casa, minha mãe não estava era um sábado então normal ela não está, já estava quase amanhecendo quando entro no meu quarto e quase morro de susto ao ver o Diego dormindo na minha cama, pensei que estava sonhando, só poderia ser um sonho, então corri para cama e o abracei com toda a força que eu tinha, ele acordou do susto comigo pulando em cima dele e começou a rir, eu beijava ele todo, mas as lágrimas ainda estavam no meu rosto e lembra o que tinha acontecido.
Di: Oh amor não chora, feliz aniversário atrasado.
Eu: Porque você está aqui? Como você veio?
Di: Eu trabalhei de garçom e segurança com eu pai para arrumar grana e vim, meu pai ficou uma fera quando descobriu mas já tinha comprado a passagem, não ia te deixar sozinho no seu aniversário meu amor, você é minha vida e nada é mais importante que você eu te amo e esses dias longes só deixou isso ainda mais evidente.
Eu: Eu te amo tanto. (minha voz estava muito embargada)
Di: Amor, eu te conheço isso não é só saudades não é aliás o que você faz aqui, você não me disse que ia para uma casa de praia, eu cheguei tarde vim dormir aqui e ia para la assim que eu acordasse.
Eu: Amor o Zé. (nem conseguia mais falar.)
Di estava furioso mesmo sem saber o que era, não consegui contar e ele não me forçou, me deu um banho, me fez um cafe com um misto e depois me deitou na cama me abraçando de conchinha, assim eu me acalmei e peguei no sono, acordei ouvindo sua voz alterado no telefone.
Di: ELE O QUE?
Eu: Di o que aconteceu.
Di: Desculpa amor, não queria ter te acordado, Lucas fala pro Ryan que eu vou falar com ele, tenho que desligar.
Eu: Di me desculpa. (estava tão envergonhado)
Di: Amor, agora ele não escapa eu vou matar ele, de verdade.
Eu: Di eu já prestei queixa, a última coisa que eu quero agora é que você vá preso pro seu pai dizer que isso foi culpa minha também.
Di: Eu deveria estar aqui.
Eu: Amor, isso não foi culpa sua, e você não sabe o quanto é incrível para mim você está, só de te ver me sinto mais calmo, você fica até quando?
Di: Depois disso não sei mais se consigo ir embora Fabim.
Eu: Amor, a gente tem que superar isso, o importante é que você está aqui agora e temos que aproveitar.
Di: Você não quer que eu fique?
Eu: Claro que eu quero Di, só que temos que fazer isso do jeito certo e brigando com sua família não é o melhor, agora tira a roupa e me come até eu não conseguir mais sair dessa cama.
Di: Isso eu posso fazer.
Di eu transamos a semana todo, estava assado, mas não queria perder nenhum momento com ele, sobre o Zé ficamos sabendo que ele foi embora para a casa da madrinha dele no interior, espera nunca mais ver ele de novo, me despedir do Di pela segunda vez foi ainda mais doloroso do que da primeira vez, mas pelo menos dessa vez tínhamos um plano melhor, Di estava indo para casa para enfrentar seu pai e dizer a sua família que ele voltaria por mim, e isso aconteceria com o sem a aprovação do pai dele.
