Take Me - Capítulo 1

Um conto erótico de M.J. Grey
Categoria: Gay
Contém 3520 palavras
Data: 27/11/2022 10:38:43

Prólogo

Percebi que a vida é uma caixa de surpresa, um dia você pode estar no topo, no outro, você está caindo, e caindo até estar deitado na lama, e foi exatamente isso que aconteceu comigo. Um dia eu tinha meus pais, faculdade, uma casa e tudo o que você possa imaginar. Já no outro eu não tinha nada, perdi meus pais, minha faculdade, minha casa. Perdi tudo o que tinha. Só ainda não perdi minha vida. E isso é questão de tempo. Pois do jeito que me encontro ou morro de fome, frio, ou de tanto apanhar como apanhei no outro dia, tudo por um lugar para dormir, mas eu vivo um dia de cada vez. E quem sabe minha sorte não muda?

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Capítulo Um

*** Matthew***

Olho para o céu e fecho os olhos, tentando não me lembrar da tristeza que é a minha vida. Minha barriga ronca me lembrando de que, já faz dois dias que não como nada de nutritivo. Abro os meus olhos e vejo o céu amontoado de estrelas, ás vezes eu queria ser uma. Só assim não teria que enfrentar minha inútil vida. Começo a caminhar mais uma vez indo em direção a um beco escuro. Vou até uma enorme lata de lixo. Tiro minha mochila dos meus ombros e a escondo dentro da lata, tudo o que eu tenho está dentro dela, duas cuecas, uma camisa, um short, meu ursinho de pelúcia e uma manta bem fina. Isso é tudo que eu tenho na vida mais nada. Não sobrou mais nada para mim desde o dia em que meus pais faleceram em um acidente de avião há três anos atrás.

Eu perdi minha casa, minha faculdade, todo o pouco do dinheiro que me restou, não consigo emprego, moro há três anos na rua, apanho constantemente e fui abusado duas vezes. Não tenho nada nem ninguém em quem me apoiar, só tenho a mim mesmo, e um pouco de humanidade e a humildade que me restou. Não é que eu não tento arrumar um emprego, mais quem quer um sem teto, com roupas rasgadas? Ninguém quer. Nem um clube de stripper me aceitou. Qual outro emprego decente ia me aceitar. Eu tenho dignidade, então vender meu corpo está fora de cogitação.

Saio do beco e vou em direção a um restaurante, quem sabe tenho sorte e uma alma bondosa possa pagar um jantar para mim. Olho para as minhas roupas e suspiro. Ainda bem que consegui tomar um banho na casa de acolhimento, só assim não estou fedendo e nem com o corpo sujo. Pena que não consegui uma cama para dormir, já estava cheia quando cheguei, então apenas tomei banho e lavei o pouco de roupa que tenho.

Aproveito a oportunidade que a recepcionista que fica na porta do restaurante saiu e entro fazendo o possível para ninguém me notar o que é difícil por causa da roupa que estou.

Olho em volta e percebo dois amigos jantando, reúno o pouco de força que tenho e vou em direção a eles, que estão envolvidos em uma conversa e não me notam, limpo minha garganta e um deles olha em minha direção. Ele é lindo, sua pele é clara, seu rosto é quadrado e seus olhos me fazem lembrar o mar. O outro eu não sei bem como é, só sei que sua pele é mais bronzeada, puxado mais para o moreno, seu cabelo é liso, seu corpo é forte e ele parece ser muito alto, mas não consigo ver seu rosto, já que ele não me olha. Encontro força e digo.

- Eu... É... Vocês poderiam pagar um jantar para mim, ou pedir para embrulhar as sobras para eu comer depois? - pergunto. - O homem que olhou para mim me analisa e abre a boca para responder, mas o seu amigo fala primeiro, sem me dirigir o olhar.

- Se você não percebeu, nós estamos conversando e você foi mal educado em nos atrapalhar, e se está passando fome, encontre um emprego. Tenho certeza que irá se sustentar com um, e será ainda menos humilhante do que importunar quem não quer ser importunado. Como eu por exemplo. - ele diz sem ao menos olhar para mim, olho para o seu amigo que está com a boca aberta, e um olhar estranho.

Sinto que estou preste a desmoronar na frente dessas pessoas que não têm coração. Controlo-me não querendo passar mais vergonha do que já passei. O homem que está me encarando abre a boca para argumentar ou só me mandar embora. Olho para os lados e percebo que os seguranças do restaurante me notaram e começam a caminhar em minha direção. Mas antes deles chegarem até a mim eu falo.

- Me desculpe, não queria incomodar. - abaixo a cabeça e saio de perto deles, resolvo terminar a noite, pelo visto vou ficar mais um dia sem comer. Saio do restaurante pela cozinha, todos me olham sem entender de onde eu vim e o que estou fazendo ali, a porta de saída dá para um beco mal iluminado, resolvo esperar ali para quem sabe, quando eles jogarem a comida fora possa pegar as sobras. Abro a porta e por fim permito as lágrimas rolarem pelo meu rosto, meu corpo sacode pelo choro, não consigo me segurar mais. Estou com fome, sozinho, sentindo frio e para piorar sem lugar para repousar. Eu não aguento mais. Ouço passos se aproximando, mas não levanto a cabeça para olhar.

- Olha Lucca, tem um rapazinho querendo roubar nosso lugar. - um garoto fala. Meu corpo fica em alerta total. Sinto que estão próximos, até um deles estender a mão e passar pelo meu rosto, me encolho com o gesto.

- O rapazinho está com medo. Isso é bom.

- A gente podia aproveitar um pouco Ryan, quem sabe se ele cooperar nós dividimos a comida com ele. - acho que esse é o tal Lucca. Os dois chegam mais perto e me pegam pela cintura, começo a tremer de medo.

- Não por favor, não toquem em mim, eu prometo sair daqui. E vocês podem ficar com assobras, eu não me importo. - falo com a voz de choro. Eles riem de mim.

- Nada disso, faz tempo que não encontramos um pouco de diversão. - Eles falam. Eu fecho os olhos tentando imaginar uma fuga.

- Tira o casaco dele Lucca, vamos ver o que tem por baixo disso. - ele me agarra e eu tento me soltar de suas mãos, mas é inútil, um deles me empurra e acabo caindo.

- Me deixem em paz. - grito quando um deles sobe em mim.

- Socorro! Alguém me ajude! Socorro! - grito desesperado. De novo não. Penso. Isso não pode acontecer outra vez. Por favor, não deixe que isso aconteça comigo. Peço para mim mesmo.

- Cala a boca puto. - um deles grita me dando um tapa no rosto, sinto o gosto de sangue.

- Prometo que vai gostar. - eu bato nele com as mãos tentando me soltar, finalmente ele sai de cima de mim, e quando penso em levantar eu sinto um chute nas costelas.

- Ah! - grito de dor. Olho para cima e quando vejo que vou levar mais um chute, é ai que eu ouço uma voz de fundo.

- Saiam de perto dele. Agora!

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*** Connor***

Assim que o menino sai eu ouço a voz do meu melhor amigo me insultando.

- Você é o maior idiota do mundo. - ele diz.

- Precisava tratar o menino assim? Deus ele devia ter uns vinte anos! - reviro os olhos.

- Então ele devia ter um trabalho para se sustentar e não ficar incomodando os outros pedindo alimento. - digo já com raiva. - Detesto que me incomodem, principalmente na hora da refeição.

- Se você ao menos estivesse olhado para o pobre menino, você teria tido compaixão e tratado ele melhor. - diz.

- É ai que você se engana meu amigo, compaixão não existe no meu vocabulário. - falo, Henry fecha a cara na hora. Ele faz um movimento como se fosse levantar.

- Você vai para onde? - pergunto.

- Já que você tratou o menino como um lixo e sei que você não vai atrás dele, eu vou. Pois no meu vocabulário existe compaixão. - ele diz se levantando. Reviro os olhos e me levanto junto estendendo a mão para ele.

- Pode ficar aqui, eu vou lá e falo com o rapaz. Termine o seu jantar, eu perdi a fome. - pergunto para ele em qual direção ele foi e ele fala que foi pela cozinha. Passo pela cozinha e pergunto se um rapaz passou por ali e eles confirmam dizendo que ele tinha saído pela porta dos fundos. Caminho em direção ao corredor e ouço uma voz quebrada gritando.

- Socorro. Alguém me ajude. Socorro. - acelero os meus passos e abro a porta que dá para um beco que mal tem iluminação, quando ouço um tapa, seguido por um chute. Caminho naquela direção e vejo um menino encolhido no chão e dois rapazes, um estava pronto para dar outro chute quando eu elevo a minha voz.

- Saiam de perto dele. Agora! - falo queimando de raiva. Detesto esse tipinho de pessoa. Os rapazes me encaram prontos para partirem para cima de mim, mas quando eles me veem saem correndo, sorrio para eles, quem quer encarar um homem de um metro e noventa, com cem quilos de massa muscular? Ninguém, eu sei.

Chego mais perto do menino e me surpreendo ao olhá-lo, ele é jovem, deve ter no máximo vinte anos, está pálido e magro, suas roupas estão desgastadas, seu cabelo está em um rabo de cavalo, tem um tênis furado, seu rosto está manchado de sangue, chego perto para ajudá-lo á levantar mais ele nega com a cabeça.

- Não chegue perto de mim. - fala com a voz fraca. Eu não dou ouvido, chego mais perto e ele grita dessa vez:

- Eu disse para não me tocar! - dou um passo para trás não querendo assustá-lo.

- Me desculpe, eu só queria ajudá-lo a se levantar. - digo estendendo a mão.

- Eu posso fazer isso sozinho. - ele diz se levantando, vejo que seu rosto se contorce de dor, mas o menino é forte, ele esconde isso rapidamente, ele enxuga as lágrimas do rosto e olha para mim.

- Obrigado por chegar na hora exata. Acabou me poupando de uma noite de dor. - diz passando por mim. Não sei o que esse menino fez comigo, mas fico em alerta máximo, fico na defensiva.

- Não me agradeça, só vim aqui porque meu amigo iria vir e acabaria te levando para casa. O que seria o maior erro. - ele para na hora e se vira para mim, vejo raiva em seus olhos.

- Então diga ao seu amigo que agradeço que ele tenha mandado um babaca para me ajudar. -Diz se virando.

- Você pode dizer a ele você mesmo, venha, vou te levar a ele, e quem sabe te damos as sobras. - falo irritado, não sei por que, mas esse garoto está mexendo comigo.

- Não precisa, não quero ser um incomodo ''senhor''. - não posso acreditar que um pirralho, teto e morto de fome está sendo abusado comigo.

- Você já é um incomodo. - falo serrando os dentes.

- Bom saber. - ele começa a caminhar para fora do beco e eu vou atrás dele e o puxo pelo braço. Na mesma hora ele fica tenso e se vira para mim.

- Eu já lhe avisei para não encostar em mim! - ele grita tentando se soltar. Coitado.

- Me larga. Por favor, me solte e deixe-me ir. - eu chego mais perto e sussurro em seu ouvido.

- Só irei te soltar se você aceitar entrar comigo e jantar criança. - digo e paro na mesma hora arregalando os olhos. O que foi que eu fiz? Acabei de convidar um sem teto de boca inteligente para jantar comigo. Saio dos meus pensamentos quando ouço sua barriga roncar de fome. Olho para ele e sorrio.

- O que vai ser querido? Não tenho o tempo todo. - ele revira os olhos.

- Tudo bem, já que você insiste. - ele diz abrindo um sorriso. E merda, que sorriso lindo que ele tem. Ele pode não ter onde cair vivo imagine morto, mas seus dentes são perfeitos.

- Agora me solte. - eu não o ouço e o conduzo de volta para o restaurante. Antes de voltar para o grande salão o levo ao banheiro.

- O que estamos fazendo aqui? - pergunta com medo. Eu sorrio.

- Antes de tudo vou te limpar. - digo pegando-o pela cintura e o levanto colocando-k em cima da pia. Uau, o menino peso igual uma pena. Limpo seu rosto e seus lábios, não tenho muito que fazer, ele está apenas machucado, para um morador de rua ele não está sujo ou fedendo. Parece que tinha acabado de tomar banho. Deve ter ido a uma dessas casas de acolhimento e tomado um. Retiro-o de cima da pia, ele treme ao meu toque, voltamos para o salão principal e todos olham para mim e para meu convidado. Chego a minha mesa e vejo que Henry não está mais láMerda. - digo olhando o papel que ele deixou para mim.

Tenha um ótimo jantar com seu convidado especial. Henry.

************

*** Matthews***

Minha nossa, eu não imaginava que ele era tão lindo assim, é bem mais bonito que seu amigo. Seu olhar é de um azul totalmente sombrio, seu cabelo cai bem de leve pela testa, sua boca é de um pecado. Ele é todo homem. Depois de ele limpar o meu rosto, voltamos para o restaurante. Sou colocado de frente para ele, no mesmo lugar em que o outro estava sentado. Levanto o meu olhar e percebo que ele está olhando para mim.

- Você está há quanto tempo sem comer? - pergunta e eu me mexo no meu lugar. Ele é intimidador.

- Acho que isso não lhe vem ao caso. - digo não me rebaixando para ele. Ele chega mais perto e olha nos meus olhos.

- Olha aqui criança. Eu estou pagando o seu jantar então é melhor responder a pergunta. – Diz e eu abaixo a cabeça com raiva. Eu nunca na minha vida fui tão humilhado. O que eu não faço por comida. Pelo menos não estou vendendo o meu corpo.

- Agora responde a pergunta. Quando foi a última vez que comeu? - olho para ele, fecho os olhos e respondo.

- Tem dois dias que não como uma comida de verdade, estou a base de uma barra de cereal por dia. - falo olhando para ele, ele suspira e vira para uma atendente.

- Me traga a sua melhor comida, quero que tenha bastante carne e também suco de laranja e Coca-Cola e para a sobremesa o bolo de chocolate com morango, por favor. - meus olhos se arregalam com tantas coisas que ele pediu, nego com a cabeça.

- Não, não precisa de tudo isso. - falo olhando para baixo.

- Olhe para mim. - ele manda. Eu levanto o meu olhar.

- Se eu vou pagar uma merda de comida para você, então vai ser a merda da melhor comida. - engulo em seco e aceno com a cabeça concordando.

- Qual é seu nome criança? - eu fico com medo de dizer, mas por fim falo.

- Matthews Black. - Digo sem jeito.

- Gostaria de dizer que é um prazer em te conhecer Matthews, mas não é, já que você arruinou omeu jantar. Sou Connor Willians. - aceno mais uma vez. Connor é uma pessoa fria, ele não me olhou com pena como a maioria das pessoas olham para mim, ele foi direto, me tratou sem respeito nenhum, mas ao contrário daqueles que me olham com pena e não fazem nada ou só me dão algumas moedas. Connor Willians pagou o meu jantar. Saio dos meus pensamentos quando a comida chega, eu olho para ele.

- Fique à vontade é tudo seu. - não espero mais nada, eu avanço na comida como um esfomeado. Não estou nem aí mesmo. Claro que não faço vergonha, só como com vontade. Quando termino, a atendente traz um maravilhoso bolo, eu como, mas deixo um bom pedaço. Connor pediu muita comida, eu não consegui comer tudo. Olho para ele e dou um sorriso de agradecimento.

- Eu sei que isso é um incomodo, mas muito obrigadao. - ele concorda com a cabeça e selevanta.

- Você fica aqui. - diz em voz de comando. Concordo com a cabeça. Ele sai e vai em direção à cozinha. Olho em volta e percebo que todos estão me olhando, me sinto envergonhado por não estar bem vestido. Tenho certeza que meu rosto está machado pelos tapas que levei, me sinto envergonhado por não estar no nível dessas pessoas. Olho para a atendente e peço um papel e uma caneta, escrevo uma nota e deixo em cima da mesa e saio do restaurante às pressas.

Assim que coloco os pés fora do restaurante, olho para o céu e fecho os olhos, respiro fundo sentindo a brisa da noite no meu rosto. Que noite, esse homem me deixou mais nervoso do que os dois rapazes que me bateram, posso sentir que ele pode ser minha luz, mas também minha escuridão. Volto ao meu estado normal e vou para o beco em que está a minha mochila, demoro uns dois minutos para chegar nele. Percebo que está vazio. Perfeito será aqui que irei passar a noite. Tiro minha mochila da lata de lixo e a abro pegando meu lençol e meu ursinho. Procuro um canto e coloco minha mochila no chão para fazê-la de travesseiro. Deito e me cubro com o meu fino e desgastado lençol, abraço o meu ursinho e sussurro para ele.

- Nós vamos ficar bem por essa noite querido. Eu prometo. - fecho os olhos e apago, meu cansaço e dor no corpo me vencem por hoje. Não sinto e não vejo mais nada.

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***Connor***

Saio da mesa indo em direção à cozinha para pedir ao chefe que faça uma marmita para O menino levar. Converso com o chefe por alguns minutos e vou para o banheiro lavar meu rosto. Deus, essa noite foi totalmente diferente do que eu esperava. Tem algo nesse menino que me fascina e isso me deixa irritado, pois um menino que não tem nada me desperta o interesse. Lavo meu rosto e saio do banheiro, quando chego à minha mesa percebo que ela está vazia, olho em volta e vejo um papel com uma escrita muito delicada nela.

“Eu sei que o senhor não quer que eu agradeça, mas muito obrigado por me salvar de ser não só, espancado, mas abusado também. E agradeço mais ainda pelo maravilhoso jantar. Que será capaz de me sustentar por mais dois dias.

Matthews Black”

- Droga! - digo frustrado. Deixo o dinheiro em cima da mesa e saio do restaurante. Vejo o meu segurança e pergunto se ele o viu.

- Sim Connor, ele foi para aquele beco ali. - ele aponta, sigo em direção ao beco, Oliver me acompanha, entro no beco escuro e frio, espero os meus olhos se adaptarem na escuridão e começo a procurar.

- Está ali Connor. - olho para a direção em que Oliver aponta e o que vejo me deixa alarmado. Matthews está deitado no chão frio com um lençol fino e abraçado com um ursinho de pelúcia, vejo que sua cabeça está apoiada em uma mochila.

Eu não penso duas vezes, respiro fundo e tiro o lençol de seu corpo entregando-o para Oliver, o pego no colo, Mathews geme e sei que é de dor. Meu coração se aperta por ele. Caminho com ele em meus braços até o carro, deixando Oliver pegar sua mochila. Entro no carro e dou as direções para ele.

- Para minha casa Oliver, e assim que chegar chame a Hanna e a peça para separar algumas roupas para mim. Também quero que você pesquise sobre Matthews Black, tudo o que você achar me avise. - digo para ele. Descrevo para ele mais ou menos o tipo de corpo que Matthews tem, espero que Hanna consiga o tamanho certo.

Chegando em casa, eu o levo direto para o meu quarto, Matthews está apagado, não acorda de jeito nenhum, o coloco em minha cama e vou para o meu closet e pego uma camisa branca, vou ao banheiro e pego toalhas e molho-as com água morna, tiro a roupa do Matthews e o limpo da melhor maneira possível, tiro todas as manchas de sangue que há nele. Enquanto o limpo, sinto o cheiro de sabonete de baunilha. Ao menos eles têm um sabonete descente nessas casas para mendigo. Penso.

Quando me dou por satisfeito, eu passo uma pomada em seus machucados e o coloco em minha camiseta, olho dentro de sua mochila e vejo que tem uma cueca limpa, então coloco nele e vou tomar o meu banho.

Saio do banho depois de uns dez minutos e me junto a ele na cama. Que ironia a minha, nunca ia imaginar que traria um mendigo para a minha casa e o colocaria para dormir na minha cama, muito mesmo que me deitaria ao lado dela, mas Matthews não está sujo e nem fedendo, pelo contrário, está limpo e cheiroso.

Trago o seu pequeno corpo junto ao meu e me aconchego a ele. Mattews se enrola em mim, como se eu fosse sua rocha. Fecho os olhos e penso '' Estou ficando louco, perdi a droga da minha mente só pode ''. Matthews Black vai ser a minha morte ou a minha redenção.

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Comentários

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Pelo menos, além do ursinho de oelúcia, ele acaba de ganhar um outro "urso" para a jornada, seja pra escuridão ou para a luz e para ambas. E que a morte gere redenção.

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Caraca, que coisa linda que você fez. Chocado pois me lembrou que muitas, muitas pessoas estão passando por isso nesse momento e não dá pra ajudar a todos. Mas cada um fazendo sua parte já ajuda. Por favor não demore a contar mais. Obrigado.

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