Uma carona inesperada — Cap 08

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Gay
Contém 4222 palavras
Data: 23/05/2022 11:21:48
Última revisão: 23/05/2022 23:28:55
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

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Passamos um domingo maravilhoso na casa do Maurício.

Estávamos apenas nos três e fiquei muito feliz vendo o Lucas tão animado por eu estar com eles.

Crianças são incrivelmente sinceras e, como o pai dele e eu estamos conversando e rindo, Lucas veio até nós e, com toda a sua inocência, perguntou se eu tinha namorada.

Na hora eu não sabia o quê dizer e Maurício tossiu de nervoso, mas me antecipei dizendo que eu gostava muito de uma pessoa e que essa pessoa também gostava muito de mim.

Insistindo um pouco mais em saber sobre minha vida amorosa, ele perguntou se eu não tinha nenhuma foto para lhe mostrar e, tentando não rir com a situação, disse que não, mas um dia eu diria a ele de quem se tratava.

Lucas saiu correndo e foi brincar na casa da árvore. Confesso que fiquei aliviado por ele ter acabado com sua entrevista e servi um pouco mais de vinho pra aliviar minha tensão.

一 Se continuar bebendo assim, terei que te levar no colo. 一 Maurício me disse sorrindo e eu revirei os olhos.

一 Às vezes penso, não sei como, mas parece que o Lucas sente que a gente se gosta. Sei lá, parece muita loucura pra você?

一 Uhum! Você está com medo de uma criança de seis anos? É isso? Não acredito! 一 Ele não parava de rir e eu me sentindo um idiota.

一 Se ele não estivesse tão perto, você iria ver só! Você está rindo de mim, cara! Sabe, eu me preocupo! É a primeira vez que me sinto incluído na família de alguém sem ser a minha. E se ele não quiser mais ser meu amigo, depois de contarmos pra ele que namoramos?

一 Está sofrendo por antecipação! Primeiro contamos e depois veremos como ele reage. Relaxa! Você está mais preocupado do que eu, sabia? 一 Suspirei profundamente e ele segurou minha mão, tentando me acalmar.

Decidi não voltar muito tarde pra casa e Maurício me levou antes das 18hrs.

Antes de eu sair do carro, Lucas perguntou quando iríamos acampar e se eu havia me esquecido.

Lhe dei um abraço sugerindo que poderíamos ir no fim de semana, se o Maurício quisesse e, olhando para o pai com aqueles olhinhos de Gato de Botas, não teve como Maurício se negar.

Ficamos de conversar mais sobre o assunto durante a semana para combinarmos melhor.

Assim que eu entrei em casa, minha avó e meu tio me esperavam com as caras mais curiosas possíveis.

Vieram até mim como dois foguetes desgovernados, querendo saber se Maurício tinha me pedido em namoro, já que não dormi em casa.

Comecei a rir desesperadamente e disse que sim.

Nunca vi minha vó tão feliz e meu tio parecia um bobo rolando pelo sofá.

Conversamos bastante sobre minha extraordinária vida amorosa e decidi dar uma volta; caminhar um pouco.

Queria meditar sobre tudo que estava acontecendo e relaxar minha cabeça em relação ao Lucas. Talvez eu estivesse com medo sem necessidade.

Troquei de roupa, coloquei tênis e levei uma garrafa d’água.

Estava começando a anoitecer e o clima estava bem agradável.

Meus pensamentos estavam todos concentrados no Maurício; no modo como ele me tratatava, no almoço maravilhoso que ele mesmo preparou e em como ele era um pai incrivelmente perfeito para o Lucas.

Acabei me distraindo e já estava bem longe de casa, quando vi meu avô parado no acostamento, com o step do carro nas mãos.

Ele precisava de ajuda, mas com certeza não aceitaria, se eu lhe oferecesse.

Pensei em voltar pra casa e fingir que não o vi, mas acabei me aproximando e, quando ele me viu chegando, disse que não precisava da minha ajuda para nada.

Caramba, o mesmo velho turrão se sempre!

一 O senhor precisa parar com essa idiotice de não querer mais falar com a gente, vô! 一 Ele apenas revirou os olhos e fingiu não me escutar.

一 Está perdendo seu tempo, se acha que eu vou mudar de ideia. Agora, me deixa em paz!

一 Até quando o senhor acha que vai conseguir ficar longe da minha vó?

一 Não está fazendo a menor falta!

一 Eu duvido! 一 Ele tentou encaixar o step, mas não estava conseguindo.

一 Tavinho, me deixa em paz. Eu não quero discutir contigo.

一 Tudo bem! Só me deixa te ajudar?! Está na cara que o senhor não está enxergando direito. Nem deveria estar dirigindo.

一 Vai ver àquela cena que seu tio me obrigou a presenciar, quando o vi beijando aquele marmanjo, acabou me cegando.

Nesse exato momento, eu queria muito rir, mas seria deboche demais da minha parte. Ele ficaria ainda mais furioso.

Pedi que se afastasse do carro pra quê eu o ajudasse, mas continuou dizendo que não precisava.

Ele derrubou o step duas vezes e gritou um palavrão qualquer e fui até ele.

Eu o ignorei, pedindo que se afastasse e, por fim, me de deixou ajudá-lo.

Meio sem jeito, quando terminei, acabou me agradecendo e eu disse que me deixaria muito feliz se ele desse uma chance ao meu tio e que parasse de implicar com minha vó, para que ela pudesse voltar pra casa.

Ele fechou a cara novamente e que se eu não precisasse de carona, ele já estava indo pra casa.

Agradeci, mas decidi voltar caminhando.

Antes dele ligar o carro, disse que estava com saudades dos nossos almoços de domingo.

Senti que ele também estava. Sua expressão foi de bravo a desapontado e era nítido que ele também sentia a nossa falta, só precisava parar de ser tão encrenqueiro.

Ele se dispediu e me agradeceu mais uma vez e se foi.

De certa forma eu estava confiante. Mais cedo ou mais tarde a raiva que ele sentia pelo meu tio acabaria e os dois fariam as pazes de uma vez por todas.

Voltei para casa e, quando cheguei, percebi que estava sem bateria no celular.

Coloquei para carregar, tomei banho e quando liguei, tinha mensagem do Maurício.

Era um vídeo. Sorri feliz quando abri e era o Lucas me dando boa noite. Ele dormia bem cedo por causa da escola.

Confesso que minha vontade era de ligar, mas ele já deveria estar dormindo, então acabei mandando somente um áudio lhe desejando boa noite e agradecendo o vídeo.

Comentei com Maurício que estava tudo bem, mas que havia encontrado meu avô durante minha caminhada.

Conversamos por um bom tempo por mensagem, mas ele perguntou se poderia me ligar e disse que sim.

一 Não estou te incomodando, estou? 一 Ele perguntou e comecei a rir.

一 Jamais! Eu queria te ligar, mas fiquei sem jeito de perguntar se podia. 一 Eu estava bem sem jeito.

一 Bobo! O quê acha de acamparmos fim de semana? Não sei te explicar, mas me sinto animado. Você está me deixando assim e queria aproveitar esse momento com vocês; antes que o trabalho acabe me consumindo mais tempo. Está tudo calmo na empresa e não quero perder essa oportunidade. 一 Achei tão fofo que a vontade que eu tinha, era beijá-lo.

一 Acho uma excelente ideia! Podemos nos encontrar durante a semana e combinamos melhor. O quê acha?

一 Por mim está perfeito! Podemos sair pra jantar, pode ser?

一 Claro! Lucas vai adorar!

一 Eu não estava pensando em levá-lo. Queria ficar a sós contigo. Ele te tomaria de mim, com certeza! E, bom, quero te namorar em paz! 一 Rimos porque sabíamos que era a mais pura verdade.

一 Okay! Está combinado!

Estava me arrumando para deitar e todo feliz com meu início de namoro, quando ouço meu tio batendo e perguntando se poderia entrar.

Disse que sim e, me pedindo licença, se jogou na minha cama.

Não sei se foi minha intuição, não consigo explicar, mas algo nele estava me dizendo que ele queria ter uma conversa séria comigo.

Me sentei ao seu lado e ele passou o braço por detrás do meu pescoço e me trouxe pra mais perto dele.

Achei super fofo e perguntei se estava acontecendo alguma coisa.

Ele suspirou brevemente, bagunçou meu cabelo e iniciou um monólogo ao qual eu não estava nenhum pouco afim de ouvir naquele momento.

“ De tudo que fiz em toda a minha vida, até hoje, cuidar de você foi a mais linda e compensadora de todas. Eu não quero que fale nada, só me escute. Eu sei que não sou seu pai, mas meu amor por você é incondicional. Sei que me ama, me respeita e que sempre iremos estar juntos, mas eu espero do fundo do meu coração que você entenda seu amado tio. [ pausa dramática, pois o encarei rapidamente]

Bom, eu estava dando uma olhada na administração da loja e confesso que estou impressionado com o trabalho impecável que você vem fazendo e, por causa disso, eu decidi tirar uns meses de férias. Sim, meses! Quero viajar um pouco, sabe? Conhecer o mundo. Você está encaminhado na vida, está feliz e acho que não precisa de mim por enquanto. Será que posso contar contigo?”

Minha única reação foi abraçá-lo.

Ele não estava me pedindo permissão, mas queria meu apoio e eu entendi que seria importante pra ele se desligar um pouco de tudo que estava acontecendo, ainda mais em relação ao meu avô.

一 Pretende ficar muito tempo fora? 一 Ele notou que eu estava meio que, vamos dizer, querendo chorar e me abraçou.

一 Uns três meses, pelo menos!

一 Eu nem posso reclamar. Fiquei anos viajando por aí e te deixando preocupado. 一 Ele sorriu e eu me afundei em seu peito.

一 Não estou te dando o troco, seu bobo! Só quero descansar um pouco.

一 Eu sei, te entendo e te apoio. Mas vou sentir saudade. Ah, olha só como eu sou chorão?! Droga! 一 Rimos demais com meu drama, mas eu estava feliz por ele poder tirar um tempo para relaxar e pensar na vida.

一 Obrigado! E saiba que eu não iria se não tivesse certeza de que você estaria bem. Já conversei com sua vó e ela também fez o mesmo drama, mas me entendeu. Além do mais, não vou embora para sempre.

Ah, queria que me emprestasse a Lata Velha; será que é pedir demais?

一 Claro que não! Maurício e eu estamos combinando de acampar final de semana, mas na semana que vem mando ela pra oficina e fazemos uma geral. Quando pretende ir?

一 Na semana que vem, assim que a Lata Velha sair da revisão. Tudo bem pra você?

一 Poxa, tio! Claro que está tudo bem. Meio em cima da hora, mas não esquenta a cabeça. Eu vou cuidar bem da minha vó.

一 Valeu! Bom, então é isso! Você é um garoto muito esperto e vai se virar bem sem mim.

一 Apredi com o melhor, né?

Ele me deu um abraço bem apertado e foi dormir.

Confesso que tive uma sensação meio estranha de início, mas estava feliz por ele. Era justo ele se divertir depois de tanto tempo cuidando de mim e dos negócios do meu pai, afinal, ele sempre me priorizou. E se ele estava feliz, eu também estava.

Pela manhã conversamos bastante na mesa do café.

Comentei que havia me encontrado com meu avó e notei que o assunto não tinha chamado tanta atenção, então, resolvi mudar o rumo da prosa e deixar a conversa de lado.

Não iria adiantar de nada ficar batendo na mesma tecla.

Desci para a loja e coloquei a mão na massa.

Eu queria deixar meu tio orgulho e despreocupado para ele poder viajar sem ficar pensando em como eu estava me virando.

Durante a semana tive muito trabalho e estava extremamente cansado, pois decidi organizar todo o estoque e, como tinha muita caixa pesada, acabei dando mal jeito na minha coluna.

Na quinta-feira Maurício me ligou bem cedo, antes de eu descer para trabalhar e avisou que jantaríamos a noite.

Confesso que fiquei sem jeito de dizer que estava cansado demais pra sair de casa, mas combinamos em um restaurante muito charmoso que ficava no centro.

Tudo estava maravilhoso: jantar, vinho, sobremesa.

Eu não me cabia em mim de tão feliz e satisfeito com a companhia do homem que não sabia mais o quê fazer pra me agradar.

Tomávamos nossa última taça de vinho, quando ele me olhou sorrindo e disse:

一 Posso te sequestrar pra minha casa? É que eu queria muito que você descansasse um pouco. 一 Ele disse rindo e eu fiquei morrendo de vergonha.

一 Poxa, e eu aqui achando que estava disfarçando bem.

一 Meu anjo, você entrou no carro quase se arrastando. Eu poderia ter cancelado o jantar e te levar direto pra minha casa, mas meu filho não nos daria paz. E não precisa ficar sem jeito, seu bobo, está tudo bem. So me deixa cuidar um pouquinho de você, pode ser? Prometo te levar em casa depois.

一 Se está querendo tanto assim cuidar de mim, eu aceito. Vamos?

一 Vamos!

Cogitei dividirmos a conta, mas ele disse que eu era seu convidado.

Pedi que ele passasse em uma loja de conveniência para eu levar alguma guloseima para o Lucas e atendeu meu pedido prontamente.

Assim que chegamos em sua casa, fomos direto para o quarto.

Ele me emprestou um pijama, para que eu ficasse mais confortável e me joguei na cama me agarrando em seu corpo e ele me cobriu.

Ele me fazia um cafuné tão gostoso, que acabei adormecendo e, quando acordei, ele estava dormindo sentado.

Me levantei e lhe dei um beijo na boca.

Ele acordou e me puxou para seu peito e ali descansei mais um pouco.

Lentamente senti sua mão acariciando meu corpo e imediatamente tive uma ereção.

Fiquei meio sem graça e ele percebeu.

一 Quero que fique comigo! Te levo pra casa bem cedo, pode ser? 一 Ele me puxou pela gola do pijama e me deitei ao seu lado novamente.

一 Eu fico, mas tem que me prometer que vai me acordar bem cedo, antes mesmo do Lucas. Não quero que ele me veja saindo daqui novamente.

一 Não entendo sua preocupação, mas te acordo bem cedinho. Fique tranquilo!

Ficamos namorando e eu já não estava mais aguentando ficar ao seu lado somente nos beijando.

Tirei a camisa do pijama e me virei de costas pra ele o fazendo me abraçar e ficamos de conchinha por um tempo.

Ele beijava minhas costas, mordia meus ombros e senti quando enfiou uma das mãos dentro do meu short e começou apertar minha bunda.

Instintivamente me arrepiei empinando pra ele. Caramba!

Confesso que fiquei nervoso com a situação.

Em todas as minhas transas, fui passivo raras vezes e foi somente com o Fernando.

Achei melhor deixar rolar, então, conforme ele foi avançando e me fazendo carinho, me desarmei completamente, me entregando a ele.

Seu corpo, não másculo, mas nas proporções que muito me agradava, me tirava o fôlego quando estava sobre mim.

Sua boca de lábios avermelhados, me faziam sentir calafrios todas vezes que passeava sobre meu peito e abdômem.

Nossos corpos nus dançavam uma música só nossa.

Fui literalmente revirado ao avesso.

Sua língua esteve por todos os lugares.

Sua boca me sugava com intensa volúpia e desejo.

Ele me comia com os olhos, com as mãos e aposto que também em pensamentos.

Jamais senti alguém me invadir com tanto cuidado, desejo e carinho.

Eu estava sendo fodido e amado de uma forma tão intensa e mavavilhosa, que desejei não mais sair de sua cama.

Pedi ao tempo que parasse. Queria sentí-lo por inteiro dentro de mim.

Minha boca procurava a dele entre gemidos e palavras que jamais ousei dizer.

Implorei que me fodesse com força, forte e que fizesse comigo o quê quisesse, pois o meu EU todo lhe pertencia.

一 Cara, tá gostoso demais! 一 Disse entre dentes e segurando os lençóis. Ele me sorriu beijando minha boca e apertou meu corpo me penetrando ainda mais fundo.

Senti seus lábios em meus ombros e nuca. Vibrei por cada mordida em minhas costas e me desfaleci junto com ele em um orgasmo incrivelmente maravilhoso.

Ainda sobre mim, ele elogiava meu corpo, dizia que eu era lindo e que nunca havia me esquecido desde a primeira vez que me viu.

一 É como se eu soubesse que iria te encontrar novamente. Por isso nunca me comprometi com ninguém. 一 Disse e ele me beijou delicadamente.

一 Na época não faria sentido uma aproximação entre nós. Eu ainda era casado e passei por tanta coisa depois que você foi embora. Além do mais, você era tão mais jovem que agora. Talvez, pra mim, seria uma barreira. Ainda te acho muito jovem, pra falar a verdade, mas o quê posso fazer, se te gosto tanto?

一 Então me beija mais pra eu ter certeza mesmo que me gosta tanto assim.

Ele gargalhou e tapei sua boca brevemente para que não houvesse perigo de acordarmos o Lucas.

Acabei adormecendo em seus braços e acordei com meu despertador me avisando que já era hora de eu ir embora.

Maurício ainda dormia profundamente e novamente ele falhou na missão de me acordar, mas não me importei!

Me vesti fazendo o mínimo de barulho possível.

Assim que desci as escadas, dei de cara com a babá do Lucas subindo para acordá-lo.

Ela foi muito simpática me dando bom dia e eu não sabia onde enfiava minha cara.

Perguntou se eu esperaria o café da manhã, mas agradeci e disse que precisava estar bem cedo na loja.

一 É uma pena não poder ficar. O Lucas iria adorar, ele não para de falar em você.

一 Bom, talvez um outro dia, mas agradeço o convite. Não diz a ele que estive aqui não, por favor. Não quero que ele pense que eu não queria vê-lo.

一 Não se preocupe, eu não vi nada! Tenha um ótimo dia.

Ela subiu e eu tomei um táxi assim que sai do condomínio.

Fui direto pra casa, tomei um banho bem quente e mandei uma mensagem de “bom dia” para o Maurício que me respondeu prontamente.

Na verdade, ele ficou um pouco chateado por eu ter ido embora, mas disse que iria me redimir assim que pudesse:

Combinamos de organizar tudo para o acampamento no fim de semana e ouvi o Lucas perguntando se ele estaria falando comigo.

Obviamente ele passou o celular para o menino e enquanto eu me vestia, conversei um pouco ele.

Nos despedimos e Maurício disse que me pegaria para almoçarmos juntos. Nem tive como recusar. Até porquê, eu estava doido pra vê-lo novamente.

Ouvi minha vó batendo na porta do quarto e perguntando se eu tomaria café e pedi que entrasse.

Meu tio veio logo em seguida, todo sorridente, parecendo um bobo, por eu ter dormido fora de casa novamente.

一 Esse namoro está melhor que a encomenda, heim? 一 Ele disse e sorri todo feliz.

一 Não fique com ciúmes. Você ainda é o homem favorito da minha vida.

一 Capaz, eu não tenho ciúmes! Eu fico é muito feliz por você está bem e com alguém que também goste de você. Assim eu posso viajar tranquilo semana que vem e sabendo que você estará em boas mãos.

Nesse momento minha vó o olhou com espanto.

Meu tio ainda não havia contado a ela sobre seus planos de pegar a Lata Velha e sair sem rumo por aí, logo na próxima semana.

Deixei os dois discutindo e tomei rapidamente uma xícara de café e peguei um pedaço de pão.

Desci para a loja e nas escadas ainda dava para ouvir minha vó reclamando com o pobre coitado.

Fui direto para o escritório.

Abri minha agenda para ver o quê eu ainda precisava fazer e enquanto os funcionários iam chegando, alguém bateu na minha porta e cheguei a imaginar que poderia ser o Maurício, mas era um entregador com uma cesta de café da manhã em mãos.

Havia um cartão com uma escrita impecável. Era dele!

[Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas

não me tires o teu riso.

Ri, porque o teu riso será para as minhas mãos

como uma espada fresca.

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando os meus passos se forem,

quando os meus passos voltarem,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas o teu riso nunca

porque sem ele morreria.]

Pablo Neruda nunca me fez tanto sentido até aquele momento. Pela primeira vez senti meu peito vibrar enquanto lia.

Liguei para ele sem pensar duas vezes e ouvi sua gargalhada do outro lado da linha, me dizendo que estava em contagem regressiva só esperando que eu retornasse, pois o entregador avisou dizendo que eu já havia recebido.

Agradeci mil vezes todo carinho e prometi que de mim teria todos os risos que quisesse, contanto que eu também tivesse os seus.

Naquele dia ele foi me buscar para almoçarmos.

Ele chegou e meu tio ainda estava na loja. Os dois conversavam enquanto eu terminava de revisar uns relatórios e meu celular tocou.

Não atendi, não era um número conhecido, então, apenas desliguei. Deduzi que fosse a operadora querendo me oferecer algum plano ou alguma operadora de telemarketing.

Eu estava arquivando as notas fiscais e novamente ouvi meu celular tocando e dessa vez decidi atender pra ver o quê era.

Do outro lado da linha era uma voz feminina confirmou se eu era EU e perguntei quem estava falando.

Senti meu sangue esquentar em minhas veias quando ela me disse que era esposa do Fernando e se poderiámos conversar.

Eu não sabia o quê responder, pois o Maurício abriu a porta me perguntando se já poderíamos ir.

Eu estava meio que em estado de transe. Rapidamente eu desliguei o celular e confirmei que “sim” com a cabeça.

Ele me pegou pela mão e fomos em seu carro.

Tentei a todo custo transparecer que eu estava bem, mas não consegui.

一 Pare o carro, por favor? 一 Ele me olhou com certo estranhamento, mas atendeu meu pedido.

一 Você está bem? Notei que parece preocupado.

一 Acabei de atender um telefonema e a pessoa disse que é esposa do Fernando.

一 Aquele Fernando?

一 Sim! Eu desliguei quando você entrou. Fiquei sem saber o quê dizer. Me desculpa por estar te contando, sei que minha cara está péssima e que estou acabando com o clima do nosso almoço, mas… 一 Ele me interrompeu!

一 Eu quê agradeço por me contar o quê está acontecendo. Sério, não quero mentiras entre nós, por menos que elas sejam. E se ela ligar novamente, atenda e converse. Se estava achando que eu iria me chatear, fique sossegado. Até porquê, se ela entrou em contato, deve ser importante.

一 Eu não faço a mínima ideia do que seja. Eu nem sabia que ele era casado. Sei nem o quê pensar, mas vou resolver isso, prometo.

一 Amor, relaxa! Ela vai ligar novamente se for importante. Não precisa ficar desse jeito; achando que está estragando alguma coisa entre nós, está me entendendo? Está tudo bem! Você tem um passado e eu também. Não dá pra mudar o quê já aconteceu. Eu não estou chateado, sei que está pensando isso. Vamos almoçar?

一 Onde você estava esse tempo todo, heim? 一 Ele me beijou e fez um carinho no meu rosto.

一 Te esperando! Agora respira, relaxa e vida que segue. Temos que comprar algumas coisas pra levar no tal acampamento. Eu estou super animado, então, vamos seguir com nossos planos, tudo bem?

一 Tudo bem!

Aos poucos o clima foi mudando e tudo transcorria normalmente.

Almoçamos e demos uma volta pelo centro.

Seja lá o quê aquela mulher queria, certamente retornaria a ligar para me falar.

Procurei deixar o tal assunto de lado e foquei no que era importante naquele momento: o acampamento com o Lucas.

Talvez isso estava me deixando ainda mais nervoso, pois ficaríamos os três muito próximos e eu não estava sabendo como agir diante o Lucas, pois as chances dele nos flagrar em algum momento de carinho era muito grande.

Pensei mil formas de não demonstrar tanto o quê sentia pelo pai dele enquanto estivéssemos juntos, mas pensar demais acabou me deixando muito mais ansioso.

Depois de comprarmos tudo, Maurício me levou para a loja e se foi, mas antes, fez questão de deixar claro de que não estava chateado com a tal ligação que recebi e que era pra eu parar de ficar pensando no assunto. Como se fosse possível?!

Tentando colocar em prática o quê ele havia me pedido, bloqueei o número para que eu não fosse mais incomodado.

Sinceramente? Eu não estava nenhum pouco interessado em saber o quê aquela mulher queria comigo.

Continuei mantendo meus pensamentos foçados no quê realmente me importavas naquele momento e ela poderia esperar.

*

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Continua…

Olá!!! Espero que tenham gostado! Não irei prometer voltar o mais breve possível, porquê, bom, isso pode não acontecer. Mas voltarei! Um grande abraço e fiquem bem!

Ah, eu tirei um pouco do meu tempo para assistir HeartStopper, na Netflix, depois de todos os meus amigos me infernizarem.

Meu coração está quentinho, agora, e grato!!! Obrigado por AINDA se manterem fiéis a mim, adoro todo vcs!!!

Meu e-mail pra contato mudou, então, se quiserem brigar comigo, fiquem a vontade: lucley.cdc.contos@gmail.com 😄 Grande Abraço!!! 😉

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Comentários

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Cara volta por favor não faz igual alguns autores aqui do CDC, que abandonam os contos, já vi contos parados no tempo que foram escritos a mais de 10 anos.

Por favor volte a concluir essa série e outras, se resolver não escrever mais todos vão entender, mais não deixe de concluir as que já foram iniciadas.

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Cadê a continuação?

Uma história tão bacana sem nenhum final.

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Meu Deus! Que saudades eu estava de teu conto.

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Muito bom mesmo! Só uma dúvida e peço ajuda: em qual capítulo aparece o Alexandre? A única transa que me lembro foi com o Fernando. Obrigado.

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Em nenhum capítulo, pq troquei os nomes! 😅 Mas já corrigi. Eu estava lendo um conto antigo que eu havia começado a escrever e parei, aí confundi os nome. Desculpe! 😉

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