Em Terra de Cego Quem Tem Zóio é Rei (05)

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1993 palavras
Data: 13/04/2023 10:57:21

Durante um ano, entre um casamento e outro, tive um relacionamento bem próximo ao ideal que todo homem procura.

Uma mina gostosa, simpática e divertida, que não buscava compromisso sério e desejava somente desfrutar o sexo junto a um parceiro que a correspondesse na cama. Para quem não está a fim de namorar nem casar de novo, esse tipo de arranjo era fantástico.

Depois de passar este tempo onde nos encontrávamos umas três vezes por semana para trepar e ficar uma que outra noite juntos, foi difícil me readaptar à selva virtual de caralhos eretos e bocetas arreganhadas, depois que a mulher me avisou que era o fim, pois estava noiva e iria se casar em breve.

Juro, deu inveja do noivo dela, só não foi tão ruim porque o tal corno desavisado ia se casar - e provavelmente levar chifre sem saber o resto da vida.

De volta ao aplicativo de fodelança, sob o nick-name de “Atrevido”, descobri uma loira de cabelos curtinhos que escrevia super bem, seus contos eram eróticos e bem humorados ao mesmo tempo, eu não sabia se ria ou se tocava punheta. Até hoje tento sem sucesso repetir essa mistura tão bem dosada de piada e sacanagem.

Nunca estávamos logados ao mesmo tempo, então escrevi e-mail mesmo. Ela me respondeu entusiasmada, aliás, essa era uma de suas melhores qualidades, MAS…

Descobri que a loirinha vivia em outro continente, o que inviabilizava qualquer tipo de contato físico, então ficamos só de amizade mesmo.

Continuei desbravando, conheci outra garota morena de cabelos longos e lisos e morávamos no mesmo país - o que era muito mais razoável.

Seus textos eram um tanto densos, a maior parte envolvendo personagens menores de idade - não curti muito esse lado, mas a mina era safada e tesuda, queria marcar encontro e tal, parecia que ia rolar, MAS…

Quando perguntei uma fantasia íntima dela pra escrever algum conto, veio com um enredo de estudantes inocentes e abuso sexual. Essa garota tinha problemas psicológicos sérios, me dei conta.

Achando melhor não cavar mais fundo, ficamos só na amizade mesmo.

Cheguei a ter um teretetê com uma fêmea alfa, policial militar, plantava o terror nas salas de bate-papo, com ela não tinha pra ninguém, sempre matava a pau qualquer discussão.

Essa até poderia rolar pela curiosidade, tinha uns peitões siliconados e uma bunda de fazer inveja a qualquer atriz pornô, MAS…

Era muito mandona, muito mesmo, além da conta, não seria uma trepada, seria algo como ter um sargento me gritando do ouvido enquanto eu tento trepar: “Vai vagabundo! Fode agora! Vai viadinho! Mete mais fundo! Não chora não que eu te esculacho! Vai infeliz, lambe essa buceta! Vai seu merda, bate continência que eu vou chupar essa piroquinha!”

Então, com essa nem na amizade eu fiquei.

Parti pra cima de outra morena, um tanto mais jovem, uma juba cacheada em lugar de cabelos, boa de papo, boa de cabeça, não escrevia contos nem frequentava salas de bate-papo.

Estava interessada, sempre me respondia em menos de quinze minutos, foi super fácil de marcamos de encontrar, fui buscá-la no colégio onde lecionava para tomarmos um café, MAS…

Ela estava de uniforme e podia ser minha filha, era só uma aluna menor de idade se fingindo de professora, com absoluta certeza.

Nem preciso comentar, não rolou nem amizade.

Daí conheci essa outra mulher, loira também, cabelos curtos tipo joãozinho, jornalista, excelente escritora, paixão por livros eróticos, alta funcionária do governo, inteligente, divertida, gosto refinado, era meio misteriosa quanto a marcar encontros, parecia que queria e não queria, tinha lá suas desconfianças quanto ao mundo virtual e esse tipo de coisa.

Depois de algumas muitas tentativas, finalmente parecia que iríamos nos encontrar para conversar ao vivo, MAS…

Eu tive que fazê-la esperar porque fui chamado de urgência em outro país para resolver uns problemas.

Espera, deixa eu tentar fazer uma explicação elegante: Eu não revelo publicamente para qual time torço, pois isso geralmente traz mais aporrinhação que prazer.

No Brasil, metade da população torce para o meu time, mas a outra metade tem inveja, ou ódio, ou problemas emocionais sérios e muito mal resolvidos.

O fato é que meu time milagrosamente chegou à final da copa do continente.

Eu sabia que iria ser um jogo difícil, nossos adversários argentinos geralmente levam a melhor em cima da gente e depois é mais aporrinhação que aturo dos meu queridos amigos hermanos.

Por uma urgência numa empresa-cliente, quis o destino que eu estivesse fazendo uma consultoria em Buenos Aires justamente na semana da partida.

Naquele sábado à tarde, eu planejei ficar no hotel e ver o jogo - e assim não correr o risco de apanhar em nenhum lugar público, comemorando, caso meu time eventualmente se desse bem.

Contudo, não teve jeito, um velho amigo que eu não via desde os tempos do mestrado no exterior marcou um churrasco, ignorou todas as minhas recusas e me arrastou à força até sua casa.

Éramos eu e doze torcedores do time rival, todos com a camisa de seu clube. Eu olhava com ódio o meu amigo, enquanto ele ria abertamente da sacanagem que tinha aprontado.

A partida começa e todo mundo já estava meio goró depois de uma tarde de cerveja e tequila. No meio do primeiro tempo tomamos um gol de contra-ataque e todo mundo caiu em cima de mim na zoação.

No meio tempo, eu fingia tranquilidade e me retorcia por dentro, dizendo a quem viesse me zoar que ainda tinha muito jogo pela frente.

O fato é que, depois do gol, o time deles se retrancou e minha equipe não esboçava nenhuma reação. Perdi um pouco a atenção, o jogo ficou bem chato, só com falta no meio do campo - e além disso havia umas minas por lá, loiras e morenas, que estavam bem mais interessantes.

Só que toda vez que puxava algum assunto com uma delas eu ouvia mais zoação, assim que imaginei que no jogo iria dar um a zero para eles - e comigo seria no zero a zero mesmo.

Um segundo tempo horrível se aproxima do final, o título escorria pelos nossos dedos e os argentinos gritavam que eram “LOS CAMPEONES” enlouquecidamente.

Aos 90 minutos, nosso artilheiro foge de uma falta, cruza o campo adversário inteiro com a bola e mete no fundo da rede. Eu pulava sozinho gritando “chupa, otário” em meio a doze pessoas raivosas.

O jogo ia pra prorrogação, seriam 30 minutos de jogo aberto, e tudo podia acontecer.

Vendo minha animação, uma hermanita loira e meio hippie afirmou que nada estava decidido e eles iam ganhar o jogo, ao que eu respondi que eles estavam fodidos, porque o meu time era da virada.

“Si ustedes ganan esta mierda, me la mamo tu pija entera y encima te lo dejo joder mi culito, papá!” - desafiou a gringa cheia de marra.

Tadinha, ela devia ter ficado calada, pois nem bem terminou de falar, nosso atacante matou no peito na entrada da área, já tirando o marcador da frente e se posicionando pra chutar - e lá vai a gorduchinha pro fundo da sacola de novo. Não teve sequer prorrogação.

Existe algo melhor do que haver ganhado o título de virada, com dois gols no fim do jogo, em cima dos argentinos, em meio a doze hermanos que choravam como criancinhas do jardim da infância?

Sim, existe: Ver a loirinha hippie ajoelhada no banheiro tendo que colocar a cabecinha do meu pau entre os lábios ainda chorando pela derrota, ir forçando a rola para dentro e ficar bombando enquanto segurava ela pela nuca e não deixava retroceder até fazê-la engasgar com o bichão na garganta.

Depois fui comendo seu furico apertadinho com ela apoiada na pia e vendo no reflexo do espelho sua carinha bonita toda vermelha pelas lágrimas e vestindo a camisa do time derrotado - ah, isso não tinha preço!

Já de volta ao Brasil, como eu contava, sob o nick-name de “Atrevido”, fiz várias investidas cibernéticas tentando descolar uma bucetinha do tipo “gostamos disso, mas sem compromisso!”

A coisa estava difícil, eu já pensava em voltar a frequentar os bares para ver se aparecia alguma mulher interessante, até que encontrei essa mina no site de relacionamentos casuais - ok, era site de pegação mesmo, eu confesso.

Morena de cabelos curtos tipo joãozinho, excelente escritora, paixão por livros eróticos, funcionária do governo, inteligente, divertida, gosto refinado e muito, mas muito misteriosa mesmo.

Em um mês ela se tornou minha mais nova musa, mas era escorregadia, não aceitava encontrar, nunca dividia informações mais pessoais que eventualmente revelassem sua identidade, muito menos me passava seu telefone.

Devo ter feito algo muito errado, ou avançado alguma linha imaginária proibida, sei lá, mas o fato é que, quando ela parecia que iria ceder e marcar um encontro, eu tive que ir a Buenos Aires a trabalho por uma semana e depois disso ela desapareceu.

Seu perfil continuava lá, mas ela não respondia mais mensagem nem e-mail. Entendi que a bronca era comigo e, como já eu já era meio meio grandinho para ficar desesperado, terminei deixando para lá depois da centésima tentativa.

A vida seguiu, conheci a amiga de uma amiga que me deu bola, ela era engraçada e tinha cabelos COR DE ROSA.

Começamos a ter uns lances divertidos, falávamos de literatura, gostávamos os dois de ler humor e erótico, combinação perfeita para mim. Contudo, essa garota gradativamente foi indo para o lado negro da força, ou seja, começou a falar de estabelecermos um relacionamento monogâmico, adulto e sério.

Eu fugi, é claro.

Ok, não fugi completamente porque ela tinha um blog de humor que eu amava, uma coisa fantástica. Era inevitável comentar um ou outro texto seu, mas ela sempre voltava com a história de sair, dar uma trepadinha, conhecer os pais dela, comprar uma casa, ter filhos e essas coisas.

Daí não teve jeito mesmo e deixei a tal mina para lá.

Eis que a primeira garota, aquela misteriosa de cabelo joãozinho do site de descolar buceta, digo, de encontros casuais, resolveu reaparecer bem nesta época: Escreveu-me um e-mail, propondo de a gente se encontrar num café para finalmente nos conhecermos.

Caralho, eu devo ter sido Gandhi na outra encarnação, tem umas coisas que acontecem comigo que só podem ser obra divina. A garota certa volta à cena no momento exato, dá para acreditar?

Cheguei no café, deu uns minutos e para minha exasperação a mina do blog de humor dos cabelos cor-de-rosa também apareceu por lá.

Caralho, eu fui Hitler na encarnação passada, finalmente ia conhecer a mulher dos meus sonhos e esse encosto casamenteiro vem atrapalhar?

O mais estranho é que ela desconversou, sentou em outra mesa, nem me deu papo.

Para piorar, a minha musa estava atrasada também e nunca chegava. Foi constrangedor, a mina do cabelo cor-de-rosa provavelmente estava levando um bolo também, o tempo passava e nada acontecia e ficamos os dois ali, sozinhos, cada um em sua mesa fingindo não ver o outro.

Quase uma hora depois eu resolvi desistir, paguei o café e me levantei para ir embora, mas daí a garota me chamou para sentar com ela. Até que foi legal, ficamos rindo da coincidência, nós dois deixados plantados por pessoas que nem conhecíamos direito.

Bem, a vida tem dessas coisas.

Há momentos em que não resta nada a fazer senão relaxar e rir da própria sorte, aliviar a cabeça, ir para um motel com uma ex-peguete de cabelos cor-de-rosa, comer ela de quatro, meter no furico com força se ela for falar em casamento até fazê-la ficar arfando sem ar e deixar essa história de lado, enfim, aceitar o destino.

O mais estranho de tudo neste dia já tão incomum aconteceu depois de fodermos umas duas vezes, quando estávamos conversando na cama.

Ela tirou a peruca rosa, mostrando o cabelo tipo joãozinho enquanto me contava do cara que faltou ao encontro marcado: “Nunca mais dou bola para esse carinha do nick-name Atrevido!”

Nota: Confira os capìtulos ilustrados da Saga Zóio em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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SRN eu já tinha imaginado que essa mina de cabelo rosa era a mesma do cabelo Joãozinho pois as coincidência foram muitas, Bom que você comeu a mina que você marcou sem ela saber que você era o cara de Nick atrevido kkkkk e ainda comeu um furico argentino kkkkk

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Grb, você já conhece as minhas manhas, kkkkk. Vou ter que mudar na próxima saga pra não ficar chato, kkkk.

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