O CLUBE II - EP III - O Feriado Continua e o Retorno

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 5117 palavras
Data: 25/03/2022 22:34:23

No sábado todos acordaram tarde e concordaram em trocar o café da manhã por iniciar um churrasco. Logo a Elaine surgiu com a ideia de que todos deveriam ficar nus e a maioria se empolgou e a sugestão seria acatada não fosse um comentário de Mariana que expressou sua opinião falando:

– Acho que nós combinamos que não haveria regras e se aceitarmos essa sugestão, a de que todos teremos que ficar nus, já estaremos criando uma, contrariando o que foi combinado.

Alguns concordaram enquanto outros não entenderam. Até que a própria Elaine, que tinha dado a ideia, perguntou:

– Está bom. Então quer dizer que por causa disso, todos teremos que ficar comportadinhos? Afinal, o objetivo aqui é ter liberdade.

– Exatamente isso Elaine. Liberdade e liberados. Mas você tem que concordar comigo que a liberdade não está contida apenas no direito de fazer as coisas, mas também, e principalmente, no direito de não fazer.

Diante desse argumento e com seu ponto de vista esclarecido, Mariana viu Janaina e Elaine se livrarem das roupas no que foram acompanhadas por Mauricio e Ronaldo. Denise, se não ficou nua, retirou a camiseta e o short leve que usava e ficou apenas de calcinha. Não era uma calcinha de biquíni, mas uma de renda que permitia ver uma sobra de seus pelos pubianos vermelhos, porém, todos sabiam que, quando ela se molhasse, a visão seria mais exótica do que se ela estivesse nua. Mariana a imitou, mas como usava um biquíni por baixo, livrou-se apenas da parte de cima, ficando de topless. Lucio, Claudio e Roseli, que já usavam roupa de banho, continuaram da forma como estavam. Ela com um biquíni minúsculo que mal cobria sua xoxotinha e um sutiã de cortininha que ela fez questão de deixar bem estreito, mostrando as laterais de seus mamilos e cobrindo apenas os bicos dos seios.

Vestidos ou não, a turma toda estava animada e logo iniciou a pegação. Denise se aproximou de Mariana que estava sentada na borda da piscina com as pernas dentro da água e a provocou:

– E aí querida. Você vai encarar o pau enorme do Maurício ou vai ficar só admirando de longe.

A ruiva conhecia mesmo Mariana, pois naquele exato momento, ela olhava para Maurício que, apesar de estar apenas com o tronco submerso, era possível ver seu enorme pau se esfregando em Janaína. Olhando para Denise, deu apenas um sorriso, pulou na água e foi andando até chegar ao casal que estava no meio da piscina, tocou de leve o ombro de Janaína e disse sorrindo:

– Dá licença. Você já teve a sua experiência ontem. Agora é minha vez.

Depois de falar, sem nem olhar para o rosto do Maurício, segurou seu pau e saiu caminhando para sair da água levando aquele enorme homem a reboque. Quando chegou, se virou para ele e segurou em seus ombros com ambas as mãos dando um impulso para cima, sem nada conseguir. Entendendo a intenção dela, o homem segurou em suas cinturas e, como se levantasse uma pena, a colocou sentada na borda da piscina, ficando entre suas pernas e, sem dizer uma palavra, foi beijando suas pernas até atingir a calcinha do biquíni do lado que puxou para o lado e começou a estimular seu grelinho com o polegar. Mariana se apoiou com as duas mãos para trás, inclinando o corpo e colocando uma das pernas sobre o ombro dele, ficando totalmente exposta para ele que, sem vacilar, começou a lamber e a chupar sua buceta com todo o empenho, fazendo a linda mulher loira gemer alto.

Claudio, que se ofereceu para preparar o churrasco, ao ouvir o gemido olhou para aquela cena no exato momento em que Mariana virou o rosto para ele, fitando seus olhos. Claudio ficou parado, admirando aquela cena e pensando como Mariana era linda. Na verdade, ela era linda em qualquer situação, porém, quando estava transando, ficava mais bonita ainda. A respiração de Mariana foi se acelerando indicando que ela estava perto de atingir o orgasmo e Claudio baixou a frente da sunga que usava para dar liberdade ao seu pau que, de tão duro, começava a incomodar como se reclamasse de sua prisão e, sem ninguém combinar nada, Denise foi até ele, se ajoelhou na sua frente e começou a chupar seu pau, engolindo o máximo que conseguia.

O entrosamento do casal Mariana e Claudio era tão grande que, mesmo estando a quase dez metros um do outro e sendo chupados por pessoas diferentes, ambos atingiram o orgasmo no mesmo instante e gozaram ruidosamente fazendo com que todos os outros cinco que assistiam a cena ficassem paralisados assistindo aquela linda cena que não parou nisso. Assim que Mariana conseguiu controlar novamente sua respiração, falou alguma coisa que só Mauricio ouviu, saindo da piscina na mesma hora e depois segurando na mão dela para ajudá-la a se levantar. Então caminharam até o colchão de ar onde ela se deitou de costas, abriu as pernas e estendeu os braços em um convite irrecusável. Maurício se deitou entre suas pernas e ela o auxiliou com sua mãozinha a posicionar o pau enorme dele na entrada de sua xoxotinha, falando, agora para todos ouvirem:

– Soca de uma vez, senão eu desisto.

Mal acabou de falar, abriu a boca em forma de um ‘o’ perfeito e colocou a mão no peito musculoso dele tentando empurrá-lo para fora dela, mas já era tarde demais e o que se ouviu foi um grito agudo dela. Logo, porém, ficou a impressão que seu grito foi mais de susto do que de dor, pois ela não demorou em enlaçar o pescoço de Mauricio forçando que ele abaixasse o rosto e começaram a se beijar, enquanto sua cintura iniciou um movimento, rebolando lentamente e depois ir acelerando os movimentos até gozar gemendo. Mesmo com as bocas coladas, foi possível a todos ouvirem os gemidos de Mariana enquanto gozava pela segunda vez seguida.

Por iniciativa de Mariana, estavam abertas as seções de sacanagem para aquele dia, onde o destaque foi a linda loira que fez questão de, depois de transar com Mauricio fazer uma DP com Ronaldo e Lucio e mais tarde voltar a fazer a mesma coisa, invertendo as posições, pois Lucio, que na primeira vez fodeu sua buceta, depois atendeu ao pedido dela e comeu com volúpia o seu cuzinho.

Mariana realmente tinha acordado com más intenções, pois depois de foder três vezes seguidas, sendo duas delas duplamente penetrada e a outra atolada por um pau enorme, foi para cima das mulheres e transou com cada uma delas, deixando Rosely para ser a última e, novamente tendo todos como plateia, entregaram-se uma a outra de uma forma calma e carinhosa, culminando com um gozo intenso por parte delas. Naquele dia, só não fodeu com seu marido e não deixou o Maurício foder o seu cuzinho, muito embora o negro gigante tivesse insistido e ela, dizendo que não tinha condições de aguentar aquele pau enorme em seu cuzinho. Claudio, por sua vez, não tinha do que reclamar, pois todas as mulheres transaram com ele, sendo que Roseli e Janaina fizeram, juntas, quase mataram o pobre homem de tesão e depois de prazer.

Na noite, resolveram todos se apertarem sobre a cama da suíte principal e ninguém era de ninguém e, só nessa hora a Eliane conseguiu ficar novamente com Janaína e a deusa de ébano se embolou com a morena rabuda e ofereceram um espetáculo digno de cinema para os outros.

Exaustos, dormiram, alguns na cama, outros esparramados no tapete. Durante a noite, Mariana acordou com alguém a tirando na cama. Era seu marido que a colocou com carinho sobre uma poltrona e, depois de chupar muito sua buceta, fodeu sua buceta demonstrando um tesão muito acima do normal.

No domingo, voltaram a acordar tarde e alguns já desceram para a cozinha vestidos com roupas normais e prontas para partirem. Tiveram uma refeição rápida e dividiram as tarefas para deixarem o local limpo e arrumado, depois transportaram as bagagens para seus respectivos carros, se despediram ao lado deles para depois seguirem viagem em caravana.

Estava encerrado o domingo com todos saciados e felizes. Quer dizer, quase todos, pois era notório para eles que o Ronaldo não estava muito feliz. Calado no banco traseiro da VAN onde viajavam Janaína ao seu lado e Claudio e Mariana na frente, não ria dos comentários engraçados dos amigos e, quando se dirigiam a ele, respondia com monossílabos. Janaína, a primeira a notar a mudança em seu marido, lhe perguntou:

– Que foi Rô? Você está passando bem?

– Não. Tá tudo bem.

Conhecendo bem o marido, Janaína sabia que havia algum problema ali, porém, decidiu deixar para resolver o problema quando estivesse sozinha com ele e voltou a dar atenção ao casal que viajava na frente.

Enquanto isso, na camionete que levava as bagagens, Lucio tentava se concentrar na direção enquanto Roseli e Denise se beijavam e tinham as mãos uma da outra entre suas pernas. Antes de literalmente atacara a ruiva, Roseli disse aos dois:

– Vocês pensam mesmo que deixaria voltarem só os dois aqui? – E depois, se voltando para Denise: – Você chupou meu marido na vinda, agora vai ter que me foder muito na volta.

Dizendo isso, já foi atacando a amiga que não se fez de rogada e Lucio, se fosse preciso, não saberia depois explicar como elas se ajeitaram para poderem chuparem uma a buceta da outra.

Foi um feriado para não sair mais da memória.

Chegando em casa, Janaina tomou um banho e foi se deitar. Só à noite, já bem descansada, chamou o Ronaldo para uma conversa para descobrir que estava certa. Ronaldo estava chateado com ela, acusando-a de não ter dado atenção a ele e reclamando pela atenção que ela deu ao Maurício.

Ver seu marido tendo uma crise de ciúmes era uma novidade para Janaína. Ela nunca tinha vivenciado uma situação como essa e não sabia nem como agir, motivo pelo qual sua primeira reação foi levar na brincadeira, só levando Ronaldo a sério quando ele perdeu de vez a calma e gritou com ela:

– Você ainda acha graça, vagabunda? Já não chega ver você dando para todo mundo ainda tem que ficar se declarando para um negão e sua esposa? Pensei até que você ia fazer suas malas e ir morar com eles.

Janaína gelou e ainda tentou baixar a temperatura da discussão que estava para acontecer, porém, quanto mais tentava se justificar, mais enfurecido ficava o marido e, nas mesmas proporções, suas ofensas. Até que ela também perdeu as estribeiras e falou alto com ele:

– Olha aqui seu corno! Quem você pensa que é?

– Isso! Tenho que ser corno mesmo, pois casei com uma vagabunda. – Gritou Ronaldo.

– Vagabundo é você, seu idiota. Você me conheceu assim, entrou nessa relação por vontade própria, fodeu minha mãe o quanto quis, fodeu minha melhor amiga e ainda transou com meu pai. Casou comigo porque quis, nunca exigi nada de você. Agora vem me dar uma de todo certinho e dizendo que está se sentindo diminuído por eu ter gostado de foder com um pau gigante enquanto parece esquecer que fodeu todas as mulheres e, se não fodeu, foi porque não quis. Então, vai tomar no seu cu.

– Eu não fodi com todo mundo. – Gritou Ronaldo.

– Me referia às mulheres. E só não deu para os homens porque não quis. Apesar de combinarmos que deveríamos evitar isso, eu não ligo se te der tesão no rabo. Você que se foda.

– Não falei dos homens. Eu não fodi com a Elaine.

Nessa hora, Janaína parou para pensar. Ronaldo nunca foi de reclamar sobre isso e, se não fodeu a Elaine é porque não quis. Ela estava lá dando para todo mundo mesmo.

– E daí? Se você não fodeu com ela é porque não deve ter dado tempo. Você estava sempre com o pau em uma buceta. E por que isso agora? O que eu tenho com isso? Sem falar que você sabe que bastaria me dar um toque que eu daria um jeitinho dela dar a buceta gostosa dela pra você;

Mal acabou de falar, Janaína percebeu que não deveria ter usado o termo 'gostosa'. Aquilo foi a gota d’água para seu marido que, alegando que ela deveria virar lésbica de uma vez e se casar com a Elaine e que, se levasse o negão de troco era bom também. Porém, mesmo reconhecendo ter passado da conta ao falar com Ronaldo, |Janaína estourou de vez e eles tiveram a maior briga do curto casamento deles. A discussão só parou quando Janaína a encerrou ao dizer:

– Olha aqui Ronaldo. Estou pouco ligando quem você come e para quem você dá. Estou cansada e vou dormir. Pode ficar aí se sentindo um coitadinho e, quando estiver doendo muito, enfie o dedo no cu. Boa noite.

Dizendo isso, saiu pisando duro, entrou no quarto fechou a porta com um estrondo. Embora sabendo que estava apenas fazendo tipo, pois tinha certeza que logo seu marido estaria batendo à porta do quarto se desculpando, uma ponta de preocupação incomodava Janaína, afinal, Ronaldo jamais havia demonstrado qualquer resquício de ciúmes dela. Ao contrário, ele demonstrava mesmo era muito tesão, até mesmo quando ela transava com alguém e depois contava para ele que fazia questão de saber os mínimos detalhes e depois descontava todo o tesão que sentia a fodendo de todas as maneiras.

A sensação de que tinha realmente algo de errado acontecendo aumentou no dia seguinte quando, ao acordar, descobriu que Ronaldo não estava mais em casa e, quando chegou ao seu local de trabalho, teve que se esforçar para empurrar aquela preocupação para um compartimento de seu cérebro e assim não interferisse na sua atuação. Essa habilidade de separar os problemas era uma coisa que Janaína aprendera com sua mãe e treinara desde a infância, o que tornava fácil fazer. Na terça-feira, porém, não foi tão fácil assim. Não encontrara Ronaldo ao chegar à sua casa e, para piorar, descobriu que uma mala grande não estava onde a deixara. Isso foi fácil de perceber porque era a mala que tinha usando na viagem durante o feriado e ainda não guardara no local. Uma ideia terrível se apoderou dela e correu para verificar o guarda roupas e armários. Suas suspeitas se confirmaram. Embora ainda pudesse ver que havia alguns pertences e umas poucas roupas de Ronaldo, a maioria tinha desaparecido e a conclusão só podia ser uma: Ronaldo tinha saído de casa.

Sozinha em casa, Janaína fez um esforço estóico para não pedir ajuda para os amigos, principalmente para Rosely. Sem conseguir se alimentar direito, tomou um banho e se deitou na cama, ligando a televisão e permanecendo ali, sem prestar nenhuma atenção ao que se passava na tela da TV e também sem conseguir dormir. Seu pensamento divagava entre onde Ronaldo poderia estar naquele momento, o que estaria fazendo e, em outros momentos, recordando os bons momentos vividos com ele. Então, lhe ocorreu algo que entendeu ser mais útil para se preocupar e passou a reviver tudo o que passou nos últimos tempos. Sua intenção era saber se Ronaldo havia dado algum sinal de seu descontentamento nos últimos tempos e ela não percebera.

E foi forçando a memória, tentando se lembrar de fatos, coisas ditas por ele e a reação dele às que ela falava, que chegou a uma conclusão muito pior do que a esperava. Não eram simples reações e nem nada que pudessem ter falado um ao outro que o ofendera. Aliás, ela estava quase certa que ele não estava ofendido, pois o que foi concluindo ao lembrar-se de comportamentos, que o seu marido, o querido Renato, treinado para ser um maridinho corno e submisso desde que se entendeu por gente, que descobriu o sentimento de amor que nutria por Janaína enquanto ela era fodida pelo pai, ou pela mãe, havia mudado em algo que, para ela, era pior que uma traição, pois tanto nas conversas que tinham, como na forma de se comportar, ele demonstrava desinteresse. Quase uma indiferença.

Janaína sabia que, entre os piores interesses que podem ferir profundamente alguém que está próximo, é a indiferença, pois esse sim é o sentimento oposto ao do amor. Agora, só restava descobrir qual o motivo do surgimento dessa indiferença, temendo que pudesse ter nascido através do interesse por outra pessoa. Sendo uma mulher inteligente e muito prática, a morena sabia que as chances de estar certa eram de nove em dez.

Planejando o que fazer, Janaína concluiu que, a não ser que Ronaldo tenha se mudado da cidade, fugindo com alguém, ele seria encontrado em seu local de trabalho. Não era da natureza de Ronaldo abandonar um compromisso e, além disso, ele estava muito empolgado com o que fazia. Por esse motivo, pediu para o Fabio ficar assumir seu lugar e cuidar das coisas e, sem comunicar a mais ninguém, voltou para o estacionamento, entrou em seu carro e saiu. Descobriu que estava certa ao chegar ao local onde Ronaldo trabalhava e ver a motocicleta que ele usava estacionada no local, lhe ocorrendo na hora como ele teria transportado aquela mala enorme em uma moto. Estacionou ao lado do veículo dele, desceu e andou como quem estava despreocupada, controlando aquela sensação ruim que causava dor no estômago, entrou na empresa.

Era uma empresa de comércio de ferragens e, embora Ronaldo trabalhasse no escritório, naquele momento estava em pé, ao lado do caixa, com quem conversava. Duas coisas chamaram a atenção de Janaína: uma que seu marido repousava a mão direita no ombro de uma garota de cabelos compridos e negros, pele clarinha, olhos também escuros e de um rosto que, com uma aparência infantil, era extremamente belo e, a outra, a forma como aquela mulher olhava para o seu marido. Janaína era experiente o bastante para saber que, quando uma mulher olha para um homem com uma expressão de verdadeira adoração, é porque já está existindo algo entre eles.

Ronaldo, ao ver sua esposa andando em sua direção, ficou estático. Os olhos extremamente abertos, assim como a boca, davam à sua expressão de assustado uma aparência que chegava até a ser cômica. Isso para ela era uma confissão de culpa mais clara que uma declaração por escrito. A garota também estava assustada, o que indicava que, se não a conhecesse, pelo menos já estava a par de quem era ela e talvez, do seu gênio de mulher mandona. Porém, com a certeza que encontrara as respostas que fora ali buscar, apenas continuou andando até chegar bem perto e falou em voz baixa, apenas para os dois ouvirem:

– Bom diaaaa! Como está você, meu querido?

Ronaldo apenas a encarava e, comente depois de vários minutos conseguiu perguntar:

– O que você está fazendo aqui?

– Vim me despedir, já que sua covardia impediu que fizesse isso ao abandonar nossa casa.

Ronaldo conhecia muito bem Janaína e tremeu na base. Ele sabia que toda aquela calma que aparentava não era bom sinal e, no seu íntimo, pedia a todos os deuses para que a represa que ela construíra para conter seus verdadeiros sentimentos não rompesse naquele momento, pois se isso acontecesse, o efeito poderia ser comparado ao de um tsunami. Porém, como ele não dizia nada, a garota ao seu lado resolveu sair em sua defesa e usou a arma preferida dos culpados, que é a do ataque e, sem medir as consequências, foi dizendo:

– Ele não se despediu para não haver brigas. O Roni não gosta de confusão.

– Hum. Sei. Roni não é? E quem é você mesmo?

– Sou a Jéssica, namorada do Roni.

– Namorada do Roni. Muito bem dona namorada do Roni. Faça um bom proveito. – E depois, virando-se para ele, falou movendo apenas a boca, sem emitir nenhum som: – COVARDE.

Virou as costas e saiu. Janaína não sabia ainda como iria proceder diante daquela traição, como administraria uma futura separação. O que ela sabia mesmo é que fora traída e, em sua cabeça, não havia espaço para o entendimento de como uma pessoa com quem vivia um relacionamento como o deles ainda conseguia espaço para cometer traição. Voltou ao seu carro, dirigiu até a firma e trabalhou normalmente, como se nada tivesse acontecendo. A única coisa que fez a respeito do assunto foi ligar para Rosely pedindo para que ela fosse até sua casa naquela mesma noite, pois precisavam conversar. Sua amiga quis saber o assunto, no que não teve sucesso, mas não pôde deixar de perceber a seriedade com que Janaína lhe pedia isso. Era quase como uma ordem que não admitia uma recusa em ser cumprida. Assim, resolveu não apenas ir ao encontro dela, como fez questão de levar Lucio com ela.

Rosely, acompanhada de Lucio chegou à casa de sua amiga antes das vinte horas. Antes de se dirigirem para lá, tiveram a ideia de passar em uma pizzaria e pediram pizzas para viagem, o que foi providencial, pois Janaina confessou que a última refeição decente que tivera havia sido a de domingo, ainda no pesqueiro. Comeram falando sobre assuntos amenos e, embora tentasse disfarçar, o casal não deixou de perceber que Janaína estava desconfortável com a presença de Lucio, tanto é que, quando ele percebeu que estava na hora da conversa que era o principal motivo de estarem ali, falou que ia se retirar.

Janaína a princípio pareceu ficar aliviada, mas depois de permanecer pensativa por um bom tempo, pediu para que ele ficasse, pois poderia ser útil e, com o relacionamento que tinha, não havia um motivo para ter segredos entre eles. Até que concluiu dizendo:

– Além do mais, nem adianta. Tudo o que eu falar para a Rô ela vai te contar mesmo. Então fique, por favor.

Janaína começou então a contar o que estava se passando. Organizada como era, iniciou com a reação de Ronaldo na noite de Domingo, suas conclusões durante os outros dias até a revelação naquela manhã. A reação dos dois foi totalmente oposta, pois enquanto Lucio deixava claro que não sabia o que fazer, Rosely ofendia Ronaldo e já começava a fazer planos de vingança contra eles, sendo necessário que Janaína, mesmo sendo a vítima daquela história a acalmasse.

Para acalmar Rosely, era necessária uma aproximação maior, toques de carinhos e muita fala mansa e isso não podia resultar em outra coisa a não ser que o desejo da loirinha por sua amiga aflorasse o que não demorou para provocar o primeiro beijo. Logo, sob a assistência impassível de Lucio que, de uma poltrona assistia as duas se beijarem e tocarem no sofá diante dele, Rosely começou a soltar os botões da blusa que Janaína usava, coroando o sucesso de cada botão aberto com um beijo em sua boca. Quando ela abriu totalmente a blusa e puxou um de seus seios para fora e já se inclinava para beijar o mamilo inchado e pontudo da morena, Ronaldo, aparecendo do nada, entrou na sala e, atrás dele, a Jéssica com o celular em punho tirando fotos das duas amantes.

Pobre Jéssica. Ronaldo não contou para ela o gênio daquelas duas amigas e nem o fato de que, tudo aquilo que se fizesse contra uma delas, seria sentido pela outra também. Em questão de segundos havia um celular jogado no chão enquanto um salto de sapato esmagava sua tela e, antes que ela pudesse esboçar qualquer defesa, sentiu o ardor que o tapa que Rosely deu em seu rosto que, só não ficou pior, porque nessa altura Lucio já havia abraçado a loirinha pela cintura que, de costas para ele e com as pernas no ar, tentava chutar sua desafeta.

Por mais incrível que possa parecer, Janaína era a mais calma naquela sala. Depois de ajudar Lucio a controlar Rosely, convidou a todos para se sentarem e conversarem como gente civilizada. Com seu pedido atendido, todos sentados, apenas o choro de Jéssica era ouvido. A morena sentiu que estava pronta para falar:

– O que significa isso Ronaldo? De quem foi essa ideia de conseguir registrar Rosely e eu juntos?

– Não é nada disso... – Tentou justificar o rapaz, sendo interrompido.

– Foi sim. Exatamente isso. Para entrar da forma como entrou e com a moça aí já com o celular em punho, vocês só poderiam estar escondidos esperando acontecer.

– É que... O advogado falou que se tivéssemos prova contra você... A separação seria mais fácil.

Uma faca enfiada no peito não teria causado mais dor do que o fato de saber que Ronaldo já estava tomando providências no sentido de se separarem. Mas ela sabia que nessa hora ela teria que ser forte, afinal, Ronaldo sempre fora o elo fraco da corrente daquele relacionamento e ela teria que se preocupar com ele também. Então começou a explicar a ele que não era assim que se agia, que o término de um relacionamento deve ser discutido e que a contração de um advogado era a última coisa que eles precisariam fazer. Em seguida, pediu para ele dizer quais os seus planos, porém, foi interrompido por Jéssica que atravessou a conversa dizendo ao rapaz:

– Não entra nessa não Roni. Ela vai querer te engabelar e deixar você sem nada...

Foi interrompida pelo movimento no sofá ao seu lado, onde Lucio precisava usar toda força para evitar que Rosely pulasse em cima da garota. Mas Janaína já havia captado todo o quadro que se formara. Tudo era uma questão de dinheiro. Mas que dinheiro? Então se lembrou de que seus pais venderam a casa que possuíam na cidade e prometeram a ela a metade do valor obtido na venda. Era com esse dinheiro que pretendia pagar a parte do imóvel que eles pretendiam com a entrada na sociedade recém formada com relação ao pesqueiro. Tudo foi se encaixando e a pressa de Ronaldo tinha sentido, pois depois de formalizada a entrada na sociedade, ficaria mais difícil se desfazer do patrimônio e, assim que seus pais passassem o dinheiro, ela teria que dividi-lo com Ronaldo.

Só havia uma coisa que Janaína não conseguia entender. Ronaldo não tinha o conhecimento necessário para agir com essa lógica toda e ficava claro que ele fora devidamente orientado. Mas, se tinha alguém de fora dizendo o que ele devia fazer, quando isso aconteceu, pois ele começou a agir em direção ao seu objetivo no exato momento em que retornaram do passeio?

O que Janaína não sabia é que, enquanto ela se divertia no pesqueiro, não houve como saber o que Ronaldo fazia. Ela nem saberia dizer se ele se ausentara durante algum período. Mas pretendia tirar isso a limpo. Porém, para não ficar se aproveitar a oportunidade que lhe fora dada com o comportamento infantil de Ronaldo em invadir a casa daquele jeito, avisou a ele:

– Foi muito bom as coisas acontecerem desse jeito. Até te agradeço por vir aqui dessa forma. Então vai um aviso. O dinheiro ainda não foi transferido para mim e nem vai ser até resolvermos essa questão, então, esqueça esse dinheiro. Você é realmente um idiota deixando-se manipular dessa forma. Olha, estou aqui pensando o quanto essa bucetinha deve ser maravilhosa, pois você tem uma série de bucetas de mulheres muito mais bonitas que essa garota aí, e tudo sem ter que dar nada em troca. Eu queria mesmo deixar isso acontecer para ver até onde vai esse amor dela por você, “Roni”. – Depois, dirigindo-se à garota, comentou: – E agora Jéssica? Como vai ficar esse “amor” de vocês agora que você já está sabendo que não tem mais dinheiro de venda de imóvel.

Jéssica olhou assustada para Janaína e depois deixou seu olhar passear por cada um dos ocupantes daquela sala, parando em Ronaldo e lhe disse:

– Seu imbecil. Eu sabia que você não ia dar conta de nada.

Pegou sua bolsa e saiu pisando duro em direção à saída, porém, antes de sair, ainda virou-se para ameaçar:

– Vou processar vocês por agressão e vou querer um celular novo.

Lucio havia relaxado a vigilância sobre Rosely e não pode impedir que ela se levantasse e corresse em direção à garota, porém, quando chegou à porta, ela já saía pelo portão de acesso à rua.

No exato momento em que Rosely se virou desapontada para retornar para o lado de Lucio a fortaleza que Janaína construíra à sua volta desabou. A pequena loira correu para o lado dela e de repente se agigantou a sua volta no intuito de protegê-la. Com as lágrimas rolando livremente pelo seu rosto que logo estaria banhado, ela deixou se conduzir até o sofá e afundou o rosto no colo de Rosely que se limitava a fazer carinhos em seus longos cabelos negros ao mesmo tempo em que lhe sussurrava algo baixinho, tão baixo que Lucio, a poucos metros de distância, não conseguia distinguir as palavras.

Sem saber o que fazer para ajudar, Lucio tomou a única iniciativa que achava ser razoável, gesticulando para a esposa para lhe informar que estava saindo, viu ela o chamar para perto dela com um aceno de mãos e, quando chegou perto, ela apenas levantou a cabeça esperando por um beijo de despedida. Baixinho, ele disse apenas que voltaria no dia seguinte pela manhã para buscá-la recebendo de volta um aceno de cabeça consentindo, então se retirou.

Na manhã seguinte, Lucio regressou e, para sua surpresa, encontrou Janaína já vestida enquanto Rosely o aguardava enrolado em uma toalha. Ele entregou a ela uma sacola que trazia na mão e ela, na frente dele e de Janaína, se livrou da toalha e começou a se vestir. Rosely tinha conversado com ele antes, pedindo que ele lhe levasse roupas para poder ir direto para o trabalho.

Enquanto a pequena Rosely se vestia, Lucio olhava admirado para Janaína que estava exuberante com a roupa que escolhera para vestir. Uma blusa branca de mangas compridas e de botões, uma saia azul escuro justa, valorizando sua bela bunda e com o comprimento até os joelhos que era a única coisa que aparecia, pois logo abaixo deles, iniciava o cano da bota de couro que ela usava. Lucio chegou a sentir seu pau dar um pequeno salto diante da beleza da morena, principalmente por causa da bota que era um fetiche seu. Mas, naquele momento, o que mais chamava a atenção eram as feições tranquilas de Janaína que parecia não ter passado por um golpe tão forte no dia anterior. Brincando, ele falou:

– Nossa! Como você está bem. Fico feliz em te ver assim.

– Obrigada, – Respondeu Janaina com seu mais lindo sorriso nos lábios.

Tudo parecia normal, não fosse o comentário que Rosely fez assim que a blusa que estava enfiado pela cabeça deixou seu rosto novamente à mostra:

– Essa boquinha daqui cura qualquer dor de cotovelo.

Janaina apenas riu depois de dizer para Rosely deixar de ser convencida.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 33 estrelas.
Incentive Id@ a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Curti o enredo e espero que o Ronaldo saia da história ... ele não merece continuar. E esse Jessica é uma "pistoleira"

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil de Almafer

Nassau amigo demais sem comentários parabéns nota mil

0 0
Foto de perfil genérica

Caro Nassau, no final da confusão a Jéssica vai embora. E o Ronaldo? O texto não fala mais dele...

0 0