Envelhecendo na realidade da Existência

Um conto erótico de Oliver de Oliveira
Categoria: Heterossexual
Contém 689 palavras
Data: 05/07/2022 16:44:54

Eis que descubro nesse anos, numa ironia de vida, que o tempo passou para mim de uma maneira cruel. Não estou ainda na casa dos sessenta, porém, pela que tenho apanhado da vida desde a crise do Covid, já sinto com oitenta. Não estou mais que a importar com os acontecimentos, pouco com o que podem achar de minha atual filosofia de vida. Creio que seja mais uma carta de despedida, um desabafo, uma necessidade de libertar de meus anseios e desejos.

Em 2020, anterior a existência da Covid, era um homem comum, tranquilo, de vida social, sexual, emocional, financeira, controlada. Casado, com as aventuras conjugais e algumas por fora, tudo numa normalidade... Deixamos de ser normais em Março de 2020! Transcorrido dois anos e algo mais, tudo mudou. Aliás, mudou todo o estado, o pais, o mundo. Não vou concentrar no todo e em tudo, contudo, no meu universo. Nesse existe Eu.

Ah, sim, esse é um site de contos onde as aventuras de sexo, fantasias, peripécias picantes, mesmo desvios de comportamento enrustidos em nomes mais agradáveis são contados. Entretanto, quero seguir uma linha mais realista dentro da ficção. Como? Mesclando a fantasia com a realidade que temos à nossa volta, que não é tão gostosa como os contos que temos lidos... Pode ser que seja um fiasco de tempo que perco escrevendo, ou mesmo mais um pseudo escritor que não será nem lido, nem comentado. Já sou um ser invisivel, desprezado pela esposa, pela família, talvez pela sociedade. Então, nada é importante.

Como divisor de águas, Abril de 2020, retornando ao trabalho, em meio da pandemia, quando soube pelo meu filho que tivera Covid e estava bem, resumindo sua experiência "foi como estar como dengue". Compreendi então que muitas pessoas iriam morrer, mas muitas mais não. Fatalmente, Covid era uma doença emocional antes de ser física. Respeitei essa máxima sem ter tanto medo de viver, menos ainda de morrer.

Foram meses atravessados onde chegava em casa indo direto ao canil onde trocava de roupa, colocando um short e dai para o banho. em Só então era recebido pela esposa. Ah, esposa... Entrou numa paranóia de contrair Covid, controlando tudo, da alimentação ao contato físico. Podem imaginar que foram meses de agonia pela falta de sexo, onde, incrivelmente, uma conhecida amiga que costuma ter ponto na praça, atendendo aos aposentados do Brasil, virou motorista de Uber. A definição dela foi bem uma sátira,pois, disse que "como prostituta ganhava muito mais que Uber".

Já terá alguém ai perguntando "onde está o conto de sexo?". Então, o conto resume numa manhã de calor, com todo o desejo no corpo, alisando a esposa, tirando o prazer de seu corpo - agora magro, pois perdia peso pelo total controle de alimentação - sem toda aquela bunda, toda as coxas, toda a gordurinha, toda a delícia de uma gostosa Mulher de seus sessenta anos. Foi que subitamente perdi a ereção, o desejo, a vontade... Pela primeira vez em minha vida, entre todos os problemas, entre a pandemia, entre a perca de emprego, um futuro incerto, acabei virando minha esposa de costas, com sua bunda magra, tão diferente da antiga, coxas e pernas juntas e passei a simular que masturbava nos pés dela sem que o pau tocasse neles e fingi um orgasmo. Fiz todo um teatro de ter gozado, limpando o membro, saindo gemendo, cansado, mas não tive nenhum prazer.

Essa foi a aventura que inicia uma nova vida, a realidade da fantasia. Descobri nessa manhã que toda a minha historia de vida mudaria. Hoje são passados dois anos disso tudo e sei que tenho todo desejo de sexo, de fantasia, mas estou vencido pela vida e sem coragem de lutar. Então, resolvi escrever mais uma vez e como um pseudo escritor, desabafar no vazio d'alma.

A pretensão real doravante é contar as verdades de uma vida, talvez não tanto como Marques de Sade fez, mas algo semelhante. Foram 58 anos de vida onde um Orixá teve comando, acho que tem ainda, mas deu as aventuras e prazer que o corpo tanto anseiava. Essas aventuras que foram, querendo ser mescladas nas que serão.

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Comentários

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Se foi um prelúdio, achei interessante. Novos tempos, novos desafios.

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Boa tarde! Creio que essa é a definição do que pretendo. Nossas vidas, pós pandemia, virou de ponta de cabeça. Não sei se eu, ou tudo e todos, também sente isso.

A pretensão é rescrever o que é anormal.

Obrigado pelo comentário;

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Prezado, esse prólogo objetivava isso que você colocou. As vivências pós pandemia, o envelhecimento do mundo, nosso mesmo, faz com que EU tenha dois universos distintos.

Agradeço o ponto que diz "escreve bem".

Mas agradeço mais ainda teu comentário.

Pretendo uma saga de histórias... Vou continuar, caso não prossiga, irei a outro site...

Obrigado pelo comentário

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