Na época em que eu ainda estava na faculdade, eu morava sozinho, porém teve uma época em que o dinheiro apertou e eu precisei alugar o outro quarto do meu apartamento, que usava como escritório, para dar uma aliviada no aluguel. Assim comecei minha busca por um colega de quarto, depois de algumas semanas conheci o Pedro, ele estudava na mesma faculdade que eu.
Pedro tinha 20 anos, era mais alto que eu, tinha uns 1,80 metros mais ou menos, era daquele estilo magro sarado de academia, moreno bronzeado. Na minha opinião era muito gostoso e bonito rsrs, mas ele era hétero então em nenhum momento eu pensei que rolaria qualquer coisa.
Nesse período eu estava com 22 anos, tinha 1,74 de altura, frequentava academia, mas não era super assíduo e estava aí entre o magro e um pouco gordinho.
O semestre letivo começava início de março e ele se mudou para o apê final de fevereiro, ele era muito gente boa, mas ambos éramos bem cada um na sua então apesar de morarmos juntos a gente socializava pouco, ele sabia que eu era gay e nunca me tratou diferente por causa disso.
O tempo foi passando e fomos ficando mais à vontade na presença um do outro. Até que um dia eu estava na sala comendo e ele passou por mim sem camisa, sem nem perceber eu dei uma leve secada nele kkk, mas que ele percebeu.
- O que tá me olhando Thomas? – Ele perguntou me tirando do meu devaneio.
- Nada! – eu falei rápido ficando vermelho de vergonha.
- Gostou do que viu foi? – Ele falou rindo. A gente já tava relativamente próximos então essas brincadeiras eram normais apesar de incomuns.
- Não posso negar que a visão me desconcentrou aqui – eu respondi rindo também.
- Vou cuidar para não andar mais assim então. Pra não te desconcentrar – falou com uma certa malícia na voz.
- Capaz, o que é belo deve ser mostrado. Vou cuidar pra não ficar olhando tanto. – Respondi na mesma malícia, estava morrendo de vergonha.
- Relaxa também, o que é belo deve ser observado também né. Hhahahah!
- Com certeza.
Depois desse dia a liberdade entre a gente ficou maior ainda, mas sempre foram só brincadeiras, tanto da parte dele como da minha.
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Até que um dia, isso já durante o segundo semestre do ano, Pedro me perguntou se tudo bem que a irmã dele viesse ficar uns dias no nosso apartamento, eu falei que com certeza tava tranquilo. A parte que me pegou de surpresa foi quando ele me perguntou se poderia dormir no meu quarto. Eu tinha uma cama de casal enquanto ele tinha uma de solteiro, e faria mais sentido ele dormir no meu quarto para que a irmã dele pudesse dormir no dele, apesar da surpresa falei que podia sim. Até ali eu não havia pensando em nenhuma besteira.
A irmã dele chegou em casa para ficar umas duas semanas, preciso admitir que estava um pouco nervoso com a situação de dormir na mesma cama que o Pedro, felizmente minha cama é até que grande então cada um cabia tranquilo em um lado da cama, nas primeiras noites eram assim, cada um em um lado sem muito contato.
Até que durante a quinta noite que estávamos dormindo eu me levantei de madrugada para ir no banheiro e quando eu deitei de volta, não sei se o movimento acordou um pouco o Pedro, mas logo que deitei eu senti ele se aproximar de mim, e colocar o braço dele por cima do meu, eu fiquei congelado, chamei o nome dele e nada, me mexi um pouco pra tentar fazer ele acordar, mas aconteceu o contrário, ele apertou mais o braço e me puxou numa pseudo-conchinha.
Resolvi aceitar a situação e tentar dormir, o que é claro que não consegui, pois não demorou muito pra começar a sentir o pau dele aumentar de tamanho enquanto estava apertado contra minha bunda.
De manhã cedo fingi estar dormindo pra não deixar ele desconfortável com a situação, assim que acordou ele já se afastou de mim, assim eu acredito por que eu estava olhando pro outro lado, esperei ele levantar e “acordei” em seguida.
Fui pra cozinhar fazer meu café e encontrei com ele lá.
- Bom dia – eu disse
- Bom dia! Dormiu bem?
- Dormi muito bem, e você?
- Dormi muito bem também.
- Bom saber.
Aquela curta conversa tinha sido muito estranha, ao mesmo tempo em que dava pra ver que ele tava agindo um pouco diferente, me parecia que ele tava falando a verdade quando disse que dormiu muito bem. Mas vida que segue, a melhor coisa a fazer nessas situações é não pensar demais pra cabeça não pifar né.
Naquela noite eu estava de novo muito nervoso pensando no que ia acontecer, felizmente ou infelizmente, Pedro dormiu bem afastado de mim, pensei já que ele provavelmente não gostou de ter feito o que fez.
Na sexta-feira daquela semana, nós todos fomos numa festa que a atlética da faculdade tava organizando, bebi bastante, dancei e beijei tudo o que podia. Em um certo momento um cara que eu conhecia da faculdade e que eu sabia que era homofóbico começou a me importunar, eu me afastei mas ele ficava me seguindo e me xingando, passei por Pedro e ele percebeu que eu não estava muito bem.
- Thomas o que aconteceu? – Ele perguntou, e eu nem precisei responder por que logo o cara já alcançou a gente.
- E aí Pedro, o que tu ta falando com esse viadinho aí? – Disse o cara, que conhecia o Pedro.
- Do que tu ta falando João, o Thomas é meu amigo, a gente mora juntos – Pedro falou, surpreso pelo jeito que o João falava – E por que tu falando desse jeito com ele.
- Ih moram juntos? Toma cuidado pra ele não te abusar durante a noite – Falou dando risada. Nessa hora eu fiquei muito mal, a gente sabe que muitos caras héteros se acham e pensam que todo gay vai tentar alguma coisa com ele, o famoso ego e masculinidade frágil né. E o mais irônico é que o João que tinha fama de ficar assediando as meninas.
Pedro o contrário ficou muito puto com o que João falou.
- Tu ta maluco cara, o Thomas nunca faria isso, se tem alguém aqui que pode ser um abusador é tu.
Então o caos se instaurou, João voou pra cima do Pedro, começou um empurra empurra, só sei que logo eu e Pedro saímos da festa e voltamos pra casa, a irmã dele já tinha saído pra casa de um boy.
- Você está bem? – eu perguntei quando chegamos em casa.
- Não sei, que porra que aconteceu lá?
- Só mais um cara sendo homofóbico – respondi dando de ombros.
- Tá mas o cara não pode te tratar daquele jeito.
- É mas infelizmente existem pessoas assim. Mas senta aqui, vou fazer um chá pra gente, acho que tu levou um soco na cara hahaha.
- Levei, mas aquele filho da puta também levou.
Sentamos na mesa e ficamos conversando um pouco, até que voltamos ao assunto da briga.
- Thomas, tem uma coisa que o João falou que me deixou pensativo numa coisa.
- O que?
- Ele falou sobre você me abusar durante a noite e...
- Olha, mesmo a gente tendo dividido a cama nesses dias eu nunca encostei em você e... – eu interrompi e ele e comecei a falar.
- Eu sei – ele falou também me interrompendo – eu to falando isso por que de certo modo fui eu quem fiz isso.
Fiquei olhando pra ele sem falar nada, o silêncio que durou 10 segundos parecia de 10 horas.
- É, então – ele começou a falar. Dava pra ver como estava nervoso e com vergonha de falar o que ele queria – Em uma dessas noites eu meio que agarrei você enquanto a gente dormia, e no início foi involuntário, mas teve uma hora em que eu acordei, mas estava tão bom que eu acabei continuando. E o que o João falou hoje me fez pensar que talvez eu estivesse fazendo passando da linha da nossa amizade e fazendo algo que te deixasse desconfortável.
Não pude evitar e comecei a rir.
- Que fofo você todo preocupado. Sabe, eu acordei aquela noite, não fiz nada por que achei que você tava dormindo e nem percebeu o que tava fazendo, mas sim, tava muito bom mesmo hahaha.
- Ah hahah – ele riu envergonhado – que bom então.
O silencio reinou de novo, nenhum dos dois sabia muito bem o que fazer ou falar naquele ponto.
- Mas bom – comecei – quando você quiser de novo, eu não me importo.
- Então beleza.
Naquela noite a irmã dele não dormiu em casa, mas mesmo assim Pedro foi dormir na minha cama, dava pra cortar a tensão daquele apartamento com uma faca kkkkk.
Deitamos e de início ninguém fez nada, eu não conseguia dormir pensando nas possibilidades existentes naquele momento, resolvi fazer alguma coisa e me virei para o lado dele, dei de cara com ele e nossos rostos ficaram quase colados um no outro, conseguia sentir a respiração ofegante dele e ele provavelmente sentia a minha.
- Isso vai mesmo acontecer? – falei com a voz tremendo.
...
