Queixa Principal

Um conto erótico de Rafael P
Categoria: Heterossexual
Contém 368 palavras
Data: 12/08/2022 19:18:40

Um homem, uma mente, porém inconsciente. É assim que a jornada de Rafael P. Se inicia, como mais uma pessoa aprisionada dentro da sua própria consciência, refém de uma vida que o fez correr rumo a um propósito que nunca foi definido, exceto pela ganância, movendo-o à única moeda que lhe foi apresentada, o dinheiro. Por sorte, essa jornada contou com uma donzela, Ísis. A melhor definição para ela: uma santidade, porém não daquelas com moralidade imbatível e pura, sem traços de personalidade própria senão a representação do que os homens querem dela. A senhora a que me refiro, pelo contrário, teve sua formação em fogo árduo, com muito sofrimento associado. Dizem os anciões que grandes batalhas dão origem a grandes guerreiros, pois assim se fez valer para Ísis.

Essa história começa assim: ingênua, despretensiosa, com personas quase que determinísticas, porém somente até certo ponto.

Bastou uma descoberta de traição para que Rafael acordasse do seu transe induzido, percebendo que toda a corrida pelo suposto sucesso de nada valeria sem sua deusa e, para compensar o seu sono profundo, que ela teve de suportar durante anos, teria início uma fase intensa na vida dos dois, sem precedentes, tampouco limites. Neste ponto, o envolvimento psicológico pela trama pode se transformar no questionamento: quando se unem as chamas, latentes... Os corpos? Pois a resposta é simples, à noite. Quando a conversa com a solidão se estabelece e a luz do dia se despede, quando os corpos teoricamente cansados das tarefas reacendem para celebrar em suas vidas a existência daquela que o torna completo, quando satisfazer sua deusa seja seu maior objetivo, abrindo mão da história entre os dois, do passado que nunca existiu em sua plenitude, das transas caladas pelas roupagens que vestem o inconsciente, como foi para Rafael por muito tempo, assim como é para muitos outros. Para uma noite qualquer, com uma pessoa qualquer, seria maravilhoso, mágico, extenuante Porém, como deusa, Ísis emana misticismo, transparecendo sua existência transcendental e, portanto, tornando um desafio elevá-la ao ecstasy, ao nirvana espiritual capaz de alterar seu estado de inércia como divindade. Seria essa narrativa, então, sobre ela ou sobre ele? Sobre corpo ou sobre alma? Sobre o momento ou o eterno?

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