O que é o Amor! (4a Temporada - CAPITULO 11) - Morte Anunciada

Um conto erótico de IDA (Autorizada por Nassau)
Categoria: Heterossexual
Contém 10329 palavras
Data: 08/02/2023 19:47:01
Última revisão: 11/02/2023 13:47:23
Assuntos: Heterossexual

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-(Renato) Nossa! Que mudança hein! Para quem até se recusa a conversar com a Bruna, você não acha que a está defendendo demais. Já está até querendo ajudar.

Elisa ficou calada por um longo tempo, perdida em seus próprios pensamentos, enquanto Renato apena a observava. Então ela finalmente falou:

-(Elisa) Quer saber de uma coisa? Você está certo. Eu não posso ficar indefinidamente acusando a Bruna. Ela precisa de ajuda, nem que for para não fazer uma burrada como aquela de novo.

Renato apenas balançou a cabeça em aprovação, o que significava que concordava com o que Elisa estava pensando.

Apesar da conversa ter mudado de rumo de repente, ficou gravado em Elisa. Ela poderia até se regozijar de finalmente ter feito Renato se abrir, coisa que nunca ninguém conseguiu. Porém, aquele diálogo franco só deixava mais claro algo que ela estava cansada de saber. Bruna e Renato se amavam e foram feitos um para o outro, sendo ela a intrusa em meio àquele relacionamento. Ela tinha consciência do sentimento de Bruna por Renato e agora estava mais do que confirmado o amor que ele sentia por ela. Para piorar, ela própria, além de amar o seu noivo, também tinha deixado crescer um sentimento por Bruna que a princípio não entendia, mas que Carolina, em suas intermináveis conversas, mostrou para ela que aquilo também era amor.

Por amar aos dois, ela estava cada vez mais certa que seria ela a sobrar. Então se lembrou de outro conselho de sua amiga que disse a ela em uma conversa que, sabendo que Bruna e Renato acabariam por reatarem o casamento, que ela deveria se entregar a esses sentimentos e transar com Bruna. Mas ela sabia que jamais faria isso. Pelo menos não enquanto o Renato não aceitasse. E ela não tinha coragem de deixar isso transparecer para ele.

O que Elisa não sabia, apesar de sua inteligência, é que o interesse dela por Bruna não ficara sem ser notado por Renato. Mas ainda tinha uma dúvida que Elisa precisava esclarecer e, sem aviso prévio, ela perguntou:

-(Elisa) Só para encerrar. Quando é que você vai conversar a respeito disso tudo com a Bruna?

-(Renato) Com respeito ao futuro da organização?

-(Elisa) Não Renato. Sobre isso eu mesma posso falar com ela. Eu estou falando sobre o que conversamos, sobre o casamento de vocês. Poxa vida. Achei que, se abrindo da forma como você fez, haveria uma esperança de vocês colocarem finalmente os pingos nos ‘is’ de vocês.

-(Renato) Nunca. Jamais. Além do mais, a gente não tem mais nada um com o outro e conversar sobre isso com ela não faz nenhum sentido.

“Aí é que você se engana, meu amor!” – Pensou Elisa: “Vocês dois tem muito a ver um com o outro, já que se amam. E você vai sim conversar com ela a respeito disso e, se for preciso, eu vou estar junto de vocês para impedir que você evite se abrir para ela como fez comigo”.

Continua ...

Capítulo 11 – Morte Anunciada

Renato não conseguia entender o motivo pelo qual Elisa, mesmo sendo uma defensora ferrenha de Bruna quando essa não estava presente, continuava a manter distância da mesma e a mesma frieza quando elas, por algum motivo, estavam juntas. Entretanto, conhecendo sua noiva como conhecia, sabia que, por atrás daquela atitude, com certeza havia algum pressuposto que ela não lhe revelara.

Enquanto isso, a guerra contra Jürgen continuava acirrada e a vantagem a favor de Renato e de Bruna era um indício que, em questão de dias, colocariam fim à luta e mandariam o alemão de volta para o Pampa Gaúcho. Então veio a informação, por parte de Clara, que poderia mudar a situação e reverter a vantagem que eles tinham obtido.

Cássio, cansado de esperar por uma decisão de Bruna, aliou-se a Jürgen e, a pedido dele, dois homens implacáveis estavam chegando ao Brasil provenientes da Itália com a missão de eliminar Renato. Segundo o alemão, que começava a desconfiar da aliança que Bruna e Renato tinham mantido em segredo durante todo esse tempo, eliminar Renato faria com que ela se rendesse e lhe entregasse os segredos do cofre e com ele todo o controle da Organização.

Essa informação serviu a dois propósitos. O primeiro foi que, sabendo exatamente o dia da chegada dos assassinos, Ademir, utilizando-se de suas “credenciais” de ex-policial, foi, junto com oficiais da polícia, recebê-los no aeroporto e os conduziu para um local ermo. Ali, um dos assassinos foi morto, o outro espancado e depois colocado em um jato executivo especialmente fretado de volta à Itália, levando consigo o seguinte recado de Renato ao chefe deles, que residia na cidade de Nápoles:

“Nós brasileiros costumamos receber bem a todos aqueles que nos visitam. Mas cuidamos de nossos próprios negócios e não interferimos nos negócios de outras pessoas. Se você um dia quiser nos visitar, será bem recebido, porém, saiba que estamos preparados para receber de outra forma todos aqueles cujas intenções nos sejam prejudiciais”.

A rapidez da reação de Renato em neutralizar aquela ameaça foi o suficiente para que os mafiosos Italianos decidissem ficar fora da guerra que se desenrolava no Brasil e também deixou Cássio em péssima situação, tendo sido o mesmo avisado de que não poderia contar com nenhuma ajuda vinda da Itália. O aviso não explicitava, mas nele estava implícito, que ele fora considerado o culpado, não só pelo fracasso na operação que vitimou um dos assassinos enviados pela máfia italiana, como também pelo fracasso na tentativa de se associar ou controlar a Organização.

Meses e muito dinheiro foram gastos na montagem daquele plano e, sendo ele um homem próximo à cúpula daquela instituição criminosa italiana, sabia que não poderia voltar para lá, pois se encontrava com sua cabeça a prêmio. Como ficar em São Paulo também não era uma boa opção, pois poderia ser encontrado com facilidade, simplesmente sumiu da cidade, ou melhor, sumiu do mapa, pois jamais ninguém teve notícias dele.

Novamente entregue a sua própria sorte, Jürgen resolveu cortar o mal pela raiz, lamentando pelo fato de deixar Clara viva. Ele fizera isso com a intenção de que, sendo vigiada, ela pudesse conduzi-los a algum local que pudesse trazer informações ou vantagens para ele, entretanto, ela não apenas deixou de dar essa vantagem a ele como, apesar de toda a vigilância, conseguiu passar aos seus inimigos, informações importantes. Pensando nisso, descarregou todo seu ódio em Peter, em quem jogou a culpa pelo seu próprio fracasso e, ao fazer isso, tinha a intenção de deixar aquela máquina de maldades com sede de sangue. Então lhe deu a ordem para se livrar de Clara, sabendo que ele faria isso com requintes de crueldade.

Depois do episódio em que se livraram da ameaça italiana, a tranquilidade dominava Bruna. Ela praticamente havia cumprido a sua missão e, apesar do preço pago, o episódio em que ela se livrou do político corrupto, serviu para lembrar aos outros que ela era a filha do senhor Antônio e que em astúcia, não ficava nada a dever para ele. Receosos, cerraram fileiras ao lado de Renato, o que lhes dera enorme vantagem. A sensação de dever cumprido era tão grande que ela nem estranhara que já se havia passado mais de uma semana sem que Clara lhe desse notícias.

Era uma quarta-feira e o dia já avançava para o seu final quando Bruna recebeu uma ligação e o número configurado para mostrar uma foto da praia da Grécia onde se reencontraram, mostrou que Clara desejava falar com ela. Levou o aparelho ao ouvido e não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, pois Clara, com uma voz afobada, lhe dizia estar precisando de ajuda, pois estava sendo seguida e que ia tentar despistar seus seguidores no metrô, pedindo para que ela fosse encontrá-la na Estação do Tatuapé e que se encontrariam no estacionamento do Shopping Center que fica naquele local.

Como não foi dito em qual estação Clara embarcaria no metrô, ela não pode fazer um cálculo do tempo que ela levaria para chegar lá, porém, sabia que, em virtude de ter que enfrentar o trânsito intenso do final do dia que se aproximava, ela não conseguiria chegar antes da amiga. Tranquilizou-se imaginando que, sendo esperta como era, Clara daria um jeito de ficar nas proximidades esperando por sua chegada.

Bruna chegou ao Shopping Center, estacionou e aguardou, mas Clara não apareceu. Já era noite e ela estava apavorada, quando Djalma ligou perguntando por ela. Só nessa hora que ocorreu à Bruna que poderia ter ocorrido o pior e, alarmada, pediu para que Djalma pegasse alguns homens e viesse ao seu encontro. Como Djalma, ao ligar, estava próximo de alguns homens de Renato, Ademir logo teve acesso a essa informação e, não se sabe como, Renato chegou ao Shopping apenas poucos minutos depois do guarda costas de Bruna.

Por uma dessas coincidências que ninguém consegue explicar, ela ainda estava explicando para Renato o pouco que sabia, quando seu celular tocou. Ao olhar o visor, Bruna tremeu, sabendo que aquilo não podia ser coisa boa. A imagem que ali aparecia não era da paisagem da praia da Grécia, mas sim do rosto da própria Clara, o que queria dizer que ela ligava, não do aparelho usado para trocarem informação, mas do celular que ela usava normalmente. Antes mesmo de levar seu aparelho ao ouvido, já se ouvia a voz de Clara, carregada de pavor:

-(Clara) Me ajude, eles me pegaram, estou no ...

E a ligação foi interrompida ao som de alguns gritos e a última coisa que se ouviu foi o som de algo se quebrando. Depois, silêncio total. Bruna sabia que isso só podia significar uma coisa, aquele aparelho celular acabara de ser destruído.

Não muito longe dali, Clara saía de uma estação do metrô acompanhada de dois homens mal-encarados e foi enfiada em um carro. Ela não conseguira despistar seus seguidores e desceu naquela estação na tentativa de, se misturando à multidão, conseguir escapar. Quase conseguiu, mas quando estava atingindo a saída, percebeu que havia dois homens vigiando e os reconheceu como sendo homens de Jürgen.

Desesperada, correu para o banheiro onde fez a ligação para Bruna, só não conseguindo falar com ela porque, sem respeitar o fato de ser um banheiro feminino, os homens que a seguiam invadiram o local, arrancaram o celular de sua mão, atirando-o ao chão onde o mesmo foi esmagado pelos pés de um deles. Depois, apontando uma arma para ela, ordenaram que se comportasse se não quisesse levar um tiro ali mesmo. Foi assim que ela, rezando por um milagre, acompanhou aos dois.

Sabendo que aquela noite seria longa, Renato ligou para Elisa que já estava em casa e lhe contou toda a verdade. Ele sabia que não era mais possível mentir para sua noiva que tinha uma antena fabulosa para detectar problemas. Aflita, a primeira coisa que Elisa perguntou foi se Bruna estava bem, recebendo como resposta que ela estava em pânico, o que fez que a garota pedisse ao seu noivo que cuidasse bem de sua amiga.

Aquela reunião em pleno estacionamento do Shopping Center era, no mínimo, insólita. Bruna e Renato, tendo ao seu lado Ademir e Djalma e, um pouco distante, mais três homens que vigiavam o perímetro ficando atentos a todos que dali se aproximavam, davam sinais de que não tinham a mínima ideia do que fazer. Foi então que Bruna, controlado uma crise de choro, lembrou a eles que Clara tinha outro celular e que, com um pouco de sorte, o mesmo poderia estar com ela e não ter sido danificado. Acaso estivesse ligado, eles poderiam, com a ajuda da operadora do serviço, ter uma noção do local para onde ela estava sendo levada.

Bruna estava certa. O próprio Peter que aguardava no carro onde ela foi introduzida fez uma revista total nela, não deixando uma parte de seu corpo sem ser apalpada. Até sua xoxota e cuzinho foram vasculhados em busca de algum aparelho de escuta. Em seguida, ele vasculhou a bolsa da mulher, jogando fora tudo o que pudesse esconder um miniaparelho que pudesse emitir sinais denunciando sua localização. Porém, ele cometeu um erro que, diante de sua experiência, não poderia ter sido cometido. Qualquer pessoa jogaria fora a bolsa de Clara, o que ele não fez e, oculto em um forro falso que Clara havia providenciado para guardar o aparelho celular que ela usava para se comunicar com Bruna, encontrava-se o mesmo e, para o azar dele e sorte dela, ligado.

Ao saber que Clara portava outro celular, dizendo que não custava tentar, Ademir fez algumas ligações e logo informou que, caso aquele celular fosse usado, ele seria triangulado e a localização de Clara logo seria conhecida. Sem ter mais nada que pudessem fazer, disseram a Bruna que aguardasse na mansão que eles a informariam quando houvesse qualquer notícia nova, porém, ela se negou a obedecer dizendo que não ficaria tranquila sozinha em sua casa. Sem conseguir convencê-la, decidiram levá-la consigo até a fortaleza onde Renato ainda morava juntamente com Elisa.

Não demorou muito para que tivessem notícias. Estavam na fortaleza a menos de trinta minutos quando o celular de Bruna tocou. Ela atendeu imediatamente e era Clara que, com uma voz baixa e falando de forma atropelada pedia por ajuda. Bruna ainda tentou fazer com que ela se acalmasse e, com muito custo, pediu para que ela desse alguma informação que pudesse auxiliar em sua localização. A mulher disse que não sabia, pois haviam colocado um capuz sobre seu rosto e ela não tinha a menor ideia de onde estava, porém, conseguiu informar com pequena margem de erro quanto tempo havia sido gasto do local onde ela fora capturada até onde ela se encontrava.

O fato de ser menos de trinta minutos fez com que Djalma e Ademir ficassem otimistas, pois não fora levada para nenhum local distante. Mas quando Bruna pediu para que ela continuasse falando para que pudessem determinar sua localização através do seu celular, ouviu-se um estalo em seguida gritos, principalmente de Clara que repetia com pânico na voz a palavra “não”. Em seguida, o som do baque indicando que o celular dela fora jogado no chão, depois outro baque e depois silêncio. O celular de Clara acabara de ser destruído.

Felizmente, quase que imediatamente, o celular de Ademir recebeu uma chamada. Ele atendeu respondendo com monossílabos e depois o desligou e, com um tom esperançoso, informou:

-(Ademir) Conseguiram a triangulação. Ela está em algum local no bairro da Saúde. Mais precisamente em uma travessinha da Avenida Miguel Stefano.

Imediatamente se organizaram para irem até lá. Bruna insistiu para ir e Djalma, apoiado pelo Ademir, foi contra, porém, ela só aceitou ficar quando Renato falou sério com ela determinando que ela obedecesse.

Não se passaram vinte minutos depois que os homens saíram e Bruna surtou de vez, informando a Elisa que ficara em sua companhia que iria até o local tentar ajudar Clara. Depois de uma breve discussão, ela saiu se negando a atender à Elisa que pedia para que ela ficasse. Desesperada e se sentindo impotente, a garota decidiu ir junto.

Tendo ouvido o nome da rua que Ademir deixou escapar, Bruna acionou um aplicativo do seu celular que a conduziu diretamente para o local. Lá chegando, se viu em uma rua estreita com galpões enormes ocupando os dois lados, todos cercados com grade. Andou lentamente até o final da ruazinha que, por não ter saída fez com que ela manobrasse para retornar. Em todo o trajeto, ela e Elisa olhavam ansiosas para os galpões escuros sem conseguirem ver nada que lhes chamasse a atenção.

Voltaram até o início da ruela e, mesmo com Elisa insistindo que ali não havia nada de anormal, ela manobrou e refez o trajeto. Apenas quando estavam voltando, Elisa notou uma pequena e rápida luminosidade, como se uma lâmpada fosse ligada e imediatamente desligada. Comunicou esse fato à Bruna e se arrependeu no mesmo instante, pois mal acabara de falar e a outra já parou o veículo e desceu, andando em direção a um pequeno portão que podia ser notado no meio da grade.

Elisa, correndo atrás de Bruna para convencê-la a voltar para o veículo, ficou estarrecida quando viu ela empurrar o portão e ganhar um pequeno terreno coberto por uma estranha serragem que separava a grade de uma enorme porta que dava acesso ao galpão. Resoluta, andou atrás da amiga e, por entender que o silêncio absoluto era necessário, caminhou com ela em direção à porta.

De uma minúscula janela que existia no piso superior do galpão, uma figura enorme as observava pela janela e, vendo que a intenção delas era entrar no galpão, desceu apressado a escada indo em direção à porta de entrada. Era Peter que, depois de cuidar de Clara por encontrá-la falando ao celular, resolveu fiscalizar as redondezas de seu esconderijo e exultou ao ver as duas mulheres se aproximando, o que ele considerava uma sorte incrível, pois, se maltratar uma mulher já era bom, imagine então três.

Ao mesmo tempo, no galpão em frente, Ademir, Djalma e Renato olhavam aflitos ao ver as duas entrarem no esconderijo de seus inimigos e discutiam se deviam tirá-las de lá. Ademir achava que isso estragaria o fator surpresa que ele estava preparando, uma vez que ele convocara mais homens e estava aguardando a chegada desse reforço, pois, além deles três, somente outros dois homens aguardavam sentados em seus carros estacionados cerca de cem metros dali. A discussão, porém, mal começou e terminou.

Djalma, ao ver Bruna se aproximando da porta, percebeu o movimento daquela enorme sombra atrás da janela e, sem dizer mais nada, correu para a saída e foi em direção ao galpão onde as duas mulheres já haviam chegado à porta e procuravam por um trinco que permitisse a elas abrirem a mesma. Atrás dele, Renato o seguia correndo e só o alcançou quando já estavam passando pela grade que protegia a entrada. Somente nessa hora se viu o Ademir vindo em direção a eles, fazendo sinais com a mão para que os dois homens que estavam no carro se aproximassem.

O que aconteceu a seguir se passou a uma velocidade que apenas um observador atento e treinado para isso poderia descrever com precisão. De repente, a porta se abriu e a figura gigantesca de Peter ocupou toda a abertura que ela apresentou. Imediatamente, Bruna e Elisa se viraram e saíram correndo, porém, mal deram três passos e a mão gigantesca do homem segurou o braço de Bruna e a puxou para trás. Elisa, livre, correu em direção a Renato que, sem nenhum aviso prévio, abraçou seu pequeno corpo e, dando uma espécie de rasteira, a deixou caída de costas sobre a serragem, enquanto avisava para que ela não movesse um músculo sequer.

Ao ver que, em sua outra mão, ele segurava uma arma, ela temeu por seu amado, porém, a mão vigorosa dele pressionava seu peito fazendo com que ela permanecesse deitada, avisando-a novamente que, por nenhum motivo nesse mundo, deveria se levantar dali.

Enquanto isso, Bruna se debatia desesperada, porém, foi logo imobilizada com um braço prendendo seu pescoço e uma voz com um estranho sotaque lhe dizia que, se tentasse escapar, seu pescoço seria quebrado. Porém, quando o homem se virou para entrar pela porta de onde havia saído, Djalma se aproximou segurando um pedaço de madeira e, usando de toda a sua força, atingiu as costas do gigante, ficando perplexo ao notar que, depois da pancada, ficara apenas com um pequeno pedaço da madeira na mão, pois a mesma havia se partido em duas e, tudo indicava que aquilo não causara nenhum efeito no homem que, dando um safanão na fronte de Bruna, a jogou para o lado fazendo com que caísse sem sentidos, deu dois passos em direção a Djalma.

Djalma ainda conseguiu se esquivar dos dois primeiros socos enquanto sacava sua arma. Mas o terceiro, exatamente quando já estava com a arma na mão, atingiu em cheio seu maxilar e o barulho de ossos se partindo foi ouvido por todos. Djalma foi catapultado para trás e caiu de costas no chão. Cego de dor virou a arma em direção onde acreditava estar Peter e atirou duas vezes. A primeira bala atingiu o homem na coxa direita e o segundo passou raspando ao lado do abdome. Não disparou o terceiro. Como se tivesse sido atingido por balas de festim e com uma agilidade surpreendente para um homem com o seu tamanho, Peter chegou até ele e lhe desferiu um pontapé na mão jogando sua pistola longe.

Em seguida, abaixou-se e, como se estivesse pegando uma pequena boneca, levantou o corpo de Djalma levando-o até acima de sua cabeça e depois, esboçando um sorriso que mais parecia um esgar, soltou-o para baixo ao encontro de sua perna ferida que ele havia dobrado. Novo barulho de ossos sendo quebrados e todos ali souberam o que aquilo significava. A espinha dorsal de Djalma acabara de sofrer uma fratura. Não contente. Abaixou-se novamente e segurou o pescoço do homem que já perdera os sentidos e levantou-o no ar.

A imagem de Djalma balançando no ar se assemelhava a um desses bonecos de Judas que são malhados na Semana Santa. Com sua vítima virada de costas para ele, Peter desferiu um soco na espinha, certificando-se assim que seu trabalho fora bem realizado. Em seguida, jogou o corpo inerte no chão e olhou a sua volta, vendo a poucos metros de si Renato agachado ao lado do corpo de Bruna, tentando levantá-la, pois ela já recuperara os sentidos. Ao ver aquele gigante andando em sua direção, Renato procurou por sua arma que havia depositado no chão, mas algo aconteceu que alterou o rumo dos acontecimentos.

Ademir, depois de verificar que Elisa estava bem, levantou-se e, sem pensar, apontou a arma para Peter e disparou duas vezes. O primeiro tiro o atingiu no braço, pois ele andava em direção ao Renato e estava de lado para ele. Ao sentir que havia sido atingido, ele se virou para Ademir e o segundo o acertou no ombro direito, porém, mesmo ferido, ele continuou a andar em direção ao atirador. Ademir, demonstrando uma calma como se fizesse isso todos os dias, abaixou-se apoiando o joelho direito no chão enquanto a perna esquerda estava dobrada. Em seguida, apoiou a mão direita que apoiava o revólver na mão esquerda, fez pontaria e atirou.

Apenas um tiro foi disparado. Atingido entre os olhos, o gigante vacilou, mas ainda permaneceu em pé. Ademir se preparou para um segundo tiro quando percebeu, apesar da fraca iluminação, que a vida abandonava os olhos cruéis de Peter que permaneceu em pé por mais alguns segundos e depois desabou.

Nesse exato momento o ranger de pneus freando invadiu a noite e um número enorme de homens correu até onde estava Ademir. Sem vacilar, ele deu ordens e começaram a invadir o galpão onde, conforme descobriram mais tarde, havia apenas outros quatro pistoleiros, sendo que dois deles foram mortos ao tentarem impedir a entrada dos homens de Renato e outros dois conseguiram fugir por uma saída que havia no fundo do galpão. Imediatamente, iniciou-se a revista no galpão e Clara logo foi localizada em um pequeno recinto.

O estado de Clara era indescritível. Deitada no chão, com as vestes rasgadas, ela estava com uma das pernas esticadas e a outra dobrada em um estranho ângulo, indicando que fora fraturada. Todo seu corpo exibia hematomas e provavelmente ela sofrera outras fraturas, o que foi certificado mais tarde, pois só nas costelas, havia seis e o maxilar estava torto e fora do lugar, assim como seu nariz. Sua boca sangrava, porém, numa dessas coisas para as quais não se encontram explicações, ela estava viva e consciente, embora respirasse com muita dificuldade.

Bruna, que correra para o local ao ouvir os gritos dos homens que a encontraram, foi a primeira a se aproximar dela. Sem vacilar, sentou-se no chão e pegando cuidadosamente a cabeça de Clara, a depositou sem eu colo, fazendo-lhe carinhos no rosto enquanto lhe falava baixinho:

-(Bruna) Está tudo bem agora. A ajuda já está chegando e você vai ficar boa.

Entretanto, nem Clara acreditava nisso e, em um esforço enorme e com um movimento da boca que pretendia ser um sorriso, olhou para Bruna e, quando conseguiu falar, disse apenas:

-(Clara) Desculpe Bruna. Eu falhei com você.

-(Bruna) Não Clara. Você não falhou. Graça a você estamos vencendo essa guerra.

Clara balançou a cabeça a despeito da dor que cada movimento seu provocava, tentando dizer que não era aquilo que se referia. Então explicou:

-(Clara) Sim. Eu falhei quando traí você a pedido do seu pai.

-(Bruna) Isso não importa agora querida. Você vai ficar bem. Você vai ver. E depois a gente fala sobre isso.

-(Clara) Seu pai me disse que tudo aquilo era para o seu bem. – Um esgar de dor apareceu no rosto de Clara que, se esforçando ao máximo, continuou: - Ele me convenceu que era a única forma de te proteger.

“Pobre Clara!” Pensou Bruna: “Uma vida toda usada por meu pai para atender aos interesses dele”.

-(Bruna) Eu sei Clara. Eu sei. Eu é que agi errado em afastar você de mim. Era dele que eu devia ter me afastado.

-(Clara) Eu só fiz isso...

Uma expressão de dor tomou todo o rosto de Clara e ela fechou os olhos permanecendo imóvel por alguns segundos, enquanto Bruna repetia seu nome sem parar. Finalmente ela abriu os olhos e repetiu:

-(Clara) Eu só fiz isso... Fiz isso porque... Vo... Você sempre foi o grande amor da minha vida.

Mal acabou de falar Clara fechou os olhos e seu rosto tombou para o lado. Ao grito de “não” de Bruna, Ademir correu para o lado dela, examinou Clara e informou que ela ainda vivia. Então Bruna disse em voz chorosa e alta:

-(Bruna) Você vai ficar aqui comigo. Está entendendo? Fique aqui que a gente ainda vai curtir muito a vida junto. – Ao não ver nenhuma reação na moça, gritou; - VOCÊ NÃO VAI MORRER, ESTÁ ENTENDENDO? EU TE PROÍBO DE MORRER. ANDA CLARA, ABRA ESSES OLHOS. OLHE PARA MIM.

Clara ainda fez um pequeno movimento, olhou nos olhos de Bruna e conseguiu, não se sabe como, lhe dirigir o sorriso mais bonito e sincero que dera em toda a sua vida. Em seguida, seu rosto voltou a tombar para o lado e ela expirou fortemente com um leve estremecimento em todo o corpo.

Imediatamente Ademir começou a fazer massagem cardíaca em Clara acompanhado de respiração boca a boca. Ficou insistindo nisso por mais de cinco minutos quando, balançando tristemente a cabeça, se levantou afastando-se dela. Bruna, ao ver isso, perdeu de vez a calma que lhe restava e gritando com Clara, repetindo insistentemente que ela estava proibida de morrer, repetia os mesmos procedimentos de Ademir, sem sucesso.

Apenas quando os socorristas chegaram foi que conseguiram, através da aplicação de um sedativo, tirar Bruna, já desacordada, de perto do corpo sem vida de Clara.

Enquanto uma equipe entrara no galpão para atender Clara, outra ficou no pátio que havia na frente do mesmo prestando os primeiros socorros em Djalma. Ele foi imobilizado e sedado, colocado em uma ambulância que saiu em disparada rumo ao hospital mais próximo. Entretanto, tudo foi em vão. Não resistindo aos ferimentos, Djalma morreu antes de chegar ao hospital.

Bruna ficou desolada. Havia perdido duas pessoas que a amavam.

Clara foi alvo de muitas homenagens que Bruna fez questão que prestassem a ela, inclusive, com um funeral que despertou as atenções até mesmo de afamados colunistas sociais. O que mais chamou a atenção durante todo esse tempo foi a atitude de Elisa que em momento algum se separava dela, sempre a amparando em seus momentos de desespero, procurando lhe dirigir palavras de conforto que a acalmassem.

Isso parecia estranho a todos em virtude de que, no caso em que Salma foi vítima do político corrupto, Elisa ficara abertamente contra Clara e a censurou veementemente diante de todos, deixando claro que entedia ser ela a principal culpada pelos maus tratos que a garota fora vítima. Seria normal esperar que a morte de Clara se somasse ao episódio de Salma e ela se tornaria ferrenha em sua crítica contra Bruna, porém, não foi isso que aconteceu. Parece que o episódio as uniu ainda mais.

Mas o problema com Bruna era muito mais grave. Ela sofria sim pela morte de Clara e sua mágoa por essa perda era imensa, porém, o que ninguém sabia, é que ela se sentia péssima quando se lembrava de Djalma.

Embora não tivesse nenhum sentimento por Djalma a não ser o de gratidão por ele ter sido sempre tão leal a ela, tinha também o fato dela saber que essa lealdade toda não surgira do nada. Djalma nutria por sua patroa um grande amor, sempre conhecendo o seu lugar e nada cobrando dela, sendo o episódio em que ele a censurou por entregar-se a vários homens apenas para conquistar o apoio deles, a única vez em que isso aconteceu. Aquele foi quase um sentimento platônico, só não se enquadrando nessa classificação pelo fato dele ter, por mais de uma vez, sentido o prazer de fazer amor com Bruna. Quer dizer, para ele foi amor, enquanto para ela foi apenas sexo.

Aquela Bruna, porém, era uma outra mulher que ficou no passado. Quando se deu conta de que sua conduta irresponsável só machucava aos outros sem lhe trazer grande satisfação, ela começou a mudar e, nessa mudança, não mais permitiu se dar ao luxo de usar o seu fiel guarda costas. E agora, mesmo sem amar, sofria e chorava por Clara e por Djalma. Ela se achava culpada por ambas as mortes e jamais se perdoaria por isso.

Djalma não recebeu muitas homenagens e as cerimônias de seu velório foram discretas. Sabendo por familiares dele que seu desejo era ser cremado, ela mesma tomou todas as providências para que isso acontecesse e depois, sozinha, dirigiu cerca de duzentos quilômetros só para chegar ao local onde ele havia dito que suas cinzas deveriam ser depositadas. Nesse ato, sem a presença de ninguém, Bruna chorou durante mais de uma hora pela morte de seu fiel servidor.

Elisa também passara por um tratamento de choque diante do trauma de ter presenciado atos tão brutais, mas logo se recuperou e nunca demonstrou nenhum problema quando estava na presença de Bruna. Nessas horas, era sempre sua amiga e gentil com ela.

Quando Edna comentou isso com Renato no escritório, a resposta dele foi bem direta, dizendo que Elisa era um caso à parte e, para entendê-la bem, era necessário ter um manual de instruções que explicasse seu comportamento sempre diferente daquilo que se esperava. Foi Carol que, ouvindo isso, deu sua opinião e lançou um pouco de luz, mesmo para Renato que achava conhecer a garota tão bem:

-(Carol) Claro que precisa de um manual – disse Carol, – Isso porque a Elisa está sempre com seu pensamento e visão bem à frente do nosso. Ela é assim. Uma pessoa que está sempre à frente dos demais.

Renato pensou que aquela explicação era algo sobre a qual ele devia se dedicar a aprender mais, porém, a simples confirmação de que Elisa não era uma garota normal, já foi um grande passo para ele entender, inclusive, algo que veio a acontecer mais tarde.

Cerca de quarenta dias depois da morte de Clara e Djalma a paz parecia ter voltado ao mundo criado pelo pai de Bruna. Jürgen, depois da perda que sofreu ficando sem seu principal e mais fiel colaborador, sendo alguém que não podia ser facilmente substituído, passou a agir diferente, inclusive, era visto sempre sozinho, sem a presença de nenhum guarda costas. Mas a organização não voltara a sua normalidade. Havia uma expectativa no ar de que alguma coisa estava por vir e, o principal motivo desse clima era o fato de que Bruna simplesmente se recolhera ao seu sofrimento e era Renato que, agora com muita má vontade, ainda corria para resolver um ou outro problema que surgia.

Bruna raramente aparecia no escritório e nunca, mas nunca mesmo, tomava qualquer iniciativa quando se referia a alguma ação que envolvesse a Organização. Todas as vezes que algum problema chegava ao seu conhecimento, ela pedia para que Renato resolvesse.

Naquela tarde de terça-feira tudo parecia estar pior. Bruna, desde a manhã, não conseguia se livrar da lembrança que aquele dia seria o aniversário da Clara e a dor que a dominou era paralisante, a tal ponto que sequer conseguiu se dirigir ao escritório, pedindo logo de manhã para sua secretária, através de um telefone, que ela adiasse todo e qualquer assunto e não lhe procurasse mais durante aquele dia.

Sem saber por que, ela foi até sua mãe quando ouvia a voz dela dando ordens para os empregados na sala. Ouvir a voz de sua mãe fez com que ela desejasse ser amparada, nem que seja uma única vez na vida, por aquela que tinha lhe colocado no mundo. Porém, para sua decepção, a única coisa que conseguiu foi ser informada por Sylvia de que ela estava saindo em uma viagem de dois dias em companhia do Jürgen.

A decepção, somado a repulsa de ouvir aquele nome, acabou de vez com o restinho de resistência que ela tinha. Desmoronou e procurou abrigo em algo que ela jamais tinha feito. Foi até a adega, pegou uma garrafa de uísque da melhor qualidade e começou a beber o líquido que descia queimando sua garganta, puro e no gargalo. Pegou outra garrafa e subiu para o seu quarto.

Assim ela passou o dia. Dormia e, quando acordava, sorvia uma grande quantidade da bebida até dormir de novo. Sendo assim, entorpecida pelo álcool, foi despertada com insistentes chamadas no seu celular e, mesmo em seu alto estado de embriaguez, conseguiu identificar o número do telefone do escritório. Com a voz alterada por seu estado, falou com irritação:

-(Bruna) Porra, hic. Eu não falei para você, hic, não me ligar hoje, hic. Caralho. Hic. Vê se me deixa em paz.

-(Elisa) Você não me disse nada disso. – Uma breve pausa com Bruna sem poder dizer nada, surpresa ao reconhecer a voz de Elisa que depois de controlar seu espanto em ser atendida daquela forma, perguntou: - Bruna. Você está bêbada?

-(Bruna) Nãããooooo. Eu estou bem. Só estava dormindo. O que você, hic, quer?

Mas o telefone já tinha sido desligado.

Elisa, ao desligar o telefone olhou as horas no relógio e, ao perceber que já se aproximava das dezessete horas, deu algumas ordens aos seus subordinados, avisou a Carol que estava saindo mais cedo sem se importar em responder à amiga que lhe perguntava aonde ia, pegou sua bolsa e saiu apressada. Menos de meia hora depois, chegava à mansão.

Os guarda costas não criaram problema e a governanta menos ainda, demonstrando até mesmo um grande alívio ao notar que Elisa estava ali para ver Bruna. Esse alívio se devia ao fato de que, diversas vezes naquele dia, ela fora expulsa do quarto de sua patroa quando lá esteve em uma vã tentativa de descobrir o que estava acontecendo e ajudar, já que, suas tentativas de falar com Sylvia e lhe informar sobre o que estava acontecendo com a filha dela também foram em vão.

Elisa entrou no quarto de Bruna sem bater na porta e a encontrou dormindo de bruços, ainda vestida com a camiseta apertada e o short pequeno que ela vestira quando foi ao encontro de sua mãe. Segurou firmemente no ombro direito dela e balançou enquanto repetia seu nome. Depois de muito trabalho, Bruna finalmente se mexeu e, virando-se de frente para ela, ainda deitada, abriu os olhos com grande esforço e perguntou:

-(Bruna) O que você ... – Um breve intervalo: - O que você quer aqui?

-(Elisa) Apenas ver como você está e ... - Elisa estendeu a palma da mão como se ordenando para que Bruna permanecesse calada e continuou: - pelo jeito, você não está nada bem.

-(Bruna) Agora que já viu. Pode ir embora. – O volume da voz de Bruna subiu uma oitava ao dar essa ordem, o que implica em dizer que ela estrava quase gritando.

Elisa sequer respondeu. Como em um filme, ela revivia as cenas de tempos atrás. A cena era muito parecida com aquela, com a diferença de quem estava prostrada em uma cama era ela e Bruna a pessoa que viera em seu auxílio. Pensando nisso, ela se afastou de Bruna, saiu do quarto e voltou pelo mesmo caminho que fizera, até encontrar com a Governanta, a quem ordenou que preparasse um café muito forte e que providenciasse algum remédio para o fígado. Fazendo isso, voltou para o quarto onde Bruna, novamente deitada de bruços, apenas virou a cabeça ao dizer:

-(Bruna) ... Fazendo o que aqui? Eu já não te disse para você ir embora?

-(Elisa) Levante-se. – Ordenou Elisa sem prestar atenção ao que a outra dizia.

-(Bruna) Vai se danar loira aguada. Dê o fora daqui.

Elisa olhou em volta procurando por algo e, não encontrando, dirigiu-se ao guarda-roupa e abriu uma porta que, ao ver que havia lá apenas vestidos, fechou e abriu a seguinte. Também não encontrou o que queria nessa, mas, na terceira, olhou para vários cintos pendurados e escolheu um, enquanto dizia para Bruna ouvir:

-(Elisa) Bom! Parece que não vou conseguir encontrar uma sandália havaiana na casa da riquinha, então, acho que isso vai servir.

Depois disso, virou-se para Bruna segurando um que cinto dobrava e, segurando as duas pontas, o deixou mais curto. Aproximou-se da cama e repetiu a ordem:

-(Elisa) Levante-se Bruna. Agora.

-(Bruna) Você não está nem louca em fazer iss ... AIIIIIII. FILHA DA PUTA. – O estalo do cinto ao atingir as pernas de Bruna, um pouco abaixo do short encheu um ambiente.

-(Elisa) Levante-se Bruna.

-(Bruna) Vai se foder sua biscate. Sai daqui. – Nessa altura Bruna já gritava, mas de nada adiantou, novo estalo se ouviu.

-(Elisa) Vamos. Sai dessa cama agora.

-(Bruna) PUTA QUE PARIU ELISA. NÃO ESTOU BRINCANDO. PARA COM ISSO SENÃO EU ... AIIII. CARALHO DE BISCATE ARROMBADA, VAI SE FODER SUA VADIA.

Nesse momento, a porta se abriu com estardalhaço e um guarda costas avançou para Elisa com cara de poucos amigos, porém, parou quando ouviu a ordem da governanta para isso. Então a governanta pediu para que ele saísse e depois perguntou para Elisa se ela queria alguma ajuda ou se era para ela se retirar. Ao ouvir isso, Bruna gritou:

-(Bruna) AH É? VAGABUNDA. VOCÊ ESTÁ DESPEDIDA.

A mulher continuou parada, sem se intimidar, aguardando pelas ordens de Elisa. Nesse exato momento outra empregada entrou no quarto trazendo uma bandeja que continha uma garrafa de café, uma xícara, água e copo e também um vidrinho contendo um líquido amarelado. Elisa pegou a bandeja da mão dela e levou até a cama, onde falou:

-(Elisa) Beba. Não sei se é primeiro o café ou se é o remédio. Mas beba tudo.

Falou isso e olhou para a mulher que, em um simples balanço dos ombros, deu a entender que também não sabia, mas que achava que não fazia nenhuma diferença. Elisa ordenou então que seria primeiro o café e encheu a xícara e quando Bruna lhe disse que não tomaria aquilo nem se fosse forçada, ela segurou o cinto e balançou diante dela. Bruna então esticou a mão e pegou a xícara enquanto falava:

-(Bruna) Sua biscate.

Mesmo a contragosto, tomou todo o café e depois foi obrigada a ingerir o remédio. Seu estômago reclamou pela insólita mistura e parecia se retorcer, mas nada demais aconteceu. Então Elisa olhou para a governanta e pediu a ela que lhe ajudasse a dar um banho em Bruna.

Apesar dos xingamentos e gritos de protesto, Bruna se deixou conduzir ao banheiro onde foi despida e enfiada embaixo da ducha. A mulher, sem se importar com o fato de que sua roupa ficaria ensopada, entrou junto e começou a lhe dar banho. Enquanto Bruna dizia que aquilo era um ultraje a mulher dizia com voz divertida:

-(Governanta) Ultraje por quê? Eu já te dei tantos banhos que não sei por que tanta reclamação.

Elisa, encostada na pia do banheiro, assistia ao banho de Bruna, fazendo um enorme esforço em disfarçar o seu desejo de estar no lugar daquela mulher que, sem nenhuma vergonha, passava uma bucha e esparramava uma perfumada espuma pelo corpo delicioso de Bruna.

Quando finalmente Bruna foi conduzida para sua cama, enrolada em uma toalha esticou a mão ao passar próximo ao local onde havia uma garrafa de uísque que tinha menos da metade de seu conteúdo. Elisa, ao notar sua intenção, foi mais rápida e pegou a garrafa, correndo para o banheiro e despejando todo o seu conteúdo na pia, enquanto Bruna dizia:

-(Bruna) Sua maluca. Você tem ideia do preço desse uísque?

-(Elisa) Não faço a mínima ideia. Mas depois você compra outro. Você tem dinheiro sobrando mesmo e...

Elisa parou de falar subitamente e se dirigiu até onde estava Bruna, tentando lhe dizer algo. Bruna parecia estar engasgada e, quando finalmente Elisa conseguiu, praticamente gritou para ela:

-(Elisa) Bruna! Você está ficando verde!!!

Bruna se virou para o espelho e, ao ver sua imagem, também se assustou. Porém, não teve tempo de dizer uma palavra sequer, apenas conseguiu se curvar e despejou o café que acabara de tomar, juntamente com todo o uísque que ainda restava em seu estômago.

Elisa amparou a amiga e aguentou firme enquanto ela vomitava e depois a levou até o banheiro onde a colocou de volta sob a ducha que já tinha aberto e deu passagem para a mulher que entrara depois dela e foi dar outro banho em Bruna, enquanto falava:

-(Governanta) Tem um botão ao lado da cama. Pressione-o e, quando a mulher que cuida da limpeza chegar, peça para que ela limpe o quarto.

Elisa obedeceu e voltou para o banheiro, ficando admirada quando trouxeram Bruna para a cama, notar que o chão onde Bruna despejara seu vômito já estava limpo. Pensou em seu íntimo: “Nossa! Essa é a vantagem de ser rica!”

Por sugestão de Elisa, a governanta saiu e voltou trazendo algo para que ela se alimentasse e ficou aliviada quando viu que Bruna, sem que ninguém ordenasse, se dirigisse de volta ao banheiro e logo o som de um secador de cabelos ligado encheu o ambiente. Como se fosse algo combinado, assim que retornou ao quarto trazendo sucos, leite e alguns biscoitos que depositou no criado mudo ao lado da cama de Bruna, a governanta se dirigiu ao guarda-roupa e começou a separar as roupas que achou serem apropriadas para Bruna.

Depois de comer, Bruna se vestiu com a roupa escolhida tomando o cuidado de se dirigir ao closet, de onde voltou vestida decentemente, então falou:

-(Bruna) Você pode ir se quiser Elisa. Eu já estou bem.

Mas não estava. Podia até estar bem no que se referia ao porre que tomara, mas isso era muito pouco. O motivo principal que era o que a levara a se embriagar ainda estava presente e as duas sabiam disso. Nessa hora, Elisa tomou a decisão que afetaria todo o seu futuro, mas, sem hesitar, disse:

-(Elisa) Bem nada. Você não vai ficar sozinha aqui de jeito nenhum.

-(Bruna) Ah! Quer dizer que a Madre Tereza de Calcutá vai passar a noite aqui comigo?

Só de pensar no que poderia acontecer se as duas passassem a noite juntas já deixou Elisa sem fôlego. Ela sabia que não teria forças para resistir ao desejo que a consumiria durante toda uma noite. Então, tentando falar normalmente e como se fosse uma ordem que não aceitaria contestação, informou:

-(Elisa) Não. Não vamos ficar aqui. Você precisa sair dessa mansão e ficar em algum lugar diferente. Pegue algumas roupas e algo confortável para dormir e vamos lá para casa.

Sem dar tempo para Bruna negar, saiu do quarto, voltando logo a seguir e colocando apenas a cabeça no vão da porta, perguntou:

-(Elisa) Qual o nome do seu chefe de segurança agora?

Ela queria dizer, quem tinha ocupado o lugar de Djalma. Mas não se atreveu a pronunciar o nome dele e parece ter dado resultado, pois Bruna respondeu imediatamente:

-(Bruna) Não sei ao certo. Contratei uma empresa de segurança. Então converse com qualquer um deles.

Elisa saiu do quarto e se dirigindo ao primeiro guarda costas que encontrou, informou ao mesmo que ela e Bruna estariam saindo da mansão e que ele deveria providenciar a segurança delas durante o trajeto. O homem não estranhou a ordem ter partido de uma estranha, o que indicava que ele estava familiarizado com a rotina de Bruna, sabendo quem eram as pessoas que conviviam com ela.

Quando elas finalmente saíram da mansão, Elisa insistiu para que as duas fossem em seu carro e Bruna concordou, apenas ordenado aos seguranças que um deles as deveria seguir com o carro dela enquanto os demais as seguiriam nos veículos que sempre usavam para escoltá-la em todos os seus deslocamentos. Chegaram à casa de Elisa sem nenhum problema, mas o susto que Renato levou ao ver Bruna entrando na casa em companhia de sua noiva foi facilmente notado por ela. A reação dele foi mais estranha ainda quando foi informado de que Bruna passaria a noite ali.

Apesar da reação inicial de Renato, não foi necessário nenhum esforço para que os três se sentissem confortáveis. Logo, por sugestão de Elisa, estavam assistindo a um filme na televisão enquanto comiam pipoca. Renato e Bruna conversavam assuntos triviais, o que há muito tempo não faziam e não demorou para que um clima de cumplicidade surgisse entre ambos. Bastou começarem a falar sobre acontecimentos da época em que estavam juntos para que Elisa se sentisse deslocada na presença deles.

Ali, observando os dois rindo de um caso engraçado que acontecera entre os dois, Elisa tomou uma decisão. Pegando seu celular como se ele estivesse recebendo uma ligação no silencioso levou-o ao ouvido e fingiu estar tendo um diálogo com alguém sobre a necessidade de ela comparecer em uma delegacia, pois um de seus clientes acabara se ser detido.

Explicou o suposto caso a Renato, dizendo que talvez demorasse um pouco. Renato ordenou que ela levasse um guarda costas em sua companhia, o que foi aceito por ela. Aquilo seria um fator que iria complicar sua intenção de ir a algum cinema e assistir um filme, deixando seu noivo a sós com a ex-esposa. Tendo um observador, sabia que não poderia fazer isso e se dirigiu ao escritório, onde aproveitou para estudar alguns processos. Acabou se aprofundando em um deles e, quando se deu conta, passara da meia noite. Guardou a papelada, saiu do prédio e retornou para casa.

Cada vez mais Elisa sentia que era evidente que ela não poderia ficar com Renato. Também não poderia ficar com Bruna. Ela era a “estranha” naquela relação e cada vez mais ela se dava conta disso, eles pertenciam um ao outro. Não, não era ciúme. O que ela sentia era inveja. Porém, a agonia maior era não saber se essa inveja era do Renato ou de Bruna. No lugar de qual deles ela realmente gostaria de estar. Por mais que procurasse uma resposta, essa resposta sempre variava de um para o outro, deixando-a muito confusa. Mas a verdade que mais doía era saber que não poderia pertencer a nenhum dosLogo que Elisa saiu de casa o ambiente entre Bruna e Renato ficou carregado. Ele lamentou Elisa ter sido obrigada a sair, alegando que estava tão bom o ambiente com os três assistindo ao filme o que fez Bruna pensar:

“Eita vida dura essa. O que é preciso fazer para que esse homem entenda as intenções da Elisa? Ele nem se toca que ela só aceita a companhia de algum segurança quando o Renato não pode ir com ela e agora foi ela mesma que insistiu para ele ficar! Homens!”

Apesar de estar certa das intenções de Elisa em deixá-la a sós com o Renato, Bruna ainda não se sentiu com coragem de investir sobre ele e com isso o clima entre os dois ficou estranho. Na tela da TV um filme com um forte conteúdo erótico atraia a atenção dos dois, porém, seus pensamentos não estavam voltados para as tórridas cenas que se desenrolava na telinha. O de Bruna lutava entre a necessidade de sair dali e a de Renato viajava em um passado longínquo, lembrando-se de quando tinha aquela bela mulher à sua disposição e da energia dela quando praticavam sexo. Essas lembranças, como não poderiam deixar de ser, provocou uma ereção e o volume que se formou sob sua calça foi o que colocou tudo a perder.

A ver aquilo, Bruna não resistiu e provocou:

-(Bruna) Tudo isso aí é por causa do filme?

-(Renato) Hã? – Assustou-se Renato ao ser pego de surpresa, demorando um pouco para entender ao que Bruna se referia, porém, quando notou para onde ela olhava e acompanhou seu olhar, tremeu na base.

Desejando evitar fazer qualquer coisa que magoasse Elisa, ele poderia simplesmente ter concordado com ela. Mas não foi o que fez e apenas sacudiu a cabeça negando. Quando se deu conta que negar daquela forma era a confissão explícita do motivo de sua excitação, sentiu seu rosto queimar, denunciando que estava rubro de vergonha. Para piorar, o de Bruna também estava e ela se levantou dizendo:

-(Bruna) De ... Desculpa. Acho que vou dormir.

Para sair daquele recinto, Bruna tinha que dar a volta nas pernas de Renato que se estendiam pelo chão da sala ou pular sobre elas. Sem pensar direito, ela optou por pular e, ao fazer isso, o short que usava permitiu que ele tivesse uma visão de sua calcinha. Após ultrapassar as pernas de Renato, Bruna de abaixou para lhe dar um beijo de boa noite. Contudo, na pressa em fazer isto o beijo acabou acontecendo no canto da boca de Renato. Nem Bruna saberia dizer se foi por acaso ou premeditado. Após este fato ambos ficaram se olhando por algum tempo até que Bruna se levantou. Renato não resistiu àquela visão e segurou a mão dela que se voltou para ele, enquanto ele dizia:

-(Renato) Por favor. Não vá.

Ao dizer isso, ele fez uma pequena pressão para baixo e Bruna cedeu, curvando-se até ficar ajoelhada ao seu lado. Seus rostos estavam a menos de trinta centímetros de distância e, como se uma força irresistível os atraísse, foram se aproximando até que suas bocas se tocaram. Foi um beijo longo, com suas línguas brigando, cada uma delas querendo invadir a boca do outro. Sem desgrudarem suas bocas, foram despindo um ao outro, em uma ação que começou quando Bruna, tomando a iniciativa e ainda beijando Renato, começou a puxar a camiseta que ele usava, separando suas bocas pelo tempo suficiente para que a peça de roupa passasse pela cabeça dele. Imediatamente, Renato empurrou as alças da blusa dela e foi puxando para baixo, desnudando seus seios cujos mamilos pareciam que iam estourar, denunciando todo o desejo que se apossara dela.

Quando Renato começou a puxar o short de Bruna para baixo, juntamente com a calcinha, ela já estava segurando o pau dele que, afoita, tirara para fora ao desabotoar sua bermuda e abrir o zíper. A lembrança do cheiro da buceta de Bruna e da maciez de todo o seu corpo invadiu Renato e ele forçou o corpo de Bruna para cima para poder empurrá-la deitada de costas no sofá. Com brutalidade, ele acabou de tirar sua última peça de roupa e abriu as pernas dela. Ela então lhe disse:

-(Bruna) Seja carinhoso, por favor! Outra hora vou querer mais, mas agora eu quero fazer amor contigo.

Renato atendeu imediatamente ao desejo da mulher e aproximou seu rosto lentamente da buceta dela, começando a assoprar no grelinho que já se destacava entre os grandes lábios de tão inchado que estava. Ouviu Bruna gemer e insistiu até que ela pedisse:

-(Bruna) Chupa minha xoxotinha, por favor. Eu não aguento mais.

Só então ele estendeu sua língua e, em vez de ir com ela em direção àquele grelinho que era um convite para uma bela degustação, abriu mais as pernas dela e levou a língua até o seu cuzinho que apareceu quando ela dobrou mais as pernas. Então pousou a ponta da língua no buraquinho e depois deslizou para cima colhendo o mel do desejo dela que já escorria por ali, prosseguindo com a subida até atingir o grelinho que, no primeiro toque, provocou um tremor intenso no corpo de Bruna que resfolegava, gemia e erguia seu quadril em busca de um contato mais forte. Até mesmo ela se surpreendeu com a rapidez com que chegara ao seu primeiro orgasmo, liberando todo o tesão acumulado nos últimos meses.

Bruna não transava desde a sua viagem com Cássio ao litoral. Viagem essa interrompida pela notícia do atentado contra Renato e Elisa. Mas, naquele momento, ambos sabiam que aquele desejo todo ultrapassava qualquer um provocado pela ausência de sexo, pois tinha o adicional de ser com o homem com quem sonhava nesse tempo todo. Seu ex-marido e seu grande amor.

Sem dar tempo para que Renato se satisfizesse chupando sua buceta e se alimentando do suco que todo aquele desejo provocava, ela baixou as pernas ao mesmo tempo em que o obrigava a levantar o rosto puxando seus cabeços, empurrou seu peito com força para que ele caísse de costas no sofá, ficou de quatro e atacou aquele pau que tantas vezes lhe dera prazer com sua boquinha sedenta, mamando, lambendo e fazendo carinhos como há muito tempo não fazia.

Bruna ainda conseguia pensar em algo que seria o ápice de sua realização. Na sua mente ela imaginava a Elisa bem ali, ao lado deles e fazendo e recebendo carinhos. Sabia também que isso era impossível e resolveu viver o momento, empurrando essa imagem para um recanto escondido de se cérebro e dedicou-se a dar ao Renato o melhor boquete que ele havia recebido, fazendo com que ele enchesse sua boquinha de porra. Porra essa que foi toda engolida e depois ainda se dedicou a deixar o pau dele limpinho.

O simples ato de limpar o pau fez com que ele voltasse a ficar duro. Então ela começou a se posicionar para montar sobre ele. No meio desse ato, estacou e ficou imóvel por alguns segundos e depois recuou, deitando-se de costas, estendendo os braços e chamando:

-(Bruna) Vem meu amor. Faça amor comigo. Me dê o prazer que eu tenho sonhado esse tempo todo.

Quase que Bruna teve motivos para se arrepender disso, pois sua ação deu tempo para Renato pensar no que estava fazendo e ele falou:

-(Renato) Desculpe Bruna. Mas eu não posso fazer isso com a Elisa.

-(Bruna) Agora não Renato. Por favor. Não faça isso comigo. Pelo amor de Deus, faça amor comigo.

Sem conseguir negar o pedido de Bruna e conduzido por seu sentimento por ela, Renato agiu como o jovem estudante de direito de antigamente. Foi carinhoso durante o tempo e, mesmo no auge do prazer, quando sentia seu pau ser pressionado pelos músculos vaginais de Bruna, ele a beijou de uma maneira intensa, mas um beijo que deixava transparecer todo o sentimento que nutria por ela o que fez com que Bruna o acompanhasse e tivesse um orgasmo intenso, como há muito tempo não tinha.

Depois de gozarem, permaneceram abraçados. Renato deitado de costas e Bruna, com a cabeça apoiada em seu peito, fazia leves carinhos em seu abdômen, sempre deixando que sua mãozinha se aproximasse mais do pau que, reagindo àqueles carinhos, começou a endurecer novamente. Voltaram a fazer amor e apenas quando sentiu que o orgasmo dos dois se aproximava e que gozariam novamente ao mesmo tempo, Bruna tomou uma atitude mais ativa e pediu para ficar por cima, cavalgando seu parceiro enquanto se inclinava para que ele desse leves chupões nos bicos de seus seios ou então se beijavam. Como ela havia previsto, gozaram novamente juntos.

Depois disso eles ainda ficaram deitados, um ao lado do outro, até que ele, levantando seu troco e apoiando a cabeça na mão cujo braço estava com o cotovelo apoiado na cama, começou a murmurar desculpas. Bruna, com um sorriso nos olhos, levou o dedo até a boca dele, em um gesto característico de pedido para que ele se calasse. Mesmo assim Renato falou:

-(Renato) Meu Deus! O que foi que nós fizemos? Eu não podia fazer isso. Eu amo a Elisa e ela não merece essa traição. Eu nem sei o que faço se ela for embora, Bruna.

-(Bruna) Deixa de ser bobo Renato. Isso não vai acontecer.

-(Renato) E o que te dá essa certeza toda?

Bruna ficou calada pensando se deveria revelar ao Renato o que ela percebera nas intenções de Elisa de se retirar daquela forma. Todavia, apesar da vontade que tinha de fazer isso, ela resolveu não dizer nada. Aquilo era algo que cabia à Elisa fazer. Somente ela tinha o direito de fazer aquela revelação ao seu noivo.

Mas Renato não se consolava e, em seu desespero e apesar de saber que a culpa daquilo tudo era tanto dele quanto de Bruna, pensou em acusá-la de tentar separá-lo da mulher que ele tanto amava, concluiu o pensamento e se excedendo disse:

-(Renato) Se você pensa que vai me separar da Elisa, pode tirar seu cavalinho da chuva. Vou lutar com todas as minhas forças para que ela me perdoe. Por nada desse mundo eu vou deixar isso acontecer. Você que vá procurar outros homens para saciar essa sua tara.

Bruna engoliu o insulto, inclusive, percebendo que no último momento Renato também quase engoliu o final da frase, mas não deixava dúvidas de que em seu íntimo, o homem a insultava de vadia e vagabunda devia estar entre as menores ofensas que lhe iam à cabeça. Contrariada, mas sem demonstrar estar ofendida, ela se levantou, juntou suas roupas e saiu andando nua em direção à porta, onde parou, voltou-se e falou:

-(Bruna) Um dia você ainda vai descobrir que hoje eu recebi um dos maiores presentes da minha vida. E não foi só você que me deu esse presente.

Controlando sua vontade de rir da cara de espanto de Renato, ela saiu e bateu a porta atrás de si.

Menos de uma hora depois, Elisa retornava. Passou pelo seu quarto e viu Renato sentado na cama com as mãos na cabeça como se estivesse pensando. Sua respiração era pesada e um pouco irregular, o que não deixava dúvidas de que ele estava apreensivo. Saiu então do quarto sem que Renato a visse e se dirigiu ao quarto de Bruna onde a encontrou sentada na cama, com as costas encostadas na cabeceira e o cobertor cobrindo apenas suas pernas. Seu cabelo molhado denunciava que ela havia tomado banho poucos minutos antes. Vestindo uma camisola de seda comportada, Bruna apenas a olhou, mas como Elisa não disse nada, arriscou:

-(Bruna) Já voltou? Como foi lá? Resolveu o problema do seu cliente?

-(Elisa) Sim. Tudo resolvido. E você? Resolveu o seu problema aqui?

Não era preciso nenhuma explicação sobre o que Elisa estava falando e Bruna apenas assentiu acenando a cabeça. Depois deu uns tapinhas na cama ao seu lado em um pedido silencioso para que a garota se sentasse ao lado dela. Elisa aceitou o convite, sentou-se, virou o dorso para encarar Bruna de frente e aguardou. Bruna então perguntou:

-(Bruna) Por que você fez isso, Elisa? Você por acaso ficou maluca?

-(Elisa) Não Bruna. O que tive mesmo foi um surto de lucidez. É impossível não perceber o clima que surge quando você e Renato ficam próximos. – Ao ver que Bruna ia dizer alguma coisa, Elisa estendeu a mão com a palma voltando para ela pedindo para que ela não interrompesse e continuou: - Eu seria a última pessoa do mundo a ficar entre duas pessoas que se amam e não resta mais nenhuma dúvida do amor que existe entre vocês dois.

-(Bruna) Acho que você está enganada. – Disse Bruna e depois contou para Elisa a reação de Renato depois que eles transaram.

Ao contrário do que Bruna imaginava, Elisa não ficou surpresa e apenas disse:

-(Elisa) Eu sei. Mas ele ama a você também. Não sei se ama mais a você ou a mim. Mas ama.

-(Bruna) Deixa de ser boba. Não dá para amar duas pessoas ao mesmo tempo?

-(Elisa) Claro que sim. – Afirmou Elisa categórica e continuou: - Eu também pensava assim, só que nos últimos tempos descobri algo a mais. Que às vezes acontece da forma errada.

-(Bruna) Errada como?

-(Elisa) Errada no sentido de que a pessoa que ama duas outras, não pode se entregar a nenhum desses dois amores.

Bruna desconfiou que Elisa estivesse se referindo a ela mesma. Mas preferiu não prolongar o assunto, muito embora sua cabeça fervilhasse tentando imaginar quem seria a outra pessoa que Elisa estaria amando. Nessa hora, Elisa se levantou e saiu andando em direção à porta do quarto enquanto falava:

-(Elisa) Mas tem uma coisa. Eu posso até abrir mão desse amor, mas você está enganada se pensa que não vou aproveitar de um deles até o último momento.

Bruna sabia que ela se referia ao Renato e ficou surpresa ao descobrir que não sentiu nenhum ciúme ao saber que Elisa estava se dirigindo à cama do quarto deles, onde tudo poderia acontecer. Não sentiu ciúmes de Renato e nem de Elisa. Enquanto ela tentava entender a dualidade desse sentimento, Elisa entrou no quarto, se aproximou da cama e falou com voz normal:

-(Elisa) Tudo bem, Renato?

-(Renato) Sim, Elisa. Mas, precisamos conversar.

-(Elisa) Conversar nada ... temos muito o que fazer!!!

Renato estranhou Elisa usar o verbo “fazer”. Então se virou para ela que já estava se livrando de suas roupas e, quando ficou totalmente nua, se atirou sobre ele, oferecendo sua boca para um beijo apaixonado.

Em seguida as roupas de Renato também foram arrancadas e ambos rolavam em cima da cama.

Continua ...

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Comentários

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Minhas nossa senhora! A coita tá pegando 🔥🔥🔥. Elisa sabia o que ia acontecer, agora com Renato ela vai ao delírio também....só com um detalhe: Bruna está no quarto ao lado! Eita coisa mais coisada do mundo!!!

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E bota coisa coisada nisto !!! Fogo no parquinho !!!

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Fiquem tranquilos, meus amigos. Eu não vou ser malvadinha a ponto de não publicar "O" capítulo que eu prometi para hoje !!! Por ser que vocês me achem malvadinha "PELO" capítulo que eu vou publicar hoje !!! Depois que eu publicar, vocês vão entender.

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Ola obrigado por postar uma história muito boa como essa.

Sempre acompanho muito ansioso para receber o novo capítulo.

Nunca tinha comentado antes mas tendo em vista que esta chegando ao final tive que parabenizar os responsáveis por essa maravilhosa saga e aproveitar pra dar os meus palpites que são:

O próprio nassal que é o misterioso.

E que a Bruna e o Renato ficaram juntos e a Elisa vai ficar com a amiga Carol

Um abraço e obrigado

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Vanio10, muito grata pelo seu comentário e pela sua aposta !!!

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Acho que vou mudar de ideia. Só vou postar o próximo capítulo depois do carnaval !!! Exceto pelo Dario que pediu para mudar a sua aposta, ninguém mais comentou nada deste capítulo.

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O loco.... Eu comentei sim elogiei bastante..kkkk

Não faz isso não, porque meus dedos já estão sem unha imagina ficar no toco..kkkkk

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Neto, meu amigo. Quarta feira passada eu fui boazinha. Agora …. Acho que agora eu vou ser malvadinha !!!!

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Pelo amor de Deus Ida!!!!! Vc está insaciavel!!

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Quero dizer: irreconhecível!! Vc não pode ser tão malvada assim!! 😓

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Eu disse que ia lembrar: A SOME GUY. Por favor altera meu voto.

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Pode deixar que eu vou alterar !!!

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Eu achava que o Renato ia dar fim ao Djalma, não esperava que Renato e Bruna transaria nesse EP achei que o alemão iria invadir a mansão quando Bruna e Elisa saírem.

Rip clara e Djalma.

Ps obrigado pelo EP de meio de semana, foi uma ótima surpresa

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Fui boazinha, não fui ??? Muito grata pelo comentário.

Não esqueça de fazer a sua aposta !!!

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Valeu amiga temos que incentiva os leitores a eleger o escritor oculto vamos gente se aventurem a descobrir e incentivar o escritor oculto a aparecer kkkkk

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Vamos gente queremos saber que é o escritor oculto kkkkkk oposta aberta vamos lá, o Negão vai ter o seu conto mesmo pelo menos de 10 linhas kkkkk

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Obrigada meu amigo !!!! Como diz o meu filho: "Força na peruca" !!! Rsrsrs

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IDA, tem como mandar uma msg particular pra um autor? Quero te mostrar uma coisa, mas se mandar nos comentários posso estragar a brincadeira. Alguém saberia me explicar como faço?

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Olha até aonde eu sei, só funciona se os dois forem assinantes do site, daí na parte do perfil do seu usuário tem uma aba mensagem..alguma coisa desse tipo

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eu não sou assinante, mas valeu. brigadão

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Gente, foi muito legal a repercussão da brincadeira que eu propus para me ajudar a desvendar o mistério do meu cúmplice. Segue abaixo as "apostas" feitas até o momento:

KENT22 (01 voto): Germany

MARIDO (01 voto): Alquimia do Prazer

MARK (01 Votos): Militar

NASSAU (03 votos): Ménage Literário Erótico, Neto_Batista, Jromao

AL-BUKOWSKI (01 Voto): Dário

NETO_BATISTA (01 voto): Almafer

O BEM AMADO (01 Voto): Jambo

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Mais 1 para o Nassau aqui. 🖐️

Parte insana, Ida! Teve de tudo. (Insana no bom sentido.)

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Max, meu amigo, que bom vê-lo por aqui !!! Estou com saudades do seu conto, mas sei que não está sendo fácil para você. Muitas mudanças e você tem que manter o foco no que importa.

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Amanhã uma ATUALIZAÇÃO !!!

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oh povo ruim de palpite. Já disse, ele é da nova geração de autores no site. Nessa lista acima só tem autores com mais tempo de CDC, exceto o Al -Bukowski, porém não é ela tb. É um outro. (uma hr lembro o nme dele).

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PARABÉNS PELO CONTO IDA ⭐⭐⭐

INCRÍVEL! Mas não vou comentar para não gerar mais polémica. Se bem que a trama está simplesmente perfeita.

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Jambo, muito grata por acompanhar. Não vi querer entrar na brincadeira e fazer a sua aposta ?

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Estou acompanhando essas conversas todas e não consegui ficar sem logar e fazer um pedido.

ALGUÉM, POR FAVOR, ARRUME UM SERVIÇO PARA O NEGÃO. DEEM A ELE UMA PICARETA, UMA ENXADA OU ATÉ MESMO UMA VARA....DE PESCAR.

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Se vocês prometerem parar de "brigar" eu dou um pirulito para cada um !!!! rsrsrsrs

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Não vou comentar, seria chover no molhado. Os comentários abaixo á disseram tudo. 3 estrelas.

Minha aposta: Caramba Ida, não consigo lembrar o nome do autor que acho que é o teu cumplice, mas sei que não é nenhum dos autores "veteranos" no site. Ele é da "nova geração", tem poucos contos publicados aqui. E o nick dele é um nick diferente, algo em inglês (não é o Naughtydog, nem o Al-Bukowski). Uma hr lembro.

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Seria o Mister Anderson ?

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não, é um nick diferente estilo Naughtydog

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Ok. Vou considerar está como a sua aposta !!!! Rsrsrs

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verdade Dario, o nick dele é "Al-Bukowski", olha que tem grande chance mesmo de ser ele...quando ela começou a postar novamente imaginei que poderia ser ele

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Esta é uma boa aposta !!!!

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não, não é nem Al-Bukowski", nem o Naughtydog. É um outro. Minha opsta NÃO É O AL

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Então fico esperando você lembrar !!!! Rsrsrs

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Lembrei: A SOME GUY......altera la, depois me da o premio....rsssss

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Não é o Al Neto, é outro. Usa um nick diferente. Uma hr eu lembro

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verdade Dario me confundi, os dois são muito bons, o nick correto é Naughtydog ele esta escrevendo aquela série - Muito além de uma simples traição - que infelizmente esta parada também aguardando a finalização

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Nem um, nem outro - A some Guy, que esta escrevendo a série "O preço de uma traição, a qual esta parada desde 04.12.2022

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São contos diferentes... Nomes parecidos mas são títulos diferentes... Da uma olhada https://www.casadoscontos.com.br/texto/202210515

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Eu sei disso Neto, acompanho ambas as séries. Mas estou dizendo que minha aposta é o A SOME GUY.

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Trisal quase formado...

Mas minha aposta é que o trisal não perdura...

⭐⭐⭐

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Posso saber o porquê?

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Acho que o Renato não vai topar... Sei lá, ele finalmente disse que não se masturbou na cena da traição da Bruna e o tio, e que apenas "congelou" saindo do local para não fazer estardalhaço... Esse foi um mote importante para a trama.

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E sua aposta no meu cúmplice ?

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E cadê a sua “aposta” ??

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Pago o chope e um tira-gosto aqui no Boteco Belmonte no Jardim Botânico😎

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Ida vou confessar,este e o melhor conto que já li aqui, parabéns.mas lamentável a morte de Clara e Djalma foi uma perda e tanto, agora jungen este canalha tem que morrer pelas mãos de Bruna ou Renato, jungen não vale nada e do mal.agora nao sei o porquê separar Eliza deste dois,pois a um forte laços de amor entre ele, Eliza e o elo, Bruna o tesão e Renato e Renato, e me surpreendi com Renato fazendo sexo parabéns o garoto cresceu, agora falta Bruna e Eliza se entregarem a está paixão,será um belo tri sal ,vou adorar,bjs Ida

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Bianca, o problema é a Elisa se achar o elo fraco da corrente !!! Você não vai fazer a sua “aposta” ???

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Olha só !!! Que ideia !!!!

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Pena que os capítulos estão escritos e revisados !!!

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Vamos lá gente !!!! Preciso de mais votos para convencer meu cumplice !!!!

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Esse conto é uma obra prima. A Ida e seu parceiro, entrando na brincadeira, vou chutar que é o Nassau, transformaram a Elisa na personagem mais incrível desta casa. Leve, inteligente e extremamente sensual, excita qualquer um.

Espero que o final do triângulo seja feliz, com os 3 vivendo em harmonia. De todo modo, qualquer que seja o fim, essa saga já está entre as mais incríveis desta casa.

Parabéns!

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Jromao, muito grata pelo seu comentário e pela sua "aposta" !!!

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Listas em que este conto está presente

O QUE É O AMOR!
Em ordem de capítulos.