O canalha fazedor de cuckolds (8ª parte)

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 2634 palavras
Data: 26/07/2022 17:29:44

No exato momento em que vi Raquel exibindo seu sorriso, toda linda e com uma garrafa de vinho na mão, me arrependi de ter permitido sua subida, pois, certamente, ela tentaria algo e apesar da razão tentar me impedir, cederia, pois sabia que ainda a amava. Para deixar as coisas mais estranhas, menos de 24 horas e eu e sua irmã mais nova, estávamos nos acabando na cama. Não tinha compromisso com nenhuma delas, mas aquilo parecia errado.

Sem jeito, aceitei que Raquel entrasse. Não queria fazer nenhuma pergunta do tipo “O que você está fazendo aqui?”, mas também não tinha como puxar um assunto, por sorte, ela já entrou falante, engatando um assunto atrás do outro. Apesar de tentar disfarçar, também parecia ligeiramente nervosa.

-Pensei em te mandar uma mensagem para irmos a um restaurante japonês, mas tinha certeza que você diria que está com muito trabalho, então decidi aparecer de supetão, ainda bem que está sozinho ou eu pagaria um grande mico. Subi a serra agora à tarde e vou passar o fim de semana com meus pais, amanhã tem uma festa lá, níver do meu pai. Mas e você?

Contei brevemente como tinha sido minha semana, obviamente omitindo que tinha transando duas noites com a irmã dela. Raquel viu Mocorongo em sua poltrona favorita e correu para lhe dar um carinho, mas se meu gato já olhava meio torto para as outras ficantes, e com ela, o bicho foi ainda mais antipático e além de abaixar as orelhas, moveu o pescoço para o lado recusando o carinho, mas até aí normal, gentileza com as visitas nunca foi o forte dele.

Após falar um pouco mais de amenidades, Raquel pediu um saca-rolha para abrir o vinho. Eu tinha um bom queijo para servir como aperitivo e o peguei na geladeira. Apesar de fingir naturalidade, a presença dela me incomodava, aquele modo de agir como se nada tivesse ocorrido, não me descia legal.

Por falar em não descer legal, tomei a primeira taça de vinho e comecei a criar coragem para perguntar o que Raquel o queria com aquilo tudo, porém, ela seguia com a tática de engatar um assunto atrás do outro e estranhamente comecei a me sentir grogue, mesmo tendo bebido tão pouco. Nunca fui um pudim de pinga que aguenta tomar um tonel antes de começar a cambalear, mas estava longe de balançar por causa de uma dose de qualquer bebida. Foi aí que senti meu corpo pedindo que ingerisse mais, isso é muito comum com o álcool, quando ele começa a fazer efeito, sentimos uma vontade de seguir tomando mais. Fui me servir, mas ela pegou minha taça e disse “Deixa que eu ponho”, e a encheu.

Eu não sei quantos minutos se passaram exatamente, mas não devem ter sido muitos, quando comecei a ver tudo mais turvo, uma das cenas que consigo me lembrar é que Raquel dançava e sorria para mim já sem o casaquinho no meio da sala, exibindo seu belo par de seios cobertos por aquela blusinha vermelha apertada. A mesa de centro tinha sido deslocada para o lado. Eu não sabia que porra de música ela estava dançando, mas na minha cabeça comecei a ouvir claramente a canção Someboy To Love da banda de rock psicodélico Jefferson Airplane, que tocou no Woodstock de 1969. Apesar de nem sonhar em ser um espermatozoide nessa época do festival, sempre curti rock das antigas e por isso ao ver tudo rodando, foi essa canção que veio à minha mente.

As coisas foram ficando mais absurdas, com móveis ganhando bocas e olhos, mudando completamente de forma. Comecei a rir, mas rir de me acabar, acreditando que meu gato estava tocando guitarra em cima do sofá e sacudindo a cabeça. O Charles Chaplin que estava no meu quadro na sala estava tocando bateria ferozmente, enquanto a taça de vinho nas mãos de Raquel se transformou em um microfone e ela virou a vocalista da banda. Parecia óbvio que eu tinha sido drogado por algo muito pesado e estava delirando, tombei a cabeça no encosto do sofá e num segundo tudo o que eu ouvia era o refrão da música que não parava.

“Don't you want somebody to love

Don't you need somebody to love

Wouldn't you love somebody to love

You better find somebody to love”

(Você não quer alguém para amar?

Você não precisa de alguém para amar?

Não adoraria ter alguém para amar?

É melhor você encontrar alguém para amar)

Lembro-me de Raquel sentada em cima de mim no sofá da sala já com os seios de fora, esfregando-os em meu rosto e a música simplesmente não parava.

Depois disso, em minha memória há um borrão e a cena seguinte que consigo me lembrar, eu já estava com Raquel cavalgando em mim ferozmente na cama. Recordo-me de um beijo talvez e dela me chupando. Depois, devo ter apagado não sei por quanto tempo.

Acordei com uma dor de cabeça terrível ainda sem entender onde estava e o que tinha ocorrido. Olhei para o lado da cama e Raquel estava dormindo nua com o bumbum para cima. Na hora pensei. “Transamos, mas eu não me lembro de praticamente nada”. O suor em meu corpo e outros detalhes do “after sex” deixavam claro que realmente tinha rolado, não se tratava de uma armação tosca dessas de novela ou filme, onde a mulher finge que dormiu com um homem para ferrá-lo, no nosso caso, nossos corpos nos denunciavam, mas eu estava desconfiado que não tinha ficado doidão por causa de duas taças de vinho, tinha algo estranho ali.

Manjei o belo corpo nu de Raquel por um tempo, havia semelhança com o de Camila em praticamente tudo, exceto que minha ex-noiva, por morar em uma cidade praiana, tinha marcas bem destacadas de biquíni, mas o restante, realmente era idêntico.

Levantei-me sem fazer barulho e ao chegar à sala, vi que ainda havia talvez um quarto da garrafa. Comecei a me lembrar dos meus delírios como o de ver Mocorongo incorporando um grande guitarrista como Jimmy Hendrix ou Slash e concluí: “Esse vinho estava batizado e eu vou tirar a prova já”. Peguei a garrafa e um copo e me encaminhei para o quarto.

Acordei Raquel, ela sorriu se espreguiçando e exibiu seus seios e sua boceta, cujos os pelos tinham o mesmo formato de retângulo da de Camila.

-Bom dia, meu maluco apaixonado!

-O que você colocou nesse vinho, Raquel?

Raquel, ainda com cara de sono, me olhou surpresa:

-O quê?

-Essa garrafa de vinho estava batizada com alguma droga, no primeiro gole, já comecei a ver tudo rodando e uns dez minutos depois Mocorongo, Charles Chaplin e você estavam dando um show digno de Woodstock na minha cabeça.

-Você está brincando, né?

-Não, e você sabe que fiquei alterado.

-Sim, notei que você ficou estranho. Talvez não tivesse se alimentado direito, pode ser que você tenha tido um problema de pressão, até me sentei ao seu lado, mas depois você melhorou, começamos a nos beijar e viemos para cá. Vai dizer que não se lembra do que rolou?

-Vagamente, mas se o vinho não está batizado, prove. Tem um pouco aqui, tome na minha frente.

Raquel se sentou na cama me olhando como se não acreditasse que eu tinha dito aquilo. Entreguei-lhe um copo e o enchi de vinho.

-Não acredito que você vai fazer isso depois de uma noite tão legal, Rodrigo.

-Se não tem nada no vinho, beba-o.

Ela me olhou com raiva, virou tudo de uma vez, depois me apontou o copo.

-Põe o restinho que falta, talvez a droga esteja no fundo.

-Vamos esperar uns minutos para ver.

-Tudo bem, mas posso me trocar pelo menos?

-Sim.

Raquel saiu furiosa da cama procurando sua calcinha e demais peças espalhadas pelo chão. Esperei por uns 20 minutos e nada dela ficar diferente, estava apenas fula comigo.

-Quanto tempo mais vai durar seu teste? Me avisa quando eu puder ir embora.

Fiquei envergonhado e após alguns minutos, expliquei-lhe de minhas alucinações e disse que não poderia ter ficado bêbado tão rápido. Raquel disse que notou que eu estava rindo muito, mas voltou a dizer que a minha moleza era por causa de uma queda de pressão.

-Quando você começou a me beijar, achei que nem iria rolar sexo, pois estava falando tudo enrolado e rindo, apontava para a parede, para o seu gato e ria, ria, ria. Depois ficou quieto, mas quando chegamos à cama, comecei a alisar seu pau e do nada, você despertou, me pegou com uma vontade, me chupou como nos bons tempos, transamos duas vezes, é impossível que não se lembre.

-Só me lembro de um momento você me chupando e de outro cavalgando em mim, , acho que teve algo no sofá, você estava passando os seios no meu rosto, mas são apenas flashes.

-Caramba! Isso já tinha ocorrido?

-Claro que não, por isso estou assustado.

-Tentarei não ficar chateada com essa sua desconfiança sua, porque vi que você ficou estranho mesmo, mas esperava que após fazermos as pazes e reatarmos, acordaríamos de um jeito bem diferente e não com você me obrigando a tomar vinho supostamente com droga ou sei lá o quê?

-Fazermos as pazes e reatarmos? Como assim?

-Ah, Rodrigo, vai dizer também que não se lembra que disse umas 20 vezes que me amava demais, que eu era a mulher da sua vida. Eu também me emocionei, disse que iríamos ficar juntos, você até aceitou ir ao aniversário do meu pai hoje para darmos a notícia de que voltamos.

-Puta que pariu! Eu não me lembro de nada disso! Querer voltar para você? Nem foden...

Raquel me olhou com uma expressão triste, depois fechou a cara:

-Já entendi o motivo da sua amnésia. Queria transar comigo, mas bateu o arrependimento quando acordou, então se aproveitou dessa coisa do vinho para fingir que apagou tudo da memória. Fica mais decente dizer que ainda guarda mágoa de mim e agora que resolvi assumir que ainda te amo, você pretende se vingar, me dar um passa fora. Tudo bem, eu mereço.

-Não é nada disso. Bem, de fato, ainda tenho mágoa do que você fez, mas eu realmente não me lembro de ter falado nada e mesmo sobre a transa, o que me vem claramente são dois, três fragmentos.

Raquel me deu as costas e não permitiu que eu me explicasse, saiu fula da vida.

Sentei-me no sofá e fiquei um tempão tentando ver se me lembrava de mais alguma coisa, mas não conseguia. Talvez tivesse pegado pesado com Raquel, ela bebeu o vinho tanto na noite anterior como de manhã e não ocorreu nada.

Decidi nem sair naquele sábado lindo de sol, pois fiquei com medo de ter outra viagem psicodélica, porque se dentro de casa consegui ver Raquel, Mocorongo e Chaplin dando um verdadeiro show de rock, no meio da rua, poderia surtar e imaginar uma invasão alienígena ou alguma xaropice ainda maior. Decidi descansar a cabeça.

Eu senti o perfume de Raquel no meu corpo e na cama, deve ter sido uma noite louca de sexo após três anos. Achei que deveria me desculpar e horas mais tarde, mandei uma mensagem de áudio. Ela visualizou, mas não respondeu.

No domingo, fui almoçar fora e sozinho, ali perto. Quando voltei, Raquel estava me esperando na portaria. Ela estava com os cabelos soltos, uma camisa rosa de botão e uma calça jeans que marcava suas formas. Antes que eu dissesse algo, ela já falou:

-Vim tem fazer um convite e como prova de que se arrependeu, você tem que aceitar.

-O quê?

-Vamos comigo para Santos agora. Você falou que estava sem trabalho esses dias, fica lá uma semana ou o tempo que quiser, assim já conhece meu apartamento, meu trabalho.

Era um convite que me pegou de surpresa e não tinha cabimento, mas para não ser rude novamente como no caso do vinho, pedi que ela subisse e me explicasse melhor. Já no elevador, me lembrei do meu envolvimento com Camila. Ir com Raquel para Santos sem contar isso, não me parecia certo, aliás, a ideia de viajar com ela não me agradava totalmente, pelo menos não o meu lado racional, já que o emocional estava querendo. Pensei “Se eu contar a verdade, ela ficará bravae desistirá da ideia, assim consigo fazê-la sair do meu pé e evito de me foder novamente”.

Quando entramos em meu apartamento, pedi que Raquel se sentasse e resolvi abrir o jogo.

-É o seguinte, Raquel, fui muito indelicado com você ontem de manhã e peço mil desculpas, pois aquilo nunca tinha me ocorrido e justamente na noite que você reaparece a este apartamento, eu fico doidão. Mas tem uma coisa que preciso te falar e não vou enrolar. No outro sábado, em que nos reencontramos no casamento, depois, Camila e eu acabamos ficando juntos e viemos para cá.

-A Camila?! – Raquel pulou do sofá sem acreditar.

-Sim, não foi nada planejado e depois tivemos um novo encontro, mas não estamos namorando, foi coisa de sexo casual como venho tendo desde que nos separamos.

-Com aquela cara de santinha! Não perdeu tempo mesmo. Eu desconfiei uma época que ela te olhava demais, mas achei que era implicância, ciúmes meu, mas veja essa...

-Ela não te traiu, nós terminamos há anos, Raquel.

-Como não me traiu? Falei que queria voltar com você, que te amava, e a fura-olho não quis nem saber.

Raquel colocou a mão na testa e começou a balançar a cabeça negativamente, como que não acreditando.

-Entendo que esteja chateada comigo, mas achei melhor falar logo para não dizer que estou querendo ter algo com as duas as mesmo tempo.

-Tá, mas quer qual das duas?

Fiquei sem graça de dizer na lata: nenhuma, por isso dei uma disfarçada:

-Como já expliquei, estou vivendo uma longa fase de só querer sexo casual, mas não imaginava primeiro que a Camila fosse ser uma ficante e nem que você voltaria querendo até que eu fosse passar uns dias em seu apartamento.

Raquel estava bem irritada, foi até a janela, espremeu com força a tele de proteção que havia para que Mocorongo não caísse e ficou pensativa por alguns minutos:

-Vamos fazer assim! Você desce comigo para Santos, não vamos pensar na santinha do pau oco agora, depois desses dias, só peço que seja honesta comigo e diga se quer que recomecemos devagar sem pensar em casamento, noivado, mas tendo um compromisso de um só ficar com o outro ou se irá preferir continuar tendo as suas ficantes, inclusive a Camila.

Sem muita convicção, segui tentando dizer que não era uma boa ideia, um lado meu achava que não haveria mal ficar alguns poucos dias com Raquel, outro dizia, “Foge enquanto há tempo”. Fazendo uma analogia bem simplória, foi como se eu fosse um viciado em jogos de azar que após tanto tempo sem fazer uma aposta, para na frente de um cassino e fica dividido, um lado achando que não haverá mal se decidir colocar umas fichas na mesa apenas para curtir um pouco e outro dizendo que arruinará tudo. Acabei aceitando, mas para falar a verdade, sem cinismo, nem foi o amor que falou mais alto ali, fiquei com vontade de fodê-la novamente, pois na noite anterior isso tinha ocorrido, mas eu estava estranhamente chapado, então me deixei levar pelo tesão e já até me imaginei pegando-a mais tarde com força.

-Ok, podemos ir, mas volto no máximo na quarta, pois quando viajo, dependo de um vizinho aqui do lado para alimentar o meu gato, mas não gosto de abusar.

Raquel concordou, peguei algumas roupas, falei com o senhor Alberto sobre cuidar do Mocorongo e descemos para Santos.

Os problemas iriam começar.

Aos que gostaram e puderem deixar um comentário, agradeço.

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Comentários

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Tu e muito burro já tá cê acertando com a Camila! Tá gostoso! Agora a ex aparece!!

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Estava escrito que você faria essa burrada!!!

Esperar pra ver o que acontece...

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Meu querido quando ex mulher procurar ex marido e saudades de pica, Raquel volto e para isto, agora o que vc experimentou foi LSD,pois quando fiz uso desta droga além das luzes vi até anão cavalgando em nuvens, agora tome cuidado com as irmãs para não lhe causar problema,vou esperar o próximo,bjs

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Seus contos são muito legais,quero te perguntar uma coisa aquela saga'chantagem para tentarem me tornar cuckold',não tem previsão de continuação não?

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Acredito que não fui o único, fui completamente enganado pelo primeiro episódio. Achei realmente depois de lê-lo que o rateiro seguiria uma linha que não estava me agradando. Mais de tanto receber notificações de novos episódios resolvi continuar. E que bela surpresa. Fico até encabulado por não ter persistido, pois sabendo que era um conto seu. Parabéns Lael!! “Só para variar, você não decepciona.” Essa Raquel, acredito que tem alguém por trás dela.

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putzzz nem sei o que dizer, ele é muito tonto, vai se ferrar de verde amarelo

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so sendo um otario mesmo,sabe que foi drogado tendo varios motivos para se afastar ele faz tudo ao contrario realmente ele tem que se lasca mesmo.

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...rs...este episódio me lembrou muito as atitudes de toxcômanos e alcoólatras que acham que conseguiram dominar o vício...rs...prevejo nesta relação só decadência e já imagino quando à mesma cairá ou já caiu nas mãos do tal Ori...rs

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Sempre digo que as personagens femininas não conseguem deixar a periquita dentro da calçada em algumas ocasiões pontuais e agora o nosso protagonista não consegue deixar o pingulinho na casinha e vai arrumar confusão. Parabéns Lael pelo capítulo.

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Nossa a merda tá MUITO anunciada, puta que pariu

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Lael, nem tem o que falar. Como sempre, ótimo. Os conflitos ainda não começaram. 3 estrelas.

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