Meu Preço - Capítulo Treze

Um conto erótico de M.J. Grey
Categoria: Gay
Contém 3198 palavras
Data: 27/11/2022 21:55:56

***CAPÍTULO TREZE***

Saímos de casa às 22h, demoramos a nos arrumar. Isabel me queria perfeita, e agora acho que realmente estou.

Isabel dirige enquanto fecho os olhos, gritando várias vezes quando se enfia na frente dos carros. Ela consegue ser mais doida que o Gabriel no trânsito.

— Eu adoro dirigir, devíamos ter tomado alguma coisa antes de sair.

Ela é doida, nunca mais entro num carro em sua companhia, ainda mais depois de uma bebidinha qualquer.

— Você é maluca.

Agradeço a Deus por chegarmos inteiros no clube.

Este é bem diferente do outro, além de ser enorme, é muito mais chamativo. Tem uma fila de pessoas bem arrumadas, e um segurança na porta.

Isabel caminha em direção ao segurança.

— Não temos que pegar a fila? — pergunto, com medo de arrumar confusão na frente do clube.

— Claro que não.

O segurança é ruivo e grandalhão igual aos outros. Gabriel deve seguir padrões.

— Oi, senhorita, Isabel. Faz tempo que não te vejo por aqui.

— Oi, Cristian, como vai? — Ela beija o rosto dele. — Esse é meu cunhado, noivo do Gabriel.

Ele assente para mim, só que pela sua expressão, percebo que já sabe quem eu sou.

— Seja bem-vinda, Samuel.

— Obrigado, Cristian — respondo educado.

— Hum, vejo que fez o dever de casa — Isabel argumenta, sorrindo de um jeito sedutor. Queria ser como ela, despojada e livre.

— Sempre, senhorita Isabel, sabemos quem devemos proteger. Sou bom com fisionomias.

— Como está do lado de dentro? — Ela pergunta.

— Fervendo. — Ele sorri, desse eu gostei.

Entramos sem problemas.

Esse clube é maior que o outro, tem um andar na parte de cima, o qual Isabel diz ser a área vip — onde só os autorizados podem subir. E ela sobe.

O segurança a nossa frente precisou olhar bem para, de fato, me reconhecer. Acho que esse não é tão bom de fisionomia quanto o outro, ou não me pareço com a foto, ou sei lá o que Gabriel mostrou a eles.

Não gosto da forma como me olha de cima a baixo.

Gabriel não está aqui em cima, então Isabel me puxa de volta para baixo e me guia pelo canto, entrando em um corredor, parando numa porta, com um segurança mal-educado.

— Quero falar com meu irmão — diz Isabel, na lata, com um pouco de autoridade na voz.

— Ele não está disponível agora, senhorita. — Ele mal olha em nossa direção.

— Ele está aí dentro?

— Sim.

— Então vai ter que me atender — Ela rebate, desafiadora, encarando o grandalhão.

— Não posso deixar você passar.

Isabel olha feio para o segurança enquanto bate à porta repetidamente.

— Gabriel, eu sei que está aí dentro! — grita.

— Isabel. — Tento segurá-la e o segurança a afasta, mas sem usar a violência.

— Tire as suas mãos de mim! — Isabel continua gritando, na mesma hora em que a porta se abre.

— O que está acontecendo aqui? — Gabriel sai e, quando vê Isabel, revira os olhos. — Me esperem no bar, já estou acabando.

Seus olhos param em mim e depois desce pelo meu corpo.

— Oi — digo, me sentindo estranho e desconfortável.

— Oi, já estou indo, me esperem lá.

A porta se abre mais um pouco, e um loiro aparece atrás dele.

— Algum problema, querido? — Ele nos olha com uma sobrancelha erguida. — O que acha de terminarmos isso mais tarde? Vejo que tem convidados...

Isabel olha com nojo para ele, e o homem retribui com um sorriso falso. Antes de sair, ajeita a calça e passa a mão pelo peito de Gabriel.

— Nos vemos depois. — O homem pisca e vai embora, o segurança segue atrás dele.

Sinto meu sangue ferver de raiva.

— Vamos, Isabel. — Viro e saio pelo corredor, sem olhar pra trás.

Como você é idiota, Samuel! Meu subconsciente “bom” zomba da minha cara.

Sabia que poderia estar mentindo para mim e, mesmo assim acreditei, mesmo assim escolhi o lado errado: o desejo por ele.

No que me tornei? Puto! A palavra surge na minha cabeça, me deixando pior.

— Você é um canalha, Gabriel! — Ouço Isabel falar, antes de vir atrás de mim.

Agora estou me sentindo ridículo nessa roupa idiota. Chegamos ao bar, e um rapaz moreno nos atende.

— Quero a bebida mais forte que você tiver.

— Vá com calma, Samuel, não sabemos o que ele estava fazendo. Melhor não ficar com raiva sem ouvir a explicação. — Ela só pode estar de brincadeira. — Conheço aquele loiro, e ele sempre deu em cima do meu irmão, parece que eles têm algum tipo de negócio sobre trabalho.

— Não quero explicações, sei o que vi, e quer saber? Vim me divertir e eu vou.

Nunca fui tão firme em minhas palavras como estou sendo agora.

— Tudo bem. — Ela abre um sorriso. — Querido, nos dê uma garrafa de tequila, limão e sal.

Ele sorri e faz o que ela pede: coloca dois copinhos de dose, um limão picado e um potinho com sal, servindo nossos copos.

— Por nós. — Isabel ergue o copinho para o alto e bate o meu com o dela.

Faço o mesmo movimento, seguindo-a. Ela coloca um pouco de sal entre o indicador e o dedão na mão que segurava o copinho, depois lambe o sal, vira a dose de uma vez e, por fim, chupa o limão, batendo o copo na bancada.

— Uau! Isso é bom, outra dose. — Isabel grunhe alto. O garçom ri, nos servindo outra.

Na primeira, queima a minha garganta, mas na quarta dose já não estou sentindo mais nada.

Estamos dançando no bar, aproveitando para virar doses de tequila, quando Gabriel chega.

— Não queremos você aqui — admite Isabel, com palavras arrastadas.

— E posso saber por quê? — Ele ergue a mão para o garçom, que assente como se já soubesse o que Gabriel gosta de beber.

Claro que sabe, ele é o dono.

— Você é um fodido! — Isabel está bêbada e eu não quero ouvir essa conversa.

Me afasto, indo para o meio do salão onde um monte de gente dança, todos suados e felizes; mas sou interrompido no meio do caminho.

Gabriel me segura contra o peito.

— O que aconteceu?

— Quer mesmo saber?

Encaro-o decidido a mandá-lo se foder. Não gosto de palavrões, mas agora tenho um monte para ser jogado na cara dele.

— Não estava acontecendo nada no escritório, estávamos falando apenas de negócios — Gabriel explica.

— Não me importo. — Tento me soltar, mas ele me segura firme.

— Claro que se importa.

— Está enganado. Nem sei por que vim aqui, sabia que ia te encontrar com algum putinho. Isso não me surpreende mais. Me solta, Gabriel!

— Olhe pra mim, Samuel.

— Não quero.

Nem pensar que vou deixá-lo ver o quanto me machucou.

— Anjo. — Ele praticamente implora, parecendo vulnerável.

Olho em seus olhos. Estou furioso com ele.

— O que quer?

— Me escute, não aconteceu nada lá.

Não parece mentir, mas sei que Gabriel é um homem esperto e manipulador, que sabe seduzir e enganar como ninguém.

Ele pode até ser um bom jogador, mas eu também sei jogar.

Respiro fundo para me acalmar por um momento. Quero que ele sofra, quero que me queira, quero que me deseje e depois fique no vazio, pois não terá nada de mim.

Não brinque com fogo, lembro-me das palavras dele, mas a bebida vai levando os pensamentos embora, junto com a minha parte decente, a qual correria só com um olhar penetrante dele.

— Quer dançar? — indago, bem sedutor.

— Eu não danço. — Seu sorriso se abre como um predador. Seus olhos

são uma tormenta infindável, me hipnotizam. Ele tenta me ganhar aqui, mas não vou facilitar.

— Então você olha e eu danço — afirmo, colocando as mãos em seu peito enquanto olho em direção a Isabel, que está no bar conversando com um homem bonito, completamente perdida na conversa.

— Não me provoque, Samuel, sabe que estou no meu limite.

Ignoro-o e começo a mexer o corpo conforme a música, tirando um suspiro dele.

— Gostou da roupa? — pergunto, ainda me mexendo sedutoramente, sentindo o álcool nublar minha mente. Afasto-me para ele me olhar.

— Me lembro dela de outra maneira, mas desse jeito está muito melhor. — Ele me puxa na mesma hora em que me viro, fazendo minhas costas ficarem pressionadas em seu peito. — O que quer com isso, Samuel?

Sua voz está baixa e sem ar.

Gosto disso, me sinto poderoso outra vez. Estou fervendo de raiva; de excitação.

Não paro de me mexer, continuo me esfregando a ele, que me aperta mais contra seu peito.

— Quero dançar — respondo, a bebida falando por mim, me deixando ousado, seguindo as regras de Isabel.

— Desse jeito você vai me fazer ter um orgasmo nas calças que nem um adolescente.

Fecho os olhos recebendo as palavras dele como uma avalanche de sensações.

Suas mãos descem pelas minhas pernas, por cima do tecido, fazendo meu quadril parar de mexer.

— Está bêbado e qualquer coisa que acontecer esta noite será um erro. — Ele me alerta.

— Quem disse que estou bêbado? — Talvez eu esteja, mas sei exatamente o que estou fazendo.

E quem disse que vou dormir com você, Gabriel? Quero te fazer passar mal. Subir pelas paredes, igual Isabel falou.

— Não vai rolar, e pode esquecer qualquer coisa que minha irmã falou para você. — Ele me solta e se afasta, caminhando para o escritório.

Me sinto rejeitado, e com muita raiva dele.

O que vou fazer?

Seja ousado, lembro novamente das palavras de Isabel e vou atrás dele.

Antes de fechar a porta do escritório, eu entro. Ele parece bravo, mas vacila quando fecho a porta com a chave. Não estou pensando direito, apenas estou put9, e o álcool parece deixar meus pensamentos cada vez mais inconclusivos.

— O que está fazendo? — pergunta, indo para trás da mesa.

— Você é um maldito, sabia? Como pode agir dessa forma comigo? Estou enlouquecendo, não sei mais o que pensar. — As palavras saem como uma enxurrada, sem freio.

— Samuel, é melhor sair, não quero fazer algo que me arrependa depois.

— Espalma as mãos na mesa e se inclina.

Caminho até lá, me inclinando ao encontro dele.

— Você é um lixo e eu odeio você.

Ele ofega.

— Samuel, fique longe de mim, pelo menos por alguns minutos. Saia!

Sinto calafrios com o tom da sua voz autoritária.

— Por que me quer longe? Não sou como os outros homens que deseja? Não sou como aquele homem que saiu daqui? Ontem me falou um monte de coisas e hoje está fugindo de mim?

Não sei por que questionei esse monte de besteiras, no entanto, preciso saber por que me rejeitou.

Ele me encara, vejo seus olhos se dilatando.

— Anjo, não brinque comigo. Sabe que não vou parar se começar qualquer coisa. — Ele se endireita, afastando-se de mim. — Não acho que esteja preparado.

Não estou, ou estou? O que estou fazendo?

Minha coragem de enfrentá-lo vai se esvaindo, já não me sinto tão poderoso. Na verdade, estou envergonhado. Abaixo a cabeça e fecho os olhos para não chorar.

— Tudo bem. Vou sair — digo, devastado. Nem consigo erguer o olhar em sua direção.

Antes de dar o primeiro passo para ir até a porta, ele me agarra por trás.

Sua mão sobe pela lateral do meu corpo, indo da coxa até a cintura.

O ar some dos meus pulmões.

Passa o braço pela minha barriga me endireitando. Toda a extensão do meu corpo está sentindo o calor do corpo dele.

— Acha que pode vir aqui me provocar e ir embora? Me diga o que quer, Samuel, diga e darei com prazer. Preciso ouvir de você, preciso de todas as palavras, e não quero que esteja bêbado, quero que esteja consciente para sentir tudo o que vou lhe proporcionar. Quero que esteja ciente quando gritar meu nome — Ele sussurra, me virando de frente para ele, fazendo-me olhar em seus olhos.

Meu estômago se revira.

Senhor!

— Gabriel...

Ele está próximo, bem próximo, então acabo com a distância entre nós e o beijo. Meu corpo se incendeia feito uma tocha, me deixando tonto, em êxtase e, ao mesmo tempo, completamente são.

Ele dá passagem, retribuindo com o mesmo fervor, me prensando na mesa. Um desejo avassalador se aglomera em meu ventre quando suas mãos vão para a barra da bermuda, abaixando-a lentamente. Talvez esteja esperando pará-lo, mas eu não vou, ainda não.

Seus dedos gelados se arrastam pela minha coxa até a bermuda estar enrolado nos meus calcanhares.

Me suspende do chão, sem desgrudar sua boca da minha. Enlaço seu quadril com as pernas, ouvindo o barulho das coisas que estão sobre a mesa se espatifando no chão para dar lugar a mim.

Ele sussurra nos meus lábios:

— Diga sim, Samuel. Diga que você me quer... — Gabriel sobe as mãos pelas minhas pernas nuas, apertando e me puxando para ele.

Gabriel se encaixa entre as minhas pernas abertas, e me beija com mais fervor, arrancando-me um gemido do fundo da garganta. Nada na vida me preparou para essa sensação de prazer, essa luxúria dominadora.

Ousadamente, eu desço minhas mãos pelo seu peito, chegando à barra da sua camisa, levantando-a. Ele ajuda se afastando apenas para tirá-la pela cabeça, logo volta a me beijar.

Ele acaricia meu mamilo direito. Óh... O toque me faz tremer e sentir um aperto na virilha. Gabriel é bom nisso. Estou tão absorto nas sensações que provoca que só percebo o que vou fazer quando o escuto gemer em meus lábios, como se estivesse implorando.

— Samuel, por favor, responda. Eu terei o prazer de arrancar a sua roupa e me enterrar em você.

Minha consciência volta a funcionar, é como um estalo.

Não quero perder minha virgindade assim, não quero que seja desesperador e sem sentido. Quero que seja carinhoso, que me sinta bem, e agora não me sinto bem, me sinto sujo.

A intenção inicial nunca foi transar com ele e sim provocá-lo.

— Pare — digo, tentando interromper o beijo.

— O quê? — Ele para de me beijar, ofegante. — O que disse?

— Pare, por favor, pare.

Ele se afasta, me encarando confuso. Aproveito para descer da mesa e arrumar a roupa.

— Tem noção do que está dizendo ou do que está fazendo?

Me sinto mal.

— Me desculpe, só não quero que minha primeira vez seja dessa forma.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, e ele arregala os olhos em compreensão.

Gabriel se aproxima de mim, depois ergue meu queixo para olhar pra ele. Vejo doçura em seus olhos, uma coisa que nunca tinha visto, não enquanto olhava para mim.

— Era isso que eu queria desde o primeiro momento que soube que era virgem, mas você veio que nem um anjo vingador de tirar o fôlego, me fez perder a porra da cabeça, e quer que eu me comporte como um cavalheiro? Acha mesmo que conseguiria parar se isso fosse mais além? Eu teria arrancado a sua roupa sem me importar. Se você me desse de bom grado, eu pegaria para mim.

As palavras dele giram em minha mente e, nesta hora, sei que estou pronto. Também me entregaria a ele sem me importar, eu quero ser dele.

Tudo isso vêm como um soco no estômago, como se eu fosse um traidor, virando as costas à minha família. Essa é a primeira vez que o desejo fala mais alto, mais alto que a minha própria razão.

— Me leve para casa — peço, com firmeza.

Não posso fugir disso, não hoje, não quando o desejo tanto dessa forma. Amanhã posso voltar a odiá-lo, mas hoje eu quero ceder, preciso ser dele, nem que seja apenas uma única vez.

— Tem certeza disso? Não quero que se arrependa... Eu não... — Nunca o vi tão perdido, sem palavras.

— Agora, Gabriel! — exclamo, usando a autoridade contra ele, abusando do meu olhar seguro que diz o quanto estou certa sobre isso.

— Ah... Anjo, não sabe como mexe comigo. Estou tão louco por você que quase não consigo pensar direito. — Ele volta a me beijar, explorando com as mãos toda a extensão do meu corpo, me levando a um lugar desconhecido, onde nada do que eu penso é coerente.

— Gabriel. — Gemo em seus lábios. — Por favor.

Não sei o que estou implorando, mas meu corpo pede por mais, eu desejo mais.

O beijo se intensifica, e nós dois estamos ofegantes, gemendo e se esfregando um ao outro. Meu quadril tem vida própria, estou descontrolado, apertando seus braços, me empurrando a ele, puxando seus cabelos.

Alguém bate à porta e tenta girar a maçaneta. Pela expressão de Gabriel, presumo que ele não gostou nem um pouco.

Estou buscando ar, meu peito sobe e desce frenético como o dele. O seu cabelo está uma bagunça deliciosa, assim como sua boca vermelha por causa do meu batom.

Imagino como deve estar a minha situação agora, pois sinto todo o meu corpo energizado.

— Podemos ignorar.

— Gabriel, sei que está aí dentro. — Ouço a voz da Isabel, e meu rosto enrubesce.

— Não acho que ela vá parar — garanto, já sabendo que ela é incansável.

— O que quer, Isabel? — Ele questiona mais alto para que Isabel ouça entre a divisória de madeira da porta.

— O Samuel sumiu, não consigo achá-lo em lugar nenhum. — Nós dois rimos. — Vai me dizer que ele está... Não!

— Oi, Isabel — respondo, segurando o riso.

— Oh, merda! Desculpe atrapalhar, podem continuar o que estão fazendo. Só queria avisar que estou indo embora.

Será que é com o rapaz que ela estava falando?

— Aonde você vai? — Gabriel fica sério, acho que preocupado. Outra expressão que ainda não tinha visto nele.

— Não interessa, agora fui. E... Samuel?

— Oi.

— Arrase, garoto! — Fico escarlate, mais vermelho que isso impossível.

— Isabel, espere, já vamos sair. Não saia desse clube sozinha! — afirma ele, autoritário, enquanto coloca a camisa, arrumando as calças, fazendo meu coração disparar.

— Tchau! — Isabel dá uma risadinha, ao passo que ouvimos o barulho dos seus saltos se afastando pelo corredor.

— Maldição, Isabel! — Gabriel grita e vai atrás dela, me deixando sozinho, todo bagunçado, e sem reação.

Ainda não estou totalmente recuperado do furacão intenso que é o Gabriel.

Entro no banheiro quando me sinto seguro de que não vou cair. Me olho no espelho. Estou uma bagunça completa: cabelo bagunçado, a roupa toda torta e amassada, totalmente diferente da aparência elegante que me apresentei quando cheguei aqui.

Me recomponho da melhor forma que posso, mesmo sabendo que meu cabelo continua sendo a parte mais difícil.

Ouço a porta se abrir. Um Gabriel furioso entra. Ele dá um murro na mesa.

— Está tudo bem? — Fico longe, não sei o que pode ser capaz de fazer.

— Não, Samuel, não está! — esbraveja, me fazendo dar um passo para trás. — Me desculpe, é que a Isabel me tira do sério. — Ele vem até mim e me dá um beijo na testa.

— Ela foi embora?

— Não sei, saiu com um rapaz. Mandei um segurança atrás dela.

— Você fez o quê? — pergunto, horrorizado.

— Não quero ouvir sermões, anjo, preciso protegê-la.

Vejo o quanto ele está vulnerável.

— Vamos para casa? — pergunto, acho que se demorar demais, vou perder a coragem, não posso perder tempo discutindo.

Seus olhos voltam a queimar em chamas altas e quentes. Eu estou quente demais, ele é como um deserto sem fim.

Sinto a boca seca.

Gabriel pega a minha mão e, quando nos preparamos para sair do escritório, trombamos com um dos seus seguranças no corredor. Já o tinha visto no carro e na frente da minha casa, mas não lembro o nome.

— Senhor Miller, temos um problema.

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Comentários

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Caraca cada vez mais confuso e ansioso por desvendar tanto mistério e agora mais problemas só para atrapalhar tudo.

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Porra, isso é hora de aparecerem problemas????

Gabriel realmente está louco por Samuel e vice-versa, mas será que é só tesão???? Ou será que Gabriel acabou se envolvendo sentimentalmente???? O que sabemos até agora é como Samuel se sente, mas e Gabriel??? O que passa por sua cabeça???;Quais suas reais intenções com Samuel??? Até onde ele pretende chegar com tudo isso????

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