Por dinheiro e por amor, aceitei ser corno (2ª parte)

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 3789 palavras
Data: 23/03/2023 17:20:51

Saí da sala segurando o envelope com as fotos, estava completamente atordoado. Quando cheguei ao carro no estacionamento, tombei minha cabeça sobre o volante e fiquei inerte por cinco, talvez dez minutos, até que ouvi baterem no vidro, era Cristiano. Ele se sentou no banco do passageiro e disse:

-Sei o que você tá sentindo, foda. Fui corno da minha primeira mulher e se dissesse que é fácil, estaria mentindo, mas, cara, não vai fazer uma merda e depois ter que se foder indo preso. Antigamente, se você pegasse a esposa com outro e matasse os dois, com um bom advogado nem ia em cana, alegava privação de sentidos, agora, porra! Nem umas porradas bem dadas a gente pode dar.

-Não vou estragar minha vida por causa de uma traição, só preciso respirar um pouco.

-Não vai me dizer que tá pensando em perdoar a vadia, né?

-Claro que não!

-Seja racional, acaba com tudo, manda tomar no cu e foca na proposta do Vasquez.

-Tá de brincadeira, ainda mais essa...

-Caralho, Felipe! O doutor Vasquez praticamente te deu a cadeira dele em troca desse casamento arranjado, eu estou com ele há 20 anos e apesar de ser seu braço direito nem nos meus mais delirantes sonhos, me imaginei presidindo a Vasquez Brasil. Sem contar que, cara, o ele que não me ouça, você já viu o rabo que a Isadora tem? Puta que pariu mil! Mil vezes mais gostoso que os dessas dançarinas de Axé que estão toda hora na TV. Um dia ela tava de calça jeans coladaça e mesmo tendo idade para ser pai dela fiquei...Bom deixa para lá, estou falando merda e justamente para o futuro marido dela.

Cristiano era um cara de 40 e poucos anos e que ganhava o melhor salário, pois era o único diretor sênior da empresa, porém eu nunca tinha o ouvido falar daquela forma chula, talvez estivesse agindo a mando de Vasquez para me tentar.

-Vai me dizer que você não acha uma coisa sem cabimento querer arranjar um casamento para a filha com um quase desconhecido da mesma só porque ela engravidou e de outro?

-Claro que é, porra! Totalmente sem sentido. Isso é coisa dos anos 50, 60 ou antes quando se arrumava um casamento para a filha grávida não ficar com a honra manchada, mas na cabeça dele, todo o prestígio, moral e se lá mais que obteve por décadas, irá por água abaixo, principalmente no caso do povinho mais provinciano que é com ele tem mais amizade, entenda uma coisa, se ele fosse ladrão de gado ou de terra, desse um calote violento por aí no mercado em que atua, o veriam como “o cara”, “o cobra”, mas tem duas coisas que esse pessoal atrasado não perdoa: corno e mãe solteira, adoram falar mal, fazer piada, é isso que ele não quer. Só que nessa loucura toda, está passando o cavalo da riqueza selado na tua frente, se você deixar passar, outro desses? Nunca mais.

-Só espero que esse cavalo não seja o de Troia. Vou indo. Foi muita merda para um dia só, vou resolver a minha situação com aquela puta agora, depois...Nem sei...

-Ok! Mas cabeça fria.

Cristiano saiu do carro e fui para o meu apartamento. Quando cheguei, por voltas das 19h, Elisa ainda estava na rua, sendo que nem trabalhava. Comecei a pensar em como resolveria aquela porra toda, quebrando o maior pau do mundo? Querendo saber por que me traiu? Jurando que me vingaria, contando a todos? Mas, com uma frieza que surpreendeu até a mim, decidi que nada adiantaria, nada mudaria o fato de que eu tinha sido feito de otário, porém, em meu passado, eu já tinha passado por algo muito mais decepcionante, por isso, minha atitude foi prática, a expulsaria assim que chegasse, quebraria o cartão de crédito que ela estava usando com meu dinheiro e separaria todas as roupas que foram compradas com o cartão, de lá, a vagabunda só levaria o que de fato era dela.

Fui ao closet e comecei a separar peça por peça, as que eu tinha pagado ia deixando, mas as que tinham sido compradas com o dinheiro dela, fui jogando ao chão. Pouco depois, ela chegou e ao ver o que eu estava fazendo, perguntou espantada:

-Por que está mexendo aí, Felipe?

Sem nem lhe olhar, respondi:

-Separando as poucas roupas que realmente são suas, das que foram compradas com meu dinheiro, você vai picar a mula já e só levará os seus trapos de bunda, o que eu paguei, fica e depois doarei.

Branca como uma folha de papel e com os olhos arregalados, Elisa caminhou até a mim e segurou meu braço direito:

-O que tá dizendo, Felipe? Para um pouco, vamos conversar. Ficou louco do nada?

-Você quer conversar? Vamos lá, mas já adianto, não quero explicações nem choro.

Caminhei até a sala com o propósito de esfregar as fotos na cara dela, quando olho para o sofá, vejo quatro ou cinco sacolas de lojas de grife.

-Ah! E ainda fez mais umas comprinhas, provavelmente para estrear com o priminho, mas essas também ficarão comigo.

Elisa engoliu seco ao ouvir “priminho” e ficou ofegante, mas não teve tempo nem de começar a falar, pois já retirei as fotos do envelope e passei a mostrar uma a uma. Minha noiva ainda tentou um clássico:

-Espera! Deixa eu explicar, por favor, Felipe!

Eu lhe dei as costas e voltei em direção ao closet. Elisa então começou com um show de lágrimas e mentiras. Tentou me abraçar, mas a empurrei com força, depois se sentou na cama soluçando, e numa cena digna de novela mexicana, se jogou ao chão, implorando perdão, dizendo que tinha sido uma aventura, pois ele ficava sempre no pé dela e que me amava mais do que tudo.

Após terminar de separar o que era de fato dela, peguei um saco de lixo preto e joguei tudo dentro. Ao ver o saco de lixo, Elisa, com o rosto todo manchado pelas lágrimas e pelo rímel, se espantou e tentou me brecar.

-Não, Felipe, é muita humilhação me fazer levar as coisas num saco.

-Se você tiver uma mochila ou mala, coloque, se não tiver, vai levar assim e agora! Ou prefere que eu jogue na lixeira lá embaixo?

Elisa ainda insistiu por um bom tempo para que eu a ouvisse, dizendo que poderíamos “superar” aquilo e que não era justo estragar um relacionamento de tanto tempo.

-Injusto é eu me foder de tanto trabalhar para melhorar nossa vida e nosso futuro e você passar tardes e mais tardes dando a boceta, o cu e fazendo altos boquetes para o priminho.

Foi difícil, mas Elisa se deu por vencida e deixou meu apartamento carregando o saco e totalmente desconcertada. Ela ainda voltaria a dar provas de seu caráter em um futuro próximo.

Claro que fiquei chateado, eu era uma pessoa sem contato com familiares (grandes decepções que contarei mais à frente), exceto um tio, por isso me apeguei demais a Elisa. Fiz algo que era raro, bebi várias cubas-libre no bar que havia na rua do meu prédio. Lembrei-me um pouco da proposta bizarra de Vasquez e já bêbado, ri me imaginando com Isadora e falei alto.

-Nunca que uma gostosa daquela se casaria ou mesmo transaria com um plebeu como eu. Garçom, mais uma cubinha porque a noite é uma criança!

Após encher a cara, acabei dormindo no tapete da sala, dei uns 50 tropeções do bar até o meu apartamento. No outro dia, acordei por volta das 10h com o telefone tocando, era Elisa, assim que ouvi sua voz, bati o fone, mas ela seguiu insistindo tanto que tive que deixar fora do gancho. Fiquei horas curtindo uma ressaca física pelas cubas-libre da noite anterior e moral pelos chifres que tomei. Pensei novamente na proposta de Vasquez, se não aceitasse, certamente sofreria represálias, seria demitido e queimado no mercado de trabalho, se topasse, apesar do dinheiro, não saberia quais acordos teria que cumprir e oito anos não eram oito dias.

Por volta das 14h, o interfone toca, achei que fosse a vadia, mas era Cristiano, deixei-o subir:

-Porra, Felipe! Tô ligando há horas e só da ocupado. Não fez nenhuma loucura, fez?

-Não! Só a expulsei daqui, mas como a puta não para de ligar tirei o fone do gancho.

-Você ainda não tem celular?

-Não, essas porras de aparelhos, além de pesarem como um tijolo quase nunca funcionam. (lembrando que isso era na metade dos anos 1990, mais precisamente emMas e aí? O Vasquez tá esperando, vamos lá para você falar com ele que aceita se casar com a Isadora.

Acho que nem Cristiano esperava que eu aceitasse com tamanha facilidade:

-Tudo bem, vou tomar um banho e vamos para lá, quero entender melhor a proposta dele.

Cristiano chegou a dar um soquinho no ar:

-É assim que se fala!

A caminho do apartamento onde Vasquez estava, Cristiano me avisou:

-Provavelmente, a essa hora, o Vasquez deve estar com uma modelo, umas das muitas putas de luxo que ele sempre come, o homem é insaciável ahahaha, mas assim que chegarmos, ele a dispensa.

Quando chegamos, Cristiano abriu a porta e logo percebemos que Vasquez estava mesmo com uma mulher no quarto.

-Deixe-me avisá-lo que chegamos.

Cristiano foi até o corredor e disse:

-Doutor Vasquez, o Felipe está aqui.

-Ah! Agora ele vai ter que esperar. Consegui uma segunda ereção graças a minha princesa aqui e tenho que aproveitar. Serve algo para ele e me aguardem na sala.

Cristiano, segurando o riso, pelo que viu da porta, me olhou e disse:

-Estão transando, mas já, já ele vem, quer beber algo?

-Só preciso ir ao banheiro, onde fica?

-É só seguir reto, à direita.

Tive que passar na frente do quarto em que Vasquez estava com a modelo, a porta estava entreaberta e consegui ver perfeitamente, ele nu, suado feito um porco, de joelhos na cama, era bem peludo e estava sendo chupado pela moça, não deu para ver o rosto, pois o cabelo caído atrapalhava a visão, mas tinha um puta corpaço com marcas perfeitas de biquíni, pude ver também que o pau do meu chefe era pequeno, mas bem grosso. Decidi sair dali, entrei no banheiro, e após mijar, lavei as mãos e o rosto. Na volta, tive que olhar novamente e vi que a tremenda gostosa que estava com meu chefe, cavalgava bem devagar no pau dele (até para não escapar) e o mesmo introduzia um dedo no cuzinho dela. Voltei para a sala e fiquei aguardando.

Um tempo depois, vi que a modelo entrou no banheiro para tomar uma ducha e após alguns minutos, Vasquez apareceu na sala, todo descabelado, suado como se tivesse saído de uma suana e com um hobby vermelho amarrado na cintura. Olhou para o Cristiano e disse com satisfação:

-Não falei que ele aceitaria? Ninguém é incomprável nesse mundo. Só é preciso acertar o preço.

-Não é bem assim, doutor Vasquez, ontem ficaram várias pontas soltas e se eu topar mesmo, precisarei saber de todas as regras para ver se é ou não viável. –Respondi.

-Claro, claro, mas antes (ele apontou para o corredor) deixa a dama ir embora, precisamos de privacidade.

Pouco depois, a modelo saiu já toda arrumada e além do cachê pelo programa, Vasquez ainda lhe deu mais um extra, trocaram beijinhos e ela se foi. Fiquei espantado, pois a tal moça era muito conhecida de programas de TV e dos desfiles de carnaval, tendo inclusive posado para revistas masculinas.

Assim que a modelo/garota de programa saiu, Vasquez me disse:

-Quero sanar todas as suas dúvidas e inclusive faremos um contrato nupcial, mas tenho uma ideia melhor, para ganharmos tempo, vamos ao apartamento da minha filha, é bom acertamos os três isso, mas antes, deixe-me tomar um banho, porque estou cheirando a sexo ahahaha.

Vasquez achou melhor que Cristiano não fosse, pois a filha ficaria mais constrangida, sendo assim, seguimos apenas ele e eu. Dentro do carro, comecei a pensar na enorme vergonha que sentiria ao olhar para Isadora, éramos de mundos totalmente diferentes, não digo em termos intelectuais, pois eu era um cara bem formado, além de inglês e espanhol, estava aprendendo alemão, mas digo em termos de círculo social, ela só namorava playboys, inclusive o cara que a engravidou era um modelo todo metidão, já eu, era um classe média/média e apenas há pouco tempo.

Até aqui não citei como Isadora era fisicamente. Sua mãe era uma morena jambo, já seu pai era branco, dessa mistura nasceu um linda morena um pouco mais clara que a mãe. Muita gente a achava parecida com a estonteante Jennifer Lopez, quando essa era jovem (2ª metade dos anos 90), e essa semelhança perdurou por muitos anos, as próprias amigas a chamavam de Jennifer em alusão à semelhança com a cantora/atriz (a ironia infame é que mais de 20 anos depois, a verdadeira Jennifer Lopez fez uma comédia, cujo título é “Casamento Armado”, exatamente o que estávamos prestes a fazer, só que de comédia, nossa situação não teria nada). Tinha cabelos lisos e cumpridos, castanhos, mas às vezes, fazia luzes, 1,73m, porém, muitas vezes, usava botas ou mesmo sapatos de salto que a deixavam mais alta. Tinha o rosto delicado, olhos negros e pequenos que transmitiam uma certa malícia, nariz fino, boca com lábios um pouco grossos o que lhe dava uma sensualidade perturbadora, seios médios para grandes, corpo todo definido pela genética e também por correr e andar a cavalo, coxas grossas, além de um bumbum grande que fazia desde um jovem até um idoso quebrar o pescoço. Resumindo, Isadora era uma 10/10 e euou 8/10 na melhor das hipóteses.

Resolvi externar meu medo para Vasquez:

-Será que a Isadora não vai fazer uma cena, me ofender por ter aceitado?

-Ai dela se fizer! Claro que ela não está feliz, mas tivemos várias discussões desde que soube da gravidez, como já te disse ontem, nenhum cara da alta sociedade vai querer casar com uma mulher embuchada de outro, só se o cara estiver falindo e aí sou eu que não quero. A situação dela é a seguinte, dei alguns nomes que considerava confiáveis, ela escolheu o teu, agora se desistir ou não cumprir com a parte dela, fica sem um centavo, boneeeeeeca!

Finalmente, chegamos ao apartamento dela. Quando Isadora abriu a porta, estava de cabelos amarrados, usando um top rosa que destacava seus seios e uma calça de cotton preto que era um convite para olhar tanto para a altura da sua boceta quanto para o bumbum, mas me contive. A cara não era de muitos amigos. Vasquez mandou que nos sentássemos e assumiu o perfil de conservador, fez um longo discurso, foi interrompido algumas vezes por ela, mas a cartada do coroa era ótima: se Isadora aceitasse o casamento por oito anos, teria os seus gastos e os da criança que esperava mantidos por ele, além disso, passado esse prazo, poderia se divorciar de mim alegando para amigos e familiares que o “casamento se desgastou” e sairia com 25% das ações da Vasquez Brasil, era tanto dinheiro, que faria os meus oito milhões parecerem troco de bar. Por outro lado, se ela decidisse bater o pé, seria desertada desde já.

Numa sinuca de bico dessas, Isadora aceitou sob protesto. Restava agora saber as condições que ela e eu teríamos que cumprir. Vasquez disse:

-Primeiro de tudo, dentro de um mês, vocês se casarão em uma cerimônia apenas para familiares e amigos mais próximos, nada extravagante, mas quero que seja na igreja e com vestido de noiva (ela e eu ficamos espantados com o prazo tão curto). Segundo, os dois dirão que já estavam juntos há algum tempo, às escondidas, e se apaixonaram completamente. Terceiro, durante todo o tempo que passarem juntos, terão que se apresentar como um casal que se ama, abraçados, de mãos dadas, sorridentes, nada de cara emburrada ouviu, bonecaaaa? E você, Felipe, não faça essa cara de pastel vencido, banque o marido vencedor e feliz, não vai ficar todo deslocado perto do mulherão que é minha filha, porque aí ninguém acreditará. Quarto, se um dos dois desfizer o acordo antes do prazo, perderá o que foi acertado. Quinto, é para ser um casamento de verdade, você, Isadora, após a gravidez, terá que cumprir com suas obrigações matrimoniais, se é que me entende.

Isadora o cortou imediatamente:

-Isso não! Não vou transar com quem não quero nem que seja por todo o dinheiro que você tem.

Envergonhado, resolvi intervir:

-Doutor Vasquez, eu nunca tocaria em uma mulher sem que a mesma quisesse, essa parte do acordo precisa ser mudada. Prometo ao senhor que em qualquer lugar que estiver com a Isadora, posarei de melhor marido do mundo e espero que ela faça o mesmo.

Ambos se surpreenderam:

-Ah, e você ficará oito anos fazendo o que quanto tiver vontade de transar? Tocando punheta vendo filminho de sacanagem ou será que teu negócio é sentar na jiboia?

-Por favor, pai, não seja grosso. –Disse Isadora.

-Não, claro que não, acho que com muita discrição, posso me satisfazer com outras mulheres, sem que ninguém saiba, bem longe de casa e sempre com desconhecidas do nosso ciclo, afinal de contas se até em casamentos de verdade isso ocorre com gente altamente conservadora e religiosa por que não num casamento arrumado? – Respondi olhando-o com certa ironia.

Vasquez colocou a mão no queixo e passou a puxar os pelos de seu cavanhaque com força:

-Não sei não, eu quero que vocês vivam um casamento de verdade, mas aí você não teria uma amante fixa, né? Seria só sexo casual e se precavendo contra doenças? Não quero um escândalo estourando mais à frente e ainda tem essa tal de internec, interneta, interneto, sei lá, que tá chegando, e ficam colocando fotos, escrevendo fofocas, todos os computadores da empresa têm e dizem que esse troço além de revolucionar com o mundo dos negócios, vai acabar com a privacidade das pessoas. Mas tudo bem, arrume um jeito de ser 100% discreto nessas escapadas, só não vai começar agora, né? Fica uns tempos de molho, espera, vão se assentando e depois dá suas puladas de cerca porque ninguém é de ferro.

-Mas e eu, como fico nessa história? Terei direito a sexo casual também? – Perguntou Isadora.

Vasquez deu um pulo alto rodopiando no ar, foi até engraçado de ver, e deve ter incorporado o espírito do avô que era espanhol, pois começou a sapatear longamente de raiva pela sala como se fosse um bailarino flamenco, só faltaram as castanholas:

-Acabaram de te embuchar, você tem toda uma gravidez pela frente, depois terá que dar de mamar, trocar fralda, aguentar choro e já tá pensando em se envolver com outros hoooomens?! Puta que pariuuuu, Isadora!

-Claro que não estou pensando nisso agora nem a curto prazo, mas esse plano maluco que o senhor me meteu terá duração de oito anos e nenhuma mulher saudável fica tanto tempo sem sexo.

-O que você pensa sobre isso, Felipe? – Indagou Vasquez.

-Evidentemente que a curto prazo nem ela nem eu devemos ter contato íntimo com outras pessoas, mas no futuro não vejo problema, desde que seja tudo muito discreto, que não seja nem com conhecidos nossos e muito menos na casa onde moraremos.

-Você também está parecendo aquele programa “Topa Tudo por Dinheiro”, deveria ao menos se opor, entrar em um casamento já sabendo que será corno? Bom, deixa para lá, essa parte vocês que se acertem, só tenho a dizer que se cair na boca de pessoas próximas que um está traindo o outro, o acordo mela e aí, dondoca, esqueça a boa vida que teve até hoje, e você, Felipe, também pode esquecer da grana e do emprego.

-Vocês só não pensaram em um detalhe. – Disse Isadora.

-O quê? Festa, lua de mel, onde irão morar? Isso tudo já estou resolvendo, minha cabeça de líder sempre foi ágil. – Disse Vasquez.

-O Felipe ficará oito anos comigo, portanto mais de sete com meu filho ou filha e se ele não for um escroto, a criança acabará se apegando, aí depois de todo esse tempo, do nada, o “pai” some e como ficará a cabecinha da criança?

Vasquez fez cara de espanto com os olhos esbugalhados:

-Tem razão! Não pensei nesse detalhe, estava e ainda estou tão certo de que vocês ficarão juntos mesmo depois dos oito anos, até pensei que poderiam ter um filho depois...Puta merda! Isso é sério.

-Olha, doutor Vasquez e Isadora, se vamos mesmo fazer com que esse casamento pareça real, é óbvio que eu também me apegarei à criança, darei a ela toda atenção e cuidados e quando houver a separação, continuarei por perto e a gente acerta essa coisa de dia de visita, passar um final de semana juntos. Estou entrando nessa pelo dinheiro, mas jamais seria um canalha de virar as costas para uma criança que na prática, será minha filha ou filho.

Com um olhar teatral de desconfiança e me olhando por alguns segundos de boca aberta. Vasquez disse:

-Espero que seja homem e cumpra o que está prometendo agora.

-Tem minha palavra, mas se isto não bastar, façamos um contrato estabelecendo que em caso de separação, se eu não visitar a criança tantas vezes por mês, pagarei uma quantia mastodôntica.

Vasquez e Isadora me olharam surpresos, devo ter ganhado alguns pontos com ambos nessa e o coroa me estendeu a mão, me cumprimentando:

-Eu sabia que você era diferenciado desde os tempos de estagiário, um homem! Bem, acho que estamos resolvidos, a dondoca concorda então?

Isadora balançou a cabeça afirmativamente, mas nada animada.

-O casamento ocorrerá em um mês. A partir de hoje começarei a dizer meio que fingindo espanto que minha filha está há meses perdidamente apaixonada por um diretor da minha empresa e que querem se casar. Minha esposa e eu vamos arrumar tudo, vocês não precisam fazer nada, exceto que quero que passem a se ver quase todos os dias para se conhecerem. Saíam juntos para dar um passeio, jantar, você venha visita-la. Claro que sei que não irão se apaixonar, mas pelo menos deixarão de ser estranhos e assim, daqui a um mês, estarão mais íntimos e passarão uma imagem de verdade a todos. Aliás, começaremos isso hoje, aproveitem que é sábado e vão dar uma volta. Ah! E já nessa segunda, Isadora, você irá visita-lo no trabalho, se abraçarão na frente de todos e sairão juntos. Combinado? Bem, vou indo.

Isadora e eu ficamos sem graça, mas decidimos não contrariar Vasquez e o deixamos sair.

A ideia maluca de Vasquez começava a se tornar realidade.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 173 estrelas.
Incentive Lael a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Lael Lael Contos: 217Seguidores: 648Seguindo: 11Mensagem Voltando temporariamente. Novidades em breve.

Comentários

Foto de perfil genérica

Apenas duas correções históricas.

Primeiro: Nas décadas de 50 e 60, não era necessário uma gravidez para se dizer que a moça estava desonrada. Bastava a ela perder a virgindade para entrar nessa categoria e o cara era intimado a casar, muitas vezes, com a intervenção de um delegado. Existiam duas frases que explica isso: "fulano fez mal pra moça" ou a pergunta ao rapaz se "quem fez o casamento foi um padre ou um delegado".

Segundo: A alusão que a internet, em meados dos anos 90, causaria problemas de falta de privacidade é visionária, pois vírus era coisa rara e os que existiam, só faziam estragos nos computadores contaminados e hacker ainda não existia. As conexões eram por linhas telefônicas e transferir uma simples foto era coisa de horas e só um desavisado se atreveria a arcar com as despesas com os impulsos.

Mas isso não desmerece a história. Podemos aceitar muito bem como sendo uma "licença poética".

0 0
Foto de perfil genérica

Eeeeeiiiita Lael, você deixou a todos bem envolvidos nesta nova saga, parabéns. Toda nossa torcida por uma longa e gostosa saga.

0 0
Foto de perfil genérica

Esta nova história, está fuçando muito boa, como falei nos comentários das outras você é um bom escritor e sabe nos deixar curioso e querendo mais rápido a continuação.

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Olha,esse tipo de situação tem coerência,deve rolar muito nos altos escalões. Porém,ainda estou curioso com o papel de Elisa nessa história,vc já deu sinais que ela vai ser partícipe futuramente. A saga deve render muito!

0 0
Foto de perfil genérica

Tomara que a situação com Elisa ainda renda , vendo que o acerto de contas ficou muito curto ,

0 0
Foto de perfil genérica

Irmão, suas histórias são tão fodas que não tem nada à corrigir...rs só espero que estes dois personagens terminem bem...rs..👁

0 0
Foto de perfil genérica

Ideia maluca do Vasques e ideia maluca do Lael, cada conto surpreende mais.

Parabéns mais uma vez.

0 0
Foto de perfil de Almafer

Demais amigo Lael parabéns pelo jeito vai rolar muita coisa estranha kkkkk nota mil

0 0
Foto de perfil genérica

Pela discrição de Isadora a mulher é uma gata !

E ainda vai levar uma bolada!

Eu já ia até armando a teia pra conquistar a Paty!

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Capítulo show de bola contrato acertado agora bola pra frente. Me pergunto o quis dizer sobre Eliza com: “ Ela ainda voltaria a dar provas de seu caráter em um futuro próximo.“ . Mau ou bom caráter?????

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil de fer.pratti

Acredito que seja isso também. Ela vai cobrar ele por ter traído também, dai o otario vai contar do acordo e vai ser chantageado pela ex canalha.

0 0
Foto de perfil genérica

Muito simples é só dizer pra ela que já tinha descoberto a traição dela e acabou conhecendo outra pessoa e com tempo acabou se apaixonar por ela e no dia que a expulsou já estava cansado das traições e dos gastos enormes dela banhando a mulher pra dar pra outro muito simples e nem precisa explicar muito

0 0
Foto de perfil de fer.pratti

Eu não sei se é isso mesmo que vai acontecer, mas em teoria ele não precisava falar nada com a ex, nem responder ela nem nada. Mas se o cara não for pelo menos um pouco burro não tem conte ne? rs

0 0
Foto de perfil genérica

Pensei em algo semelhante, mais vindo de Lael não me admiraria se ela agisse de outra forma. Pois ele sempre tem uma carta na manga que nos dá uma rasteira no que estamos pensando.

0 0
Foto de perfil de rbsm

muito bom adorei isso e um conto digno do Lael

0 0

Listas em que este conto está presente