Longe do Zóio mas Perto do Cuzín (05)

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1850 palavras
Data: 14/02/2023 10:21:04

Esta história é sobre uma mina de El Salvador da qual me recordo de três coisas: Era uma moreninha lindinha e gostosa, fazia mestrado em artes plásticas e eu quase tomei porrada por causa dela.

Eu já fazia o mestrado há algum tempo, me sentia adaptado ao espanhol e à cultura local, e no campo sexual levava a vida como um franco atirador: disparava a qualquer mulher que desse bobeira. Então, essa bucetinha hispânica se encaixava perfeitamente no meu público alvo. Caí matando, já puxando assunto, fazendo piada e convidando pra sair.

Eu diria que na metade das vezes esta abordagem não dava em nada - sim, eu me faço de fodão, mas nem sou lá essas coisas - e dependia muito da garota querer algo ou não. Só que com essa mina, em especial, funfou. Funcionou tão bem, mas tão bem, que ela passou a tarde toda numa festa conversando comigo - e eu já nem pensava somente na bucetinha, mas agora olhava para ela como uma pessoa DE CARNE E OSSO.

Isso era muito perigoso. Pensar em uma mulher assim faz você querer algo mais que uma foda, você passa a se iludir com namoro, relacionamento monogâmico, compromisso e essas coisas que são parte da vida - mas não da minha proposta de vida naquela época. Ao dar-me conta destas implicações, confesso que fugi. Fiquei meses com o telefone dela na mão, sem tomar a iniciativa de procurá-la.

Uma noite vou num jantarzinho e encontro a garota novamente. Ficamos conversando um tempão, mas agora havia um ingrediente a mais: descobri que o tal jantar era na casa do namorado dela. Obviamente, ele se deu conta de que tinha outro cara ciscando no seu terreiro. Várias vezes os amigos chegaram e deram um toque: “É melhor não chegar nem perto dessa mina, o namorado dela tá puto, fica falando que vai te comer de porrada.”

Ora, as coisas estavam ficando demasiado complicadas. Eu corria o risco de me apaixonar e também de tomar porrada, quando o objetivo era só comer uma simples bucetinha. Toquei o foda-se, ou seja, me despedi e vazei antes mesmo que servissem a comida, mas não sem alertá-la de que seu namorado era “um bosta abusivo que se achava dono dela, o que era forte indício de que, no futuro, era ela quem ia levar porrada dele.”

Estou caminhando rumo ao metrô e sinto alguém enlaçar meu braço. Eu já ia virar armando um gancho no queixo, pois se é inevitável cair na porrada, é melhor dar o primeiro golpe. Meu punho parou a exatos três centímetros de um nariz lindinho, quando me dei conta de que era a salvadorenha. No caminho, a garota me contou que acabara determinar o namoro e disse que queria ir para casa comigo.

Foi uma foda com amor, dessas que você não consegue parar de beijar a parceira. Eu penetrava seu sexo e ela me braçava o pescoço, eu acelerava as estocadas na bucetinha cheirosa e ela cravava as unhas nas minhas costas, ela movimentava o quadril com um requebrado ritimado e completo, do início até o fim, uma loucura de tão gostoso, eu a segurava suavemente pela cintura beijando os mamilos escuros e durinhos. Não havia tapa na cara nem palavrão, só gemidos sussurrados e muito tesão. Depois do gozo, eu havia por fim cedido e estava irremediavelmente apaixonado. Foi aí quando a salvadorenha levantou, vestiu as roupas e me disse adeus, esclarecendo que queria passar um tempo “sem namoro, relacionamento monogâmico, compromisso e essas coisas”.

Bem, não há maneira melhor de se recuperar de uma dor de amor que ir à praia e, além disso, as férias eram a melhor parte do mestrado lá fora. O país era lindo, com uma cultura fascinante e repleto de praias tropicais. Com alguma disposição, criatividade e pouco dinheiro, podia-se aproveitar bastante. Ah, sim, eu nem comentei que lá também tinha mulheres, porque isso é meio óbvio. Eram muitas e de muitas nacionalidades diferentes.

Ouvi falar de uma praia rústica, pequenina e bem animada, conhecida como “A Praia do amor”. Lá só caiam viajantes, de maneira que me pareceu imperdível conhecer. Meti umas roupas na mochila, peguei uns livros e toma viagem de ônibus. Saltei no meio do nada, atravessei um campinho de futebol de várzea, dei com umas choupanas de madeira e teto de palha e, depois delas… O oceano estava à minha frente!

O esquema lá era bem raíz. Só havia uns quantos restaurantes, todos na areia da praia e com estruturas mambembes na frente, cheias de redes. Daí você combinava de alugar uma rede pra dormir com café da manhã e guardava sua mochila num quartinho dos fundos. Depois, era só aproveitar e ficar largado como um bicho solto. Isso me lembrava bastante das férias na Bahia, eu simplesmente adorei!

Todas as noites a gente via o pôr do sol deitado fumando o baseado com os vizinhos de rede e no dia seguinte acordava já na praia. Havia gente de todos os lados, falando tudo quanto é idioma, quase um paraíso na terra. Mas, sejamos sinceros, o que é um paraíso sem mulher?

Então, logo no meu primeiro dia à tarde, achei somente um bar movimentado, puxei conversa e fiquei tomando cerveja com uns surfistas que conheci. Perguntei porque os outros bares estavam quase vazios e os caras riram, dizendo que eu já descobriria. Daí saiu de trás do balcão uma morena linda, toda bronzeada de sol e com curvas generosas, vestida só de canga.

Ela tira a canga e fica só de biquíni, o que já explicava o movimento do bar. Mas aí ela tira o biquíni e fica nua… Com um silêncio estarrecedor no bar e todos os olhares sobre ela, a garota vai caminhando até a água, mergulha, volta caminhando, peladona e molhadinha, veste a canga e continua atendendo atrás do balcão.

Ora, ora ora, então se tratava de uma praia com NUDISMO LIBERADO… É como eu digo, nada é tão bom que não possa melhorar! Ok, como lá não havia regra nem lei, tinha gente vestida, gente seminua e gente pelada. Como eu acho areia e nudez incompatíveis, fiquei de bermuda mesmo. Já me ocorreu de ir à praia e ficar pensando na quantidade de buceta e pica a me rodear. Creiam-me, ali isso era como um mantra que não sai da cabeça, pois muitos dos genitais em questão estavam à vista.

E o quê dizer do vôlei de praia? A quantidade de menina nua correndo e saltando com os peitinhos soltos era como um imã para os olhos. Eu torcia para uma dupla de belgas, porque eram lindas, gostosas, peladas e, principalmente, minhas vizinhas de rede com baseado na hora do pôr do sol.

Com elas, fizemos uma turma que tinha uma peruana, um uruguaio e um dinamarquês. Houve uma noite nebulosa de maconha, birita e fogueira em que as redes balançaram muito e todo mundo acordou pelo chão, com areia em orifícios nunca antes explorados.

Ok, nessa história eu não comi ninguém explicitamente, e talvez vocês estejam decepcionados. Por outro lado, eu me senti estimulado pela praia a tal ponto que já nem me lembrava da paixonite pela salvadorenha. Contudo, foi só eu voltar para a cidade que essa história continuou…

Sabem, eu considero a violência física um recurso das pessoas que não possuem a integridade funcional de sua massa encefálica. Primeiro porque eu sou da paz, segundo porque eu nunca fui bom de briga mesmo e, terceiro, porque já apanhei o suficiente na vida. Voltando da praia do amor, estava eu ao meio dia chegando na sessão promocional da mostra de cinema latino-americano, onde estudante não pagava, quando fui abordado por um mexicano fortinho e enfezado, puxando-me à força para um canto e querendo me comer na porrada.

Quando reconheci o carinha, era o namorado da tal salvadorenha gostosinha que eu tinha feito terminar o namoro com ele, para depois comê-la ardentemente, para depois me apaixonar perdidamente, para depois levar um fora escroto, para depois ficar chupando dedo em posição fetal durante uma semana e ir parar na praia. Só faltava agora apanhar por essa merda toda.

Eu quis argumentar e esse foi meu primeiro erro, pois se é pra brigar é melhor já ir descendo o cacete. O cara me deu um TAPA NAS IDEIAS que parecia coisa de desenho animado. Eu bambeei mas não caí - e esse foi meu segundo erro, pois o cara encaixou um cruzado de direita tão forte que até hoje meus dentes trincam com as fissuras ali originadas.

Eu fui jogado para para trás e bati com as costas na parede, o cara veio pra cima feito um demônio da tasmânia enlouquecido. Esse foi o único erro dele: eu saí da frente e o mexicano acertou um direto de esquerda com toda sua força na parede, só deu pra ouvir o estalo dos dedos se quebrando. O macho saiu do cantinho chorando e segurando a mão arrebentada, enquanto eu saí com um lábio sangrando e todo descabelado, xingando ele no melhor pior espanhol que conhecia.

Eu ainda assisti a sessão de cinema, estavam passando “La Ley de Herodes” e eu não iria perder por nada, um filmaço. Chego em casa umas duas horas depois com a cara inchada dos sopapos que tomei e na sala estava me esperando a gatinha salvadorenha, motivo de toda esta confusão.

Ela pareceu meio desconcertada quando viu que meu lindo rostinho parecia uma melancia esbugalhada por um samurai japonês. Me contou que tinha ido ali porque eu havia batido no ex-namorado dela. caralho, eu nao bati em ninguém, o cara é que havia se estropiado sozinho! Bem, ela achou que eu havia dado uma surra no cara porque ele foi parar no pronto socorro com a mão quebrada - mas, ao me ver com a cara arrebentada, ela entendeu que eu também tinha apanhado bastante.

Eu estava tão puto com tudo isso que desfilei toda a minha fineza: “Olha garota, melhor tú vaza daqui que hoje eu tô virado na giraia, amassei aquele babaca do teu ex-namorado e, se tú me encher mais o saco, amasso tua carinha também.” Ela ficou mais desconcertada ainda. Veio me segurando e dizendo para eu me acalmar, que eu é que era homem pra ela, que o ex era um idiota machista mesmo, que ela ia cuidar de mim, que ia ficar tudo bem…

Tá bem, eu sou mole, não posso ver mulher desesperada, concordo com tudo que dizem, e não foi diferente. Naquela noite fodemos maravilhosamente pela segunda vez, ela estava excitadíssima com a história da briga, ficava me chamando de macho e pedindo para dominá-la com força, pediu tapa na cara e cuspida na boca, rebolou no bichão com garra como se aquele fosse o último cacete restante no planeta antes da noite do apocalipse final.

Ok, ela podia ser ótima de trepada, mas era confusão na certa. Já na manhã seguinte eu dispensei a gostosinha salvadorenha, dizendo que não queria mais rolo nem briga para o meu lado. Mas, será que não queria mesmo?

Nota: Confira os capìtulos ilustrados da saga Zóio em mrbayoux.wordpress.com

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