Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 15 - Alvorecer - Parte 15

Um conto erótico de Mark
Categoria: Heterossexual
Contém 7925 palavras
Data: 28/10/2022 18:56:49

Eu tentava explicar para ele o que era óbvio para mim, mas homens têm um complexo relacionado ao tamanho do pau que serve para demonstrar quão frágeis eles são se comparados a nós. Apesar de tudo, ele até pareceu ter aceitado numa boa, meio chateado apenas, e me convidou para dormirmos e reunirmos forças para aproveitar os poucos dias que eles ainda ficariam comigo. Dormi sobre seu peito e entre seu abraço e carícias. Ali me senti acolhida e pronta para enfrentar o mundo ou quem atravessasse meu caminho. Só que esse alguém tentaria contra minha família antes mesmo do que eu imaginava.

[...]

No calor do momento, depois daquela inesperada confissão, acabei fazendo a mais absurda das propostas para a Nanda: se entregar para o tal do Rick novamente e decidir se o queria ou se me queria. Que idiotice! Era claro que ela me queria, me amava, eu sentia isso e não acreditava estar enganado. Talvez, pela primeira vez, eu tivesse realmente sentido uma “dor de corno” porque nunca havia cogitado que ela pudesse se apaixonar por outro e, dividir seu sentimento, isso é uma coisa que eu não faria, nem aceitaria. Jamais!

Na manhã seguinte, uma sexta-feira, enquanto as meninas tomavam seu café da manhã, fui usar o banheiro. Logo, Miriam chegou batendo na porta como se o mundo tivesse se acabando do lado de fora:

- Pai, pai! A mãe tá no telefone, mandando mensagem pra você. Vem logo, pai. Anda! Sai daí! Entalou? Por que você não responde?

- Já vou, Miriam.

- Tá fazendo o quê?

Comecei a rir daquela situação e fui o mais sincero possível:

- Cagando! Posso!? - Falei, ainda rindo.

- Credo! Que nojo!... - Respondeu e ouvi seus passinhos se afastando.

Terminei o que tinha que fazer e fui até elas. Uma discussão já havia se iniciado para definir quem mandaria outra mensagem e meu celular era chacoalhado, de maneira nada suave, de um lado para outro em suas mãos. Me impus e tomei o aparelho das duas, repreendendo-as:

- Ninguém vai mandar mais áudio, nenhum! Vão arrumar suas coisas para irem para a escola.

Então, elas começaram a rir e já falaram em seguida, praticamente juntas:

- Tchau, mãe! Te amo!

Só então fui ver que tudo o que falávamos estava sendo gravado e enviado para algum contato. Depois de me certificar ser a Nanda, fiz a minha própria gravação, rindo de toda a situação:

- Antes que você pergunte, Nanda, eu estava no banheiro: nem cagar em paz, eu posso mais, porque a Miriam ficou martelando a porta! Eu também te amo, morena, e sem dúvida alguma!

As meninas estavam se arrumando, mas uma sensação de que eu precisava fazer algo me tomou, talvez arrumar uma forma de ajudar a Nanda se situar e qual melhor maneira de fazer isso senão mostrando quem realmente importava para ela nessa vida. Com meu celular, verifiquei a disponibilidade de voos para Manaus e haveria tempo suficiente para eu me arrumar e ir, bastava deixar minhas filhas com meus pais e zarpar. Mas e se elas fossem comigo? E se, além do marido, as filhas, todos nós, fôssemos visitá-la para trazê-la de volta à realidade?

- Maryeva, Miriam. Escovem o dente e troquem de roupa. Vamos viajar. - Gritei da cozinha.

- Oi!? Como é que é? - Maryeva perguntou, apontando a cara invocada de uma Nanda juvenil na porta de seu quarto.

- Ajuda a sua irmã a escolher uma roupa e se troque também. Vamos até sua mãe. Hoje, vocês irão viajar de avião. - Falei enquanto já me dirigia em sua direção.

Miriam apontou sua carinha surpresa no corredor com uma escova de dente na boca. Parecia não acreditar no que eu havia falado:

- Vamos viajar de avião. Vamos ver a mamãe! - Repeti.

Ela abriu um sorrisão todo babado de pasta de dente. Maryeva, a seriedade em pessoa, também! Se trocaram como um foguete, escolhendo as melhores roupas que tinham. As ajudei a fazerem uma mala com outras, apenas o necessário para uns dois, três dias de estada e também fiz uma para mim. Saímos dali direto para São Paulo. Elas não fecharam o olho um minuto sequer. Estavam elétricas, excitadas, curiosas e felizes com a surpresa. Aliás, se para elas a surpresa já foi benéfica, imaginei qual seria o efeito para a Nanda.

Liguei para a Denise e perguntei se haveria a possibilidade de deixar meu carro no estacionamento do prédio e resumi nossa empreitada. Ela, naturalmente, ficou muito feliz em ajudar e mais ainda em me ver. Em seu apartamento, num momento em que as meninas foram brincar um pouco com o Ben, Denise me puxou para a cozinha e me beijou com uma vontade acumulada. Não sou de ferro e correspondi, apertando-a com vontade e sarrando bem gostoso aquela bunda:

- Ai, que saudade que eu estou de você. Aliás, de vocês dois. - Falou, suspirando quando nossos lábios se soltaram: - Vocês podiam passar aqui na volta, né?

- Só vamos ficar este final de semana, Denise. Não posso ficar até a semana que vem. - Respondi: - E as meninas também tem suas obrigações, escola, etc.

- É, né… Passa você aqui, então. Eu ligo pra Nanda. Eu peço para ela deixar. - Insistiu.

- E eu faço o quê com minhas filhas?

- A gente dá um jeito. Elas dormem num quarto. Você finge que fica em outro e depois vem me visitar no meu. Que tal?

- Para com isso, Denise! A carne é fraca…

- Posso ligar pra ela? - Perguntou, quase implorando: - Deixa, vai...

- Deixa eu me resolver com ela primeiro, ok!? Se tudo der certo, e vai dar, eu te aviso e você liga.

- Tá bom, então.

Ela nos levou então até o aeroporto e fez questão de esperar embarcarmos, o que demorou quase uma hora ainda. Fui surpreendido depois de entrarmos no avião pela Maryeva:

- Pai, por que a Barbie Sonserina não tira a mão de você? - Me encarava com um olhar que eu já conhecia bem.

Comecei a rir de sua expressão e ela fechou ainda mais a cara, igualzinha a Nanda:

- Ela é só uma amiga, Morzinho, minha amiga e da sua mãe. Você já a conheceu, lembra do jantar? - Perguntei.

- Aham... Sei! Tô de olho, hein. - Respondeu, apontando dois dedos para seus olhos e depois para mim.

Aliás, dentro do avião, difícil estava sendo resolver quem iria na janela, pois ambas brigavam como onças pelo direito. “Olha o sangue da Nanda rugindo novamente.”, pensei e sorri. Como mediador, propus que uma fosse na ida e outra na volta, e elas decidiram a primeira no par ou ímpar com vitória da Maryeva. Pouco antes de decolar, ela, vendo que a irmã caçula esticava o pescoço tentando enxergar lá fora, mas sem conseguir, cedeu seu lugar para ela, surpreendendo-me e me enchendo de orgulho:

- Por que fez isso, Ma? - Perguntei.

- Deixa ela. Tá mais curiosa que eu. Além disso, em consigo enxergar daqui e, na volta, eu venho na janelinha. - Respondeu, olhando para a irmã.

Ganhou um merecido abraço e beijo na testa, sorrindo de volta para mim, satisfeita consigo mesma. O voo começou e elas curtiram bastante as primeiras duas horas. Depois começaram a perguntar “se já estávamos chegando” a cada trinta minutos, depois quinze, depois dez minutos. Não tive como não lembrar do filme do Shrek, quando o Burro ficar perguntando “já chegamos” inúmeras vezes antes de chegarem ao Reino de Tão, Tão Distante. Eu já estava no limite e iria dar uma bronca daquelas quando ouvimos o capitão mandar apertarmos os cintos para o pouso em Manaus. “Salvo pelo gongo!”, pensei, enquanto ajudava as duas.

Pousamos pouco depois das três e meia da tarde de sexta-feira. Um táxi nos levou até o hotel da Nanda, onde reservei uma suíte dupla para nós. Um sol e um calor de rachar insistiam em nos castigar e, para piorar, as meninas quiseram curtir uma piscina. Trocamos de roupa e ficamos lá até umas cinco e meia. Depois subimos para a suíte, pois eu queria nos aprontar para surpreendermos a Nanda. Na recepção, eu já havia me identificado e pedido para me avisarem quando ela chegasse para lhe fazermos uma surpresa e, nesse dia, ela chegou depois das seis e meia. As meninas estava ansiosas, aliás, todos estávamos. A recepcionista ligou, avisando que ela havia chegado e ainda me deu a deixa de que ela havia avisado na recepção sobre um pedido que havia feito, autorizando a subida do entregador. Pedi para me avisar quando ele chegasse que eu mesmo queria fazer a entrega e assim foi feito.

Por volta das dezenove horas e pouco, fui avisado e descemos os três até a recepção, onde paguei o pedido e, enfim, fiz uma ligação para ela, somente para sondar o terreno:

- Oi, morena. Tá ocupada? - Perguntei ao ser atendido.

- Oi, Mor. Tô não. Estou lendo uns relatórios aqui no meu quarto enquanto espero minha comida chegar.

- Ah… - Me virei de costas e sussurrei para as meninas não ouvirem: - Não vai sair hoje então para encontrar o tal Rick?

- Para, Mark! Já tá chato. Eu não tenho nada com ele. Foi só uma confusão, mas que eu tiro de letra se você me ajudar.

- Claro que eu te ajudo. Bom, tô quase sem bateria. A gente se fala daqui a pouco. Beijo.

- Beijo. Te amo.

- Também te amo.

Fomos até o elevador e de lá até seu quarto. Pedi que as meninas se escondessem do lado da porta e dei duas batidas simples. Pouco depois, ela abriu. Ela estava linda ainda que só vestida com uma simples camisolinha de cetim, descalça e com os cabelos simplesmente presos por um elástico. Quando me viu, seus olhos se arregalaram e ela ficou pálida por um instante. Depois, seus olhos marejaram e ela gritou meu nome:

- Mark!?

Tentei brincar sobre seu pedido, mas nem bem abri a boca para falar e ela já estava pulando em cima de mim como uma louca, abraçando, beijando e me tirando o equilíbrio, naturalmente resultando num belo tombo. Caí sentado com ela em cima e começamos a rir daquilo entre seus beijos. Aliás, nós quatro, porque as meninas não se aguentaram mais, denunciando sua presença. Nanda ao se virar e vê-las, começou a chorar e foi abraçá-las, beijá-las, apertá-las e tudo o mais que fosse possível. Deixei que se curtissem um pouco e como seu pedido seria insuficiente para alimentar a todos, saímos para jantar fora.

Em meu quarto, ela não se aguentava de tanta felicidade. Pulava tanto quanto ou até mais que a Miriam que parecia uma pulga em cima de sua cama. Maryeva, encostada num canto do quarto, só sorria, mas não se permitia extrapolar, igual ao papai aqui. Então, Nanda passou a me questionar “como”, “quando”, “por que”. Ela queria entender a surpresa:

- Uai! As meninas nunca haviam voado antes. Daí quis unir o útil ao agradável. - Falei.

- Só isso? - Ela insistiu, me olhando de soslaio enquanto se vestia.

- Não. - E a encarei, chamando sua atenção, mas dando uma piscadinha: - Quis te dar um choque de realidade também.

Dali saímos para uma pizzaria indicada por ela, onde comemos e depois fomos curtir um sorvete numa pracinha próxima. Ela parecia conhecer bem o lugar, mas preferi não perguntar como. Ainda aproveitamos, eu e ela, para namorar na pracinha, bem coisa de interior mesmo. A certa altura voltamos para o hotel pois nossas filhas já estavam bem cansadas, aliás, Miriam chegou desmontada, dormindo em meu colo. Nanda, como era de se esperar, fez questão de dormir na minha suíte. Fui abusado! Aliás, usado e abusado! Me senti um objeto na mão da minha esposa. Só não vou dizer que ela fez e desfez de mim porque eu também aproveitei, mas nunca tinha visto a Nanda com tanto fogo como naquela noite. Fizemos de tudo e mais um pouco. Ela não estava exatamente insaciável, mas numa carência e sensibilidade incríveis. Gozou várias vezes antes que eu próprio pudesse chegar ao orgasmo. Foi uma noite e tanto.

Acordei no dia seguinte, um sábado, por volta das seis horas. As meninas dormiam, todas elas. Nanda ronronava linda e nua ao meu lado. Em seu rosto havia uma tranquilidade incrível e, inclusive, um leve sorriso em seus lábios. Fui até o banheiro aliviar minhas necessidades, voltando em seguida. Ela havia se virado de costas e aquela bunda me hipnotizou, fazendo meu pau subir rápido. “Por que não?”, pensei. Subi na cama me esgueirando por trás dela e passei a lhe beijar suavemente os ombros e a nuca:

- Para, Rick! Agora não… - E voltou a ronronar.

Parei imediatamente inconformado com aquilo. “Filha da puta! Depois de tudo o que eu fiz.”, pensei. Ela começou a rir baixinho e se virou para mim:

- Já estou acordada, seu bobo! Virei a bunda para te provocar mesmo e, antes que pergunte, não te confundi, foi só uma brincadeira. - Falou me beijando a boca em seguida: - Desculpa, mas não resisti.

- Cara, venho aqui te fazer uma surpresa e você me chama pelo nome do outro!? Vai ficar na vontade… - Falei, me virando de costas.

- Vou nada! Vem aqui, agora. - Disse, me segurando pelo pescoço e me mordendo o ombro: - Eu só brinquei, Mark!

- Brincadeira mais sem graça. Vai te custar um cu de pedido de desculpas… - Sorri olhando em seus olhos por sobre o ombro.

- Uiii! - Riu de volta: - Então, vem enquanto as meninas estão dormindo.

Eu ia mesmo dar uma enrabada nela e com vontade pela brincadeirinha, mas antes quis aproveitar um pouco mais de sua boceta e, aproveitando que estava deitada de costas e também sem aviso prévio, enfiei até o fundo:

- Ai, caralho! - Suspirou: - Pensei que fosse comer o meu cu.

- Talvez depois. Agora eu quero a minha mulher. - Disse e, parando de me movimentar, a encarei.

Seus olhos brilharam para mim e ficaram levemente marejados novamente. Passei a cheirar seu pescoço, seu cabelo, seus ombros e depois a me esfregar todo nela. Não me movimentava nesse momento porque eu queria mesmo era aquele contato com ela. Eu queria, ela precisava, ou vice versa talvez. Passei a mordiscá-la, beijá-la suavemente e ela passou a suspirar descompassadamente:

- Ai, me come, Mark. Me faz sua de novo. - Pediu entre seus gemidos.

- Para que a pressa? Temos a vida toda para isso. Agora eu quero te namorar. Depois a gente vê o que rola. - Disse e a encarei novamente para depois beijá-la como há muito tempo merecíamos.

Nossas línguas passaram a bailar, mas a luxúria que imperou na noite anterior, foi substituída somente pelo sentimento que nos uniu há tempos. Não havia mais pressa em gozar, não precisávamos satisfazer apenas nossa carne, aliás, naquele momento, quem precisava se satisfazer eram nossas almas. Perdemos a noção do tempo naquele beijo e sem me movimentar me excitava como se a tivesse fodendo normalmente. Nossas mãos se encontravam às vezes enquanto acariciavam nossos corpos e quando acontecia nossos dedos se entrelaçavam, jurando para nós mesmos manter aquela nossa união para sempre:

- Eu te amo tanto! - Ela me cochichou no ouvido: - Me desculpa se te fiz sofrer.

- Eu também te amo de montão, sua boba! - Respondi, rindo: - E sorte sua que não posso te marretar como aquele cavalo, senão você estaria fodida agora.

- Ai, filho da puta! Eu tento ser romântica e você me zoa. Cachorro! - Resmungou, mas me abraçando com pernas e braços, e rindo bastante: - Não sei como consegui ficar longe de você.

- Então… Eu acho que suas atividades extracurriculares ajudaram um pouco.

- Porra, Mark. De novo? - Começou a rir de uma forma nervosa, mas mudou para um choramingo logo depois: - Poxa… Para!

- Não! Para você. Só estou brincando. Você me conhece. Eu não estou bravo. - Falei e passei a beijar sua face: - Relaxa. Só relaxa. Relaxa, relaxa, relaxa…

Ela foi se acalmando, ainda suspirando baixinho às vezes, até que parou de chorar e eu sequei sua última lágrima com um beijo:

- Eu te amo, Nanda, e não vai ser um caralhudo, rico, bonito, alto, forte e charmoso que vai te tirar de mim. - Falei e a beijei novamente, fingindo suspirar logo após: - Sabe que até eu acho que tô a fim de dar pra ele!?

- Credo, Mor! Esse bumbum é só meu. - Disse, rindo e me deu um tapão, se calando e tentando ouvir se havia acordado as meninas: - Desculpa! Escapou…

- Caramba, Nanda. Esse ardeu. - Respondi, passando a mão no local, sendo seguido pela mão dela própria, que ria baixinho e depois me pediu: - Deixa eu te cavalgar?

- Você vai gozar em três reboladas outra vez?

- Não! - Começou a rir: - Não vou, não. Acho que não…

Sorri e fiz sua vontade, nos virando na cama. Ela passou a se movimentar, rebolar e curtir aquele momento. Ela estava linda, aliás, ela é linda, mas naquele momento estava mais, banhada por uma aura de tranquilidade e de entrega como há tempos eu não via. Ela não estava fazendo sexo ou amor. Ali, ela estava se entregando de corpo e alma ao homem com quem escolheu partilhar sua vida. Não era apenas uma busca pelo prazer, mas algo que nenhuma palavra poderia explicar. Não resisti aos encantos daquela mulher e levantei meu torso, abraçando-a:

- Deita, Mor. Eu vou te fazer gozar. - Ela me pediu aos sussurros.

- Vamos gozar juntos. - Falei.

Abocanhei a aréola de seu seio direito, enquanto acariciava o esquerdo e o apertava levemente, sempre apertando seu corpo de encontro ao meu com o outro braço. Ela passou a se movimentar mais rápido e a gemer mais, decorrente do contato mais próximo e acentuado que seu clítoris ficou da minha púbis. Aquele contato, aquele cheiro de sexo no ar, aqueles gemidos começaram a fazer um efeito quase alucinógeno na gente e passamos a arfar no mesmo compasso. Algum tempo depois, ela explodiu num gozo simplesmente espetacular, esticando-se toda sobre meu corpo e tentando jogar seu corpo para trás, como se quisesse impor um limite ao prazer que o contato de nossos corpos nos proporcionava. Eu a segurei forte e não deixei que se soltasse de mim. Quando conseguiu se recuperar um pouco, me enlaçou com braços e pernas novamente, passando a me beijar e a forçar sua boceta para a frente e para trás com meu pau ainda dentro. Minha excitação já estava no limite e por mais que eu segurasse, ela sabia como me quebrar e foi o que fez ao contrair a musculatura de sua vagina ao redor dele. Agora era eu quem explodia numa gozada maravilhosa! Tentei me soltar dela, mas da mesma forma que fiz, ela me segurou. Ficamos abraçados, vencidos, enfim, e só aí, permitimo-nos deitar um do lado do outro, exaustos, mas realizados com aquela verdadeira conjugação de almas na manhã daquele sábado.

Da forma que deitamos, apagamos. Só fomos acordar por volta das oito horas com Miriam marretando a porta de nosso quarto:

- Pai, mãe, tô com fome.

- Eu também! - Gritou Maryeva.

Eu sorri para suas vozes, ainda com os olhos fechados e, ao abri-los, a primeira coisa que vi foi o olhar apaixonado da minha esposa para mim. Ela sorria de uma forma inexplicável com boca e olhos para mim. Me apaixonei novamente! Não. Isso era pouco, pouquíssimo aliás, eu amei!

- Bom dia, Mor. - Ela falou, acariciando meu rosto.

- Ótimo dia, amor! - Respondi.

Ela sorriu ainda mais e me abraçou forte porque uma das coisas que ela sempre me pedia e eu pouco fazia era chamá-la de “amor”. Não sei porque, mas sempre via aquilo estranhamente como muito impessoal e não gostava de utilizar. Eu preferia dizer seu próprio nome porque era aquele que eu aprendi a conhecer e amar, mas ali me deu vontade e ela vibrou:

- Já estamos indo, meninas. - Falei, me desenrolando aos trancos e barrancos dos braços e pernas da Nanda: - Só vamos tomar uma ducha.

Tomamos uma rápida ducha. Quando saímos, as meninas já estavam de biquínis e prontas para um dia de piscina:

- Mas vocês não querem conhecer a cidade? - Perguntei.

Elas me olharam em dúvida e depois a si mesmas. Nanda foi quem solucionou:

- Vamos ficar agora na piscina e depois do almoço a gente sai para passear. Que tal?

Concordamos todos e depois de vestir uma sunga, fomos até o quarto da Nanda para que ela própria vestisse um biquíni. Minúsculo! Esse era o tamanho daquele traje. Além disso, era vermelho, fio dental e com pouquíssimo pano:

- Esse eu não conheço. Quando você comprou? - Perguntei, curioso: - Deve estar adorando mostrar a bunda longe de mim, né?

- Você nem reparou nas minhas marquinhas… - Fez um charminho e puxou um pouco do paninho que cobria sua xaninha para o lado, bem como o do mamilo de um de seus seios: - Era para ser uma surpresa e, pelo jeito, você não ia notar.

Fiquei constrangido, mas era verdade. No embalo de ontem e hoje, eu acabei não reparando em marquinha alguma mesmo. Agora, olhando bem de perto e com atenção, aquilo começou a me deixar bem excitado e o meu bendito pau já dava sinais de querer estufar. Nanda me conhecia e se aproximou de mim, apertando-o disfarçadamente:

- Agora, não, né, Mor? Respira fundo aí! - Disse e riu baixinho.

- Solta, então, caramba! - Falei e fui até a sacada de seu quarto, dar uma respirada.

Voltei e elas já estavam prontas. Nanda agora vestia uma canga como se um vestido fosse. Descemos até o saguão do hotel. Nanda havia esquecido o protetor solar e voltou para o quarto enquanto eu rumava com as meninas para o restaurante. Havia poucas pessoas no local e fomos direto para a mesa do buffet. Enquanto nos servíamos, uma loira por volta de seus cinquenta anos se aproximou, puxando papo:

- Acho tão excitante ver um homem cuidar sozinho de suas filhas. - Falou, sorridente: - Por acaso não está procurando uma mamãe, está?

- Desculpe, mas já estou acompanhado. - Falei, tentando cortar o assunto.

- Claro que sim, por três lindas mulheres: elas e eu! - Insistiu: - Sou Verônica. É um prazer te conhecer, gato.

- Gato!? - Ouvi Maryeva repetir baixinho, encarando a loira por entre duas bandejas de pães e bolos: - Deixa minha mãe ouvir isso!

- Ah! A mamãe está aqui? Desculpa, gatinha, mas é que seu papai é muito bonito. - Ela respondeu, sem graça.

- É bonito mesmo, mas já tem dona. Vaza mocréia! - Ouvi Miriam resmungar do lado de baixo da loira, já lhe dando um chute na canela.

- Ai! O que é isso? Calma, calma! Já tô saindo. Afff…

Miriam ficou bufando enquanto a loira se afastava, indo se sentar numa mesa de canto com outras duas mulheres. Maryeva começou a rir e, rindo, deu a volta na mesa do buffet para abraçar a irmã. Eu não sabia se repreendia ou se ria. Acabei me rendendo a segunda opção porque as duas começaram a gargalhar. Nisso a Nanda chegou:

- O que está acontecendo? Quero rir também!

- A Miriam espatifou com uma mulher que estava dando em cima do pai. - Maryeva falou assim que se recompôs: - Deu um chutão na canela dela.

- Chutei mesmo… - Miriam concordou: - E chuto de novo se ela chegar perto!

A Nanda começou a rir e foi com elas para o buffet. Fui em seguida e vi que as três mulheres não tiravam o olho da gente, conversando entre si. A Nanda estava alheia a tudo isso, mas eu estranhei:

- Nanda. - Chamei sua atenção e perguntei: - Você conhece as mulheres daquela mesa do canto?

Ela olhou e sinalizou para elas, sorrindo, que rebateram o aceno, meio constrangidas. Na verdade, só a loira parecia constrangida, as demais a encaravam, curiosas:

- Conheço! São minhas colegas de treinamento. Vem! Eu vou apresentar vocês para elas. - Disse e saiu quase que correndo, sem me dar tempo de dizer nada.

Conforme a Nanda se aproximava delas, elas arregalavam os olhos. Depois de lá chegar e as cumprimentar, nos chamou com a mão:

- Se controlem porque elas são colegas de trabalho da sua mãe. - Pedi para as meninas quando elas viram onde a Nanda estava.

- Eu vou arrebentar aquela bisca…

- O que é isso, Miriam!? - A interrompi: - Essa não é a educação que a gente te dá!

Ela bufou e enfiou um pão de queijo na boca enquanto nos aproximávamos. Maryeva era puro ódio vazando pelos olhos, chegava a espumar pelo canto da boca:

- Aline, Cíntia, Vê, essa é a minha família. - Falou toda orgulhosa da gente enquanto elas, com olhos arregalados, agora também ficavam boquiabertas: - Minha filha mais velha, Maryeva, minha caçula, Miriam e meu marido, Mark.

As duas morenas se levantaram e vieram nos cumprimentar, com os tradicionais beijinhos na face, convidando-nos a sentar em sua mesa. As meninas as cumprimentaram, educadamente. Quando a loira se levantou e fez menção de vir em nossa direção, Miriam soltou sua pérola:

- Eu não vou beijar a biscate! Não vou!

- Miriam, o que é isso!? - Nanda a repreendeu, mas, a encarando melhor, perguntou: - Por que biscate?

- Foi ela, mãe! - Apontou para ela como se fosse uma inquisidora da Idade Média: - Ela que deu em cima do pai.

Nanda abriu sua boca surpresa e a encarou com sangue nos olhos. Eu já havia colocado meu prato de pão de queijo na mesa e estava pronto para segurá-la quando ela começou a rir de uma maneira nervosa, cínica:

- Você foi paquerar o meu marido, Verônica?

- Eu não sabia, Nanda. Juro! - Ela começou: - Eu vejo um homem bonito, charmoso, cuidando sozinho das filhas, pensei: vou lá, né!? Desculpa. Se eu soubesse que era o seu marido, claro que não teria ido.

A Miriam, à essa altura, estava grudada na perna da Nanda, pronta para chutar a canela da loira novamente se a mãe desse um mínimo sinal. Maryeva, por sua vez, mastigava um bolinho de fubá com uma raiva e continuava fuzilando a loira com o olhar, pronta para o rebote. Eu estava em silêncio porque qualquer coisa que dissesse estaria errado:

- Tá! Tá, ok. - Nanda respirou fundo: - Você não tinha como saber, nem imaginar que eles viriam me visitar. Tá tudo bem.

- Como é que é? - Maryeva perguntou, sendo repetida pela Miriam.

Nanda, a Alfa da matilha, encarou as duas e elas entenderam que a questão estava resolvida:

- Vou pegar mais pão de queijo. - Miriam falou.

- Também vou! - Respondeu Maryeva.

- Você não gosta de pão de queijo!

- Vou pegar outra coisa, caramba!

Nanda me encarou e eu dei de ombros, indo atrás de minhas filhas. Nos servimos novamente no buffet e fomos nos sentar numa mesa próxima. Pouco depois ela veio nos convidar para sentarmos todos juntos, dizendo que a loira tinha ficado mal com o acontecido. Depois de algum trabalho para convencer as meninas, fomos todos para a mesa das amigas dela. Nanda se sentou ao lado da loira, encarando-a meio de soslaio e eu na ponta oposta a elas. Miriam e Maryeva se sentaram cada qual de um lado meu, parecendo minhas seguranças e ainda encarando a loira sem medo algum.

Eu me esforçava para não rir da situação, mas numa hora não aguentei mais e ri alto. Minhas filhas me encararam sérias, sem entender nada e, após eu conseguir me controlar, expliquei que elas estavam bravas sem razão, pois tudo havia sido um mal entendido. Além disso, brinquei dizendo que era melhor ter um pai bonitão, que chama a atenção, que um feio que ninguém quer. Todas também riram, tentando amenizar o clima e, depois de algumas caretas, cócegas e brincadeiras bobas, minhas filhas acabaram relaxando e já não estavam mais tão emburradas assim. Pelo menos, não Miriam. Maryeva continuava atenta aos movimentos da loira:

- Mas que surpresa linda! - Disse uma morena alta do meu lado direito, chamada Cíntia: - A Nanda não deve ter dormido nada à noite de tanta felicidade…

- Ô… - Concordei e pisquei para a Nanda que riu alto.

As meninas continuavam alheias, mas as mulheres entenderam bem o recado e sorriram constrangidas. Nanda conversava assuntos leves relacionados a surpresa de nossa chegada e a felicidade que estava vivendo. A oriental, chamada Aline e a Cíntia pareciam bastante espontâneas sorrindo e conversando, correspondendo à alegria dela, mas a loira não me agradava nada pela forma de a olhar. Parecia haver uma certa inveja e, tanto me incomodou, que comi rapidinho e tratei de tirar minhas meninas de lá:

- Vamos pra piscina, Nanda? - Perguntei já me levantando e sendo seguido pelas nossas filhas.

- Mas já!? Nem terminei meu café ainda…

- Nós queremos aproveitar e acho que você também deveria, afinal, vamos embora amanhã, lembra? - Insisti.

Não precisei falar mais nada. Ela praticamente virou o café na boca, se despedindo das colegas e veio conosco trazendo uns mini pãezinhos de queijo nas mãos na intenção de comê-los. Não conseguiu! Pelo menos, não sozinha, haja vista que Miriam passou a compartilhá-los com ela. Quando terminaram, ela voltou ao buffet pegar mais alguns:

- Eu as convidei para ficarem na piscina com a gente. Tudo bem? - Nanda me perguntou ao retornar.

Miriam e Maryeva, e eu também, a encaramos, mas coube a minha filha mais velha a deixa:

- Não gostei da loira! As outras são legais, mas a loira é falsa.

- O que é isso, Ma!? Seu pai já explicou tudo. Foi só um mal entendido.

- É o caramba! - Insistiu e desceu a pá de cal: - Falsa, invejosa e não desistiu do pai. Espera só pra ver: ela vai aprontar.

Nanda me encarou surpresa e eu não me manifestei, mas fiz um meneio de cabeça dando a entender que ela poderia ter razão em, pelo menos, parte de suas conclusões:

- Também não gostei dela. Oxigenada falsa… - Miriam emendou.

- “Oxigenada”!? - Perguntei para ela.

- É! Vi na televisão. Não sei o que é, mas era sobre uma loira.

Comecei a rir, aliás, eu e Nanda enquanto besuntávamos elas com protetor solar fator 50. Preparadas, foram para a piscina, sempre sob nossa vigilância. Nanda começou a passar o protetor em minhas costas e, nesse momento, a Aline e a Cíntia se aproximaram sem a tal Verônica. Foi um alívio, mas curto, porque, assim que eu terminei de me proteger e começava a besuntar as costas da Nanda, ela apareceu. De pouco papo, mas muitos olhares mal escondidos num Ray Ban falso, se sentou ao nosso lado:

- Levanta pra eu besuntar tua bunda, Nanda. - Falei.

- Ui… É pra já! - Disse e se pôs de pé, fazendo questão de chacoalhar a bunda na minha frente.

Fiz o que tinha que fazer, e com muito esmero porque caprichei na bunda, polpinhas, coxa, pernas, reentrâncias e ela se virou de frente para mim:

- Capricha aí, papai! - Indicando que eu deveria continuar.

Trabalho redobrado, prazer continuado. Novamente me esmerei nas pernas, coxas, reentrâncias e tive que ser muito forte para não puxar seu biquininho para baixo, pois sua boceta me parecia mais suculenta que nunca a poucos centímetros de distância. Dava para sentir o cheiro da fêmea no cio de onde eu estava e foi quase um trabalho hercúleo não ter uma ereção ali na frente das moças. O instinto foi mais forte e não resisti alisá-la por cima do fino tecido. Ganhei um tapinha na mão:

- Ai, ai, ai, doutor! Ai, ai, ai. - Nanda me disse rindo e se abaixo para me dar um beijo na boca: - Safado! Sossega…

Fiz um biquinho inconformado, mas fiquei na minha. Ela era só sorrisos. As meninas já aprontavam na piscina e chamaram a mãe. Ela me convidou, mas eu disse que iria tomar uma cervejinha e depois iria. Fui até o bar da piscina e peguei uma geladinha, voltando para onde estavam nossas coisas. Como voltei pelo lado contrário da piscina, as colegas da Nanda não viram eu me aproximar e consegui ouvir o trecho de uma conversa entre elas, sem conseguir identificar as interlocutoras:

- É uma biscate mesmo! Dá pra todo mundo e depois se faz de boa mãe na frente do marido e filhas. Eu seria muito melhor para ele.

- Vai se ferrar! Que inveja você tem, hein!? Devia criar vergonha na cara e…

Me aproximei e elas se calaram, mas o clima estava horrível. Então, bebi boa parte de minha cerveja e fui para piscina, sem olhar para trás. Nanda se esmerava em segurar a borda da piscina, pois nadava igual um tijolo. Já minhas filhas, pareciam peixes, mini sereias a bem da verdade. Me aproximei da Nanda e ela trocou a borda da piscina por mim. Foi uma troca justa e ficamos namorando próximos a nossas filhas. Ela notou meu silêncio:

- O que foi? Fala pra mim! - Pediu, aliás, mandou, na verdade: - Não gostou de eu tê-las convidado?

- Nada, não…

- Nada, não, o cacete. Fala!

- Abre o olho com essas suas colegas. Quando eu estava chegando ouvi uma conversinha esquisita. - Disse, contando também o que havia escutado.

- Só pode ser a Verônica. Ela é meio complicada. Já passei umas boas com ela aqui.

- Não sei. Só fica esperta.

- Pode deixar comigo. A Cíntia já andou dando um belo corretivo nela ontem. Se ela folgar comigo, vou enquadrar ela direitinho.

[...]

Há muito, muito, muiiiiito tempo, eu não dormiria tão bem, tranquila, realizada, satisfeita e feliz por ter meu marido e filhas pertinhos de mim. O sexo daquela noite havia cobrado seu preço e meu corpo pedia um merecido descanso e assim apaguei, deitada em seu peito, em seus braços, acolhida, recebida de volta.

No dia seguinte, acordei com uma movimentação ao meu lado e vi o Mark se levantando e indo até o banheiro. Olhei em meu celular e era bastante cedo, nossas filhas só acordariam uma ou duas horas depois. “Dá pra uma rapidinha, Nanda? Uai! Claro que dá, Nanda.”, pensei e virei a bunda para cima, empinando-a e já imaginando a reação dele ao voltar. Não deu outra: quando ele voltou para o quarto, parou do lado da cama e ficou parado, certamente me olhando, desejando e eu estava certa, pois logo ele se aproximou de mim por trás e senti sua mão em minha cintura, bem como sua boca quente em meu ombro, indo em direção ao pescoço. Me arrepiei, mas decidi brincar:

- Para, Rick! Agora não… - E simulei ronronar.

Ele parou na hora e eu não aguentei mais e comecei a rir até para não correr o risco dele ficar bravo comigo:

- Já estou acordada, seu bobo! Virei a bunda para te provocar mesmo e, antes que pergunte, não te confundi, foi só uma brincadeira. Desculpa, mas não resisti.

Ele podia até negar, mas vi nos olhos dele que não tinha gostado. Entretanto, eu queria que ele entendesse que o Rick era nada mais que uma lembrança, só um nome que não me significava mais nada. Ainda assim, pelo tom de sua voz e da nossa conversa, entendi que estava chateado. Mas ele é meu! E meus beijos conseguiram acalmá-lo, não sem antes ele me cobrar:

- Brincadeira mais sem graça. Vai te custar um cu de pedido de desculpas…

Cedi, é claro! Não pela punição, que eu sabia que ele não me daria, mas pela vontade de satisfazê-lo e a mim própria. E para escancarar minha “intenções”, deitei-me de costas e segurei minhas pernas para ele me penetrar bem fundo. Qual não foi minha surpresa quando ele, ao invés da minha bunda, preferiu minha boceta novamente. Soltei minhas pernas e nos abraçamos. Ele não queria transar, ele queria fazer amor e eu amei isso! Suas carícias e beijos me dominaram, levando-me a novamente experimentar sensações que só tivemos em nossas primeiras vezes. Pedi seu colo e, sentada, gozei um prazer inexplicável, ao ponto de querer me esticar toda para fugir, mas ao mesmo tempo querer ficar e ele não me soltou um segundo sequer. Depois era a vez dele, seu leite seria meu e fiz o meu melhor para colhê-lo. Ele se entregou de corpo e alma para mim, gozando novamente, e eu o recebi, o mantive num abraço forte, fazendo questão de também deixar claro minha entrega para ele.

Assim caímos deitados e ainda entrelaçados na cama e ali dormimos o sono dos realizados. Só fui acordar bem mais tarde com minha caçula esmurrando a porta de nosso quarto, reclamando de fome, num coro com a mais velha. Eu abri os olhos e não entendi como pude me deixar gostar, ou apaixonar, ou sei lá, pelo Rick, pois o Mark é tudo o que eu preciso: bonito e servido nas medidas certas, carinhoso e bruto quando deve ser, trabalhador, responsável e bom pai e marido. Como pude me deixar levar por um momento e quase perder uma vida toda? Eu não me entendia, mas ali novamente me apaixonei, aliás, amei meu marido novamente e assim me perdi olhando seu rosto, cada traço, cada curva, cada pintinha, cada ruguinha que o tempo encarregou de marcá-lo, cada cabelo branco…

Ele abriu os olhos e fiz questão de recebê-lo com meu melhor sorriso, correspondido nos olhos e nos lábios dele:

- Ótimo dia, amor! - Falou.

“Amor”!? Quando ele me chamou assim, um arrepio me percorreu todo o corpo. Amei! Ele nunca me chamava de amor, a não ser quando estava muito feliz e, se ele estava, eu também estava. Ele respondeu para nossas filhas, tranquilizando-as e quis sair de meus braços e pernas. Não deixei! Lutei com ele para mantê-lo comigo, mas ele foi mais forte e se soltou de mim. Não que quisesse, pois ele não queria, mas precisávamos, a responsabilidade de sermos pais clamava pela gente.

Depois de combinarmos a rotina daquele dia, descemos para o restaurante tomar um merecido café da manhã. Ficaríamos na piscina de manhã e sairíamos para passear à tarde, talvez um museu para agradar Mark e Mary, talvez o parque de diversões para agradar Mi e Mary, mas à noite, eu agradaria Mark e Nanda, com toda certeza!

Como euzinha nunca deixo de ser a Nanda, esqueci o protetor solar e o sol já anunciava um dia quente, muito quente. Voltei para o quarto buscá-lo, enquanto eles se dirigiram para o buffet do restaurante. Ao retornar, eles três estavam rindo, gargalhando, mas havia um clima estranho entre eles. Quando perguntei o que havia acontecido, Mary me contou que a Miriam havia espantado uma abusada aos pontapés “só” porque havia se engraçado para cima do Mark, o que ela confirmou, toda orgulhosa de si.

Pouco depois vi minhas colegas de treinamento numa mesa do canto e acenei para elas. Queria lhes apresentar meu orgulho, a minha família, o meu bem mais precioso. Me aproximei da mesa delas e estranhei suas caras, pareciam meio assustadas, mas não notei de imediato, afinal, eu estava tão feliz:

- Gente, é a minha família! Eles vieram me visitar. Vou apresentar para vocês. - Falei e, como elas se entreolharam, eu perguntei: - O que foi?

- Imagina, Nanda. Nada não. - Respondeu Aline, meio encabulada.

- Claro que a gente quer conhecer! - Falou Cíntia.

Eu os chamei e eles se aproximaram meio constrangidos. As meninas, então, ficaram emburradas e aí eu me toquei: uma de minhas amigas havia paquerado meu marido e pela descrição, loira, Verônica tinha aprontado novamente. Ainda assim, preferi bancar a política:

- Aline, Cíntia, Verônica, essa é a minha família. Minha filha mais velha, Maryeva, minha caçula, Miriam e meu marido, Mark.

Aline e Cíntia se levantaram rapidamente e foram cumprimentá-los, sendo cumprimentadas, convidando-nos ainda para sentarmos todos juntos, mas quando Verônica se levantou Miriam se rebelou e a chamou de “biscate” em alto e bom som, causando aquele climão e confirmando minha desconfiança. Eu encarei Verônica com uma vontade imensa de arrancar-lhe o “mega hair”, mas ela, rapidinho, se justificou rapidinho dizendo não saber que era o meu marido, pois, se soubesse, jamais o teria paquerado.

Miriam estava grudada na minha perna e a encarando com sua própria perninha pronta para outro chute, mas tive que dar a mão à palmatória e concordar com a Verônica. Quando disse que “estava tudo bem”, Maryeva se insurgir, aliás, ela e Miriam e nesse momento, como mãe, tive que me impor, o que fiz, silenciosamente através de um simples olhar materno de “não me desafiem”! Elas se calaram e, ainda emburradas, saíram em direção ao buffet, seguidas pelo Mark que estampava um sorriso que parecia dizer “é foda ser gostoso!”.

Verônica voltou a me pedir desculpas e acabou ficando um clima chato. Minha família vem me visitar e não consigo sequer apresentá-los direito a minhas colegas. Verônica errou, mas foi na ignorância. Não podia culpá-la por achar o Mark bonito, e interessante, e charmoso, e gostoso… Pronto! Seu sorriso estava certo, mas seria melhor não encher muito sua bola. Enfim… Fui até eles e os convidei para sentarmos todos juntos e superarmos aquele imprevisto porque o clima tinha ficado chato. Convencidas vieram comigo e se sentaram na mesa: eu ao lado da Verônica para vigiá-la, Mark no lado oposto, protegido, lado a lado, pelas filhas. Depois de algum tempo, piadas e brincadeiras, Mark conseguiu acalmá-las.

Depois de um tempo fomos para a piscina e, por uma questão de educação, também as convidei para virem. Depois de um tempo vieram, mas o clima não melhorava e, depois de um tempo ainda, Mark pegou uma delas falando mal de mim. Pela forma e considerando o que eu já tinha passado anteriormente, Verônica parecia aprontar novamente. Preferi ignorá-la, afinal, minha família estava ali e eles eram tudo o que eu precisava para ser feliz.

Aproveitamos ao máximo aquela manhã na piscina e, por volta das onze e meia, decidimos almoçar no restaurante do hotel mesmo para passearmos depois. Fomos até as meninas e enquanto eles já se dirigiam ao restaurante, tive que tirar a limpo aquela história ouvida por ele:

- Que história é essa de falarem mal de mim? - Perguntei, encarando as três.

Aline e Cíntia se entreolharam por um momento, mas logo Cíntia encarou feio Verônica e esta arregalou os olhos e disse:

- Eu não falei nada e…

- Ele ouviu você, Verônica. - A interrompi e ela se calou de vez: - Só vou te falar uma coisa, nunca mais me dirija a palavra e nunca mais se aproxime ou dirija a palavra para qualquer uma da minha família.

- Nanda, eu… eu…

- Você, nada! Já estou com você por aqui. - Disse e mostrei a altura de meu queixo: - Da próxima vez que aprontar comigo, vou te apresentar uma Nanda que você não esquecerá pelo resto de sua vida.

Ela se calou. Aliás, elas se calaram. Entretanto, Cíntia começou a juntar suas coisas e, pelo horário, disse que iria almoçar:

- Almoça com a gente, Cíntia. - Convidei.

- Não quero atrapalhar, Nanda. É momento família.

- Deixa de ser boba, mulher. É só um almoço. Não vai atrapalhar nada.

- Ah… Então eu aceito, sim.

Aline ficou olhando para Verônica e para nós duas, “ping-pongando” entre a gente. Por fim, acho que entendeu que Verônica era um caso perdido e também começou a juntar suas coisas:

- Posso almoçar com vocês também? - Me pediu.

- Claro! Vem com a gente. - Falei.

Quando estávamos nos afastando, Verônica soltou mais uma delas:

- Coitadinho dele…

Entendi na hora que a Verônica estava falando do meu marido e decidi que seria a última. Fui para cima dela, mas antes que me aproximasse, Aline e Cíntia me seguraram pelo braço e me puxaram para a direção oposta. Verônica já estava com os olhos arregalados esperando o pior, mas não teve chance de me encarar:

- Me solta! Só vou conversar um pouquinho com ela. - Pedi para as duas, mordendo meus lábios de raiva.

- Não vai, não! Sua família está aqui. Ela não vale a pena. Esquece dela, Nanda. - Disse Cíntia enquanto ainda me puxava para o saguão.

Lá elas se colocaram na minha frente e ficaram me cercando para que eu não fosse atrás da Verônica. Respirei fundo uma, duas, três vezes e disse:

- Tá! Tá. Tááááá... Entendi. Você está certa. Deixa ela. Não vou me rebaixar. Obrigada, Cíntia.

Como se desgraça pouca não fosse suficiente, enquanto eu ainda me acalmava, vi que Aline mudou de feição, olhando assustada para Cíntia e para alguma coisa atrás de mim. Cíntia não entendeu de imediato e ainda levantou os ombros como que perguntando “o quê?”. Voltei-me para trás e vi Rick com um sorriso estampado no rosto e um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Antes que ele abrisse a boca, o peguei pelo braço e o escoltei até a porta do hotel:

- Nossa! O que é isso, Nanda? Pensei que ficaria feliz em me ver.

- Já te pedi pra me esquecer. - Falei enquanto o puxava: - Por que é tão difícil assim me entender?

- Porque eu sei que você está apaixonada por mim, assim como eu estou por você. Alias, foi você mesma que me disse, tá lembrada?

- Rick... vai... embora! Me esquece. Eu sei bem o que quero e não é você. Só fiquei confusa. Só isso. Você é muito legal, mas eu já tenho um que também é. Não estou disponível, procura outra, caramba!

- Não quero outra. Eu quero você. - Falou e me enlaçou em seus braços, tentando me beijar a boca.

Cravei as unhas em seu ombro sem dó, tentando puxá-lo para longe de mim e consegui fazê-lo gemer. Ele me olhou surpreso, assustado, eu diria até que magoado comigo e acabei me arrependendo de ter sido violenta:

- Desculpa. Não queria ter chegado a esse ponto, mas meu marido e filhas estão aqui, no restaurante. Eu estava indo almoçar com eles. - Me justifiquei desnecessariamente.

Ele me olhou surpreso e, ainda massageando o ombro direito, falou:

- Poxa! Por essa eu não esperava. Aí a concorrência ficou desleal comigo. - Disse e sorriu constrangido, tentando me entregar o buquê: - Não vou te atrapalhar mais. Toma. Comprei para você.

- Não quero, Rick. Como vou explicar pro meu marido que acabei de ganhar um big, mega, buquezão de rosas vermelhas, com um cartão apaixonado, porque deve ter uma declaração dentro e uma, uma... O que é isso aqui? - Perguntei, apontando para uma caixinha dentro do buquê.

- É só um presente. Um anel que comprei para você. Achei a sua cara.

- Leva isso daqui já, Rick. Não quero! - Virei-me e saí em direção a Aline e Cíntia que me olhavam surpresas, mas acabei voltando: - E não me procura mais.

Novamente, dei meia volta e fui voltei até elas e juntas fomos para o restaurante. Mark já estava sentando numa mesa comendo uns tira-gostos com nossas filhas. Sagaz, ao me olhar já veio me perguntando:

- Que cara é essa?

- Não é nada, não... - Tentei despistá-lo, em vão pela forma como me encarou: - Vamos fazer os pratos? A Aline e Cíntia podem sentar conosco, não podem?

- Sei, Nanda. Me engana que eu gosto, e muito! - Depois olhando para minhas colegas, falou: - Claro que podem. Fiquem à vontade.

Acompanhado dele e das nossas filhas fomos até o buffet enquanto minhas colegas se situavam na mesa. Ajudamos as meninas a fazerem seus pratos e depois voltamos para fazer os nossos. Mark sempre mantinha algum contato físico comigo e me beijava o ombro vez ou outra:

- Você não me engana... - Disse baixinho e ainda brincou, mas com um grande fundo de seriedade: - Vai me falar ou vamos ter que sair no braço aqui?

- Ai que medo! - Ri de seu comentário e continuei: - Verônica, como sempre, e outras coisinhas... Mas eu queria só almoçar para aproveitarmos o dia. À noite, eu te conto tudo. Prometo.

- Tá bom. Se pode esperar, tá tudo bem. - Me deu um beijo na bochecha: - Sabe que pode me contar tudo, não sabe? Não precisa carregar nada sozinha.

- Eu sei, Mor. Eu sei. Obrigada. - Falei e voltei minha atenção para uma carne assada ao molho madeira: - Corta um pedaço pra mim?

Ele me ajudou e depois voltamos para a mesa, enquanto Aline e Cíntia saíam para se servirem. Ao me sentar, acabei olhando para uma das portas do restaurante, que dava acesso ao saguão, e vi o Rick nos olhando. Não era uma expressão de ódio, raiva, talvez um pouco de inveja, mas certamente não era a de uma pessoa que se daria por vencida tão facilmente.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 153 estrelas.
Incentive Mark da Nanda a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 192Seguidores: 531Seguindo: 20Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

Foto de perfil genérica

Eu adoro esse conto se poder dou 10 estrelas

0 0
Foto de perfil genérica

Estou ansioso pela continuação. Quando será?

1 0
Foto de perfil genérica

Quando será que esse relato terá continuidade? Estamos ansiosos para saber o restante da história

1 0
Foto de perfil genérica

Olá mark, amei seu conto ansioso pelo próximo capitulo.vi que vc esta com outro projeto que já comecei a ler e estou amando.

0 0
Foto de perfil genérica

kkkk , parei de ler seu contos já tem um tempinho,, agora de bobeira acabei lendo esse,, mas vc continua o mesmo,,,rsrsrs o machão comedor, pauzudo, machista,,rsrs e a personagem nanda ou fernanda,,rsrs submissa mal consegue dar uma trepadinha que de certo kkkkk

vc está ficando fora de epoca amigo ..rsrsr

0 0
Foto de perfil genérica

Sensacional, como sempre.

3 estrelas.

Já pode postar a continuação ;)

0 0
Foto de perfil genérica

Boa Noite, aguardamos os próximos episódios das suas aventuras e ainda bem que resolveram tudo que impediam a publicação das suas histórias

0 0
Foto de perfil genérica

Que maravilha os melhores do CDC... estão de volta... sou apaixonado pela Nanda.. com tdo respeito Mark.

0 0
Foto de perfil genérica

Que susto tomei quando sumiram os contos. Vc está de parabéns aguardo os próximos capítulos.

0 0
Foto de perfil genérica

Pô... tomei um susto quando não encontrei o perfil. Não faça de novo kkkkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Agora falta ep novo depois de tanto tempo sem nenhum 👀

0 0
Foto de perfil genérica

A quinta feira não poderia ter começado melhor. Sejam bem vindos de volta.

0 0
Foto de perfil genérica

Aiiiii que felicidade em ver vcs de volta e Alívio, pq amooo as histórias de vcs, já Aguardando o próximo capítulo dessa saga maravilhosa

0 0
Foto de perfil genérica

Bem-vindo de volta Mark.

Ja tava de luto pelo fim da saga kkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Opa Mark, que bom que voltou!!!!! 👏👏 Esperado o próximo capítulo!!!!

0 0
Foto de perfil genérica

Mark, não vou chover no molhado falando de talento e qualidade do escritor, todos sabemos da sua capacidade. Fico sempre tranquilo, porque sei que ainda estão juntos, portanto superaram todas essas tempestades, à maneira de vcs. Não gosto de rótulos, como "é liberal"; "não é liberal"; vcs têm uma fórmula própria que os faz feliz e tem dado certo, portando, no meu ponto de vista, tá tudo bem. Quanto aos acontecimentos, uma soma de situações, que somadas podem acabar em merda:

1 uma "colega de trabalho", invejosa e sem noção, que sabe das aventuras da Nanda.

2 uma cara boa pinta, bem sucedido(se é que viver de renda pode se chamar de bem sucedido profissionalmente... fico com a primeira impressão da Nanda), educado e de boa conversa, mas que pelo jeito e a narração da Nanda, não deve estar acostumado a ser rejeitado, e acho que isso, na minha visão, é que está deixando ele ainda mais interessado na Nanda...

3 acho que a afirmação da Nanda para o Rick, de que poderia ter um sentimento mais forte do que deveria para com ele(Rick), o deixou com a sensação de que pode chegar e tentar ganhar a Nanda do Mark.

3 Essa pulga atrás da orelha do Mark tb pode acabar em uma briga e desconforto maior do que deveria.

4 essa "dúvida" da Nanda (mesmo que passageira) tb alimentou a merda...

As possibilidades são inúmeras...

O Rick causar um grande mal estar diante do Mark ou da família toda(Mark e filhas)...

O Rick aparecer com a Verônica à noite onde a família está e isso causar um certo desconforto na Nanda(ciuminho bobo), afinal pode existir um certo sentimento de posse pelo cara, tendo em vista que a Nanda já ficou com o Rick e ela ter nutrido um sentimento mais forte pelo cara. O Mark notar o desconforto da Nanda e ficar puto da cara pela Nanda estar enciumada...

Tudo possibilidades. Mas a verdade é que a surpresa é o maior dos atrativos do conto.

Posta hoje ou até amanhã Mark, tô muito curioso. Kkkkk.

1 0
Foto de perfil genérica

Outro choque de realidade na Nanda, seria o Rick aumentar a estadia dele em Manaus. A família ir embora de volta para casa, mas a Denise ligar para ela pedindo para o Mark dormir em São Paulo com ela. Acho que isso abriria os olhos da Nanda, vendo que deixar qualquer tipo de dúvida na cabeça do Mark, pode aproximá-lo de outra... Sei que Mark não faria isso, mas a Nanda é ciumenta... kkkkkk

1 0

Listas em que este conto está presente