Smart City, um lar para casais diferenciados - Part 6

Um conto erótico de Gustavo Gutierrez
Categoria: Gay
Contém 3561 palavras
Data: 26/10/2022 23:19:34

A semana correu bem. O Bê já não estava mais tão na fossa. Parece que nossa transa deu uma energizada nele. Curtimos bem o sol, demos uma festinha na lancha do pai da Pri, com diversos amigos que eu não via há muito tempo na sexta a tarde.

Achei que talvez o Sam aparecesse de surpresa, já que ele não mandou mensagem ou deu sinal de vida. Mas não. A festa rolou até tarde na sexta. Atracamos depois do pôr do sol e ainda ficamos ali, naquela adrenalina, bebendo e curtindo um som.

Sábado acordei zuado, já era mais de 15 horas. Estava todo mundo moído. A semana foi muito movimentada e o anúncio do fim daquelas férias malucas meio que foi o gatilho para nossas energias esgotarem.

Me levantei, tinha uma jogada num sofá, com batatas nas têmporas, para diminuir a enxaqueca, o outro com um coco verde enorme nas mãos, tomando a água. E os outros dois na beira da piscina, deitados em espreguiçadeiras, aparentemente dormindo na sombra.

- Bom dia – falei para os dois que estavam na sala.

A Pri levantou a mão num aceno rápido e mole, voltando ao estado original. Math só me olhou e mexeu as sobrancelhas, enquanto sugava a água de coco do canudinho.

- Nossa! Vocês estão melhores do que eu achei que estariam. – indaguei ironicamente, não esperando resposta.

Fui até a cozinha e pedi ao Carlos um café da manhã reforçado e em poucos minutos ele serviu na mesa à frente do Math, na sala.

Lá pelas 9 da noite, nós não tínhamos feito muito, mas estávamos na sala de TV, jogados os cinco nós enormes sofás vendo qualquer coisa na Netflix. Meu celular vibra:

- Numero desconhecido: E aí, te encontro na balada hoje?

Tentei ver a foto de quem era mas não consegui. Mas só poderia ser o Sam. Foi o único para quem eu dei o meu número recentemente e ele provavelmente estava chegando na cidade, animado pra fazer algo e eu aqui morto, pensando em como voltaria pra São Paulo amanhã cedo.

Eu poderia ter respondido que não ou qualquer outra coisa, mas preferi fazer o jogo de que não sabia com quem estava falando.

- Oi! Quem é?

- Muitos contatinhos por aí?

Deu certo. Se fosse o Sam, pelo menos não acharia que eu estava tão na dele assim. O que seria bom, porque eu realmente não estava tão na dele. Passei a semana quase que sem pensar nele.

- Não. Mas não conheço seu número e não estou vendo sua foto.

Começou a digitar algo e parou. Algum tempo depois:

- Melhor agora?

Era ele. Estranho ele não estar com meu contato salvo antes. Eu mesmo tinha salvo na agenda do celular dele.

- Agora sim. Tudo bem, Sam? Nem vou sair hoje. Amanhã voltamos cedo pra São Paulo. Eu tô um caco ainda de ontem.

- Bebeu, dançou ou transou mais do que deveria?

- Hahaha nem um dos três. Acho que foi muito sol.

Óbvio que tinha sido muita cachaça também, mas o sol ajudou. Estar numa lancha em alto mar com o sol do Rio de Janeiro te queimando não é para os fracos.

- Entendi. Quer dar um rolê mais tranquilo? Tomar um suco e conversar?

Eu realmente não estava no clima pra sair. Meu corpo estava todo dolorido. Soma-se a isso o fato de ele ter sumido a semana toda. Acho que não vou fazer esforço pra agradar esse boy não.

- Pouts Sam, tô zuado mesmo. Acho que vou só ficar aqui de molho mesmo.

- Vai dormir cedo? Posso passar aí mais tarde?

- Me manda mensagem e a gente vê se eu vou estar acordado.

- Blz!

Ainda fiquei mexendo no celular um pouco, Instagram, tik tok. Nisso o Ju se levanta.

- Bora pedir umas pizzas galera? Pizza com coca vai melhorar nossa noite.

- Tô dentro!

- Eu topo!

- Demorou.

Rapidamente todo mundo deu uma certa animada.

- Vou escovar os dentes e arrumar meu cabelo, o entregador da “La Fiorella" é maior gatinho! – Falou a Pri, correndo pro quarto.

Um por um eles foram saindo e acabamos ali eu e o Bê.

- Combinando algum role pra hoje?

- Hum? – Eu olhava para a TV, realmente não entendi bem o que ele tinha dito.

- Você, tá combinando aí algum role pra mais tarde? – Ele repetiu, dessa vez comigo olhando para ele e ele apontou para o celular em minhas mãos.

- Ah não! Sem clima pra role hoje. Só quero ficar com meus bests, comer muita tranqueira e dormir!

Ele não respondeu. Desde que nós transamos o clima ficou meio estranho entre a gente. As vezes ele estava mais carente, se aninhava num abraço comigo ou com a Pri, deitava a cabeça no nosso colo quando tinha a oportunidade, pra ganhar um cafuné ou coisa do tipo.

Ele não quis conversar sobre o que rolou, não me procurou mais e eu também não o fiz. Fiquei na minha e banquei o bom amigo. Mas hoje, quando o celular vibrou ele ficou meio estranho. Podia jurar que ele tinha ficado meio emburrado. Só relaxando um pouco mais depois que eu falei que não sairia.

De toda forma, resolvi não dar tanta importância a isso. Esses homens da minha vida estão muito estranhos e eu não vou ficar dando moral pra eles.

- Já volto.

Resolvi sair dali e ir ver o que a Pri estava aprontando.

- Ai migo, que bom que você chegou. Não sei se coloco um vestidinho, se vou só de lingerie e robe por cima, ou se coloco um baby doll bonito. Me ajuda!

- Eu sugiro o vestido. Menos na cara que você quer dar pro entregador.

- Tá, mas qual? Não tem nada legal aqui!

- Pri, com certeza ele não conhece nenhum dos seus vestidos. Ele não é suas amigas da balada. Qual você gosta mais?

- Esse aqui, caraca! Me deixa com um corpão! E nem usei aqui, porque já tinha usado antes, na balada, lá em São Paulo.

- Então fechou. Esse é lindo. Vai logo. Já deve estar chegando.

Ela se vestiu, retocou a maquiagem e colocou um brinco lindo, de esmeraldas.

- Nossa, onde é a entrega do Oscar? – falou o Math quando eu desci segurando a mão dela, imitando uma entrada triunfal.

- Vai depender se o entregador vai querer o grande prêmio. – A Pri respondeu desbocada.

- Porra! Tá baixo nível mesmo ein! Querendo dar pro entregador. – o Ju tinha o poder de ser meio escroto de vez em quando.

- Cala a boca Juliano. Ele é um gatinho e esses riquinhos aqui de Angra são tudo escrotos assim, igual você.

Ele respondeu para ela levantando os dois dedos do meio e fazendo uma careta com aquele lingoão dele para fora.

- Isso deve fazer um sucesso com as rachas! – me limitei a pensar.

Algum tempo depois a campainha tocou. A Pri demorou mais do que uma entrega de pizza normal.

- E aí, chupou o cara no Hall? – O Ju falou, ainda provocativo.

- Não, mas vou buscar ele mais tarde, pra a gente dar uma volta.

- Vai buscar? Por que ele não cola aqui?

- A moto é da Pizzaria. Ele volta pra casa de carona com o chefe.

- Ah entendi. Bem baixa renda mesmo. Do jeito que você gosta!

- Cala a boca, idiota! Come sua pizza aí e me deixa.

A gente comia a pizza e ria das palhaçadas deles. Pareciam mais dois irmãos.

Já era quase meia noite quando a gente terminou. Ficamos ali pela sala. Depois de um tempo eu resolvi me sentar na borda da piscina, molhar meus pés. O Bernardo veio e se sentou do lado. Ficamos encarando a vista escura do que durante o dia é um mar verde esmeralda e um céu quase azul turquesa.

Era quase uma da manhã, a Pri saiu pra buscar o príncipe sapo dela e algum tempo depois meu celular vibra.

- Pelo jeito tem alguém a fim de melar seus planos de noite com os bests. – o Bê falou, antes mesmo que eu pegasse o celular para ver quem era.

E no fim era mesmo quem ele imaginava.

- Tô aqui na porta. Desce.

PQP! Eu falei pra ele me avisar antes de vir.

- Tenho que ir. – falei pro Bê e me levantei correndo pro quarto.

- Eu preciso de 10 minutinhos. Seu louco! Falei pra avisar antes. – Mandei pra ele e entrei no banho.

Foi um banho rápido. O essencial. Passei o desodorante correndo, joguei uma regata azul claro por cima, um blazer cinza, uma calça combinando e desci.

O Bernardo estava jogado no sofá e me seguiu com os olhos enquanto eu descia as escadas correndo.

- Amanhã o helicóptero chega que horas?

- Não sei ainda gatão. Mas a gente almoça aqui. Vou lá. Beijo!

Saí da casa e ele estava parado bem abaixo, não na entrada de carros do terreno e sim na rua mesmo, tive que andar um pouco para localizá-lo.

- Hello stranger! (Olá estranho!) – falei me sentando no banco do carona ao seu lado.

- Oi! Tudo bem? Tá cheiroso. – ele falou enquanto me puxava para um beijo no rosto e um meio abraço. Resolvi ignorar aquela formalidade.

Conversamos por um tempo, enquanto ele dirigia. Já estávamos em Paraty, ele parou o carro, olhou para mim.

- Você é ainda mais lindo do que eu me lembrava.

- Foi por isso que você sumiu a semana toda? Esqueceu que eu era lindo?

- Eu te disse que só voltaria hoje. Estava na correria em São Paulo.

- OK. – falei e encarei a frente, olhei para a paisagem.

- O que? Vai ficar chateado?

- Ih, relaxa! rs Americano é bem pior. Eles somem por meses e quando o tesão bate eles voltam como se a gente tivesse se visto ontem.

- Eu não te chamei porque tô com tesão. Não te mandei mensagem durante a semana porque tava corrido.

- Beleza. – olhei pra ele, mas o clima tava meio tenso.

Descemos do carro, caminhamos um pouco na praia. Falamos da semana seguinte, que seria corrida para nós dois, mas ele disse que agora eu tinha o número dele, então também poderia mandar mensagem e voltamos para o carro.

- E agora, quer dar mais uma volta?

- Acho que eu já estou pronto pra voltar pra casa. Tá tarde e amanhã cedo a gente já volta pra São Paulo.

- Na verdade, tá cedo. Hoje já é amanhã. Você vai me convidar pra entrar?

- Hoje não. Não tô muito no clima. Quem sabe a gente não se vê em São Paulo.

- Tá certo. – ele se limitou a dizer.

O resto da viagem foi meio silencioso. Dessa vez ele entrou pelo portão da propriedade e parou em frente à porta da casa.

- Você me dá um toque durante a semana? – Ele perguntou me olhando.

- Eu ou você. rs Quem sentir saudades primeiro.

- Okay, senhor “vou dar uma de difícil”!

Nós dois rimos e acabamos nos beijando na despedida. Foi um beijo gostoso. Eu lembrei daquela língua molinha e doce dele. Por um instante eu quis chamá-lo para subir comigo, mas eu ainda estava realmente cansado.

Saí do carro e fiquei esperando ele se ir.

Quando entrei na casa todos já estavam dormindo. Fui para meu quarto e me despi. Abri a mala na cama e comecei a guardar minhas coisas que estavam espalhadas pela suíte.

Em dado momento estava colocando algumas coisas na mala e quando me viro o Bê está encostado na parede ao lado da porta, com as mãos nos bolsos, me olhado.

- Caralho, que susto!

Ele riu. Com aquela carinha de sapeca que tanto me encantava.

- Insônia, Guh?

- Mais ou menos. Tem coisa minha espalhada pelo quarto todo. Resolvi dar uma adiantada.

- Cê sabe que amanhã enquanto a gente toma café o Carlos vem, com umas três camareiras e em cinco minutos eles já arrumaram tudo, né? O que é que tá pegando?

- Nada. – E realmente não havia nada. - Eu só estava sem muito sono mesmo. Resolvi fazer algo de útil.

- Entendi. Eu achei que você fosse voltar só amanhã de manhã ou que se voltasse estaria acompanhado. – Ele disse se aproximando de mim.

- Ah não. Só fui dar uma volta. Conversar um pouco.

- Certo. Segunda a gente volta pra nossa vida real né. Quando a gente vai se reunir de novo pra passar uma semana no paraíso?

- rs Realmente, essa semana foi ótima pra descansar, curtir, repor as energias. A gente não precisa fazer muitos planos. Quando a gente cansar da rotina de sampa a gente manda um bat sinal pros outros.

- E quando eu vou te ver de novo? – nesse momento ele já estava bem perto de mim, segurando minha cintura, nossos corpos a centímetros um do outro.

- Já está com saudades? A gente nem se despediu ainda.

- Saudades do que não vivemos que fala né? rs Quer dizer, do que vivemos mesmo.

Ele me beijou, colou seu corpo ao meu e estava quente. Sua rola já estava dura dentro da bermuda. Eu fiquei sem reação. Aquele Bernardo estava diferente. Não era o mesmo da outra noite, que chorou nos meus braços.

Parou de me beijar e me olhou no fundo dos olhos. Aqueles olhos castanhos sempre tiveram um poder estranho sobre mim. Talvez por ele ter ficado com eles fechados da ultima vez que transamos eu tenha me esquecido disso.

Era como ser mergulhado numa piscina gigante. Ficamos assim nos olhando por muito tempo. Ele me acariciava delicadamente, mas ao mesmo tempo me apertava contra seu membro rígido entre nós. O meu e o dele já duelando por espaço, numa dança ritmada. Como em nossa última transa, sete anos atrás, o Bê das despedidas, parecia querer fazer um sexo memorável. Apertava minha bunda, como se quisesse arrancar com as mãos.

Por um instante passou pela minha cabeça o Samuel. Eu o havia dispensado porque não estava muito no clima de transar. Não queria nada sério no momento, mas também não estava no clima para me sentir usado. Já com o Bê era o contrário. Eu estava me deixando ser usado por ele para curar sua dor de cotovelo. Isso também não me parecia certo. E as consequências poderiam ser piores ainda. Para mim e para ele, que estava num momento tão frágil.

- Hey, tudo bem com você? – Consegui dizer num momento em que ele afastou nossas bocas.

Ele me olhou com aqueles olhões lindos, sem entender o questionamento.

- Não poderia estar melhor. Você não está bem? Não quer estar aqui comigo?

- Não é isso Bê. Você sabe que a nossa química não tem igual. Mas eu me preocupo com você.

- Como assim?

- Eu não estou no momento de buscar um relacionamento ainda. Ou continuar nossa história.

Ele me olhou e por um segundo eu vi uma dor profunda passar pelos seus olhos e em seguida raiva.

- Não é como se eu estivesse te pedindo em casamento.

- Eu sei.

- Não, não sabe! Você voltou da sua vidinha perfeita e quer continuar solteiro né? Quer continuar dando ou comendo qualquer cara que você conhece na balada.

- Calma Bernardo. Eu estou pensando em você. Em seus sentimentos.

- Relaxa GUSTAVO! Eu não sou criança. Eu sou grandinho e vacinado. Já sofri o que tinha de sofrer por você. Eu sei que se você realmente me amasse a gente não teria acabado como acabou.

- Não seja injusto. Eu sempre te amei e ainda te amo! Você foi meu primeiro homem, meu primeiro tudo.

- Eu sei disso. Mas você tinha suas curiosidades. Quis viver, conhecer outras bocas, outros corpos. Eu entendi isso há alguns anos já. Eu não era suficiente para você.

- Cara, não tem nada a ver com isso. Nós éramos duas crianças. Óbvio que eu queria amadurecer, me conhecer melhor e ter certeza de que estava fazendo as melhores escolhas para minha vida. Mas isso não quer dizer que eu não te amei ou que você não tenha sido suficiente.

- Tem sim “cara”! – disse isso com cara de nojo, ironizando a forma como eu me referi a ele – Eu podia ser jovem, mas eu sei que estava pronto para viver o resto da minha vida com você. Você me bastava, mas eu nunca bastei para você.

- Calma, fala baixo Bê. Você vai acordar o pessoal. Vem aqui, senta aqui. – Falei me sentando na cama e batendo no colchão ao meu lado. – Vamos conversar.

- Relaxa Gustavo. Eu não vou mais te atrapalhar com meus problemas ou tentar te seduzir. Vou pegar minhas coisas e vazar.

- Como assim? Aonde você vai? A gente vai embora todo mundo mais tarde.

Ele já saia do quarto, não me respondeu mais. Entrou no quarto em que estava e bateu a porta. A Pri que subia a escada olhou para mim, na porta do meu quarto e fez uma interrogação muda com as mãos e o rosto? A chamei para entrar, também em silêncio.

- O que aconteceu migo? Porque o Bê ficou putinho assim?

- Ah miga, esses homens da minha vida estão todos com a terapia vencida, como você disse.

Ela riu e a gente se sentou de frente um para o outro na cama.

- Eu não quero que ele se confunda. Sei que ele tá carente. A gente já transou ontem e ele queria hoje de novo.

- Como assim, seu safadinho?

- Aquela hora que eu o deixei dormindo aqui. Não foi só choro e aconselhamento que rolou.

- Safada! A senhora abusou do boy carente!

- Ain miga, se arrependimento matasse!

- Aff! Relaxa... ele é adulto, se rolou algo foi porque ele quis também.

- Não, eu sei! Mas eu não tô na vibe de namorar, muito menos de ser estepe de ninguém né. Ele viu o boy pegando geral e quer se consolar no meu travesseiro?

- Hahaha a senhora bem que gostou!

- Ah, também não sou de ferro. Mas errar uma vez é humano né... Duas seguidas é burrice.

- Mas e aí, o que ele falou? Te esculachou?

- Mais ou menos isso. Disse que ia arrumar as coisas dele e ia embora. Mas duvido. Amanhã tá ele aí com cara de cachorro com fome, pedindo desculpas.

- Guh? – O Bernardo abriu a porta do quarto sem bater e me chamou.

- Ah, desculpa! Não sabia que você estava aí Pri.

- Relaxa. Pode falar. – Respondi, como se nada tivesse acontecido.

- Não, pode deixar. Depois a gente conversa. Pri, aproveitando. Eu vou vazar. – Entrou no quarto, puxou ela para um beijo no rosto.

- Como assim vai vazar moleque? – Ela se levantou e abraçou a cintura dele.

- Já chamei um taxi. Vou pro Rio e de lá vou pegar uma ponte aérea.

- Tá louco? Por que isso? O helicóptero vem depois do almoço.

- De boa. Eu preciso ir pra casa. - O celular dele vibrou. – Aí, chegou. Vou lá. A gente se vê em sampa. Valeuzão, agradece seus pais também. A casa de vocês é um paraíso.

- Tah, se você tá tão decidido. Mas chegando em sampa você vai me contar direitinho o que aconteceu.

- Duvido que o Guh já não tenha te contado todos os detalhes. – riu de lado, mas seus olhos não poderiam esconder uma certa tristeza, uma mágoa. – Vou lá gente, beijo!

Ele saiu e puxou a porta. Eu e a Pri nos olhamos, ainda sem entender exatamente o que estava acontecendo com ele. Depois disso a gente ainda conversou um pouco antes de irmos dormir.

Acordei por volta das 10:30 o pessoal já tinha descido. Estavam os três na piscina, Ju, Pri e Math.

- Bom dia senhor Gustavo. Vou mandar arrumarem sua suíte. Alguma roupa específica que o senhor deseja usar na viagem? – Carlos me perguntou enquanto eu me sentava à mesa e ele recolocava a garrafa de café e as jarras de suco, além dos frios e outros itens que ele tinha levado para a geladeira depois que meus amigos tomaram café.

- Já separei. Estão em cabides no banheiro. As outras coisas já podem ser guardadas. Só a necessaire que está no banheiro fica de fora também, por favor, Carlos.

- Perfeito senhor. Vou avisar as camareiras. Se precisar de algo mais para o café pode me chamar. Eu já volto.

Ele foi para a área interna, interfonar para as camareiras que já estavam ajeitando os outros quartos e eu fiquei ali, comendo e olhando meus amigos se divertindo na piscina. Depois do café fui também, aproveitar mais algumas horinhas do paraíso.

Às 12:30 o helicóptero pousou no gramado, fazendo um barulho considerável. Quando as pás terminavam de girar o Carlos se aproximou de nós na piscina.

- Meninos, o almoço está servido. Vocês podem comer enquanto levamos as bagagens para a aeronave. A partida está programada para daqui a uma hora e meia.

- Obrigado Carlos, nós já vamos. – A Pri respondeu.

- É galera. Acabou a festa! – Semana que vem minha realidade vai ser como vice-presidente da Gutierrez incorporadora. – Falei olhando para meus amigos, já com saudades deles.

- Ai migo, que chique! Sempre quis ter um amigo vice-presidente! – A Pri foi novamente a primeira a me responder.

- Que sonhozinho mais mequetrefe! – Juliano provocou, como sempre, mas ela não respondeu. Só olhou para ele com cara feia e nós começamos a sair da piscina.

Era isso. As férias acabaram, minha fase de estudos acabou. Amanhã eu assumiria minha posição na empresa da família para me preparar para a aposentadoria do meu pai. Confesso que não me sentia nem um pouco confiante, apesar de ter milhares de ideias na cabeça para pôr em prática.

*>> * Esse capitulo ficou um pouco grande, mas não vejo a hora de começar mesmo a história do Guh no condomínio novo que o pai dele está construindo. Até o próximo!

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