Déa - Uma Paixão Assustadora

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Heterossexual
Contém 5834 palavras
Data: 26/09/2022 16:38:53
Última revisão: 30/09/2022 13:40:42

Déa – Uma paixão assustadora

Era sexta-feira, tarde da noite, e eu dirigia para casa, vindo do meu trabalho em um município vizinho. Eu tinha que ser cauteloso, porque o nevoeiro e a chuva fina, além de atrapalhar a visão, deixavam o asfalto molhado, e eu não queria sofrer um acidente. O ano era Dois mil e catorze ( é importante isto, porque as datas têm a ver com a história).

Eu devia estar a uns 50 km por hora, porque sabia que essa parte da estrada estava em más condições, e um buraco no asfalto poderia não apenas estragar um dos amortecedores, como até mesmo furar um pneu, o que seria um convite para ser assaltado nesse horário, já que havia uma grande favela naquela região.

Foi justamente em uma área mais deserta que eu a avistei. Era uma forma claramente feminina, encolhida, certamente por causa do frio e da chuva, olhando para o nada, parada no acostamento. Não havia ponto de ônibus por perto. Instintivamente reduzi a velocidade para ver se enxergava melhor, talvez fosse alguém precisando de ajuda. Mas também poderia ser uma isca para um assalto...

Passei bem devagar por ela, então percebi que era uma moça, completamente nua! Estava muito pálida, talvez fosse efeito do farol, mas era muito, muito branca. Seus cabelos loiros molhados escorriam pelos ombros como se fosse uma aquarela na chuva. Era linda, mas eu não podia pensar naquilo agora. Precisava ajudá-la! A moça tremia muito, e sequer olhou para meu carro. Seu olhar continuava fixo em direção a lugar nenhum.

Mesmo com o risco de ter meu carro roubado à mão armada, parei um pouco adiante, no acostamento. A moça não se moveu. Se fosse alguém mal-intencionado, viria em minha direção, assim eu pensava. De qualquer maneira, fiquei com a chave do veículo em minha mão. Como em minha cidade as mudanças de temperatura são frequentes, sempre carrego agasalhos extras , e peguei um blusão de nylon no banco de trás. Não me preocupei em pegar um guarda-chuva, que também tenho, saí apressado em direção a ela.

- Moça, você está bem? Aconteceu alguma coisa?

Ela não saiu do lugar, apenas tremia inteira, o olhar parado. Não moveu a cabeça para me olhar. Eu não sabia se ela chorava ou não, o rosto estava molhado pela chuva. Cobri seu corpo com o blusão, o agasalho chegou até os joelhos dela.

- Venha, vamos entrar no meu carro! Está frio e chovendo!

Ela continuou parada. Tentei conduzi-la, mas ela se retraiu. Precisei insistir.

- Por favor, venha comigo! Juro que não vai acontecer nada de ruim com você! Só quero ajudar! Levar você para sua casa!

Lentamente, mas ainda tremendo como vara verde, ela moveu o rosto e me fitou. Mas eu poderia estar errado, talvez ela morasse ali perto. Perguntei então:

- Você mora aqui? Neste lugar?

Ela fez um gesto negativo com a cabeça, seus dentes batendo de frio.

- Você mora para lá? Na cidade?

Apontei na direção aonde eu estava indo. Ela assentiu.

- Então venha comigo, por favor.

Ela me fitou longamente, depois veio andando bem devagar, as pernas tremendo. Demoramos um pouco até chegar ao meu automóvel. Abri a porta do passageiro, e ela estacou.

- Moça... pelo amor de Deus, entre! Você vai pegar uma pneumonia desse jeito, pode ir parar em um hospital!

Ela então foi entrando. A cena parecia acontecer em câmera lenta. Talvez fosse o cansaço de ter trabalhado a semana inteira, talvez fosse a névoa, aquela chuvinha irritante, mas havia momentos em que a imagem dela parecia desfocada, como se fosse etérea. E pálida como cera. Seu rosto, lindo como o de uma estátua .

Fechei a porta e corri para o meu lado do carro. Liguei o motor, o ar condicionado, os limpadores de para-brisa, afinal eu precisava sair dali com toda a segurança. Respirei fundo, passei um lenço de papel no meu rosto, e ofereci outro a ela. Ela apenas o segurou na mão, e ficou olhando para mim por alguns segundos. Depois, voltou a olhar para a estrada.

- Olha, eu vou até a entrada da cidade, aí você me diz onde mora, tudo bem?

Ela não respondeu. Seus dentes ainda batiam, seu corpo estremecia, tinha uma expressão indefinida no rosto. Respirei fundo de novo, tentando me acalmar, e peguei a estrada. Procurei ser ainda mais cuidadoso, dirigindo com o máximo cuidado. De relance, notei as pernas e os pés perfeitos da moça. Mas eu não podia pensar em nada além de ajudá-la . Embora fosse solteiro, quem estava ali era uma pessoa em dificuldade, eu iria levá-la à sua casa, e ponto final.

No entanto, eu não podia deixar de imaginar o que poderia ter acontecido a ela. Um encontro que deu errado? Um assalto? Talvez tivessem roubado o carro dela, e feito com que ela tirasse a roupa...talvez até coisa pior !

- Alguém fez mal a você? Desculpe a pergunta.

Ela continuou quieta. Tentei insistir.

- Eu só quero ajudar, moça. Alguém fez alguma coisa ruim com você?

Ela me olhou. Reparei nos seus olhos azuis. Fez que sim com a cabeça.

- Olha, não vou deixar que nada aconteça a você, tá? Se quiser, eu levo você à delegacia de polícia.

- Nnnn...não. ( dentes batendo)

Finalmente uma palavra!

- Então me diga onde você mora.

Ela não disse nada, apenas apontou para a frente, com sua mão delicada e pálida.

Poderia ser difícil rodar pela cidade sem ter um rumo certo.

- Em que bairro você mora?

Nada. Ela estava muda. Mudei a tática.

- Eu moro perto do Centro da cidade. E você?

Ela fez que sim com a cabeça.

- Isso quer dizer que você também mora perto do Centro.

Ela assentiu.

- Está bem. Vou passar por lá mesmo. Quando estivermos perto, você me diz onde é, está bem?

Ela parecia estar fazendo força para parar de tremer. Subitamente, ela segurou na minha mão que estava na alavanca de câmbio. Meu Deus, senti um arrepio que percorreu meu corpo inteiro! A mão dela era macia, mas era como gelo puro!

- Nossa, vou aumentar a temperatura do ar condicionado! Você está gelada!

Ela me olhou e pareceu sorrir. Devagar, foi parando de tremer. Mas eu ainda estava arrepiado pelo toque dela. Estávamos chegando no Centro da cidade.

- Obrigada.

- Não foi nada, moça. Nada mesmo. Fique tranquila, vou levar você onde quiser.

Ela fez um sinal com a mão, para a direita.

- Para cá.

- Você mora no São Francisco?

Ela me encarou, os olhos bem abertos, como se estivesse impressionada com alguma coisa.

- O bairro...São Francisco...

- Ah. Sim.

Fiquei pensando qual teria sido o motivo dessa expressão no rosto dela, mas só fui entender muito mais tarde. Dirigi mais algumas quadras, havia um grande Shopping por ali, vários bares e restaurantes, uma praça onde os jovens andavam de Skate... passei em uma rua perpendicular ao Shopping, e ia subir em direção ao Centro Histórico, passando por vários prédios residenciais, talvez ela me apontasse algum.

Apenas duas quadras adiante, ela segurou novamente na minha mão, desta vez eu já estava preparado e não me assustei, mas me arrepiei inteiro de novo. Era como se uma onda congelante subisse pelo meu braço e se espalhasse por todo meu corpo. Ela então murmurou:

- Aqui... pode me deixar aqui.

- Aqui? Onde você mora? Qual o seu prédio?

Ela fez um sinal de “não” com a cabeça.

- Desculpe, eu entendo, não preciso saber onde mora. Você tem certeza que vai ficar bem?

Ela apenas me olhou, com um ar que me pareceu infinitamente triste.

Sem dar tempo a ela para reagir, peguei uma nota de 50 reais e coloquei no bolso do blusão de nylon.

- Você pode precisar pegar um táxi, ou comer alguma coisa... e como você vai entrar em sua casa? Você não está com as chaves...

Ela me fitou, ainda com expressão triste, mas com um ar de indagação.

- Bom, talvez você tenha alguém esperando por você. Desculpe por perguntar. Mas espere, vou abrir a porta para você.

Dei a volta e abri a porta do carro para ela. Ela sorriu. Fechei a porta, e fui entrar . Quando me virei para ver em que direção ela ia, já não estava lá. Claro que não podia ter sumido, talvez tivesse ido na direção oposta e virado na esquina de trás, enquanto eu olhava para o outro lado.

Foi uma experiência impressionante, mas voltei para casa feliz, com a certeza de ter feito uma boa ação. Entretanto, estava com muito frio, o toque da moça era congelante mesmo.

Deitado em minha cama, enfim pude lembrar como ela era linda. Parecia uma imagem de uma figura angelical que eu havia visto em algum lugar, algum tempo antes. Mesmo estando nua, eu não imaginara nada de cunho sexual. Mas eu não podia deixar de pensar que alguém havia feito mal a ela, e que ela estava completamente traumatizada, daí ela estar como eu a encontrei.

Na manhã seguinte, tive dificuldade em levantar, estava me sentindo fraco, como se houvesse pego uma gripe. Mas tomei uns goles de café e fui trabalhar do mesmo jeito, afinal as contas não se pagam sozinhas.

Nessa época eu estava em um esquema de trabalhar o dia inteiro, ir para casa, comer alguma coisa, ver um pouco de tevê e ir dormir. Uma rotina desgastante. Durante a semana, o noticiário, além do horário eleitoral, tinha poucas novidades. Uma delas chamou a atenção: um dos candidatos, filho de uma “raposa velha” da política, havia se envolvido em uma confusão. Uma mulher o havia acusado de tentar estuprá-la em um barzinho, que curiosamente ficava a algumas quadras de onde eu havia deixado a moça pálida, de quem eu sequer sabia o nome. Será que havia alguma relação com o que aconteceu? Talvez o homem fosse um estuprador e já tivesse feito mal a outras moças. O apelido dele era “Reizinho”, provavelmente por ser mimado pelo pai rico e influente. E certamente nada aconteceria a ele, porque mesmo que houvesse um inquérito policial, alguém o livraria em instâncias superiores.

Claro que não esqueci a moça, mas a carga de trabalho e o cansaço não me deixaram elaborar novas teorias sobre o que poderia ter ocorrido.

Na sexta-feira seguinte, o tempo estava um pouco melhor. Um colega de trabalho, vindo do Nordeste, pegou carona comigo após o trabalho, e pensamos em beber alguma coisa antes de eu deixá-lo no hotel onde estava hospedado. Decidimos por comer um pedaço de pizza em uma galeria que ficava aberta 24 horas, a meia quadra do hotel.

Após terminarmos o lanche, estávamos caminhando pela rua dos fundos da galeria, que era pouco iluminada. Ele iria para seu hotel, eu de volta para meu carro. Foi então que meu colega exclamou:

- Nossa, veja que mulher linda está vindo ali!

Era ELA. E vinha em minha direção. Bela, escultural, os cabelos loiros e longos ondulando graciosamente.

- Ela está olhando você! Você a conhece?

- É... falei, meio sem jeito.

- Meu amigo, você se deu bem hem? Deixa eu ir pro meu hotel, vou deixar vocês conversarem a sós.

Nem tive tempo de dizer a ele que eu sequer sabia se iria conversar com ela, ele se afastou e foi andando.

Ela parou à minha frente e olhou nos meus olhos.

- Eu queria agradecer pela sua ajuda. Se eu soubesse que ia encontrar você, teria trazido sua blusa. Preciso devolvê-la... e o seu dinheiro.

- Não foi nada. Nada mesmo, não precisa devolver nada. Mas eu gostaria muito de conversar com você.

Notei que meu colega, em vez de ir embora, estava olhando, quase na esquina.

- Mas não aqui, pode ser no meu carro?

Ela parecia indecisa.

- Não vai ser nada de mais, eu só quero conversar, mesmo.

- Tudo bem... podemos conversar.

Fomos indo em direção ao meu automóvel, e meu colega acenou, finalmente indo para seu hotel.

Abri a porta do carro, e a convidei para se sentar no banco do passageiro. Ela sorriu.

- E então, sobre o que você quer conversar? – perguntou ela.

- Aquela noite... eu não consigo deixar de pensar no que poderia ter acontecido.

- Não quero lembrar daquilo. Desculpe.

- Se você não quiser conversar aqui, podemos ir para outro lugar. Onde você quiser. Um bar ou restaurante...

- Não. Não posso. Mesmo.

- Você tem namorado?

- Não, não tenho.

- Namorada, então?

- Nããão. (risos)

- Desculpe a pergunta meio direta... mas se você não tem ninguém e anda pela rua à noite... você...desculpe de novo...é uma “mulher da vida”?

- Da vida? De jeito nenhum! ( risos).

Ao dizer isso, ela tocou com sua linda e macia mão no meu braço. Senti aquele arrepio percorrer meu corpo inteiro, quase um choque elétrico, difícil de descrever. Não estava tão gelado como da primeira vez, mas ainda era frio.

- Acho difícil uma moça linda como você, na sua idade, estar sem um namorado firme.

- Que idade você acha que tenho?

- Não deve passar de 25 anos.

- Na verdade, tenho 24 anos, seis meses e vinte e um dias.

- Nossa, que precisão.

- Eu realmente estou muito agradecida pelo que você fez. E mais ainda pelo que não fez.

- Como assim?

- Você foi um perfeito cavalheiro o tempo todo. Não tentou abusar de mim, mesmo naquela situação.

- Eu jamais pensaria em fazer algo desse tipo!

Desta vez, ousei pegar na mão dela, segurei firme ao dizer aquilo. E senti de novo aquela sensação, cheguei a sentir algo diferente na cabeça, algum tipo de tontura. Mas não soltei. Ela me olhou nos olhos de novo, e puxou a mão.

- Mas não é bom para você querer ficar comigo.

- Não estou entendendo.

- Acho que preciso ir.

Ela foi abrir a porta para sair, mas falei:

- Espere, eu a levo até o mesmo lugar onde a deixei antes, se você quiser... ou tem outro compromisso ?

- Eu fui sincera, não tenho ninguém. E não tenho nada para fazer hoje. Sério.

Eu ia perguntar o que ela estaria fazendo ali naquela hora. Porque seria impossível que ela soubesse onde me encontrar, eu não costumava ir àquela galeria. Mas resolvi me controlar, e apenas levá-la até perto da sua casa.

- Está bem, sem mais perguntas. Deixo você lá apenas.

- Melhor.

Ela parecia estar se controlando, por algum motivo. Mas não estava pálida como da primeira vez. Havia conversado um pouco, e achei isso uma coisa boa.

Deixei-a na mesma rua, na mesma quadra. Abri a porta para que saísse, e ela, de surpresa, me beijou no rosto, segurando minhas mãos.

- Obrigada.

Seus lábios eram muito macios, mas frios, embora não aquele gelo de antes. E o efeito foi intenso, senti um torpor súbito, o efeito que aquele beijo teve sobre mim foi algo indescritível.

Quando notei, ela já havia sumido de novo. Que coisa, ela não poderia ter evaporado simplesmente Devia ter virado uma das duas esquinas próximas.

Aquela sensação de torpor, e uma certa fraqueza, persistiram até o dia seguinte. Achei que era o efeito inebriante de uma paixão avassaladora que estava me acometendo.

Isso me marcou tanto que, nos dias seguintes, após o trabalho, passei novamente pela tal galeria, e depois pelos arredores de onde eu a havia deixado. Talvez eu a encontrasse...mas não aconteceu.

Então me dei conta de que eu a havia visto duas vezes, e nestas duas vezes, havia sido na sexta-feira à noite. Ela deveria trabalhar a semana inteira, como eu! E eu estava agindo como um adolescente apaixonado, andando por onde eu achava que poderia encontrá-la. Resolvi me controlar. Mas na sexta-feira seguinte , após o trabalho, passei em casa, tomei um banho, passei uma colônia, coloquei uma roupa mais adequada a um encontro, e fui direto até à rua onde eu a havia deixado por duas vezes, imaginando que poderia encontrá-la.

Fiquei ali por um bom tempo, cerca de uma hora e meia. Estacionei o carro, dei a volta nas quadras próximas a pé, olhei pelas portas dos bares, mas nada. Já estava ficando tarde, uma neblina formava um halo nas lâmpadas da rua, e começou a esfriar.

Resolvi entrar no carro. Coloquei uma música para tocar, mas resolvi desligar, parecia que ficar no silêncio me deixava menos tenso. Eu estava quase para voltar para casa, quando ouvi aquela voz:

- Posso entrar?

Abri o vidro, que estava embaçado.

- Que pergunta! Respondi.

Ela ficou parada ali, fora do carro, na frente da porta do motorista.

- Desculpe, não fui cavalheiro.

Saí e abri a porta para ela, mas ela ficou parada, me olhando.

- Por favor, bela dama, entre.

Ela finalmente entrou.

Entrei também, e me aproximei dela. Mas ela se retraiu.

- Eu só ia lhe dar um beijo no rosto.

- Melhor não.

- O que está acontecendo? Eu devo estar maluco! Aliás, só posso estar maluco! Nem sei o seu nome! E como você apareceu de repente aqui?

- Vi seu carro, ué. E meu nome é Déa.

- Então você mora mesmo aqui na rua.

- Um pouco mais acima.

- Em qual prédio?

- É melhor para você não saber.

- Mas você disse que não tem namorado.

- Nem namorada, hehe.

- E não é uma “mulher da vida”.

- De jeito nenhum.

- Não entendo mais nada. Seu pai é muito brabo, então?

- Não, apenas muito triste.

- Então é ele a causa?

- Ele não mora comigo.

- Desculpe... podemos conversar lá em casa, então?

- Não devemos. Não é bom para você.

- Já sei que você não quer namorar comigo. Quero apenas conversar, para entender algumas coisas.

- E você quer namorar comigo?

- É óbvio que quero! Não paro de pensar em você desde que a vi, naquela noite!

Ela olhou para algum lugar distante. Seus olhos marejaram.

- Eu adoraria... mas é impossível.

- Vamos apenas conversar. Se você quiser.

- Está bem.

Dirigi até meu apartamento, não ficava muito longe. Parei na garagem, abri a porta do carro, ela saiu. Andamos até a entrada. Abri a porta e esperei que ela entrasse, mas ficou parada.

- O que foi? Desistiu? Não quer entrar?

- Não é isso.

- Por favor, entre.

Segurei seu braço e a conduzi.

- Obrigada.

Subimos os dois lances de escada (meu prédio não tinha elevador); eu já havia percebido a “mania” dela de não entrar sem ser convidada, então a convidei para entrar no apartamento.

- Por favor, linda dama...entre no meu refúgio.

Entramos, e acendi a luz. Ela cobriu os olhos.

- Nossa, que luz forte!

Apaguei a luz rapidamente, e acendi a de um abajur do lado do sofá , regulando para uma iluminação suave.

- Você gosta do escurinho?

- Não seja malandro. Meus olhos são sensíveis.

- Não estou sendo malandro, só fiz um comentário engraçado. Por exemplo...eu podia dizer que você vai completar 24 anos e sete meses daqui a três dias.

- Não, tenho 24 anos, seis meses e vinte e um dias.

- Não entendi.

- Desculpe...não é para entender.

Ela me olhou fundo nos olhos. Em seguida, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou na boca. Um beijo apaixonado, sua língua procurando avidamente a minha. Após o choque inicial, retribuí.

O que aconteceu a seguir foi como se fosse um sonho, um belíssimo sonho. Os olhos dela eram como um par de safiras, resplandecendo e me hipnotizando, seduzindo até o fundo de minha alma. Meu corpo formigava inteiro, e eu percebia uma espécie de eletricidade azulada, que iniciava naquele olhar. Era como se eu estivesse ali na sala, e ao mesmo tempo em outro lugar, uma outra dimensão, eu não teria como descrever, nossos corpos flutuavam , ao menos era o que parecia.

Nossas roupas foram caindo ao chão, ela se despia lenta e sinuosamente, suas curvas maravilhosas sendo expostas, seus seios redondos com os mamilos intumescidos encostando no meu peito, a bucetinha com os pelinhos bem aparados roçando no meu membro ereto...

Devagar, fui conduzindo aquele deusa para a minha cama, ela se deitou languidamente, estava com uma expressão faminta. Segurou no meu cacete duro e beijou a cabeça, depois lambeu e sugou com vontade. Eu estava em transe, parecia que minha própria alma estava se fundindo de alguma maneira com a dela, era uma energia intensa que pulsava, era como se eu estivesse tendo um orgasmo muito forte, mas sem ejacular.

Ela então parou o que estava fazendo por um instante, murmurando:

- Desculpe...eu não devia...não posso...você...

Eu a abracei forte , beijando-a , e falei:

- Nada mais importa, Déa! Eu preciso de você!

Ela pareceu perder o controle. Seus braços me apertaram , as unhas arranhando minhas costas, suas pernas enlaçaram meu corpo, e eu a penetrei. Ela atingiu o clímax em poucos segundos, como se tivesse aquele orgasmo guardado por muito tempo. Estremecemos juntos, o corpo dela endureceu, e ficamos assim pelo que pareceu uma eternidade.

Eu sentia que estava em um redemoinho de luz azulada, e as coisas foram se distanciando, como se eu estivesse sendo levado para longe deste mundo. Eu nunca havia sentido nada assim, e tenho a certeza de que nunca sentirei novamente.

Então, tudo ficou em silêncio, e mergulhei na escuridão.

Acordei em uma cama de hospital.

De acordo com a enfermeira simpática que estava ao meu lado quando acordei, eu estava anêmico, desidratado, em choque e delirando quando fui atendido de emergência. Mas os exames toxicológicos foram todos negativos. Fizeram também exames neurológicos e do coração, tudo normal.

- Mas o que aconteceu comigo, então?

- Bom... a moça que chamou a ambulância estava muito preocupada. Disse que você passou mal enquanto...sabe...

A enfermeira corou.

- Enquanto estávamos fazendo amor.

- Isso. Ela devia ter uns 20 anos a menos que o senhor. Precisa ter mais cuidado ao fazer essas coisas. Não exagerar. ( risos)

Preferi ficar quieto. Eu tinha 30 anos na época, apenas 5 anos e meio a mais que ela. Mas passei por idoso e doente.

Quando cheguei ao meu apartamento, estava tudo arrumado. Ela teve o cuidado de arrumar a cama e tudo o mais, e ainda havia deixado as chaves na recepção do Hospital, dentro de um envelope com meu nome. E ainda um bilhete que dizia:

“ Parece que eu vivo pedindo desculpas. Mas é verdade. Desculpe, não devia ter acontecido. Isso não quer dizer que eu não tenha adorado imensamente e intensamente cada instante que passei com você. Falar em amor é muito difícil, mas é o que sinto. No entanto, é impossível haver um futuro para nós dois.”

Ouvi algo, era uma música tocando baixinho no aparelho de som. Ela havia deixado tocando, no modo de repetição. “Wuthering Heights” ( Ventos Uivantes), da Kate Bush. Eu conhecia bem a história da música, era sobre uma moça ( Kathy ) ... mas ela era um fantasma, pedindo para entrar pela janela da casa do seu amado... ela vagueava pela noite, e ...pedia para levar a alma dele embora!

Não era possível! Eu não podia acreditar naquilo!

Eu tremia como vara verde. A sensação de fraqueza depois de cada encontro com ela, encontros sempre na sexta-feira...tudo o que acontecera na última noite... Seria ela...uma vampira?

Tirei a roupa e corri para um espelho. Mas não havia marcas no meu pescoço. E no cacete? Ela havia chupado. Também não.

Fui pesquisar na Internet. Descobri que não existem apenas os vampiros que sugam sangue. Há os chamados “Vampiros Energéticos”, que se alimentam da energia vital das pessoas. E haveria o chamado “Vampirismo inconsciente: quando dois indivíduos de planos diferentes, um encarnado e outro desencarnado, ficam ligados, ainda que por um sentimento afetuoso e sem intenção de causar qualquer dano, mas que acabam prendendo-se, por força de um sobre o outro ou pela ação de ambos.”

Poderia ser este o caso. Mas era impossível, Déa era uma mulher de carne e osso, palpável!

Mas então fui lembrando, mesmo a contragosto. No nosso primeiro encontro, parecia que ela era etérea, sua forma parecia desfocada por instantes. Será que estaria se materializando, usando a minha energia? E no dia seguinte, me senti fraco e achei que era uma gripe.

Da segunda vez...o beijo dela me deixou tonto e fraco. Mas ela sempre foi clara em dizer que não era bom para mim ficar com ela, eu é que insisti. Mas na terceira vez, sozinha comigo no apartamento, ela não conseguiu se controlar, nem eu . E deu no que deu.

Fiquei pensando mais algum tempo. Pura bobagem! Fantasmas não existem! Eu estava em um esquema de trabalho estafante, ela era mais nova que eu, e, como era honesta e legal, não queria entrar em um relacionamento que teria muito para dar errado.

Só que eu estava perdidamente apaixonado por ela.

Os dias seguintes foram tensos. Eu queria encontrar com ela de novo, mas me controlava para não ficar circulando pela rua onde ela ( supostamente) morava. E no rádio, a campanha política mencionava os supostos estupros e assédio sexual contra moças, cometido pelo tal candidato “Reizinho”. Eu tinha uma impressão que isso poderia ter a ver com Déa, mas de onde isso poderia ter saído? Talvez eu tivesse ouvido alguma notícia e aquilo tenha ficado no meu subconsciente.

Fui pesquisar. Descobri que uma jovem havia sido encontrada morta em um motel na estrada...e era bem a estrada onde eu passava ao voltar para casa após o trabalho! Mais ainda: O tal motel ficava bem perto de onde eu encontrei Déa a primeira vez!

As notícias a respeito eram desencontradas. Um investigador havia aventado a possibilidade dela ter sofrido um ataque tipo “Boa Noite Cinderela”, onde a pessoa é drogada sem saber, e depois assaltada ou estuprada. Mas as notícias omitiam tanto o nome da moça, como também o acompanhante dela. No entanto, encontrei um blog onde o autor mencionava que o tal candidato “Reizinho” havia processado um jornalista por calúnia e difamação por ter levantado a suspeita de que ele estaria envolvido no caso do motel.

Eu precisava encontrar Déa novamente, e esclarecer tudo. Eu achava impossível que ela fosse uma vampira ou fantasma, mas ela poderia me esclarecer qual o motivo de não poder ficar comigo.

Por via das dúvidas, circulei na quinta-feira pelos locais anteriores. E nada.

Restava então a sexta-feira. Que, em 2014, era uma sexta-feira treze. E também 31 de outubro, véspera de Todos os Santos, ou Halloween, onde as almas dos mortos circulam livremente pela Terra!

Uma coincidência arrepiante. Mas eu precisava reencontrar Déa, de qualquer maneira. E eu era cético. Nem sei como pude chegar a pensar naquela bobagem de vampiro ou fantasma.

Então, fui até aquela rua e estacionei , não sem antes dar algumas voltas pela redondeza. Se ela morava mesmo ali, talvez visse o meu carro.

Fiquei lendo um pouco, ouvi música, cansei, saí para esticar as pernas, tomei um cafezinho em uma lanchonete ali perto para espantar o sono. E nada. Já era quase meia-noite.

Eu já estava quase cochilando quando ouvi umas batidas na janela. E uma voz começou a cantar:

“Heathcliff, it´s me

I´m Kathy, I´ve come home

I´m so cold, oh,

Let me enter your window”…

Que voz linda e melodiosa! Além de belíssima, Déa cantava maravilhosamente bem!

Abri a porta do carro correndo, e a abracei. Sem lhe dar tempo para reagir, eu a beijei. Curiosamente, não senti aquele formigamento. Ela sorriu . Abri a porta do passageiro e pedi que entrasse, ela se sentou.

Desta vez, insisti para que me contasse o que havia acontecido na primeira noite, quando nos encontramos.

- Eu peço mil desculpas, Déa, mas não vou ter sossego enquanto você não me disser o que aconteceu na noite em que nos encontramos pela primeira vez! Por favor!

- Está bem. Eu já havia decidido que ia contar a você hoje. Principalmente porque eu vou embora.

- Não! Por favor , não! Você não pode ir! E como eu fico? Você não me ama, então?

- Espere.

Ela colocou o dedo nos meus lábios, para que ficasse quieto.

- Naquela noite... bom, no final da tarde eu e uma amiga fomos a um bar aqui perto, que tinha sessões de Karaokê. Eu gostava de cantar, ela também.

- Sei onde fica o bar , depois da praça do Skate.

- Isso. Nós cantamos um pouco, e eu estava bebendo água tônica com limão. Só que depois de algumas músicas, chegou um cara bem metido, me disseram que era filho de um político importante. Ele começou a tentar puxar conversa comigo e com minha amiga, mas não demos bola. Fomos cantar de novo, só que depois que voltei, comecei a ficar tonta. Acho que ele deve ter colocado alguma coisa na minha bebida.

- Que cara safado!

- Eu só sei que desmaiei, e acordei em um motel. Ele estava tentando me agarrar, mas eu reagi. Então ele tentou me sufocar, me deu uns tapas e foi apertar um travesseiro no meu rosto. Quando vi, estava na chuva, na estrada, foi quando você me encontrou.

Ela me abraçou, chorando. Eu a apertei contra meu corpo. Senti suas lágrimas escorrendo pela minha camisa. Não era um fantasma, não podia ser!

- Déa, entendo seu choque. Mas eu quero que saiba que amo você, independente do que possa ter acontecido. Quero ficar com você.

- Você não entende. Eu ...não posso.

- Eu espero o tempo que você precisar para superar isso. Ou superamos juntos!

- Olha...

- Espere um pouco. Sorria para mim.

Sorrir? Por que?

Ela abriu um lindo sorriso.

- Ah bom.

- Credo! Pensou que eu tivesse dentes pontudos?

- Brincadeira. Deixa pra lá.

- Não sou uma vampira, se você chegou a pensar nisso.

- Então, por que não podemos ficar juntos?

- Porque eu vou ter que partir.

- Então me explique, por favor!

- Olhe... eu demorei para vir aqui hoje porque precisava resolver um assunto muito importante. Está resolvido. E agora que está feito...

Ela começou a chorar de novo.

- O que está feito? E por que você tem que ir?

- Eu amo você. Eu não podia sequer pensar nisso, mas amo você. Mas tenho que ir embora.

- Vai viajar ? para onde, Déa?

- Acho que você , no fundo, já sabe, mas não quer aceitar, está na fase de negação.

- Déa... por favor.

Ela pegou um envelope, parecido com o outro que ela havia me deixado.

- Amanhã durante o dia você pode abrir o envelope, dentro está o meu endereço. Não abra hoje, de jeito nenhum.

Ela me beijou nos lábios, um beijo cálido, suave. Senti algo diferente das outras vezes, era como se uma sensação de paz estivesse me inundando. E, depois do beijo, como se estivesse despertando de um sonho. Mas ela estava ali, seus olhos de safira me fitando longamente.

-Eu amo você. Mesmo. Mais do que você imagina.

Nesse instante, presenciei algo impressionante. Em um momento, ela estava ali, no banco do passageiro, comigo. No instante seguinte, na frente do meu carro, olhando pelo lado de fora. Quando me recuperei do susto, ela não estava mais ali. No banco ao meu lado, o envelope. Respeitando o desejo dela, não abri. Dirigi para casa em um misto de profunda tristeza e sensação de solidão, uma solidão que nunca mais terminou.

No dia seguinte ( Finados) , levantei da cama e fui tomar café. Resolvi tomar café solúvel, não estava com ânimo para fazer na cafeteira.

Abri o envelope, e vi o endereço. Era a duas quadras acima de onde havíamos tido nossos encontros. Tão perto...por que não havia me dito antes?

Peguei o automóvel e dirigi rapidamente até lá. Quando cheguei ao número marcado, era impossível que fosse ali!

Então, lembrei da nossa primeira conversa. Ela havia se impressionado quando mencionei “São Francisco”. Depois foi que mencionei o bairro.

Na verdade , era o Cemitério São Francisco de Paula!

Fiquei parado na entrada do cemitério, chorando, o envelope na mão. Uma moça da recepção, vendo que eu estava transtornado, se aproximou.

- O senhor está se sentindo bem?

- Eu.. não sei.

Ele me trouxe um copo d´água e me pediu para sentar em um banco de madeira. Olhando o envelope, me perguntou?

- Posso olhar?

Ela pegou com cuidado o papel, e me falou:

- M16. É um mausoléu de família. Se quiser, eu o acompanho até lá.

Fomos caminhando, e chegamos ao lugar. Era um mausoléu muito bonito, certamente uma família com recursos para construir algo assim. Bem ao centro, uma capela, com uma grande foto ovalada. Era ela! Déa!

- O senhor a conheceu?

- Você nem imagina.

As lágrimas escorriam do meu rosto.

A moça pareceu lembrar de algo.

- Espere um pouco aqui. Acho que alguém esqueceu algo na capela ontem , o vigia guardou na seção de “Achados e Perdidos”.

Fiquei ali, contemplando a foto da minha amada, e em alguns minutos ela voltou, trazendo o blusão de nylon com o qual eu havia coberto Déa na primeira noite.

- É o meu blusão, tem minhas iniciais na etiqueta. Obrigado.

- De nada.

Dentro do bolso, ainda estavam os cinquenta reais que eu havia colocado, ingenuamente, naquela noite. Como eu iria imaginar que ela não precisava mais de dinheiro, pois já não estava viva?

De repente, comecei a rir.

- Senhor, tem certeza que está bem?

- Desculpe...hahah...é...hahah...um riso nervoso.

Lembrei de nossa conversa:

“ Você é uma mulher da vida?”

“Da vida? Haha! De jeito nenhum!” E ela riu gostosamente. Ela não podia ser uma mulher da vida, pois havia morrido!

Passei a manhã inteira ali. Comprei flores, demorei para escolher, porque não tive tempo de conhecê-la o suficiente para saber de que tipo de flores ela gostava.

Mas sei que ela gostava de cantar. Em outra ocasião, fui até o bar onde ela disse que cantava, e o DJ , Daniel, lembrou dela. Inclusive me deu uma lista das músicas que ela costumava cantar. ( Ainda ouço essa lista sempre que posso).

E, por acaso, ele me deu uma informação importantíssima: na última noite em que ela havia ido lá, o “Reizinho”, aquele candidato, estava tentando passar uma cantada nela. Depois, ela não foi mais vista, e contaram ao rapaz que ela havia morrido. Eu não me contive.

- Maldito! Se eu pudesse, matava esse cafajeste!

- Se é isso o que o senhor queria, ele já morreu.

- Como? Quando?

- Foi aqui perto. O carro dele bateu a uns 150 km por hora, em uma árvore.

- Quando foi isso?

- Foi na noite de Halloween, 31 de outubro. Sexta-Feira 13. Um azar para ele.

Lembrei que Déa havia me dito que havia resolvido algo importante naquela noite.

- Mas você sabe como foi?

- Ah sim. Vários clientes vieram para cá depois de terem visto o que aconteceu. Mas alguns deles disseram ter visto uma moça loira, linda, dentro do carro com ele, antes do acidente.

- Como assim?

- Pois é, coisa de Halloween mesmo. Dizem que a moça sumiu, quando o carro bateu. Como naquela história da “Loira Fantasma”!

- Sabe, Daniel, eu acredito. Acredito nessa Loira Fantasma.

- Será que foi alguma vingança? O cara era odiado por muitas mulheres.

- Vingança, não. Justiça.

FIM.

Epílogo:

Ainda visito o túmulo dela regularmente, e conto a ela como anda minha vida. Sei que ela não está mais lá, já que falou que precisava partir. Mas é bom conversar, já que não tive mais ninguém depois dela.

Todos os anos, desde 2014, na noite de 31 de outubro, deixo a janela do meu quarto entreaberta. E coloco para tocar “Wuthering Heights” no aparelho de som. Fico esperando, talvez algum dia ela apareça para conversar .

Ou talvez, quando seja a minha vez de partir, ela venha me buscar.

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Comentários

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Cara , que bela história...rs...ao você tentar descobrir o que de fato era ela , além de um fantasma eu até pensei que poderia ser um SUCUBUS devido à perda de energia do personagem é depois até achei que ela sendo um fantasma, estaria utilizando do ectoplasma do personagem....rs...adoro está levada sua...rs

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Estou impressionado e feliz agora ao acabar de ler conto tão belo e triste, você conseguiu me prender nesse longo e romântico texto num site erótico praticamente sem cenas de sexo, aliás só uma, singela e surreal, sabe há algum tempo escutei uma música em uma Lan House e decidi saber seu nome, já cobhecia a música, mas não seu nome Wuthering Heights e nem a cantora Kate Bush busquei no YouTube vi o clip dá música, conheci a Kate, descobri uma série baseada nva obra da Emile Bronte e comprei o livro há algum tempo, ainda não li pois tenho a forte impressão que vou ficar deveras triste com a história, mesma impressão que seu texto me passou. Obrigado, agora sei que devo ler O Morro dos Ventos Uivantes, vai me emocionar, mas preciso passar por essa experiência!

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Agradeço ao Mestre Leon por corrigir alguns erros no texto. Fico imensamente grato! 🙏🙏🙏🙏

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Oie.

Adoro esse tipo de história.

Fico imaginando a mim mesma como uma "alma penada" e talvez pelada vagando por aí...

Parabéns.

Bxos.

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Muito obrigado!Vou ler seu conto assim que sair do trabalho. Parece muito legal. Vou comentar logo em seguida.

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Paulo-Claudia, que belo conto cheio de magia, simbolismo, encanto, mistério e paixão. O erotismo presente na noite de sexo vertiginosa foi determinante para selar aquela paixão. Adorei a história, e não deixou de nos dar um certo "frio" na coluna ao imaginar que pode acontecer com quallquer um de nós. Todas as estrelas e uma música tema.

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Leon,

Agradeço imensamente seu comentário. Vindo de você, significa muito. 🙏🙏🙏

Grande abraço

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