Todos estavam acordando, só voltaríamos na segunda de manhã, perderia aula, mas quase nunca faltava não ia ser problema e seria bom ter mais uma noite no sítio, o lugar era mesmo muito bonito, acordei o Di e fui tomar um banho, tudo estava bem tranquilo, tinha tudo para ser um Domingo perfeito ou pelo menos quase e eu não poderia estar mais enganado, não vi a tempestade que estava para se formar, José foi o primeiro a começar a beber, ele parecia bem, mas eu o conhecia para saber que ele estava com uma cara cínica no rosto, um sorriso desse que dizia que ele sabia de algo que os outros não sabiam.
Zé: Bebe comigo irmão. (chamou o Di)
Di: Claro parça. (respondeu meu namorado)
De início fiquei meio preocupado, mas imaginei que estava imaginando coisa, se fosse dar merda já teria dado era o que eu pensava até o almoço, Jaque fez uma lasanha deliciosa para o almoço e foi aí que a treta começou.
Zé: Amor me serve um pedaço logo antes que meu amigo aqui coma ele também.
De início todos levaram na brincadeira, mas quando olhei para o Lucas vi que ele estava atendo assim como eu, só que o Zé não iria parar conhecia o cara.
Zé: Se bem que é arriscado ele esperar eu comer pra depois vim comer no meu prato. (falou ele com todo seu veneno.)
Di: Tá maluco, tem bastante comida porque eu iria querer a sua? (até então Di ainda estava levando numa boa.)
Zé: Não sei, só sei que não seria a primeira vez que você iria me talaricar. (todos olharam para a Jaque que também parecia bem perdida)
Di: Sai dai loco, nunca fiquei com mina tua e outra tu e a Jaque não namoram a um tempo, quando foi que eu te talariquei.
Zé: Ah agora vai se fazer de cínico para mim irmão, alias irmão não, porque traíra que nem tu eu não chamo de irmão.
Di: José melhor para com essa brincadeira que eu não estou achando graça. (disse o Di já mais serio)
Zé: Mais foder meus resto tu gosta né?
Di: Que resto, cara tu é louco, fica ai arrumando treta comigo do nada, vai se foder Zé.
Nossos amigos começaram a separar os dois, meu corpo estava tremendo todo, mas o Zé agora gritava.
Zé: ME SOLTA, QUE EU VOU QUEBRAR ESSE TRAÍRA NA PORRADA!!!
Di: Pode vim, tenho medo de ti não maluco.
Zé: Deixa de ser descarado filho da puta, tu pensa que eu não vi tu arrombando esse viadinho ontem não.
Pronto meu mundo se despedaçou, Jaque ficou mais confusa ainda assim como as meninas,
Zé: Ele não te falou não que eu comia ele antes de ti?
Di: O que?
Zé: Fala para ele, que tu era meu viadinho.
Eu: Cala a boca!
Zé: São dois filhos da puta.
Di partiu para cima do Zé, tudo aconteceu muito rápido, Di estava cego de raiva e os dois trocaram socos até Lucas e Ryan conseguir separá los, Jaque chorava e pedia para que o Zé parasse com aquilo, minhas pernas falharam, não sabia o que fazer, se não fosse pela Su que simplesmente brotou do meu lado me segurando eu teria caído no chão, enfim as coisas tinham se acalmado, lucas tentava acalmar o Di perto do lago, Zé estava trancado no quarto discutindo com a Jaque, Su me deu água e pedia que eu me acalmasse, Ana arrumava nossas mochilas,
Eu: Su eu perdi ele, eu perdi ele.
Su: Calma Fá, vocês vão conversar, vai ficar tudo bem.
Eu: Eu odeio o Zé, porque ele não pode me deixar em paz, ele estragou tudo, o Di deve está me odiando agora eu não sei o que fazer.
Eu chorava feito uma criança, Ana veio com nossas coisas e não tinha mais como continuar ali, resolvemos voltar, Ryan e Su ficaram para prestar apoio a Jaque caso o Zé se descontrola se de novo, Ana sentou do meu lado no ônibus e Di voltou ao lado do primo, meu corpo estava em torpor, Di não estava falando comigo, quando chegamos na rodoviária, eu estava trêmulo, eu quis me preparar para o momento em que o Di me deixaria, mas não pensava que doeria tanto, eu não conseguia nem olhar para ele, estava envergonhado e com muito medo da reação dele, ele não falou uma palavra na volta para casa e seu olhar era frio, dava para ver uma raiva no Di que eu não conhecia.
Lucas: Ana vai com o Di para casa que eu vou deixar o Fabim.
Di: Não. (ele finalmente falou.)
Lucas: Primo, você está de cabeça quente.
Queria dizer algo, mas não tinha voz, Di me olhou e seu semblante era um grande mistério para mim, ele queria terminar comigo eu sabia, não tinha como fugir, talvez ele só não quisesse fazer isso ali numa rodoviária, pensei que eu devo uma explicação pelo menos então assenti e fui para casa com o Di bem atrás de mim, da rodoviária até minha casa Di não deu uma palavra e nem eu, ele parecia pensativo, eu queria tocar nele, pedir desculpas, só que não tinha coragem, estava sofrendo muito com aquilo, Zé tinha conseguido enfim me destruir. Apenas quando entramos no meu quarto foi que Di voltou a abrir a boca.
Di: Quando foi.
Eu: Antes de você, eu já não estava mais ficando com ele eu juro Di, você tem que acreditar em mim por favor…
Di: Porque não me contou Fabim? (Di coçava a cabeça.)
Eu: Fiquei com medo, e também não queria mais ficar com ele, já tinha encerrado … (Di me cortou de novo.)
Di: Não, não, eu quero saber porque não me falou que esse merda estava te provocando esse tempo todo, Lucas me falou que aquelas piadas e todo o estresse dele era contigo, porque não me contou, eu teria feito ele parar.
Eu tinha me perdido, não entendi mais o rumo da conversa, parecia que falávamos de algo diferente.
Di: Eu estou tão puto, como não percebi, caralho (ele socou a parede) esse merda estava maltratando todo esse tempo e eu não vi.
Eu: Não foi culpa minha (falava chorando.)
Di: Eu sei que não, amor, porque não me falou? (Di segurou meu rosto.)
Eu: Eu pensei que se eu te contasse você terminaria comigo.
Di: Fabim, sou louco por ti quando vai entender isso amor, caralho!
Eu: Não está bravo comigo?
Di: Estou, mas estou mais bravo comigo e com o Lucas que acobertou, ele me falou que te disse para não me contar.
Eu: Não queria que você se metesse em confusão.
Di: Eu nem comecei Fabim, deixa eu ver esse filho da puta na rua de novo.
Eu: Di por favor, não quero que você tenha problemas.
Di: Amor esse palhaço pensa que pode falar merda do meu namorado e que não vai dar em nada, ah o José vai aprender a não mexer mais com você ou eu não me chamo Diego.
Comecei a chorar, não queria que o Di briga se por minha causa, mas era um alivio grande ele não ter terminado comigo, eu o abracei bem forte e ali fizemos um juramento de não mentir mais um para o outro, Di dormiu comigo e na manhã seguinte me deixou na escola e foi para casa, estava preocupado com Di arrumar confusão com o Zé, tinha medo da coisa ficar ainda mais feia.
